Livro: Uma Tocha na Escuridão
Série: Uma Chama Entre as Cinzas #2
Gênero: Fantasia
Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus
Páginas: 434
Ano: 2020
Contêm spoilers do livro anterior.
Resenha:
Laia pertence ao povo Erudito, que há quinhentos anos teve seu território conquistado pelos Marciais e hoje eles vivem debaixo de seu jugo. Após ver seus avós serem mortos na sua frente e seu irmão Darin ser levado pelos Marciais, Laia só tem uma opção, pedir ajuda a Resistencia, da qual seus pais já foram os lideres. E eles concordam em ajudar Laia desde que ela se infiltre na Academia Militar Blackcliff como escrava da Comandante. Mesmo com todos os riscos Laia aceita, mas chega lá em um péssimo momento, pois está acontecendo as Eliminatórias, um torneio onde os quatro melhores soldados competem para ser o novo Imperador. Entre eles Elias, filho da Comandante.
Mas Laia encontra em Elias um aliado, que assim como ela quer a liberdade acima de tudo e após uma sanguinária disputa, que leva Helene, melhor amiga de Elias a se tornar a Águia de Sangue do Império e Marcus, seu maior inimigo, Imperador, Elias precisa fugir para não ser morto e aceita a ajuda de Laia em troca de seguir com ela até Kauf, a prisão mais segura e perigosa do Império, onde Darin está preso. Mas o caminho até lá não vai ser nada fácil. Além dos soldados em seu encalço, soldados esses que até horas atrás eram amigos de Elias, ainda existem várias criaturas, que até então eles acreditavam serem apenas lendas, a espreita e elas parecem estar especificamente atrás deles.
E a fuga vira um verdadeiro caos quando os rebeldes aproveitam o momento para atacar. Em meio a tudo isso Elias ainda tem que enfrentar alguém que o odeia acima de tudo, sua própria mãe. Enquanto isso Helene está sendo interrogada e torturada pela Guarda Negra depois de deixar Elias escapar, tendo que provar aquilo que sempre foi seu lema na vida: sua lealdade. Mas a quem ser leal, a seu novo Imperador ou ao seu coração que sempre pertenceu a Elias? Como ela vai obedecer a ordem de caçar, torturar e matar seu melhor amigo? E tanto Helene como Elias descobrem que existem outras forças por trás dos panos, se movendo furtivamente e manipulando as pessoas ao seu interesse. Mas com que objetivo?
Uma chama entre as cinzas não foi bem o que eu esperava pelo tanto de elogios que vi ao livro. Então se já não tinha muitas expectativas para a série, elas eram nulas nesse segundo livro. Que vai começar exatamente onde o primeiro livro terminou. E felizmente os pontos que levantei como negativo no primeiro livro, a autora conseguiu acertar quase todos nesse, um deles, o romance, ela ainda continua pecando. Por isso a minha nota foi um muito bom e agora com expectativas elevadas para o terceiro livro. Ainda mais que esse segundo termina de um jeito de tirar o fôlego e com muitas perguntas em aberto, e é nessas horas que agradeço por ter esperado lançar todos para começar a ler a história.
Diferente do que li em algumas resenhas, esse segundo livro traz um ritmo frenético quase em todas suas mais de quatrocentos páginas. Temos um momento ou outro em que os personagens, e o leitor que se aventura junto, consegue respirar, mas de resto é uma aventura atrás da outra, descobertas importantes e novos personagens muito relevantes sendo inseridos. Os momentos de menos tensão são aqueles onde a autora continua pecando, insistindo em romances descabidos que não colam nem para uma criança de cinco anos. Não existe amor entre nenhum dos casais que ela criou. Desejo e atração sim, raros na verdade, mas amor passou foi longe.
Mas em compensação temos um aprofundamento maior no mundo criado pela autora e na mitologia presente na história. Os novos personagens djinns são muito interessantes e espero que isso melhore ainda mais nos próximos livros. Outro personagem que gostei muito foi um membro da Guarda Negra que vai ser a sombra de Helene no livro. No final temos uma revelação surpreendente a respeito dele. Quanto a Helene ainda não consegui ver a personagem de tantos elogios que li nas resenhas, mas gostei de ter a visão dela nesse segundo livro. Até porque se não tivesse seu POV não saberíamos o que está acontecendo no império após a fuga de Laia e Elias.
E quanto aos dois protagonistas, que eu não tinha gostado nenhum pouco no livro anterior, nesse mudei minha opinião. Elias principalmente conseguiu me conquistar. Ele deixou de ser o cara indeciso para ser o cara da ação. Ele ainda tem um coração de ouro, mas faz o que precisa quando necessário. E fiquei muito triste com o que aconteceu com ele no final, aguardemos os próximos capítulos. Já Laia, uma coisa que gosto nela é que ela é feita de acertos, mas de muitos erros também. Tirando a parte do romance furado, Laia amadureceu muito nesse segundo livro. De uma garota covarde ela se transformou em alguém digna de ser admirada e também espero que ela brilhe ainda mais no decorrer da história. E poderia ficar aqui comentando ponto por ponto, mas a resenha vai ficar enorme e vou parar por aqui. Só antes vou elogiar as novas capas da editora que estão espetacular.
Nota: