Resenha | A Irmã da Pérola - Lucinda Riley

Livro: A Irmã da Pérola
Série: As Sete Irmãs #4
#1 - As Sete Irmãs
#2 - A Irmã da Tempestade
#3 - A irmã da Sombra
Gênero: Romance
Autora: Lucinda Riley
Editora: Arqueiro
Páginas: 528
Ano: 2017

Resenha:

A Irmã da Pérola é o quarto livro da Série As Sete Irmãs. Na história, seis garotas, cada uma de um lugar diferente do mundo, foram adotadas por Pa Salt, um milionário que acaba de falecer, e todas receberam nomes em homenagem a Constelação de Plêiade. Mas a sétima irmã nunca chegou. As garotas foram sendo adotadas com anos de diferença, somente Estrela e Ceci que foram adotadas bem próximas uma da outra, e isso criou uma relação unica entre eles. Uma completa a outra e por Ceci ter uma personalidade mais forte, Estrela acabou sendo a sombra da irmã por toda uma vida. Mas agora que Pa Salt faleceu, cada irmã recebeu uma carta e um objeto que remete as suas origens e uma esfera armilar onde estão as coordenadas de onde cada uma delas foi adotada. Se assim for o desejo das garotas, elas podem ir atrás da história de sua família.

Celeno D’Aplièse, mais conhecida como Ceci, decide que ela e Estrela não vão ir atrás dessas bobagens. Mas Estrela cansada de não ter voz e tudo ser decidido por sua irmã, larga tudo e vai atrás do seu passado. Mas se enganava quem achava que Estrela precisava de Ceci, na verdade era Ceci que dependia de Estrela e quando Estrela vai embora, Ceci se vê sozinha e sem rumo. Ceci então decide largar as aulas de arte, que não estavam rendendo o esperado e vai atrás de suas origens que segundo Pa Salt é a Austrália, munida de uma fotografia antiga de um homem com um adolescente em preto e branco e um nome: Kitty Mercer. Mas antes ela decide ir até um dos locais onde ela foi mais feliz, as praias de Krabi, na Tailândia. E pela primeira vez em vinte e sete anos, Ceci passa o Natal longe de Estrela.

Completamente sozinha, Ceci percebe que não é a unica solitária no local e assim ela acaba se aproximando de Ace, um homem misterioso que acaba hospedando Ceci pelo período que ela decide ficar na Tailândia antes de ir atrás do seu passado. Eles acabam se envolvendo e quando Ceci conta sobre sua vida, Ace compra um livro com a biografia de Kitty Mercer, que é conhecida como a pioneira das pérolas. Ceci fica apavorada mas acaba revelando que tem dislexia e Ace se oferece para ler o livro para ela. Assim eles mergulham na história de Katherine McBride que viveu na Escócia em 1.906. Kitty é filha de um reverendo e quando Kitty descobre um segredo dele, ela é enviada para a Austrália como dama de companhia da Sra. McCrombie. Chegando lá Kitty conhece os gêmeos Drummond e Andrew, diferentes como água e vinho na personalidade, que divide o coração de Kitty.

"Eu podia não pertencer mais a Estrela - tinha aprendido da maneira mais difícil que nunca se pode ter ninguém -, mas talvez pudesse pertencer a mim mesma e a uma cultura que me definia."

Esse é o quarto livro da série As Sete Irmãs, já estamos na metade da série. E cada livro foi uma viagem para um lugar diferente, tanto no presente como no passado. A Lucinda tem essa característica em seus livros, de alternar sempre uma história no presente que tem uma ligação com alguma história no passado. E nessa série não foi diferente. Cada livro conta a história de uma das irmãs D’Aplièse e enquanto acompanhamos suas buscas por seus antepassados no presente, vamos conhecer uma história incrível que pelo menos até o presente momento, acabei gostando mais das histórias do passado do que das atuais. Mas isso não quer dizer que não gostei do livro todo, pelo contrário, favoritei todos eles até agora.

No primeiro livro vamos acompanhar Maia em uma viagem pelo Brasil atualmente e na época em que o Cristo Redentor foi construído. No segundo livro vamos com Ally conhecer um pouco da Noruega de 1870. Com Estrela vamos parar na Inglaterra no século XIX e agora com Ceci vamos para a Austrália no início do século XX. E como já comentei em outras resenhas, nunca fui muito boa de história e não lembro de ter aprendido sobre os aborígenes australianos. E fiquei chocada como o povo era tratado pelos brancos. Eles eram menos respeitados que animais. De noite eram acorrentados com coleiras para que não fugissem e dormiam todos ao relento. E as mulheres que eram estupradas e ficavam grávidas de alguém que não do seu povo, quando a criança nascia elas eram arrancadas dos braços da mãe e afogadas.

Mas voltando a Ceci, quando conheci as irmãs lá no primeiro livro, ela foi a que menos gostei das seis. Não sei se pela personalidade dela, por sempre estar sempre passando a frente de sua irmã e tomando as decisões por ela, mas o certo é que achei que Ceci fosse uma pessoa arrogante. Mas agora lendo sua história, vi que ela não passava de uma pessoa muito insegura que usava a irmã como um escudo e que quando Estela encontrou seu caminho, Ceci se viu desprotegida e sem rumo na vida. Por isso mudei minha opinião e me vi torcendo para que Ceci se encontrasse e no final acabei gostando muito da história dela. Kitty também foi uma personagem incrível. Ela foi despachada para o outro lado do mundo pelo pai, se viu dividida entre a paixão e a segurança e num certo momento precisou tomar as rédeas da sua vida, em uma época que mulheres não tinham voz ativa.

E dos quatro livros lidos até agora, esse foi o que achei que as histórias mais se equilibraram. As histórias se alternam bem nas horas mais decisivas fazendo com que o leitor queira ler só mais um capítulo e por vezes me vi folheando as páginas a frente para saber o que acontecia no passado ou presente. Eu não ligo para spoilers vocês já sabem hehe. E o mistério em torno de Pa Salt só aumenta. Ainda acredito que ele está vivo e espero ansiosa pelo ultimo livro e pela aparição da sétima irmã que tenho certeza, até pelo nome da série, que vai se juntar as outras em algum momento nessa história. Bom, indico o livro e a série para quem gosta de um bom romance com personagens bem construídos e que além de tudo ainda vamos conhecer um pouco de algumas partes do mundo que nem pensamos em conhecer. Quanto a capa não é minha favorita das quatro, mas assim como nos outros livros, ilustra bem o conteúdo da história.

Nota: