Resenha | A Verdade Sobre Amores e Duques - Laura Lee Guhrke

Livro: A Verdade Sobre Amores e Duques
Série: Querida conselheira amorosa... # 1
Gênero: Romance de Época
Autora: Laura Lee Guhrke
Editora: Harlequin Books Brasil
Páginas: 320
Ano: 2018

Resenha:
Londres, 1892.

Henry Cavanaugh, duque de Torquil só tem um desejo: uma vida tranquila e organizada. Mas ter paz com uma família como a sua é quase impossível. Ele tem sob sua responsabilidade duas irmãs na idade de se casar, um irmão mais novo com sua esposa, um cunhado viúvo de sua irmã com duas crianças, e sua mãe, a duquesa viúva que é a única que não lhe dá dor de cabeça. Ou melhor, não tinha dado até então, porque quando ela resolveu lhe dar preocupações, ela caprichou e se ele não resolver o problema o mais rápido possível, o nome da família vai terminar na lama. E o pior é que eles descobrem o que sua mãe está aprontando pelo jornal de fofoca Society Snippets. 

Tem uma coluna no jornal, a coluna da Lady Truelove, onde as pessoas pedem conselhos, principalmente amorosos, e eles leem a carta que sua mãe mandou e a resposta que ela recebeu. Sua mãe foi aconselhada a seguir seu coração e se entregar a paixão. O caso é que essa paixão é por um pintor italiano com dezessete anos a menos que ela, e que Henry tem certeza só está interessado em seu dinheiro. Agora Henry tem que encontrar sua mãe antes que ela faça a besteira de se casar e ele já sabe quem vai ajudá-lo, e essa pessoa vai fazer isso por bem ou por mal, já que é a culpada por tudo o que está acontecendo.

A culpada em questão é Irene Deverill, a diretora do jornal. Depois que seu avô faleceu, o vasto império jornalistico que ele deixou nas mãos do pai de Irene foi por água abaixo. E há menos de um ano Irene resolveu tomar as rédeas da situação antes que eles começassem a passar fome. Ela mudou não só o nome do único jornal que sobrou, mas criou a coluna de Lady Truelove e em menos de dez meses as vendas aumentaram em mais de 300%. Mas quando Henry aparece exigindo sua ajuda, Irene se nega a quebrar a confiança que as leitoras tem em Lady Truelove. Porém Henry não vai desistir tão fácil e encontra um meio de chantagear Irene que se vê obrigada a passar duas semanas na casa do duque enquanto tenta fazer a mãe dele mudar de ideia sobre o casamento para não ver todos os seus sonhos sumirem no ar.

"— Mas, legalmente, os homens tem, de fato, tal direito quando se trata das mulheres sobre os seus cuidados.
— E a lei está errada. Da mesma forma que a escravidão está errada, e que a servidão forçada está errada. Sou um ser humano, com alma própria, pensamentos próprios, opiniões próprias e vontade própria. Essas coisas não pertencem a você, ou ao meu pai, ou a meu irmão, ou a qualquer outra pessoa, homem ou mulher, e concorde você comigo ou não, Henry, meu destino é meu, e as escolhas que determinam esse destino também são minhas. E apenas minhas." 

Esse é o primeiro livro da Harlequin que eu leio nesse novo formato, e como colecionadora de romances de época posso afirmar sem sombra de dúvida que eles não deixaram nada a desejar em relação as outras editoras que publicam o gênero. E ainda vou além, a edição está de arrasar. A capa está linda e eu que tenho um fraco por vestidos não poderia deixar de amá-la. E por dentro está tão impecável quanto, não encontrei nada de errado que merecesse ser mencionado. E não é só a edição que está incrível, a história é maravilhosa.

Eu nunca tinha lido nada da autora, mas já virei fã nos primeiros capítulos. A narrativa é dividida entre os dois protagonista e cada capítulo acompanhamos a visão de um deles da história em primeira pessoa. E claro que me apaixonei pelo casal e torci loucamente para que eles ficassem juntos. Os protagonistas são o oposto um do outro e os dois são inteligentes e teimosos, por isso durante a história rola aqueles diálogos interessantes que lembram um jogo de tênis e que o leitor fica indo de um lado para o outro esperando qual deles vai deixar a bola escapar. E os diálogos foi um dos pontos fortes do livro, já que por eles serem assim, nem percebemos as páginas virarem.

E a tensão vai crescendo e a atração entre eles também. E eu até achei que eles não fossem ter nada tamanha a diferença entre entre eles, não só na personalidade, já que Irene é extrovertida, fala o que pensa e luta pelo o que acha certo com unhas e dentes e Henry age exatamente ao contrário sempre escondendo o que realmente acha por conta de sua posição. É ai que entra o título do livro que achei tudo a ver porque aqui realmente é mostrado o que há de verdade nessa relação amor & ducado. E foi lindo ver Henry ir se abrindo ao longo da história e mostrando o que havia por baixo da casca que ele criou para mostrar aos outros.

Outra coisa que amei nesse livro é que sempre vemos mocinhas a frente do seu tempo nos romances do gênero, mas nesse em especial vemos que ela não apenas fala, mas age realmente. E até aprendi alguns termos que eu desconhecia, como ela ser uma sufragista. Outra coisa que aprendi é o que vem a ser um profilático. Acho legal quando usam palavras que desconhecemos e assim enriquecemos nosso vocabulário. E só para citar alguma coisa que não gostei no livro, só para ter o que dizer mesmo, é que poderia ter mais interações com os outros personagens, que achei alguns bem interessantes. Mas como é uma série, creio que eles vão aparecer nos próximos livros. Enfim, é um livro que indico sem pensar duas vezes para os amantes do gênero. História gostosa, casal apaixonante e tudo isso em uma belíssima edição.

Nota: