27 agosto 2022

E isso é um adeus...

Serie - Anne With an E


Silvana


Esse é um post que eu não queria estar escrevendo, mas infelizmente tudo nessa vida tem um início e um fim e depois de dez anos e quatro meses, hoje o Prefácio está tendo seu ponto final. 

Bateu o cansaço físico e mental e aliado a falta de interação no blog, que deu uma boa desanimada, percebi que era hora de dizer adeus. 

Foram ótimos anos indicando leituras por aqui. Aprendi muito com o blog, conheci pessoas maravilhosas e se pelo menos uma pessoa leu um livro por indicação aqui do blog, já considero que cumpri meu papel. 

Em primeiro lugar quero agradecer a Olivia, minha parceira de blog. Quantas vezes recorri a ela quando não sabia fazer alguma coisa aqui. Muito obrigada pelo apoio e por todas as vezes que deixou de fazer alguma coisa para me ajudar. 

Quero agradecer imensamente a Faro Editorial na pessoa da Andrea pelos anos de parceria. Foi um prazer trabalhar com vocês. 

As pessoas que fizeram meus dias mais felizes ao abrir o blog e ver os comentários nas postagens. Entre elas algumas marcaram mais e por isso não posso deixar de citar seus nomes aqui. A Nana do Canto Cultzíneo, a Cida do Moonlight Books, a Denise do Momento Crivelli, a Leyanne do Imersão Literária, a Priih do Infinitas Vidas, a Mika do Mikaleitora, a Michele do Na nossa Estante, as meninas do Queria Estar Lendo, em especial a Denise, a Luiza do Balaio de Babados, a Tay do Dearly Tay, o Luciano do Pensamento Solto, a Emi do Duquesa Azarada, e em especial essas duas mulheres que nem conheço pessoalmente, mas moram no meu coração, a Hanna do Mundinho da Hanna e a Ale do Estante da Ale.

O blog não vai mais ser atualizado, mas ele vai continuar no ar e vou continuar fazendo meus comentários sobre os livros que eu ler lá na página do Instagram que vai mudar de nome e vai ser algo mais pessoal. 

E também não vou deixar de ser uma leitora, então vou continuar indo nos blogs de vocês conferir as postagens e pegar dicas de leitura. 

Enfim, meu muito obrigada a todos por todo esse tempo, o blog foi uma parte da minha vida por muito tempo e vou guardar grandes ensinamentos e momentos muitos felizes que ele me trouxe. Um beijão a todos e paro por aqui porque preciso tirar um cisco que caiu aqui no meu olho.


Olívia 

 Uau 10 anos! Me lembro como hoje o dia em que cogitamos ter um blog. Eu e a Silvana sempre estávamos conversando sobre algum livro ou filme, e a conversa rendia horas. Tanto que outras pessoas gostavam de nos ouvir hehehhe.

E então o blog nasceu! E pensamos em tantas coisas... Houveram mudanças e a Sil caprichou nas resenhas. Conseguimos parcerias e seguidores sempre presente.

Eu apareci poucas vezes. Não deixei de gostar de ler. minha biblioteca está cheia de livros lidos e não lidos. É só que o tempo ficou mais curto. Faculdade, trabalho, casa... e ultimamente até os filmes e series tenho visto menos.

Sempre foi  um prazer escrever pra vocês e ler os comentários que vocês deixavam. Porém, agora chegou o momento da despedida. 
O publico mudou, a forma de consumir informação também. E nós paramos por aqui. Com alegria em saber que alcançamos varias pessoas. E que tivemos parcerias incríveis.
Desejo muito sucesso para todos que seguem compartilhando suas leituras.

Por fim, 
O Prefacio chegou aos 10 anos sendo referencia para muitos. Alcançando vários números, conquistando parcerias e sempre atualizado. E a pessoa responsável por esse sucesso é a Silvana. Que tem uma leitura dinâmica, fez tudo com muito amor e carinho. É ela quem é a grande blogueira aqui. Eu fui somente uma pequena coadjuvante. Para ela deixo aqui minha total admiração. 

Em meu perfil no Instagram. Estarei compartilhando os filmes e series que assisti. Quem quiser, é só seguir. Agradeço o carinho e por termos caminhados juntos até aqui.

Beijos e um forte abraço em cada um. 
E, se cuidem!





24 agosto 2022

Resenha | Três ratos cegos e outros contos - Agatha Christie

Livro
: Três ratos cegos e outros contos
Série: Não 
Gênero: Romance policial
Autora: Agatha Christie
Editora: HarperCollins Brasil
Páginas: 256
Ano: 2022

Resenha:
Eu não sou muito fã de livros de contos, mas não quando se trata de um livro da Agatha hehe. Esse aqui é o primeiro livro de contos da nova coleção da rainha do crime que está sendo publicado pela HarperCollins, aquela que forma um lindo arco-íris na estante, e como fã da autora é claro que estou adquirindo os meus exemplares, mesmo já tendo lido todos os livros. E nada como ler um livro na zona de conforto entre um gênero e outro, e como os livros da Agatha são a minha zona de conforto, sempre insiro um livro dela entre minhas leituras mais desgastantes. O escolhido da vez é esse livro que traz em suas histórias seus detetives mais famosos, Hercule Poirot, Miss Jane Marple e Mr. Harley Quin.

São nove contos no total e o conto que dá título ao livro Três ratos cegos deu origem a peça A Ratoeira que detêm o recorde da peça a mais tempo em cartaz da história, sua estreia foi em 1.952. No conto vamos conhecer um casal recém-casados que decidem abrir uma pousada. Mas a sorte não ajuda porque na inauguração eles ficam isolados na neve com um hospede assassinado e a certeza de quem um deles é o assassino. Esse conto é mistura de dois livros que mais amo da Agatha, Assassinato no Expresso do Oriente com E não sobrou nenhum. Mas o final não tem nada a ver com nenhum deles e mais uma vez fui surpreendida pela autora, pois nem passei perto de descobrir o assassino. 

Os contos seguintes todos já foram publicados em outros livros de contos da Agatha, então quem procura algo inédito não vai encontrar aqui. Mas como disse antes, eu comprei pela coleção porque já li tudo dela publicado. Mas como faz anos, pouco me lembro das histórias e assim é como se fossem lidos pela primeira vez. Ainda mais depois que peguei Covid e minha memória ficou uma m*rda. Os contos Estranha graça, O assassinato da fita métrica, O caso da empregada perfeita e O caso da zeladora foram protagonizados por Miss Marple e mesmo em histórias curtas podemos ver a genialidade dessa senhorinha que resolve os mistérios apenas com sua experiência de vida, ou melhor dizendo, com as fofocas presenciadas em seu vilarejo. Dos quatro, meu favorito foi O caso da empregada perfeita.

Já nos contos O apartamento do terceiro andar, A aventura de Johnnie Waverly e Vinte e quatro metros temos meu crush eterno Hercule Poirot dando o ar da graça e esperteza como só ele é capaz. E acho que meu amor todo por ele me faz gravar melhor as histórias porque lembrei do enredo das três. Do segundo até lembrei quem era o culpado, o motivo e a forma como o "crime" foi cometido. Dos três O apartamento do terceiro andar foi meu favorito porque é um caso que fiquei besta e nunca que ia imaginar aquela solução para o caso. E por fim o ultimo conto Os detetives do amor é protagonizado por pelo misterioso Sr. Quin, que não é um dos personagens mais queridos dos fãs da autora, o que não é o meu caso, porque adoro o ar de mistério que a autora deu ao personagem e a forma como se desenrola seus casos.

Tirando o primeiro conto, que quase chega em suas noventa páginas, os outros giram em torno de vinte páginas cada. Por isso não tem muito o que enrolar e ainda assim a autora mostra o porque do título de Rainha do Crime ao deixar o leitor sem palavras com os mistérios apresentados. Seja com poucas ou muitas palavras a Agatha sempre consegue prender o leitor, fazer ele seguir pelo caminho que ela quer e depois mostrar o que foi que deixamos passar, já que a solução para o mistério estava ali na nossa cara o tempo todo. Eu só não dei nota máxima para o livro por conta de um dos contos ter uma história muito parecida com a de um outro livro da autora que li bem recente. Mas não deixo de indicar a obra, tanto para quem quer conhecer a escrita da Agatha, como para quem já conhece e gosta dos livros dela. Quanto a cor escolhida pela editora, não é das minhas favoritas, fica bem apagadinho perto dos outros da coleção. 

Nota: 






20 agosto 2022

Resenha | Arsène Lupin e Agulha Oca - Maurice Leblanc

Livro: 
Arsène Lupin e a Agulha Oca
Série: Não
Gênero: Romance Policial
Autor: Maurice Leblanc
Editora: Editora Principis
Páginas: 224
Ano: 2021

Resenha:
Depois de ficar órfã, Raymonde de Saint-Véran passou a residir no Castelo de Ambrumésy com seu tio o Conde de Gesvres e sua prima Suzanne. E apesar de terem personalidades completamente opostas, as duas se dão muito bem. Enquanto Suzanne é uma pessoa frágil por assim dizer, Raymonde é esperta, ágil e não se intimida por pouca coisa. Por isso ela nem hesita quando ouve os barulhos no salão durante a noite e corre até lá para ver o que está acontecendo. Suzanne mesmo tremendo de medo acompanha a prima, pois teme pela vida do seu pai. E elas realmente o encontram desacordado, mas em pior situação se encontra Jean Daval, o secretário do Conde que jaz morto com uma facada.

Mas antes de encontrar os dois elas ainda conseguem ver dois homens fugindo carregando objetos pesados, e um deles ainda se encontra dentro do salão. Raymonde consegue pegar uma arma e acerta o bandido que mesmo ferido consegue se arrastar pelo jardim. Nesse momento os criados chegam alertados pelo barulho e dois deles e Raymonde cercam o bandido que consegue desaparecer debaixo de seus olhos. A polícia é chamada e junto com eles vem dois jornalistas. E por mais que eles vasculham o local, a única pista que encontram é um chapéu de cocheiro, que não dá em nada. E o mistério só aumenta porque apesar das garotas terem visto os bandidos carregando objetos, não está faltando nada. 

O que ninguém esperava era que um dos jornalistas na verdade não era um repórter e sim Isidore Beautrelet, um estudante de retórica que logo faz várias deduções certeiras sobre o crime, inclusive sobre o autor que ele afirma ser Arsène Lupin. E a luz dessas novas informações a prisão de Lupin já é dada como certa. Mas um novo acontecimento muda tudo, Raymonde é levada e há sinais de que ela pode estar morta em retaliação por supostamente a pessoa que ela atingiu ser Lupin, que também estaria morto. Os próximos a sofrerem atentados são Ganimard e Herlock Sholmes, dois inimigos declarados e Beautrelet, um possível adversário à altura de Lupin. E esses atentados acontecem logo após Beautrelet decifrar um papel interceptado que fala sobre uma agulha oca, que eles descobrem ser um enigma que remonta dos tempos antigos. 


Esse é o terceiro livro publicado com o personagem Lupin. E é o primeiro onde temos uma história só, os dois anteriores eram de contos. E acho que me acostumei coma dinâmica de ler histórias curtas e rápidas com os casos sendo solucionados sem precisar de muita enrolação, porque esse foi o que menos gostei dos três lidos até agora. Mas ainda assim dei um muito bom porque a genialidade dos personagens fala mais alto. Personagens, porque dessa vez temos um adversário à altura de Lupin. Não que Ganimard e Herlock Sholmes não sejam interessantes, mas Beautrelet proporciona momentos memoráveis ao se apresentar tão inteligente quanto Lupin e foi muito bom acompanhar os passos de cada um deles em busca de desvendar o mistério que dá título ao livro.

Apesar da pouca idade, Beautrelet possui qualidades que os outros dois detetives citados não tem. Ele tem paciência, só faz os movimentos depois de estudar bastante, enxerga um passo a frente e principalmente, ele não subestima Lupin. Pelo contrário, ele admira, e por vezes fica fascinado pelos movimentos de seu oponente. E a recíproca é verdadeira. Então já podem imaginar como é gostoso acompanhar esse jogo entre os dois, principalmente quando eles se encontram frente a frente. Você sabe que o livro é do Lupin, mas não sabe realmente como aquilo vai terminar, se Lupin será finalmente superado ou se mais uma vez ele tem tudo planejado e vai se safar novamente.

Por já ser o terceiro livro que leio com o personagem era de se esperar que já conhecesse um pouco o Lupin, mas estou longe de saber alguma coisa sobre ele. Quando menos espero lá vem ele disfarçado na pele de quem menos se espera e agindo de uma forma que eu não podia nem imaginar. E dessa vez ainda temos um romance no meio da história, sim Lupin se apaixona e acaba refazendo seus planos para viver esse amor. E confesso, torci para tudo dar certo no final. E também que fui surpreendida, não esperava de maneira nenhuma que o livro terminasse daquela forma. Quanto a edição, como já falei nas resenhas dos livros anteriores, é da Principis, os livros são de um material mais barato, não se compara aos da Zahar por exemplo, mas pelo preço acho super válido. E gosto bastante dessas capas com cores fortes. Recomendo para os fãs de livros com excelentes detetives.

Nota:






18 agosto 2022

Resenha | Trilogia erótica - Anne Rice

Livros
: Os Desejos da Bela Adormecida, A Punição da Bela e A Libertação da Bela
Série: Trilogia Erótica
Gênero: Erótico
Autora: Anne Rice
Editora: Rocco
Páginas: 352, 352 e 352
Ano: 2012

Resenha: 
Eu peguei essa trilogia emprestado de uma amiga. Ela meio que me intimou a ler e resenhar na verdade. Eu li alguns livros da Anne Rice, que nos deixou no final do ano passado, na minha adolescência. Já comentei aqui algumas vezes que eu e meu sobrinho liamos os livros juntos. Eu era fã de Agatha Christie e derivados do gênero, ele de Stephen King, Anne Rice, essa turma do medo. Como naquela época só líamos o que tinha nas bibliotecas, olha ai a turma que diz que precisa ler PDF porque não tem dinheiro para comprar livros, eu pegava um livro e ele outro, cada um o que gostava, e para render a caminhada, sim íamos a pé pegar os livros emprestados, depois a gente trocava os livros. Foi assim que acabei lendo os livros de vampiros da autora.

Mas não tinha nem ideia do que esperar dessa trilogia erótica, releitura de um conto de fadas. Por já estar acostumada a ler livros eróticos com BDSM achei que não ia me chocar tanto, mas aconteceu. Primeiro que a pratica antes de tudo tem que ser consensual, o que não é o caso aqui no livro. E segundo que mesmo com todas os fetiches, dores e tudo mais que envolve a pratica, o prazer é das duas partes, o que também não acontece aqui, que só aos senhores é permitido ter prazer. É uma leitura difícil, forte e que mexe com a gente, por isso entendo a revolta dos fãs da autora. E ela já sabia que isso ia acontecer já que escreveu sob o pseudônimo de A. N. Roquelaure. 

O primeiro livro começa com o Príncipe chegando ao castelo e quebrando a maldição da Bela, não com um beijo como nos clássicos de fadas da Disney, mas mais próximo do original quando Bela acorda quando é violada com um estupro. E essa é a parte mais "bonita" da história porque daí em diante é só ladeira abaixo. Bela é levada para o reino do Príncipe para ser uma escrava sexual e já no caminho ela percebe que só acordou de um pesadelo para entrar em outro bem pior com torturas psicológicas e físicas, castigos por qualquer vontade do Príncipe, estupros, abusos, espancamentos e humilhações. E não existe palavra de segurança, se ela demonstrar o mínimo que seja que não está gostando, é castigada.

No segundo Bela acaba se rebelando por um motivo que até agora não entendi qual foi. Ela olha para um dos príncipes que vai ser levado para uma vila para um punição mais séria e acaba dando um jeito de ir junto. Lá a coisa ainda desce um nível e além de tudo isso que já citei, eles vão servir como escravos trabalhando no que quer que seus donos queiram. E detalhe que esqueci de mencionar, eles precisam andar nus o tempo todo e pela maior parte do tempo de quatro como animais. Até arreios e ferraduras eles tem que usar. E nesse segundo livro a autora conseguiu me chocar porque tem uma cena onde temos Zooerastia. 

No terceiro Bela é sequestrada junto a outros príncipes e princesas e levada para outro reino onde as coisas são bem diferentes. Ainda existem os castigos, as degradações, eles são tratados literalmente como animais, os homens servem como cavalo, e são proibidos de falar e devem se portar como se fossem irracionais, mas a parte sexual achei mais intensa. Bela e os outros escravos já estão tão quebrados que um mínimo gesto de carinho já desperta uma onda de amor e gratidão por seus senhores. E no fim a gente já está um pouco como os personagens, achando tudo aquilo normal. Mas é tudo tão absurdo que nem sei o que deu na cabeça da autora para escrever esses livros.

Porque eu fiquei o tempo todo, não, ela tem algum propósito ao escrever isso, ela vai chegar em algum lugar, vai ter alguma lição disso tudo, mas terminei a trilogia e não consegui ver o objetivo da autora. Eu li algumas resenhas e algumas pessoas acham que ela escreveu como uma forma de protesto, já que os livros foram escritos quase quarenta anos atrás onde algumas feministas considerava que a pornografia violava o direito das mulheres, outros já acham que foi uma critica ao felizes para sempre dos contos de fadas. O certo é que eu terminei e fiquei sem entender. E ainda depois vi que na verdade não é somente uma trilogia, tem mais um livro que se passa vinte anos depois do final do terceiro livro.

Achei a leitura bem cansativa, apesar de ter lido os três livros em menos de uma semana. As cenas são bem descritivas e repetitivas, acho que para enfiar goela abaixo do leitor mesmo. Porque como disse, depois que terminei, nem estava mais incomodada com o que estava lendo apesar do absurdo todo das cenas. E tem um ponto que preciso frisar, li algumas resenhas falando que eles estavam gostando porque sentiam prazer com aquilo, mas infelizmente não temos controle sobre nosso corpo. A dor, o medo, leva a pessoa a ter reações fisiológicas como fazer xixi, tremedeiras, espasmos e com a parte sexual não é diferente, tanto que tem vitimas de estupro que se culpam por chegar ao orgasmo. 

E uma coisa que não me conformo de tudo isso é que a Bela só tem quinze anos e seus próprios pais entregam ela nas mãos do Príncipe sabendo tudo o que ela ia passar porque eles mesmos já tinham passado por aquilo. A justificativa é que eles se tornariam reis e rainhas melhores, mas eu não vejo como aquilo tudo tornaria a pessoa melhor. Mas enfim, é uma leitura que não recomendo, a não ser que queira ler por conta do sexo mesmo. Quanto a edição, a capa é totalmente relevante para o conteúdo, e só não gostei que as folhas são brancas.

Nota:






16 agosto 2022

Falando sobre | E o leitor não quer ler...

Esse é um assunto que tenho pensando muito ultimamente. Duas coisas me fizeram ver que infelizmente nem as pessoas que se dizem leitoras querem ler mais. E não estou falando aqui das pessoas que diminuíram suas leituras por falta de tempo ou qualquer que seja o motivo. Estou me referindo as pessoas que buscam uma certa "facilidade" deixando de lado o que dizem amar: o prazer de ler.

Uma dessas coisas se encontra aqui mesmo no blog. Tenho notado que as postagem onde tem uma resenha literária são as menos acessadas e comentadas. Vejo direto as pessoas "pulando" as resenhas e comentando em outras postagens que são mais rápidas e fáceis de ler. E tenho reparado nisso em vários blogs que acompanho. O que isso me diz?

Outra coisa é o crescimento de redes sociais onde temos apenas uma foto com uma sinopse pequena e um gostei do livro ou um vídeo de poucos segundos em vez de uma postagem enorme como as dos blogs. A coisa que já era rápida e curta no Instagram, ficou ainda mais rápida com o TikTok. E tenho visto muitos livros virarem sucesso ou escória por lá.

Mas eu me pergunto como posso avaliar e recomendar, ou não, um livro em segundos? Não sei vocês mas eu vivo de salário e infelizmente livros custam caro para os padrões brasileiros. Por isso como vou me dar ao luxo de comprar um livro baseado em quinze segundos em um vídeo?

E nada contra quem trabalha com essas redes sociais, estou falando da minha pessoa, pois quando vou comprar um livro eu leio resenhas nos blogs, no Skoob, no Goodreads e ainda assim penso muito antes de finalizar o pedido. 

E agora volto a pergunta. Porque essa pressa, porque é melhor eu somente ver uma imagem ou um vídeo e clicar em um coraçãozinho do que dar um apoio ao colega que se esforçou para escrever uma resenha. Porque quem escreve resenhas em blogs sabe o quanto isso dá trabalho e toma tempo. 

Onde está o prazer de ler? Eu sou de uma época que livros eram coisas raras e preciosas. Não tinha essa facilidade de hoje em dia. Ou você comprava, o que também não era nada fácil porque as vezes tinha que encomendar e esperar até meses para os livros chegar na livraria, ou você ia em uma biblioteca praticamente desatualizada e torcia para alguma boa alma doar livros mais novos, se quisesse ler. Então já viu, ia de bula de remédio mesmo, propagandas de mercado... Podem rir, mas quem gosta de ler, lê qualquer coisa.

Enfim, desculpem o desabafo, mas é algo que vem me incomodando e precisava colocar para fora. E você o que pensa sobre esse assunto. Já deu aquela desanimada de continuar escrevendo resenhas em um blog quando o que as pessoas querem mesmo ver é fotos bonitas e vídeos superficiais engraçados?



 

14 agosto 2022

Resenha | Uma Tocha na Escuridão - Sabaa Tahir

Livro
: Uma Tocha na Escuridão
Série: Uma Chama Entre as Cinzas #2
Gênero: Fantasia
Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus
Páginas: 434
Ano: 2020

Contêm spoilers do livro anterior.

Resenha:
Laia pertence ao povo Erudito, que há quinhentos anos teve seu território conquistado pelos Marciais e hoje eles vivem debaixo de seu jugo. Após ver seus avós serem mortos na sua frente e seu irmão Darin ser levado pelos Marciais, Laia só tem uma opção, pedir ajuda a Resistencia, da qual seus pais já foram os lideres. E eles concordam em ajudar Laia desde que ela se infiltre na Academia Militar Blackcliff como escrava da Comandante. Mesmo com todos os riscos Laia aceita, mas chega lá em um péssimo momento, pois está acontecendo as Eliminatórias, um torneio onde os quatro melhores soldados competem para ser o novo Imperador. Entre eles Elias, filho da Comandante.

Mas Laia encontra em Elias um aliado, que assim como ela quer a liberdade acima de tudo e após uma sanguinária disputa, que leva Helene, melhor amiga de Elias a se tornar a Águia de Sangue do Império e Marcus, seu maior inimigo, Imperador, Elias precisa fugir para não ser morto e aceita a ajuda de Laia em troca de seguir com ela até Kauf, a prisão mais segura e perigosa do Império, onde Darin está preso. Mas o caminho até lá não vai ser nada fácil. Além dos soldados em seu encalço, soldados esses que até horas atrás eram amigos de Elias, ainda existem várias criaturas, que até então eles acreditavam serem apenas lendas, a espreita e elas parecem estar especificamente atrás deles.

E a fuga vira um verdadeiro caos quando os rebeldes aproveitam o momento para atacar. Em meio a tudo isso Elias ainda tem que enfrentar alguém que o odeia acima de tudo, sua própria mãe. Enquanto isso Helene está sendo interrogada e torturada pela Guarda Negra depois de deixar Elias escapar, tendo que provar aquilo que sempre foi seu lema na vida: sua lealdade. Mas a quem ser leal, a seu novo Imperador ou ao seu coração que sempre pertenceu a Elias? Como ela vai obedecer a ordem de caçar, torturar e matar seu melhor amigo? E tanto Helene como Elias descobrem que existem outras forças por trás dos panos, se movendo furtivamente e manipulando as pessoas ao seu interesse. Mas com que objetivo?

Uma chama entre as cinzas não foi bem o que eu esperava pelo tanto de elogios que vi ao livro. Então se já não tinha muitas expectativas para a série, elas eram nulas nesse segundo livro. Que vai começar exatamente onde o primeiro livro terminou. E felizmente os pontos que levantei como negativo no primeiro livro, a autora conseguiu acertar quase todos nesse, um deles, o romance, ela ainda continua pecando. Por isso a minha nota foi um muito bom e agora com expectativas elevadas para o terceiro livro. Ainda mais que esse segundo termina de um jeito de tirar o fôlego e com muitas perguntas em aberto, e é nessas horas que agradeço por ter esperado lançar todos para começar a ler a história.

Diferente do que li em algumas resenhas, esse segundo livro traz um ritmo frenético quase em todas suas mais de quatrocentos páginas. Temos um momento ou outro em que os personagens, e o leitor que se aventura junto, consegue respirar, mas de resto é uma aventura atrás da outra, descobertas importantes e novos personagens muito relevantes sendo inseridos. Os momentos de menos tensão são aqueles onde a autora continua pecando, insistindo em romances descabidos que não colam nem para uma criança de cinco anos. Não existe amor entre nenhum dos casais que ela criou. Desejo e atração sim, raros na verdade, mas amor passou foi longe.

Mas em compensação temos um aprofundamento maior no mundo criado pela autora e na mitologia presente na história. Os novos personagens djinns são muito interessantes e espero que isso melhore ainda mais nos próximos livros. Outro personagem que gostei muito foi um membro da Guarda Negra que vai ser a sombra de Helene no livro. No final temos uma revelação surpreendente a respeito dele. Quanto a Helene ainda não consegui ver a personagem de tantos elogios que li nas resenhas, mas gostei de ter a visão dela nesse segundo livro. Até porque se não tivesse seu POV não saberíamos o que está acontecendo no império após a fuga de Laia e Elias.

E quanto aos dois protagonistas, que eu não tinha gostado nenhum pouco no livro anterior, nesse mudei minha opinião. Elias principalmente conseguiu me conquistar. Ele deixou de ser o cara indeciso para ser o cara da ação. Ele ainda tem um coração de ouro, mas faz o que precisa quando necessário. E fiquei muito triste com o que aconteceu com ele no final, aguardemos os próximos capítulos. Já Laia, uma coisa que gosto nela é que ela é feita de acertos, mas de muitos erros também. Tirando a parte do romance furado, Laia amadureceu muito nesse segundo livro. De uma garota covarde ela se transformou em alguém digna de ser admirada e também espero que ela brilhe ainda mais no decorrer da história. E poderia ficar aqui comentando ponto por ponto, mas a resenha vai ficar enorme e vou parar por aqui. Só antes vou elogiar as novas capas da editora que estão espetacular.

Nota:






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