Livro: A Lista do Ódio
Série: Não
Gênero: Jovem Adulto, Drama
Autora: Jennifer Brown
Editora: Gutenberg
Páginas: 336
Ano: 2019
Sinopse:
E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama?
O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista das pessoas e das coisas que ela e Nick odiavam. A lista que ele usou para escolher seus alvos.
Agora, depois de passar o verão reclusa, se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas.
Resenha:
"Meu Deus" pensei. "A Lista. Ele está pegando as pessoas que estavam na Lista do ódio". Comecei a andar de novo, só que, daquela vez, era como se estivesse correndo na areia. Meus pés pareciam pesados e cansados, era como se alguém tivesse amarrado algo ao redor do meu peito que me impedia de respirar, e ao mesmo tempo, me puxava para trás.
Antes de mais nada quero falar sobre a iniciativa da editora em trocar o título do livro. Para quem não sabe esse livro tinha sido lançado anteriormente com o título A Lista Negra e para tentar desassociar a palavra Negra com algo ruim, o título foi trocado. Pode até parecer uma coisa boba, pequena se comparar com o tamanho do racismo, mas se cada um fizesse sua parte a situação seria bem diferente. Por isso deixo aqui meus parabéns para a Gutenberg.
A Lista Do Ódio é um livro de ficção que infelizmente vem sendo cada vez mais comum na vida real. Por um motivo ou outro, principalmente adolescentes, se acham no direito de tirar a vida de outras pessoas e depois se matar para não ter que enfrentar as consequências. Recentemente aconteceu em Suzano como todos vocês devem se lembrar. E a autora quis abordar nesse livro os dois lados da moeda, por isso vamos acompanhar a trajetória de como se chegou naquele fatídico dia mostrando a rotina escolar de Valerie e Nick e também o depois com Valerie tentando retomar sua vida.
Quem não leu esse livro não sabe o quanto é difícil falar sobre ele. Eu já tinha lido ele em 2014 e não consegui escrever a resenha. Mas agora com o relançamento dele com um conto inédito, resolvi reler e resenhar. Da primeira vez que li foi um misto de sentimentos e fiquei sem saber o que pensar e dessa segunda vez não foi diferente. Fica aquela sensação esquisita, um aperto no peito porque é uma tragédia sem tamanho e todo mundo é vítima nessa situação. Por um lado tem a questão do bullying sofrido pelo casal e do outro o massacre porque alguém resolveu fazer justiça com as próprias mãos.
E a questão do bullying chega a doer no leitor. Ver o inferno que eles passaram nas mãos daqueles adolescentes é de querer entrar no livro e fazer com que eles paguem pelo modo que estavam agindo. E se for para pensar quantas vezes a gente sofre alguma injustiça e acaba falando que tal pessoa devia morrer. E esse é um assunto muito delicado porque quem tem o direito de decidir esse tipo de coisa não somos nós e sim a justiça. E de quem é a culpa por tragédias como essa. Os adolescentes que praticaram o bullying? A escola que não viu o que acontecia em suas dependências? Os país que esperaram os professores dar a educação que cabia a eles? Ou a liberdade sem deveres que muitos praticam nos dias de hoje onde nem se falar a palavra castigo é permitido para um educador?
E mais importante que encontrar os culpados, como se resolver essa situação. Estamos cansados de ver a tragédia acontecer, todo mundo se lamentar e uma semana depois ninguém lembra mais o que aconteceu e ninguém toma nenhuma atitude para que não volte a acontecer. Cada um tem que fazer a sua parte, temos que mudar nossas atitudes já. Parar de pensar os políticos e as autoridades isso e aquilo e esquecer de todas as pequenas coisas que fazemos no dia a dia, e do famoso jeitinho brasileiro que no final influenciam em algo grande que nem podemos imaginar a consequência.
A Valerie me fez ter sentimentos contraditórios o livro todo. Foi ela quem escreveu a lista e deu a ideia para o namorado, mas ao mesmo tempo ela nunca imaginou que ele fosse matar alguém de verdade, era uma lista para extravasar a raiva e não para que as pessoas fossem mortas. E também quando ela viu o que estava acontecendo, ela tentou impedir e até salvou a pessoa que ela mais odiava. Mas então quando ela se recupera ela não aceita que fez alguma coisa errada e não consegue ver o Nick como ele era na realidade. Ela se obriga a lembrar somente das coisas boas, mas quando vamos lendo as conversas entre eles dá para ver claramente que ele já mostrava que ia fazer aquilo. Ele só falavam em morte o tempo todo. Então a justificativa dela de que não tinha ideia de que ele planejava aquilo não é plausível.
Outra coisa que me deixou indignada foi a forma como as pessoas lidaram com a situação pós tragédia. O diretor fingia não ver que nada mudou, só trocou as pessoas, mas o bullying continuou da mesma forma. A família de Valerie usou ela como resposta para tudo de errado que acontecia em sua casa antes da tragédia e a unica pessoa sensata na história foi o doutor Hieler que tratou Valerie depois que ela teve alta do hospital. E por causa dele a história pode ter um final diferente do que o esperado para esse tipo de situação.
Essa nova edição do livro traz o conto Diga Alguma Coisa que é narrado por um dos ex amigos de Valerie e acho que serviu para fechar algumas pontas soltas que tinham ficado na história original. Foi como um ponto final para Valerie realmente poder seguir em frente. A edição do livro está muito bem feita. Gostei das cores da capa e do título e do nome da autora ser em alto relevo. E para terminar essa resenha eu indico o livro para todo mundo, porque como disse antes, apesar de ser uma ficção, infelizmente cada vez mais vemos histórias como essa acontecendo na vida real.
A Valerie me fez ter sentimentos contraditórios o livro todo. Foi ela quem escreveu a lista e deu a ideia para o namorado, mas ao mesmo tempo ela nunca imaginou que ele fosse matar alguém de verdade, era uma lista para extravasar a raiva e não para que as pessoas fossem mortas. E também quando ela viu o que estava acontecendo, ela tentou impedir e até salvou a pessoa que ela mais odiava. Mas então quando ela se recupera ela não aceita que fez alguma coisa errada e não consegue ver o Nick como ele era na realidade. Ela se obriga a lembrar somente das coisas boas, mas quando vamos lendo as conversas entre eles dá para ver claramente que ele já mostrava que ia fazer aquilo. Ele só falavam em morte o tempo todo. Então a justificativa dela de que não tinha ideia de que ele planejava aquilo não é plausível.
Outra coisa que me deixou indignada foi a forma como as pessoas lidaram com a situação pós tragédia. O diretor fingia não ver que nada mudou, só trocou as pessoas, mas o bullying continuou da mesma forma. A família de Valerie usou ela como resposta para tudo de errado que acontecia em sua casa antes da tragédia e a unica pessoa sensata na história foi o doutor Hieler que tratou Valerie depois que ela teve alta do hospital. E por causa dele a história pode ter um final diferente do que o esperado para esse tipo de situação.
Essa nova edição do livro traz o conto Diga Alguma Coisa que é narrado por um dos ex amigos de Valerie e acho que serviu para fechar algumas pontas soltas que tinham ficado na história original. Foi como um ponto final para Valerie realmente poder seguir em frente. A edição do livro está muito bem feita. Gostei das cores da capa e do título e do nome da autora ser em alto relevo. E para terminar essa resenha eu indico o livro para todo mundo, porque como disse antes, apesar de ser uma ficção, infelizmente cada vez mais vemos histórias como essa acontecendo na vida real.
"—Sabemos que podemos mudar a realidade — declarou. — É difícil, e a maioria das pessoas nem tenta fazer isso, mas é possível. Você pode mudar a realidade do ódio ao se abrir para uma amiga. Ao salvar uma inimiga. (…) — Contudo, é preciso ter vontade de ouvir e de aprender para mudar a realidade. Principalmente ouvir. Ouvir de verdade."
Nota:
Adorei seu esse seu artigo, realmente é um dos melhores blog que estou visitando. Suas postagens são excelente! Parabéns!
ResponderExcluirBeijos 💋..
Meu Blog: Vou Acertar Na Loteria
Impossível ler essa resenha e não querer explorar esse livro, amei a história!
ResponderExcluirhttps://www.kailagarcia.com
Oi, Sil
ResponderExcluirEu fiquei sabendo da mudança do título mas não sabia bem porque. Obrigada por avisar! Eu não leria esse livro porque estou evitando esse tipo de tema, mas eu sempre me pergunto quem realmente é o culpado. Acho que todos tem sua parcela de culpa sabe? Desde os pais relapsos, até a diretoria que não se preocupa com os alunos, os alunos que não aceitam o diferente e praticam o bullying e a pessoa que recebe o bullying e não sabe lidar com isso de forma saudável. Eu fico feliz que tenha livros do tema mas eu ainda acho que é algo muito triste :C
Beijo
http://www.capitulotreze.com.br/
Oi Sil! Eu li esse livro logo que foi lançado, ainda quando tinha o título A Lista Negra e foi uma das leituras que mais gostei de fazer. É uma história forte e muito atual, que nos faz sentir na pele a agonia da protagonista. Eu gosto muito dele. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Oi Sil,
ResponderExcluirEu fiquei sabendo da mudança do titulo e fiquei muito feliz com a atitude da editora.
Eu já ouvi falar muito desse livro, e apesar de ser um tema muito importante para ser lido, sinto que não é a hora de eu ler ainda, mas quero muito conhecer a obra mais para a frente.
Bjs e uma boa semana!
Diário dos Livros
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Primeiro que realmente concordo com a editora ter trocado de título. E gente... Que sinopse é essa? Eu como sou mais amante de filme, se eu olhasse um filme com esse enredo, confesso que seria um dos melhores que eu já teria assistido. AMEI
ResponderExcluirNiceness Beauty Blogger
Oi, Sil!
ResponderExcluirLi esse livro no ano passado e infelizmente não foi uma boa experiência. Mas quero ler esse conto.
Beijos
Balaio de Babados
Oi Sil, tudo bem? Esse livro está na minha lista faz um tempo, acho o tema pertinente e todo mundo que lê gosta bastante! espero ter uma boa experiência também!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi Sil,
ResponderExcluirTambém achei uma ótima iniciativa trocar a palavra do título, são pequenas atitudes assim que começam a conscientizar as pessoas.
E em relação ao livro, ele está na minha lista de leituras, tenho o e-book só que é da versão antiga ainda. Quero ver se compro o novo!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Oi, Sil
ResponderExcluirA Gutenberg merece parabéns mesmo, é uma atitude que pode parecer pequena, mas é muito importante.
Eu posso imaginar o quanto esta leitura é difícil, eu vi os desdobramentos de Suzano com um aperto no coração tão grande que tenho certeza que é um livro muito doloroso.
Eu mesma sofri muito bullying durante toda a minha infância e adolescência, mas eu nunca pensei em algo assim, muito pelo contrário, eu achava que as pessoas estavam certas, que eu merecia aquilo tudo, ou seja, eu absorvia tudo que falavam. Há pessoas que lidam com isso de outra maneira, acho que há diversos fatores que contribuem. Por isso o bullying precisa ser abolido. Não que apenas ele justifique tal ação, mas ele é um gatilho e tanto, alem de ser muitíssimo doloroso para quem o sofre.
Quero ler o livro, assim que eu puder vou comprar.
Beijos
- Tami
https://www.meuepilogo.com
Oi Sil,
ResponderExcluirEu tenho a versão antiga, acho que vou arrumar um papel e colar em cima com o título novo kkkk achei bem legal a atitude da editora, mas tenho que dizer q essa é a tradução fiel do título original, eles que inventaram na época de colocar lista negra.
Enfim, a leitura mexeu bastante comigo e realmente é muito difícil de resenhar esse livro. Eu sofria bastante bullying na época do ginásio - a última vez foi no ambiente de trabalho - e lembro que na época a escola nem ligava mesmo pra esse tipo de coisa. Nem meus pais, pois implorava pra me trocarem de escola. O problema é que muitos pensam mais si, do tipo: eu sofri bullying e tô de boa. Cada pessoa tem um emocional diferente e poucos enxergam e tem empatia.
até mais,
Canto Cultzíneo
Nem conheço muito do livro, mas só de ler a resenha já percebi que é aquele tipo de história que nos faz refletir sobre varias coisas e situações... sobre várias atitudes que tomamos a frente de diversos acontecimentos...
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Oi Sil!
ResponderExcluirEu nunca li nada dessa autora, mas acho q deveria pq ela fala de temáticas importantes. Bullying é um assunto delicado q pode afetar a vida toda do indivíduo.
Foi muito legal a atitude da editora de mudar o título do livro!
Bjs
A Colecionadora de Histórias - Blog
Oi, Sil!
ResponderExcluirEsse livro é mesmo muito complicado de resenhar. E é exatamente como você falou. As tragédias acontecem, todos se comovem e ficam alarmados, mas depois esquecem e as coisas continuam iguais, ninguém toma uma atitude para mudar. O caso de Suzano por exemplo eu logo relacionei a esse livro, porque certos detalhes podem ser diferentes, mas a questão central é a mesma. Odiei a família dela, e até mesmo a amizade que surgiu depois dela com a menina eu não consegui engolir fácil.
xx Carol
https://caverna-literaria.blogspot.com/