29 novembro 2020

Resenha | A Segunda Vida de Missy - Beth Morrey

Livro: A Segunda Vida de Missy
Série: Intrínsecos # 26
Gênero: Drama
Autora: Beth Morrey
Editora: Intrínseca 
Páginas: 304
Ano: 2020

Sinopse:

Em 1959 Millicent Carmichael, a Missy, casou-se com o homem que amava. Passados cinquenta anos, sem ele e com dois filhos criados e distantes, ela está sozinha. Embora se apresse em dizer que considerava seu papel de dona de casa e mãe pouco satisfatório, a verdade é que Missy devotou toda uma vida à família e suprimiu qualquer ideia de carreira em função do sucesso do marido. Agora que ele não está mais a seu lado, que ela brigou com a filha e que o filho se mudou para a Austrália com o neto que Missy tanto ama, ela passa os dias bebendo xerez, evitando as pessoas e vagando pela casa enorme e mal decorada esperando não se sabe o quê.

Missy não lembra, mas ela é fabulosa. Um pouco difícil, sim, e cabeça-dura, mas também generosa e espirituosa, um tanto à moda antiga. Sua falta de traquejo para lidar com a vida esvaziada de tudo que antes lhe conferia valor começa a parecer um caminho sem volta, até que, em uma de suas raras saídas à rua, um desmaio em pleno parque faz com que uma desconhecida se aproxime. Esse é o primeiro de uma série de acontecimentos fortuitos - uma invasão, uma cadela adorável sem raça definida precisando de uma lar - que, aos poucos, vão carregando ao redor da mulher solitária um grupo improvável de maravilhosos estranhos. Rodeada por essa comunidade alegre e diversa que encarna as várias formas de amar, Missy encontra uma nova razão para viver.

Resenha:

Desde o lançamento do clube Intrínsecos eu quis assinar as caixas, mas na época eu já comprava as caixas do Clube do Livros e Citações que vinham brindes mais interessantes. Mas sempre fui apaixonada pelas edições coloridas em capa dura do Intrínsecos. Então agora nessa quarentena que a caixa que eu assinava começou a fazer somente caixas temáticas limitadas, eu resolvi me aventurar na Intrínsecos e para minha surpresa amei a caixa que chegou super rápido, antes do prazo de entrega, e amei tudo o que veio na caixa. Gostei tanto que assim que abriram a loja de caixas antigas do clube, para assinantes, já corri e comprei algumas que vieram livros que estavam na minha lista de desejados e outros que li resenhas superpositivas. 

Mas vamos ao livro. Eu confesso que não teria comprado esse livro de livre e espontânea vontade, pelo menos não nesse momento. Se fosse alguns anos atrás, eu era muito fã desses romances carregados no drama e esse livro seria uma escolha certa. Mas ultimamente eu tenho fugido de livros dramáticos. E o legal de assinar essas caixas é isso, você tem a oportunidade de ler um livro que se não fosse assim você não daria uma chance. E estaria perdendo uma história incrível. A escrita da autora é fascinante e a gente fica preso na história da Missy logo no primeiro capitulo. É impossível não se envolver e mais ainda não se emocionar e chorar litros no final do livro.

Sempre que fazem aquela pergunta qual seu maior medo, a primeira coisa que me veem a mente é ficar sozinha na velhice, e é exatamente esse um dos assuntos que vamos encontrar sendo abordado nesse livro. Nossa protagonista uma senhora de 79 anos abriu mão de sua carreira, contra sua vontade, para se dedicar aos filhos e ao marido. Hoje cinquenta anos de casamento depois, ela não tem mais nenhum deles com ela e Missy não vive mais, apenas sobrevive com dias praticamente iguais como se à espera do dia em que vai deixar essa vida. Até o dia em que uma cachorra vira-lata entra em sua vida e ela descobre que mesmo com essa idade, ainda existe muito a viver e aprender. E que sim, ainda está em tempo de consertar os erros do passado.

A história é narrada com capítulos divididos entre o presente e capítulos no passado onde Missy conta sua história desde que conheceu seu marido Leo, o nascimento dos filhos e todas as dificuldades que ela passou. E nisso temos alguns mistérios para serem desvendados, como o que aconteceu com seu marido Leo, o motivo da briga com a filha e existe um segredo que ela guardou por todos esses anos, até mesmo do marido, que ela carrega a culpa até hoje. E nessa mudança de tempo vemos duas Missys completamente diferentes. A Missy jovem tinha muitos planos, mas abriu mão deles por seu marido. O amor que ela sente por Leo é até mesmo obsessivo, e ao decorrer do livro vemos que ele não merece toda a adoração que ela sente por ele.

Enquanto o marido tem uma ascensão em sua carreira, Missy se frustra em casa por ter aberto mão de ter a sua e também por não ser a mãe e esposa perfeita que ela acredita que o marido precise. E vemos uma clara preferencia de Missy por Alistair e uma rejeição a Melanie que só descobrimos o motivo mais tarde. No começo achei que a briga entre elas era porque Melanie mora com outra mulher, mas isso não é algo recente e o motivo tem mais a ver com o segredo que ela esconde de todos. E a principio pensei "como assim que os filhos abandonam uma mãe com quase oitenta anos e não estão nem ai para ela", mas também vamos compreender toda a situação conforme a história vai sendo contada.

Já no presente temos uma graça de cadela que vai mudar a vida de Missy. Através de Bobby, Missy vai conhecer pessoas que assim como ela não são perfeitas, mas que estão ali sempre que ela precisar. Destaque para Angela que a principio eu torci o nariz para o jeito dela, mas fui conquistada ao longo do livro. Aliás todos os personagens desse livro são incríveis. Uma das coisas que mais gostei no livro foi que a autora utilizou de pessoas com características reais, poderia ser alguém que eu conheço ali. Todo mundo tem qualidades e defeitos e podemos aprender alguma coisa com todos eles. Quanto ao final do livro achei bem clichê. Já vi esse mesmo final em vários livros, mas isso não faz a história ser menos emocionante, pelo contrário, amei e não vejo a hora de ler outros livros do clube. Enfim, fica aqui a minha indicação. Quem não puder assinar o clube, o livro será futuramente lançado pela Intrínseca, e com essa capa azul que achei linda demais.

Nota:






27 novembro 2020

#108 | A Estante Aumentou!

Esse mês a estante aumentou praticamente só com livros do Clube Intrínsecos. Estourei meu cartão, mas comprei várias caixas anteriores do clube, que começaram a ser vendidas na loja para assinantes.

Escolhi as caixas com os livros que eu tenho interesse em ler por causa de autores que já gosto ou de resenhas positivas que vi dos livros. E até me aventurei em um deles mesmo fugindo dos gêneros que leio, mas comprei por causa da polêmica envolvendo o autor.

Esse comprei porque achei a sinopse do livro interessante e espero gostar.


Esse foi por causa do autor que já li um livro dele, O Homem de Giz, e gostei muito.


Esse foi por causa das resenhas positivas mesmo, mas não sei quando lerei por ser de um gênero que não estou muito querendo ler no momento.


Esse também foi pelas resenhas positivas, principalmente a resenha da Ale.


Esse já foi por causa da autora, de quem sou fã. E nem é por causa do livro Como eu era antes de você hehe.


Nesse já sai um pouco da minha zona de conforto, mas achei a sinopse muito interessante e vi alguns blogueiros elegendo como a melhor leitura do ano.


E esse foi o que citei sobre a polêmica envolvendo o autor. Fugi completamente da minha zona de conforto, mas espero gostar.


Esse é o do mesmo autor da caixa seis e estava na lista de desejados. 


E por fim o livro da autora de Teto Para Dois que foi um livro maravilhoso e ainda veio esse outro livro de brinde na caixa.


Desapego

E esses foram os livros doados esse mês. Algumas pessoas comentaram sobre as doações no mês passado. Eu acabo doando para pessoas próximas porque fica mais fácil a entrega hehe.




O que acharam das minhas escolhas? Já leram algum desses?





25 novembro 2020

Resenha | O plano perfeito para dar errado - Cameron Lund

Livro: O plano perfeito para dar errado
Série: Não
Gênero: Jovem Adulto
Autora: Cameron Lund
Editora: Faro Editorial
Páginas: 304
Ano: 2020

Resenha:

Agora é oficial. Keely Collins é a última virgem do último ano do ensino médio de Prescott. Até o dia do seu aniversário de dezoito anos, Keely se preocupava com isso, mas como Danielle, uma das garotas mais descoladas da escola ainda lhe fazia companhia nessa questão, a coisa nem era tão feia assim. Mas agora Danielle finalmente decidiu se entregar a Chase, no quarto dos pais de Andrew, seu melhor amigo desde antes de seu nascimento já que suas mães se conheceram nas aulas de preparação para o parto, e sobrou para Kelly o terrível posto de única virgem de toda sua turma. E esse título vai permanecer pelo menos até o fim do ano escolar, quando Keely vai para a faculdade e finalmente vai poder encontrar um cara legal e confiável para ela viver seu momento especial.

Não que Kelly esteja esperando se apaixonar ou se casar para enfim dar esse passo, mas é que todos os caras que ela conhece são seus amigos desde sempre. Quando ela e Andrew entraram no jardim de infância, suas famílias acharam que o apego entre eles ia acabar, já que Andrew ia conhecer outros meninos e conforme eles fossem crescendo ele ia até ter vergonha de ter uma amizade tão intima com uma menina. Mas isso não aconteceu, pelo contrário. Keely foi incorporada ao circulo de meninos e eles a tratam como se ela fosse um deles. Então como pensar em transar com um cara que ela viu tirando meleca do nariz e participando de campeonatos de peidos?  

Mas agora a sorte parece estar a seu favor. Quando os pais de Andrew acharam a camisinha deixada por Chase e Danielle na cama deles e descobriram que Andrew tinha feito uma festa escondido para comemorar o aniversario de Keely, como castigo os dois tiveram que arranjar um emprego para aprenderem a ter responsabilidade e é assim que Keely conhece um sósia de James Dean, um cara mais velho que já está na faculdade e parece muito interessado em Keely. Mas suas amigas convencem Keely de que Dean não vai gostar de transar com uma virgem e ela só pensa em uma solução para seu problema: perder a virgindade o mais rápido possível com alguém que ela confia. E quem ela confia mais nesse mundo do que seu melhor amigo Andrew?

E temos aqui mais uma história jovem adulta com o clichê do melhor amigo. Desde que fiquei sabendo que a Faro ia lançar esse livro já me veio um sorriso no rosto porque sou dessas que ama um clichê e essa história logo de cara me pareceu ser leve e divertida, daquelas que a gente cansa de assistir na sessão da tarde. Mas me enganei pensando que seria só um romance leve porque temos assuntos muito sérios sendo abordados na história, entre eles o machismo e o bullying. Mas temos sim aquele romance gostoso de se acompanhar e torcer pelo casal. Mas confesso que minha paciência ficou no limite em alguns momentos porque acontece por aqui aquele mesmo problema de sempre nos livros de romance, a falta de diálogo.

Num primeiro momento achei que a autora fosse abordar esse assunto da virgindade de uma forma diferente e já estava preparada para me irritar. Quando li a sinopse achei que ela fosse querer perder a virgindade só para não ser a única virgem entre as amigas, mas não foi bem assim que desenrolou. E logo no inicio a autora já me fez parar para pensar. Ela levanta a questão de porque a virgindade tem que ser um prêmio para os homens. Algo que deveria ser uma experiência para a mulher acaba como um presente para o "homem certo". E também a questão sobre a perda da virgindade, aqui no caso se traduz como rompimento do hímen, estar relacionada a garota virando mulher. E as lésbicas continuam meninas a vida inteira? E quem não tem hímen não vira "mulher"? São questões a se pensar.

E uma coisa que gostei foi que a autora abordou sabiamente a questão do sexismo ao colocar uma personagem, no caso a Danielle, sendo chamada de vagabunda e por ai vai, ao decidir transar, enquanto o cara que "cometeu o crime" com ela saiu como o gostosão da história. E a mesma personagem também foi alvo de bullying por ter cometido tal ato. Quando se fala de feminismo a questão da liberdade sexual é uma das que mais vemos as mulheres questionando. Porque a mulher não pode beijar quem quiser, gostar de sexo, vestir a roupa que quiser sem ser rotulada e ouvir xingamentos por parte de quase todo mundo. E aqui inclui-se mulheres também, porque existem muitas mulheres machistas sim. E depois ainda sofrer abuso e ter que ouvir de um homem que a culpa é da vitima. 

E vamos falar sobre a premissa do livro, o bendito plano. É claro que já sabemos que a coisa não vai dar certo de jeito nenhum. Como assim vou pedir para meu melhor amigo transar comigo e a amizade vai continuar igualzinha e ainda mais sendo claramente, claro que não para a protagonista, que o bendito cujo é apaixonado por ela? E aqui entra o que me fez não dar nota máxima para o livro. Kelly tem dezoito anos, mas age como se tivesse treze. Sem falar que não enxerga o que está bem diante dos seus olhos. É claro que o Andrew poderia ter dito com todas as letras o que sentia por ela, mas tem coisas que são tão obvias e ainda assim tem gente que precisa desenhar para entender. E não é só isso. Depois que ela percebe que não é amizade que rola entre eles, ainda continua teimando em transar com o outro por despeito.

Mas fora minha irritação com a protagonista eu gostei muito da história. Até porque tenho que relevar algumas coisas já que passei bastante da idade do publico alvo do livro. E a escrita da autora vale a pena. Sabe aqueles livros que a gente não consegue largar até ver o final da história? E eu precisava saber se eles iam ficar juntos no final, mesmo já sabendo que isso iria acontecer. Confuso né? hehe. Só sei que esse livro daria um ótimo filme. Quanto a edição, temos o capricho de sempre da Faro e é mais um daqueles livros que dá gosto de ter na estante. Finalizo a resenha indicando o livro para todos que gostam de um romance teen. As vezes tudo o que a gente quer ler é um livro como esse, um romance clichê para se apaixonar e se divertir.

Nota:






23 novembro 2020

Top 5 | Minhas autoras favoritas de Romance de Época

Até alguns anos atrás o gênero romance de época era restrito aos romances de banca. Mas depois o gênero teve um bumm e ganhou várias fãs e muitos autores começaram a ser publicados aqui no Brasil, principalmente pela Arqueiro. Eu sou muito fã do gênero como vocês podem ver pelas resenhas hehe, adoro livros com finais felizes e nos romances de época isso é garantido. E hoje trago um top cinco das minhas autoras favoritas do gênero. Não se assustem por não ter uma certa autora famosa ai na lista hehe.

Primeiro vamos as menções honrosas que são autoras que não li muitos livros, mas já considero muito. São elas Scarlett Peckham de O Duque Que Eu Conquistei, Emma Wildes de Uma Proposta Indecente e Sara Fidelis de O Ogro e a Louca.

5 - Lisa Kleypas

Eu já li quase todos os livros da Lisa publicados por aqui, só falta o ultimo da série Os Ravenels. Eu gosto bastante dos livros dela apesar de não achar a Lisa uma autora constante. Tem livros de uma mesma série que são espetaculares e outros que são quase impossíveis de terminar de tanta raiva que a gente passa com os protagonistas. E também não acho seus mocinhos muito apaixonantes e alguns deles são muito parecidos e tem as mesmas personalidades. Mas no geral ela entra no quinto lugar.

4 - Sarah MacLean

A Sarah foi uma das primeiras autoras do gênero que conheci junto com a Julia Quinn e amo muito alguns dos livros dela. Nove Regras a ignorar antes de se apaixonar está entre meus romances de época favorito da vida. E uma coisa que gosto nela é que suas séries continuam no mesmo universo e os personagens circulam entre as séries (o mesmo acontece com a Lisa e a Mary).

3 - Lorraine Hearth

Eu conheci a escrita da autora pela série Sins of all Seasons que está entre as minhas séries favoritas do gênero. O que gosto na autora é a constância entre os livros. Todos eles são maravilhosos. Quando você acha que já leu o melhor dela lá vem o próximo e ela consegue se superar.


2 - Tessa Dare

Até recentemente a Tessa ocupava o lugar mais alto do pódio, mas então fui ler a série Clube dos Sobreviventes e ela perdeu a posição hehe. Mas ainda amo os livros da autora e uma coisa que gosto nos livros dela é que a Tessa consegue ser feminista em um gênero onde o machismo impera. Seus personagens masculinos são incríveis e a gente se derrete por eles.

1 - Mary Balogh

Agora se tem uma autora que é injustiçada pela própria editora que publica seus livros aqui no Brasil é a Mary. Infelizmente a Arqueiro só da status para os livros da Julia e deixa a Mary meio que de escanteio quando os livros das duas não tem nem comparação, porque os livros da Mary ganha disparado na qualidade das histórias. A Mary é uma autêntica autora de época. Ela retrata com fidelidade os costumes e chega muito perto da realidade da época. Sem falar que seus livros são mais maduros e seus mocinhos são meu número hehe. Aqui reitero mais uma vez para os leitores de romance de época, quem ainda não leu nada dela passe por essa experiência, com certeza vai ser muito diferente de ler outros livros do gênero.

E vou terminando por aqui aguardando a nossa recente cultura do cancelamento, porque como viram, a Julia Quinn não entrou na minha lista e se fizesse um top dez ela também não estaria nela hehe. 

Mas enfim, qual seria seu top cinco? Gostam do gênero ou nunca leram?




20 novembro 2020

Resenha | Um Tom Mais Escuro de Magia - V. E. Schwab

Livro: 
Um Tom Mais Escuro de Magia
Série: Tons de Magia #1
Gênero: Fantasia
Autora: V. E. Schwab
Editora: Record
Páginas: 420
Ano: 2016
Resenha:
Kell é um Antari, um mago de sangue, um dos últimos viajantes entre os universos paralelos conectados pela cidade de Londres. Como ele só existe mais um, Holland. Antigamente existiam portas por onde passavam as pessoas com um mínimo de poder, e a magia circulava livremente pelas quatro Londres existentes, mas em uma delas a magia fugiu do controle, acabando com tudo e com todos e essa Londres ficou conhecida como a Londres Preta. Para não acontecer o mesmo com as outras Londres, as portas foram fechadas e agora apenas os Antaris podem ir de um mundo para o outro e somente com a missão de ser um mensageiro, transportando consigo unicamente correspondências mensais entre a realeza de cada Londres.

Aproveitando que uma das Londres foi designada como Preta, Kell decidiu dar nomes de cores para as outras três também. A que ele vive é a Londres Vermelha, a cidade do império vigoroso onde a magia age livremente. A Londres Branca é o mundo faminto onde se luta para controlar a magia, e onde a magia reage, drenando a cidade até os ossos. E finalmente a Londres cinza, a que se assemelha a nossa realidade, é a cidade sem magia. Mas Kell não atua somente como mensageiro entre as Londres. Extraoficialmente Kell é um contrabandista, levando artefatos de uma Londres a outra para pessoas que querem ter um vislumbre de algo que nunca verão. Ele está ciente dos riscos, mas para Kell, fazer isso é uma forma de ter controle de sua própria vida. Mas uma hora alguma coisa ia dar errado.

Em uma de suas viagens para a Londres Branca, Kell bebeu o que não devia e quando percebeu já havia aceito levar uma carta com ele e como pagamento ele recebe uma pedra preta com uma única palavra gravada, uma runa de uma língua que não existe mais, a pedra pertence a Londres Preta. Kell percebe que está de posse de algo muito perigoso, mas nem tem tempo de pensar no que fazer com a pedra pois ele começa a ser perseguido e em sua fuga acaba sendo roubado por Delilah Bard, ou somente Lila, uma garota que vive de seus furtos. Ao tentar recuperar a pedra Kell é atacado e fica a beira da morte, mas é salvo por Lila. Kell sabe que precisa se livrar de algo tão poderoso e só tem uma maneira de fazer isso, levar a pedra de volta para a Londres Preta. Mas Lila que sempre quis viver uma aventura, só vai devolver a pedra com a condição de Kell levá-la junto com ele.

"Você acredita que a magia é uma igual. Uma companhia. Uma amiga. Mas não é. A pedra é a prova. Ou você é mestre da magia ou seu escravo."

Eu conheci a escrita da autora através do livro A Melodia Feroz, onde ela assina como Victoria Schwab. Seus livros mais adultos, como esse, são assinados como V. E. Schwab. Então para quem ainda não sabe é a mesma autora. Eu amei A Melodia Feroz e desde então eu quis ler todos os seus livros. Mas demorei para comprar esse porque o preço nunca baixava. Quando finalmente comprei esse e o segundo da trilogia, fiquei esperando a editora lançar o terceiro e ultimo livro para começar a ler. E apesar do livro ter sido lançado em 2017 lá fora, só agora a Record se decidiu a lançar ele por aqui, então finamente vamos a leitura.

Quando li as resenhas desse livro e vi que eram mundos paralelos achei que fosse ficar confusa na história, porque sempre fico perdida com esse tema. Mas comecei a ler e já no começo dá para entender as muitas Londres e se situar no mundo criado pela autora. Uma vantagem é que apesar de ser Londres paralelas, não são as mesmas pessoas que habitam nelas. Esse sempre é meu problema com o tema, mas aqui por não ter isso achei de boa. Eu comecei o livro de manhã e terminei ele de noite porque é simplesmente impossível largar enquanto a gente não vê o livro terminado. Depois que a gente começa a acompanhar os dois protagonistas, é como se a gente estivesse dentro da história com eles.

E mais uma vez a autora surpreendeu pela originalidade em vários pontos da história. Mas também encontrei algumas coisas que já vi em outros livros, como os irmãos vilões, que são os governantes da Londres Branca e que achei muito parecidos com os gêmeos Jane e Alec de Crepúsculo. E nem sei quais dois irmãos é o pior. Mas por isso e por outros pontos, acabei não favoritando o livro, mas dei nota máxima pela qualidade da história, mesmo achando que A melodia Feroz é um tantinho melhor. Mas já preciso ler o segundo. E olha que nem tem essa ânsia toda porque o final desse livro é fechado e se a autora quisesse poderia terminar por aqui. Não temos nenhuma revelação bombástica e nenhuma reviravolta de tirar o folego, mas sabe quando fica aquele gosto de quero mais no final da história mesmo assim?

O cenário criado pela autora é fantástico e seus personagens são melhores ainda. Nem sei dizer se gostei mais de Kell ou de Lila. Kell é um personagem que a gente quer abraçar e nunca mais largar. Espero ter mais informações sobre seu passado nos próximos livros. Já Lila é aquela personagem feminina que sempre esperamos encontrar em livros de fantasia. Ela é o oposto de Kell e até por isso as inteirações entre eles são maravilhosas. Mas não esperem nada romântico, e sim algo de parceria mesmo. Até achei que Lila ia ter alguma coisa com Rhy, irmã adotivo de Kell. E podemos esperar grandes feitos dela nos próximos livros porque a autora jogou umas informações sobre ela que acho que vai mudar o rumo da história no próximo livro.

E não posso deixar de falar sobre a magia presente na história. Uma coisa que amei foi que a autora deu todos os detalhes para que a gente consiga entender toda a situação, principalmente a politica. Tudo gira em torno da magia, inclusive a jornada dos protagonistas nesse primeiro livro com a pedra, que pode ser o começo de tudo para alguns ou o começo do fim para outros. Enfim, eu amei o livro e não fiquei perdida nem confusa como achei que ia ficar. O tanto de páginas passa voando de tanto que a história prende a gente. Por isso fica minha indicação para quem gosta de uma boa fantasia. Quanto a capa apesar de não achar das mais bonitas, achei que tem tudo a ver com a história.

Nota:













18 novembro 2020

Resenha | Uma Promessa e Nada Mais - Mary Balogh

Livro: Uma Promessa e Nada Mais
Série: Clube dos Sobreviventes #5
#1 - Uma Proposta e Nada mais
#4 - Uma Paixão e Nada Mais
Gênero: Romance de Época
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano: 2020

Ralph Stockwood, conde de Berwick, é um dos membros do Clube dos Sobreviventes. O grupo é formado por cinco ex-oficiais militares, por uma mulher, lady Barclay, que viu seu marido ser torturado e morrer na guerra e, por George Crabbe, duque de Stanbrook que perdeu o filho e a esposa para a guerra e é o dono da propriedade onde o clube se formou e foi quem cuidou de cada um deles como se fossem parte de sua família até vê-los recuperados. Mas a sombra da guerra acompanha cada um, seja de maneira física ou psicológica. Ralph tem as marcas no seu corpo, inclusive uma cicatriz que corta parte do seu rosto, mas o vazio que sente por dentro é o pior. 

Ralph não consegue deixar para trás a culpa de ter levado seus amigos com ele para a guerra e dos quatro amigos, somente ele voltou. Ele já tentou tirar a própria vida algumas vezes, mas foi salvo por George que sempre está ali presente quando ele mais precisa. E Ralph sabe que precisa seguir em frente e principalmente se casar e ter um filho, pois é o único herdeiro do ducado de Worthingham. E que somente isso bastaria para ele conseguir uma ótima noiva, mas ele não quer ser injusto impondo um casamento a uma garota sonhadora, que ele sabe que não será feliz ao seu lado, porque ele não terá nenhum tipo de sentimentos a oferecer. 

Mas quando sua avó diz que o atual duque está cada dia mais doente e é necessário que Ralph se case o mais rápido possível, ele decide cumprir com sua obrigação, mas é surpreendido com uma proposta inusitada. Chloe Muirhead é uma solteirona que no momento está servindo de acompanhante para a duquesa. Depois de uma série de escândalos que acabaram com suas chances de conseguir um bom casamento, ela ouve a conversa entre Ralph e sua avó, e se oferece para se casar com ele em um casamento de conveniência. E aparentemente é só isso mesmo que eles terão, porque Ralph se considera incapaz de amar e Chloe já sofreu uma decepção amorosa e não quer se envolver com ninguém, só lhe interessa ter alguém que lhe assegure seu futuro e lhe dê uma família.

"— Felicidade é apenas uma palavra — declarou ela. — É como o amor, de certo modo. Existem muitas definições, todas precisas, mas nenhuma delas suficientemente abrangente. Não me arrependo de ter me casado com você."

E chegamos ao quinto livro da série Clube dos Sobreviventes e já estou sentindo aquela sensação de perda, mesmo que ainda falte dois livros para a série terminar. É que fazia tempo que não lia uma série tão boa e que está disputando o primeiríssimo lugar de melhor série de época com Spindle Cove da Tessa Dare. E pela segunda vez temos um livro favoritado. E olha que até boa parte do livro eu estava achando que ele ia ser um dos mais fracos porque não estava entendendo o protagonista masculino e também como romântica que sou estava achando tudo muito frio e cru para me encantar com a história. Mas confesso me acabei em lágrimas no final e vi ali uma das cenas mais lindas que transbordou amor e fez meu coração derreter.

Se tem uma palavra para descrever esse livro é diferente. Diferente de tudo o que já li nos romances de época, principalmente o casamento por conveniência, clichê tão famoso do gênero. Já cansei de ler livros onde os protagonistas casam por comum acordo sem ter sentimentos envolvidos no meio, mas que para deleite dos românticos de plantão, eles se apaixonam logo em seguida. Mas aqui isso não aconteceu. Foi tudo tão frio, sem sentimentos mesmo, que até certo momento eu estava torcendo o nariz para a relação deles. Mas se parar para pensar, tudo isso que li nesse livro é que é o real, não o que eu estava lendo até o momento. Eles fizeram um acordo e estava cada um cumprindo sua parte.

E o mais interessante é ver as cenas de sexo sendo descritas. A garota é virgem, não tem preliminares, ele chega, ergue a camisola dela, faz o que tem que fazer e vira para o lado. E isso continua sucessivamente, o objetivo do sexo é gerar um herdeiro, não ter prazer. Era exatamente isso que acontecia. E se pararmos para pensar essa é a realidade de muitas mulheres hoje em dia, com exceção da parte da camisola. Mas até isso, porque já ouvi de pessoas que fazem sexo através de um buraco no lençol, mas vamos deixar isso para lá hehe. Mas mesmo sabendo ser esse o esperado, é impossível não ficar incomodada, mesmo que a protagonista não esteja, está indo tudo conforme o combinado.

E outra coisa que chama a atenção no livro é a doença de Ralph, a depressão causada pela síndrome do sobrevivente. Ralph não se conforma de estar vivo enquanto seus amigos que foram para a guerra convencidos por ele estão mortos. Naquela época não se dava nome aos bois, nem sabiam da existência dessas doenças, e se não sabiam denominá-las, o que dirá tratá-las. Ralph vive uma luta diária dentro dele. A culpa se mistura com uma sensação de raiva por estar vivo, por não ter coragem de falar com os familiares dos seus amigos e quando conhece Chloe, ainda se acrescenta a confusão de ter ao seu lado uma mulher eficiente que não depende dele para nada. a carga emocional do personagem é tão grande que por vezes eu via ele como um homem bem mais velho do que seus vinte e seis anos.

E Chloe, que mulher incrível. Ainda mais depois de uma protagonista "normal" como a Agnes de Uma Paixão e Nada Mais. Chloe é um personagem forte como poucas vezes vi no gênero. Quando se fala em personagem forte em um romance de época já se pensa em uma mulher a frente do seu tempo e Chloe é exatamente o contrário, ela é do seu tempo mesmo, mas isso não deixa ela menos marcante. Ela é segura de si, vai atrás do que quer e não fica se iludindo nem chorando sobre o leite derramado. Mas isso não faz dela uma mulher menos apaixonante. Aliás foi isso que entendi e que me fez mudar completamente de ideia sobre o livro. Apesar da aparente frieza, os sentimentos existem e como disse antes, foi uma das cenas mais lindas e românticas que já li. Mas enfim, vou parar por aqui que já escrevi demais. E termino indicando o livro é claro, para todos que gostam de um ótimo romance de época.

Nota:








15 novembro 2020

Resenha | Eu Vejo Kate - O Despertar De Um Assassino - Cláudia Lemes

Livro: Eu Vejo Kate - O Despertar De Um Assassino
Série: Eu Vejo Kate #1
Gênero: Suspense/Terror
Autora: Cláudia Lemes
Editora: Independente
Páginas: 336
Ano: 2019

Resenha:

"Eu vejo Kate. Ela não me vê."

Kate é uma escritora que está mergulhada nas pesquisas de seu novo projeto. Esse é seu terceiro livro, o primeiro não vendeu muito, mas foi bastante elogiado, já o segundo, fez bastante sucesso e esse é o seu primeiro de não ficção. Ela vai escrever uma biografia do serial Killer, Nathan Bardel. Ele é conhecido como "O Esfaqueador de Damas de Blessfield". Faz alguns meses que ele foi executado, depois de ter sido condenado pela morte de 12 mulheres. A intenção é publicar o livro no aniversário de um ano da morte dele. Kate acabou de sair de uma relação difícil, por isso está bem estressada e coloca toda a sua atenção nesse novo projeto, a ponto de decorar sua sala de estar com recortes das noticias dos crimes e as fotos da vitimas. Como eu sei de tudo isso? Nathan me contou.

Desde que Kate decidiu escrever sobre ele, uma ligação surgiu entre os dois. Apesar de estar morto, seu espírito, espectro, fantasma, escolha o que achar melhor, ainda está por aqui. E agora ele está vendo Kate e até transmitindo seus pensamentos à ela. Essa ligação está tão forte, que quando a editora que iria publicar o livro diz que ela pode esquecer esse projeto, que eles não vão publicá-lo, Kate não se conforma e continua escrevendo ele mesmo assim. Ela consegue uma entrevista com Ryan Owen, um ex-agente do FBI, que foi quem encontrou Nathan na época e que viu sua confissão. Ryan é um profiler especialista em montar o perfil das pessoas. Com apenas uma rápida olhada ele já consegue dizer muito sobre cada um. E Kate acaba se envolvendo com ele.

Para ir mais a fundo no projeto, ela vai até Blessfield, local onde ocorreu os crimes e que também é sua cidade natal e seus familiares ainda moram lá. Quando entra na casa onde Nathan viveu, ela chega a passar mal. Ela volta para seu apartamento e continua escrevendo o livro, mas parece que não é só a sua editora que quer que ela pare de escrever, a polícia também começa a fazer pressão para que o livro não saia. E ela recebe um pacote com uma ameaça dentro. Ela liga para Ryan e ele vem até o seu apartamento. E o que ninguém imaginava acontece, uma mulher é encontrada morta e a assinatura de Bardel está no corpo. Kate está no meio disso tudo, a polícia só não sabe ainda onde ela se encaixa, como vítima ou suspeita. E Ryan está de volta ao FBI como consultor para pegar o assassino.

"A mente do assassino está concentrada em Kate. Kate é a próxima, é tudo o que ele pensa.
E agora que eu sei quem ele é, eu sei que Kate não tem a menos chance.
Porque ela o conhece, e nem desconfia dele."

Esse mês o desafio #IDYMD é um livro nacional e como estou para reler esse livro da Cláudia Lemes faz tempo, encaixei ele na leitura. Minha primeira leitura do livro foi em 2015 quando recebi o livro em parceria com a Editora Empíreo e foi quando me surpreendi em encontrar um suspense policial de tão boa qualidade. Hoje com tantos nacionais fazendo sucesso na Amazon fica até esquisito falar isso, que me surpreendi com um livro nacional, mas antes dos ebooks da Amazon era bem dificil você ver resenhas e até mesmo ler livros nacionais contemporâneos. Essa minha segunda leitura foi feita em uma publicação independente da autora pelo Catarse, que tive o prazer de participar. 

E que bom que reli porque me surpreendi ainda mais em como a autora é boa. Acredito que com o passar do tempo nós vamos ficando com um olhar mais crítico e coisas que antes não incomodavam acabam irritando e coisas que antes deixávamos passar despercebidas, acabam se tornando detalhes que fazem toda a diferença e mostram a qualidade de uma história. Mas o bom mesmo é quando relemos e reafirmamos como o livro foi bem escrito. E foi isso que aconteceu com essa releitura, vi detalhes que não percebi na primeira leitura e criticas sociais que a autora colocou que se mostram ainda mais necessárias hoje do que quando o livro foi escrito.



Mas já vou avisando que esse livro não é para qualquer um não. Eu mesmo não lembrava de como ele tem cenas fortes e com uma realidade nua e crua. A autora descreve em detalhes cenas de estupro, violências e assassinatos. Por isso passe longe se você tem o estômago fraco ou se já passou por alguma situação parecida, o livro contêm gatilhos emocionais. Teve algumas cenas que me deu até ânsia de tão fortes. E o pior é saber que isso acontece o tempo todo na vida real e por vezes ainda pior. Que existem homens desse tipo que acreditam piamente que as mulheres gostam desse tipo de situação. E que infelizmente existem outros ainda piores que julgam esses criminosos e declaram que foi "estupro culposo" e ainda ridicularizam a vitima.

O livro é narrado por três pontos de vistas, sendo um deles o de um fantasma. E essa foi uma das coisas que me surpreendeu na história. Nathan é um serial killer, ele torturou, estuprou e matou tantas mulheres e é muito interessante acompanhar o ponto de vista dele durante a leitura. Também temos a narrativa pela visão de Ryan, que é onde a parte mais investigativa é contada. E claro temos a visão de Kate, uma mulher bissexual, que se auto sabota ao procurar relacionamentos abusivos, tanto amoroso como as amizades. Mas ao mesmo tempo ela é a vitima que não quer ficar naquele papel e luta fortemente para sair dele. Kate é uma personagem imperfeita, mas tão real que poderia ser qualquer uma das muitas mulheres que conhecemos.

E apesar do tom de suspense e até mesmo de horror que vemos no livro, ele é acima de tudo um livro feminista. A autora mostra com perfeição situações que vivemos e as vezes nem percebemos por já ser algo enraizado dentro de nós, que estamos sim sendo vitimas do machismo que rege nossa sociedade. Até quando as pessoas vão se achar no direito de culpar a vitima, de encontrar desculpas para a violência e abusos dos homens. Não importa se é marido, companheiro, namorado, amigo, parente, não é não. Roupa não é convite. E nesse ponto sou exatamente como a Kate. Sonho com o dia em que ser mulher não seja sinônimo de sofrimento. Mas enfim, gostei muito da primeira leitura e ainda mais dessa segunda vez. E na primeira vez que li não existia um segundo livro. Já agora estou louca pela continuação.

Nota:




13 novembro 2020

Top 5 | Quando gostei mais do filme do que do livro

Para todo leitor é impossível pensar que uma adaptação será fiel ao livro. Ainda mais daquele livro que amamos tanto. Sempre vai ter grandes diferenças entre um e outro, e as vezes só se pega os nomes dos personagens, outras vezes somente a ideia inicial. Mas será que existe algum filme que é melhor que o livro? Nesse top vou listar os filmes que gostei mais da adaptação do que do livro. 

Obs: Todos eles eu assisti o filme antes de ler o livro, talvez esse seja um dos motivos de eu ter gostado mais do filme.

5 - Maze Runner


Esse aqui o filme nem é assim tão melhor que o livro. Achei os dois bem fracos. Mas o filme tem o Dylan O'Brien e o livro dormi várias vezes enquanto lia de tão chato.

4 - E se fosse verdade


Esse é um do muitos filmes que assisti milhares de vezes na sessão da tarde e só depois descobri que tinha o livro. E achei muito chato. Quase não consegui cumprir o prazo da biblioteca de uma semana para ler. 

3 - O Diário da Princesa


Esse também faz parte dos filmes da sessão da tarde e o sonho de toda adolescente, descobrir que na verdade é uma princesa. E quando fui ler o livro achei muito, mas muito fraco. Sem falar que mudaram muita coisa na adaptação que deixaram a história melhor.

2 - Clube da luta


Esse aqui não sei se por já saber o "segredo" do filme eu não tenha ficado muito feliz com o livro. Mas essa não é só minha opinião, porque esse filme é constantemente citado quando falamos de adaptações melhores que os livros.

1 - Orgulho e Preconceito


E esse o livro até que é muito bom, com um final até mais explicativo do que o do filme que termina de repente. Mas depois de assistir tantas vezes esse filme e suspirar em todas, fica dificil gostar mais do livro.

E vocês, concordam comigo? Quais filmes acham que deveria ter entrado na lista?





11 novembro 2020

Resenha | O Feitiço dos Espinhos - Margaret Rogerson

Livro: O Feitiço dos Espinhos
Série: Não
Gênero: Fantasia
Autora: Margaret Rogerson
Editora: Literalize
Páginas: 524
Ano: 2020

Resenha:

Elisabeth Scrivener foi deixada ainda bebê na porta da Grande Biblioteca de Summershall, uma da seis Grandes Bibliotecas de Austermeer. Quando isso acontece as crianças são levadas para um orfanato, mas a Diretora viu alguma coisa em Elisabeth e ela foi criada dentro da biblioteca. A diversão de Elisabeth era explorar o lugar em que cresceu e ela conhece quase tudo por lá como a palma da mão dela. Só um lugar lhe é proibido, o cofre, onde ficam os grimórios de graus mais altos e são mais perigosos. Os grimórios são livros mágicos que guardam feitiços poderosos e que tem vida própria, e se transformam em monstros assustadores quando são provocados, os Malefict.

Quando completou treze anos Elisabeth se tornou uma aprendiz e seu sonho é ser uma Guardiã da Biblioteca e desde então nesses três anos ela tem se esforçado para isso. Mas uma tragédia coloca seu sonho em risco. Numa madrugada Elisabeth acorda de repente achando ter ouvido um barulho e ao levantar para investigar descobre que a biblioteca foi atacada e todas as pessoas estão em um sono encantado, e para sua tristeza a Diretora que a criou como uma filha, está morta. E como se não bastasse o grimório mais perigoso, o Livro dos Olhos, está solto e se tornou um Malefict e está prestes a atacar a cidade. Elisabeth não pensa duas vezes para enfrentar o monstro e acaba levando a melhor sobre ele, destruindo assim todo o conhecimento que ele continha.

Elisabeth foi corajosa ao enfrentar o Malefcit, sendo uma aprendiz ainda, mas não é nisso que o novo Diretor da biblioteca, Finch, acredita. Ele acusa Elisabeth de traição e assassinato e manda ela para ser julgada em Cátedra, o governo dos feiticeiros na capital. E quem vai fazer a escolta de Elisabeth é o feiticeiro Nathaniel Thorn e o misterioso criado dele, Silas. À principio Elizabeth tem medo de Nathaniel, porque ela foi criada para temer os feiticeiros, mas descobre que as coisas não são exatamente como lhe ensinaram. E ao chegar em Brassbridge, Elisabeth fica sabendo que a Grande Biblioteca não foi a única que teve um Malefict solto e pessoas assassinadas, e percebe que está envolvida em algo muito maior e perigoso, e não é somente sua vida que está em risco.

"Ele tinha cometido um erro. Tinha ido à biblioteca dela. À casa dela. Desta vez, ele não escaparia das consequências.”

Quem viu a postagem que mostrei sobre a chegada desse livro aqui em casa, viu que comprei ele na empolgação e me arrependi depois. O Feitiço dos Espinhos é o primeiro lançamento da Editora Literalize e custou os olhos da cara. Assim que saiu a pré-venda e todo mundo viu que o livro ia custar R$ 89,00 reais, a editora recebeu um monte de reclamações sobre o preço. E eles tentaram justificar explicando sobre os custos e todo processo envolvido na publicação, mas a mim particularmente não convenceu. O livro está muito bem feito sim, é capa dura, incrível por sinal, e tem vários detalhes lindos na diagramação. Mas ainda assim se comparamos o preço com outras editoras, ele está bem mais caro. Vamos ver se isso muda quando a editora se firmar no mercado.

Mas deixando de lado toda essa polemica envolvendo o preço, eu estava ansiosa pela leitura porque já tinha lido resenhas incríveis dele de blogueiras que leem em inglês e confesso, minhas expectativas estavam altíssimas. Ainda mais por saber que seria um livro único. Geralmente livros de fantasia são séries para dar tempo do autor construir todo um novo cenário e desenvolver a história e seus personagens. Por isso estava curiosa para saber como a autora tinha se saído em um livro único, e nem tão extenso assim. E já adianto que minhas expectativas foram alcançadas e superadas porque a história faz jus ao gênero, e me vi fisgada logo nas primeiras páginas.

E que escrita gostosa e que prende a gente. Eu peguei ele para ler e quando percebi já tinha lido mais de 130 páginas sem nem ver o tempo passar. Mesmo com cenas bem descritivas, a leitura não se tornou cansativa, nem lenta. As páginas viram sozinhas e quando a gente percebe já devorou o livro. Sem falar que é uma aventura atrás da outra vivida pela protagonista. E as cenas são tão desenhadas que facilmente a gente assiste elas e a impressão era de que eu estava assistindo um filme e não lendo um livro. Se você não lê o gênero por um ou outro motivo, mas tem vontade de ler, esse é o livro perfeito para você. Uma fantasia fácil e com uma protagonista que vai te encantar logo de cara.



A primeira coisa que me chamou na atenção na Elisabeth foi que ela tem dezesseis anos, e já pensei, mais uma protagonista adolescente para fazer o papel de girl power em livros de fantasia. E foi ai que me surpreendi porque a Elisabeth tem dezesseis anos e se comporta como se tivesse dezesseis anos com toda molecagem e inseguranças que são características na adolescência, mas sem a parte da chatice (me perdoem quem estiver nessa idade, mas é verdade esse bilhete) e do achar saber mais que todo mundo. Ela ainda tem a responsabilidade de salvar o mundo em suas costas, mas isso não impede ela de viver sua real idade. É claro que gosto daquela protagonista poderosa que começa o o livro como uma ninguém e no meio do caminho se descobre a mais forte da turma. Mas é sempre bom ler algo diferente.

Quando vi na sinopse que teríamos dois protagonistas masculinos, Nathaniel e Silas, já achei que fosse encontrar um triângulo amoroso, mas não passou nem perto disso. Nathaniel é aquele personagem que usa de ironia e cinismo em suas falas que a gente se apaixona logo de cara. E Silas, bom não posso falar muito dele para não soltar spoilers, mas dos três foi meu personagem favorito e com certeza o mais bem desenvolvido pela autora. A relação dele com Elisabeth é incrível, mas Silas e Nathaniel juntos são de dar aquele quentinho no coração. E o romance entre Elisabeth e Nathaniel também foi muito bem desenvolvido, não é o foco da história, mas existe e está li para fazer a gente ter um sorriso no rosto.

Agora sem dúvida nenhuma o mais interessante da história é o cenário. Qual amante de livros não se imagina vivendo em uma biblioteca? E ainda mais em uma biblioteca que está viva e cheia de magia? É simplesmente maravilhoso acompanhar a relação de Elisabeth com os livros e com a biblioteca em si. Quando li a resenha da Jéssica e ela falou que a sensação ao ler esse livro foi a mesma de quando ela leu Harry Potter eu já quis sentir isso também e, não foi que senti. E esse é mais um dos motivos para você ler esse livro. Quem é fã de livros com magia com certeza vai apreciar bastante o livro.

Agora como nenhum livro é perfeito, tenho que citar a tentativa mal feita da autora de usar de representatividade no livro. Temos um personagem Assexual e um bi, mas isso só é citado em uma frase, não faz diferença nenhuma na história. Desnecessário. Mas enfim, é uma história maravilhosa que teve um final perfeito e que se a autora quiser, existe espaço para uma continuação. Mas acredito que ele terminou muito bem da forma como foi. Espero poder ler outros livros dela, porque gostei bastante do que encontrei por aqui.

Nota:











08 novembro 2020

Resenha | Amigas Para Sempre - Kristin Hannah

Livro: Amigas Para Sempre
Série: Firefly Lane # 1
Gênero: Drama
Autora: Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
Páginas: 446
Ano: 2014

Resenha:

Tully Hart tinha dois anos quando sua mãe largou ela na casa de seus avós e só voltou dois anos depois para desaparecer novamente e, dessa vez ficar seis anos sem ver a filha. Durante esse tempo Tully tentou ser a melhor pessoa possível para que quando a mãe voltasse dissesse que a amava e nunca mais ficasse longe dela. Mas esse sonho acabou de repente quando Tully completou quatorze anos e entendeu que a mãe era uma drogada que só pensava em si mesma e que a relação entre elas nunca seria como ela sempre desejou. Mas se ela não tem uma mãe, ela teria quantos amigos pudesse e Tully se transformou na garota que todo mundo gosta e na oitava série ela era a garota mais popular do colégio. 

E foi isso que chamou a atenção de Kate Mularkey quando Tully se mudou para a casa em frente a sua. Kate é o tipo de garota amorosa e gentil que faz tudo que seus pais mandam, ela só não tem nenhum amigo. E num primeiro momento é isso que faz as duas se aproximarem e se tornarem melhores amigas, o desejo de ter o que a outra tem. Enquanto Kate tem a família perfeita que Tully sempre sonhou, Tully é a garota linda e descolada e rodeada de amigos que todos mundo aceita como é que Kate sempre quis ser. Mas a amizade que começou como um sentimento de inveja, acabou se tornando tão forte que sobreviveu por mais de três décadas. 

E quando Tully perde sua avó já com dezessete anos, Kate pede que seus pais fiquem responsáveis pela amiga. Então elas se formam juntas e vão para a mesma faculdade de jornalismo, mesmo esse sendo o sonho de Tully e não de Kate. Tully quer provar que pode ser a melhor jornalista e faz o que está ao seu alcance para conseguir seus objetivos, enquanto Kate parece se importar mais com os livros de romance. Tully quer ser famosa e Kate quer apenas se apaixonar. E é isso o que acontece quando Kate conhece o chefe de Tully, mesmo vendo que ele só tem olhos para sua amiga. E finalmente Kate cria coragem e vai atrás do que realmente quer e o caminho das amigas acaba tomando rumos diferentes. Mas a amizade entre elas continua mais forte do que nunca, até o momento em que uma traição pode acabar com tudo.

"— Nós vamos ser melhores amigas para sempre — disse Kate com sinceridade. — Combinado? 
— Você quer dizer que sempre estará ao meu lado?
— Sempre — respondeu Kate. — Não importa o que aconteça. Melhores amigas para sempre."

Faz algum tempo já que não estou muito no clima de ler livros de dramas, ainda mais um livro da Kristin Hannnah que sempre desidrata o leitor. Mas quando vi que o livro para o #DesafioMulheresDaLiteratura desse mês seria um livro onde a amizade é o foco, eu não consegui pensar em outra opção que não fosse Amigas Para Sempre, que já está há um bom tempo na minha estante. Inclusive eu ganhei Por Toda Eternidade, que é a continuação de Amigas Para Sempre, antes de comprar esse, e se não me engano Por Toda Eternidade foi lançado por aqui antes mesmo, já que foi lançado pela Novo Conceito e Amigas Para Sempre pela Arqueiro. 

E por já ter o segundo da duologia antes e já ter lido a sinopse dele, eu já sabia o que ia acontecer nesse. E mesmo assim não estava preparada quando aconteceu. É de arrancar lágrimas e ficar deprimida de como a vida pode ser injusta. No livro vamos acompanhar a vida das duas protagonista desde suas infâncias por mais de três décadas e por isso é impossível não se apegar a elas, mesmo odiando e querendo socar a cara de uma delas boa parte da história por ser uma pessoa horrível e dar uns chacoalhões na outra por ser tão passiva. E mesmo passando raiva a maior parte do livro e não me conformando com o final, não pude deixar de dar nota máxima para o livro porque mais uma vez a autora foi incrível no que se propôs a escrever.

E mais uma vez fui enganada por uma sinopse da Arqueiro. O que dá a entender é que elas serão ótimas amigas por toda uma vida e uma traição coloca a amizade em risco. Mas não é isso que acontece. Desde o começo a amizade delas já começa errado, com elas só se aproximando porque a outra tem o que elas mais querem. Mas da parte de Kate logo se transforma em uma amizade verdadeira, e só podia ser porque aguentar tudo o que essa mulher aguentou não é para qualquer um não. Mas a Tully, o personagem que me deu ranço. No começo até ficamos sensibilizados por ela ser abandonada pela mãe, mas depois foi só raiva com essa mulher.

Ela quer tudo o que é de Kate. Primeiro ela "rouba" a mãe dela ao escolher uma profissão que a mãe de Kate admira, e Kate até tenta acompanhar para ver se a mãe olha para ela da mesma maneira que olha para Tully. Depois entra o namorado/marido. Ela não quer o cara, mas fica com ele mesmo assim sabendo que a Kate é apaixonada por ele. E depois fica se insinuando para ele ao longo dos anos. E por fim temos a filha de Kate, que Tully insiste em ser a madrinha perfeita e desacatar tudo o que Kate diz para a filha se tornando aos olhos dela a super madrinha e Kate a vilã da história. Tudo o que dá errado na vida de Kate é culpa de Tully e ainda é Kate quem tem que ir atrás e se desculpar.

Nossa como passei nervoso nesse livro. Porque Tully pisa e sapateia em Kate e ela faz o que? Nada, sorri e diz que tudo bem. Uma é o cão e a outra não faz nada para se defender. Eu não consegui ver essa "amizade" delas com bons olhos não. A meu ver essa relação só fez mal a Kate. Tully abriu mão de ter uma família para focar em sua carreira, mas vivia querendo viver a vida de Kate, que por sua vez abriu mão da carreira para cuidar da família. E esse foi outro ponto que não gostei muito porque dá sim para ter as duas coisas, não precisa abrir mão de uma para ter sucesso na outra. Mas enfim, esse livro é indicado para quem gosta de um bom drama para passar raiva e chorar horrores no final. Quanto a continuação ainda não sei se lerei, porque é com a Tully e não aguento mais ver a cara dela tão cedo.

Nota:






07 novembro 2020

Lançamentos de novembro da Faro Editorial

Os lançamentos desse mês serão os últimos desse ano da Faro, já que em dezembro não tem lançamento. Mas eles estão tão incríveis que até compensa não ter lançamentos em dezembro.

Algumas vezes o que você precisa pode estar perto demais... Ainda amargando uma dor de cotovelo pelo término de um relacionamento, Daniel se divide entre o trabalho como publicitário e a amizade com Olívia, uma garota tão azarada quanto ele no amor. Toda semana, eles se encontram para um papo em um bar: Olívia conta os problemas que tem com seus namorados complicados e Daniel debocha divertidamente. No fundo, sabe que sente algo pela amiga desde o dia em que se conheceram, dois anos antes. Tudo corre às mil maravilhas até que o destino resolve pregar uma peça em Daniel: Ulisses, seu melhor amigo e colega de trabalho, para manter o emprego, faz com que Daniel seja demitido e, com isso, perca a chance que sempre sonhou ― um Leão de ouro em Cannes, o maior prêmio da publicidade. Do outro lado, Beatriz, mãe de Olívia, descobre que tem câncer, o que faz com que sua amiga fique mais distante. Traído no trabalho, Daniel se vê sem nada: sem o ombro da amiga, sem emprego e sem perspectiva ― até a chegada de Ananda, que parece surgir como uma luz no fim do túnel, e uma notícia que soa como reviravolta. Mas o que levou Daniel até esse ponto? Que escolhas e ideias ele se sustenta para enxergar sempre entre tudo ou nada? Uma história sobre eventos e escolhas e o que fazer de sua vida dali para frente. Tentar resgatar o passado ou deixa-lo lá, aproveitando apenas o aprendizado.


“Terrivelmente divertido! Uma série cheia emoções e risadas ainda maiores.” Jeff Kinney, autor do best-seller Diário de um banana É o primeiro inverno após o Apocalipse dos Monstros e, para Jack e seus amigos, isso significa catapultas de trenó, batalhas de bolas de neve e uma épica celebração de Natal. Até que surge uma vilã e tudo começa a dar errado. E não se trata de um monstro do espaço... Jack e seus amigos descobrem um plano sombrio que ameaça todo o planeta – e outras galáxias.

UMA HISTÓRIA SOBRE PRIMEIROS AMORES, PRIMEIROS AMIGOS E COMO ASSUMIR O CONTROLE DA VIDA AO FAZER NOSSAS PRÓPRIAS ESCOLHAS. Quando a sua última amiga virgem muda de “status”, Keely começa a pensar em fazer o mesmo. Ela não quer ser a única virgem que resta da turma, mas não pode ser com qualquer um. Tem de ser especial, com alguém de confiança. E rápido! O problema é que ela cresceu com todos os garotos de sua escola, e é muito difícil gostar de um cara quando você lembra dele comendo giz de cera (ou coisa pior) no jardim de infância. Então, a sorte acena para Keely ao encontrar Dean. Ele não apenas parece ter saído de um cartaz de filme, como tem uma moto, é sexy e demonstra estar muito interessado. Só que Dean é um pouco mais velho e já está na faculdade. E a insegurança de Keely a convence de que ter a primeira vez com Dean pode ser um desastre, fazendo com que ele nunca mais queira vê-la. É quando ela traça um plano e escolhe “mudar o status” com seu melhor amigo, Andrew. Com ele tudo seria seguro. Andrew nunca iria magoá-la e já teve muitas experiências para poder ensinar, antes que ela aceite dar o próximo passo com Dean. Mas o plano só funciona se Andrew e Keely continuarem amigos – e apenas amigos. É aí que as coisas começam a ficar complicadas.




 

04 novembro 2020

Resenha | Uma Paixão e Nada Mais - Mary Balogh

Livro: Uma Paixão e Nada Mais
Série: Clube dos Sobreviventes #4
#1 - Uma Proposta e Nada maisGênero: Romance de Época
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Ano: 2019

Resenha:

Agnes Keeping é uma viúva de vinte e seis anos que nunca soube o que é estar apaixonada por alguém. E para falar a verdade ela nem quer isso pois, gosta de ter suas emoções sob controle. Mas querer nem sempre é poder e Agnes é praticamente atropelada pela paixão avassaladora que lhe acomete ao conhecer Flavian Arnott, o visconde de Ponsonby em um baile na casa de sua vizinha e amiga Sophia, viscondessa de Darleigh. Mas dos males o menor, já que aconteceu, menos mal que foi por alguém que ela nunca mais verá nessa vida. Porém Agnes não poderia estar mais enganada já que Flavian é um dos membros do Clube dos Sobreviventes, do qual o visconde de Darleigh faz parte e o encontro anual dos amigos do clube, devido a gravidez de Sophia, nesse ano será na residência deles. 

Assim como seus amigos do clube, Flavian carrega as marcas da guerra. Depois que um tiro atravessou sua cabeça, e ele ainda bateu a mesma ao cair do cavalo, ela nunca mais foi a mesma. Suas memórias desaparecem nos momentos mais inoportunos, além da gagueira e das dores de cabeça que pioram quando ele está ansioso. Mas isso não é nada comparado ao que ele passou anos atrás, aos ataques de raiva constante que só melhoraram depois do tempo que ele passou na propriedade do duque de Stanbrook, na Cornualha. Mas essa melhora não foi o suficiente para sua noiva na época, Velma, que o trocou por seu melhor amigo. E o curioso é que Velma está de volta após cumprir o ano de luto pela morte do marido e a mãe dela e a de Flavian acreditam que eles possam continuar de onde pararam e reatar o noivado.

Mas Flavian sequer cogita essa possibilidade, e ele pretende fazer o que estiver a seu alcance para ficar o mais longe possível da mulher que o fez desacreditar do amor, até mesmo se casar com outra. E essa outra pode muito bem ser Agnes, que Flavian não lembra muito bem de ter conhecido, já que esqueceu de Agnes logo depois de dançar com ela naquele baile há cinco meses. O que ele lembra foi ter sentido alguma coisa muito especial naquela dança e que continua sentindo ao que parece, já que na primeira oportunidade ele rouba um beijo de Agnes. E quanto mais se aproxima de Agnes, mais Flavian fica encantado e atraído por ela. E quando a pressão da sua família para que ele volte para casa e para seu antigo noivado fica insuportável, Flavian faz o que acredita ser o certo e pede Agnes em casamento. 

"— Agnes — chamou ele. — Você estava à minha espera lá? Em Middlebury? Esteve sempre me esperando? E eu sempre estive esperando para conhecê-la?
Ela sorria, ele percebia sob a luz vacilante da vela.
— Durante toda a minha vida — disse ela. — E durante toda a sua."

E chegamos na metade dessa série que já considero uma das melhores do gênero que li ultimamente. Eu confesso que estava receosa de não gostar tanto assim desse quarto livro porque todas as resenhas que li da série citam esse, e o protagonista masculino em si, como o mais fraco da série. E concordo até certo ponto e realmente essa nota foi a menor até agora, mas ainda assim eu dei um muito bom, o que ainda deixa o livro um patamar acima de outros livros e alguns autores aclamados do gênero. E meu problema nem foi com o protagonista masculino, e sim com uma coisa que faltou no final do livro, que é uma questão puramente de gosto, que me fez não dar a nota máxima para o livro.

Se formos comparar os protagonistas masculinos até o momento, Flavian se equipara ao Vincent. Os dois sofreram ferimentos de guerra que os fizeram se deixar levar pelas circunstancias e não aceitarem as responsabilidades que suas posições exigem. E os dois são praticamente sufocados por suas famílias e preferem fugir do que enfrentar a realidade. Mas Vincent tem a "desculpa" da idade e da falta de maturidade, já Flavian não. E esse talvez foi o que fez muitas pessoas achar ele o protagonista mais fraco até então. Eu confesso que passei um certo nervoso com ele sim, queria que ele demonstrasse mais seus sentimentos e sua vontade, mas é preciso levar em conta o problema dele, tanto a falta de memória como a confusão mental e os ataques de raiva quando ele fica estressado.

Já Agnes também se comparada as protagonistas femininas dos outros livros, deixa um pouco a desejar. Ela não é aquela pessoa marcante, se formos descrevê-la, seria como uma pessoa comum, o que não é ruim. Mas é que nós leitoras do gênero estamos acostumadas a ter sempre protagonistas de época fortes e com uma característica ou outra que destaque sua personalidade. E Agnes não tem isso. Apesar que me surpreendi com uma atitude dela no final. E além dos protagonistas mais "mornos" do que dos outros livros da série, temos que levar em conta que ele vem logo depois de um livro arrebatador como foi a história de Benedict e Samantha e fica inevitável essa comparação e esse fica parecendo ser um livro fraco.

Agora meu problema mesmo com o livro e que me fez tirar um ponto da nota foi o final. Pode ser spoiler então se for ler o livro não leia as próximas frases. Não que ele não foi satisfatório em relação ao casal, mas como disse antes, para meu gosto pessoal, ele faltou um acontecimento para me deixar totalmente satisfeita com a história. Diferente dos outros livros da série até então, nesse temos uma vilã na história e eu como rancorosa e justiceira que sou, queria ver a justiça sendo feita e não aconteceu. Os dois souberam a verdade, mas o resto da família não. Na verdade eu queria ela exposta para toda a sociedade, mas já ficava satisfeita que pelo menos a família de Flavian soubesse a cobra que eles defendiam. Mas enfim, ainda assim é um bom livro e recomendo para quem leu a série. 

Nota:










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