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29 julho 2022

Resenha | Romance Real - Clara Alves

Livro
: Romance Real
Série: Não
Gênero: Jovem Adulto
Autora: Clara Alves
Editora: Seguinte
Páginas: 264
Ano: 2022

Resenha:
O sonho de Dayana sempre foi conhecer a Inglaterra. Desde criança ela é apaixonada por tudo em Londres. Sua banda favorita é a One Direction e até seu nome ela recebeu em homenagem a um dos membros da família real. Esse amor todo ela herdou da sua mãe e suas lembranças favoritas da sua infância era quando as duas se sentavam na frente da TV para assistir pela milésima vez o filme Um Lugar Chamado Notting Hill, que ela sabe até as falas de cor, ou quando assistiam as transmissões das noticias da família real. Por isso era para Dayana estar pulando de alegria ao desembarcar em Londres, para onde está se mudando, mas o contrário disso é verdadeiro. 

O momento não poderia ser pior. Dez anos antes seu pai resolveu tentar a vida em Londres e nunca mais voltou para o Brasil. Ele formou uma nova família, na qual Dayana agora terá que se encaixar. E isso porque a mãe de Dayana acabou de falecer. O amor que ela sentia pela cidade acabou virando uma espécie de ódio e esse sentimento é o que está ocupando todo o espaço no coração dela. A nova família do seu pai até que tenta ser simpática, mas toda aquela perfeição só faz com que Dayana se sinta uma intrusa e só veja falsidade em suas palavras e atos. Por isso mesmo não querendo conhecer a cidade sem sua mãe, como sempre foi o seu sonho, Dayana sai para espairecer e quando percebe já está olhando para o Palácio de Buckingham.

E enquanto se lamenta por tudo de ruim que está acontecendo em sua vida, uma garota ruiva muito bonita que está pulando o muro do palácio, acaba caindo literalmente em cima dela. E sem pensar duas vezes Dayana ajuda a garota a fugir e as duas acabam tendo uma conversa bem agradavel. A garota também se chama Diana e fala português, apesar de ser com uma certa dificuldade. E Dayana acaba usando isso para conseguir se encontrar com ela novamente, se oferecendo para ajudar Diana a treinar a língua. E esses encontros é o que mantém Dayana sã em meio ao luto e a mágoa do pai e sua nova família e quando percebe ela já está apaixonada e é correspondida. Mas Diana tem um segredo, que quando revelado pode colocar essa relação em risco. 


Eu já li dois contos da autora que gostei bastante. Somado a isso temos o livro Conectadas, que é um sucesso de vendas desde seu lançamento, e um romance que promete ser um verdadeiro conto de fadas moderno cheio de representatividade. Então já imaginem a minha expectativa para a leitura. Infelizmente o tombo foi grande. Pensei muito antes de escrever essa resenha porque é um livro que recebi de parceria e não gosto de escrever resenhas negativas, mas decidi escrever porque se tem uma coisa de bom nessa história é a edição maravilhosa da Seguinte. Com uma capa colorida e repleta de elementos da história, um marcador em cada orelha do livro e uma ótima diagramação, a Seguinte vem se destacando cada vez mais nos lançamentos voltados para o publico jovem adulto.

Agora vamos aos pontos que infelizmente me fizeram desgostar da história. Primeiro de tudo: a protagonista. A história é narrada pela Dayana, sei que ela é uma adolescente que acabou de perder a mãe e está sendo mandada para um país desconhecido e para morar com alguém que a abandonou quando criança, mas nada disso justifica a chatice dela. A garota é mimada, mal educada, não tem respeito por nada nem ninguém, se acha a dona da razão e em vez de falar o que sente e a incomoda, ela grita, esperneia, magoa, desrespeita e ainda se acha a certa da história. Ai que nervoso dessa menina. A vontade era entrar no livro e dar umas sacudidas nela para ver se acordava e percebia que ninguém era obrigado a aquentar aquilo.

Segundo ponto: o romance. Sabe aqueles instalove que a gente já está acostumado e até releva porque os autores só sabem escrever romance assim agora?, acontece aqui. Mas no meu ponto de vista o romance mesmo não aconteceu. Elas se encontram, se apaixonam a primeira vista, tem mais umas duas interações na história, conversam algumas vezes por mensagem e é só isso. Eu esperava aquele romance arrebatador que fizesse as duas lutarem para ficarem juntas mesmo com toda dificuldade envolvida, mas cadê ele? Química zero. Sem falar que nas poucas vezes que se encontram a Dayana faz questão de pisar na bola. Até se tivesse um POV da Diana até pode ser que a coisa fosse diferente, mas como só temos uma visão, não deu para ver nem sentir romance nenhum na história. Mas dai a autora teria que desenvolver a parte sobre o segredo da Diana e ela passa batido por isso. E até o final que era para ser puro romance ficou aquela sensação de coisa forçada.

Eu poderia colocar aqui um terceiro, quarto, quinto ponto que achei negativo na história, mas ficaria o dia todo aqui escrevendo então só vou citar por cima mais algumas coisas que me desagradaram. Em matéria de personagens não se salva nenhum. O pai é um banana que aceita a grosseira da filha por culpa, a justificativa dele por ter abandonado a família é tão medíocre que se fosse eu ria da cara dele. A mãe morta aparece nas lembranças da filha e fez um péssimo trabalho criando a mesma sem saber separar o marido do pai, e ainda incentivando a Dayana a odiar a nova família dele. E a cereja do bolo veio com uma doença na irmã adotiva que a meu ver foi jogada na história só para ter um motivo deles se entenderem. 

Dai você vai me falar, mas pelo menos teve representatividade na história. Teve sim, uma salada de representatividade, que na verdade na parte que me toca, não me representou. Não entendi porque tem que criar um personagem bissexual, gorda e negra, tudo junto e misturado que fiquei igual o meme da Nazaré. Mas enfim, infelizmente tirando a edição, não gostei de nada nesse livro, mas a nota dele é bem alta no skoob, então pode ser que o problema seja comigo que estou ficando velha para algumas histórias, então leia ele e tire suas próprias conclusões.

Nota:








23 julho 2021

Resenha | De repente adolescente - vários autores

Livro: 
De repente adolescente
Série: Não
Gênero: Jovem Adulto/Contos
Autores: Camila Fremder, Clara Alves, Iris Figueiredo, Luly Trigo, Vitor Martins, Socorro Acioli, Jim Anotsu, Julie Dorrico, Keka Reis e Olívia Pilar 
Editora: Seguinte
Páginas: 256
Ano: 2021

Resenha: 
Livros de contos não estão entre minhas primeiras opções de leituras. Eu sempre acho que ou o autor não consegue desenvolver algo que seja bom em tão poucas palavras, ou a coisa é igual degustação e fico querendo provar o prato inteiro e não tem mais, era só aquilo mesmo. Mas quando recebi esse livro em parceria com a editora resolvi ler. Primeiro porque tem vários autores que eu tinha a curiosidade de conhecer a escrita e aproveitei a oportunidade. E segundo porque o tema é um que eu gosto de ler.

São no total 10 contos que vão falar sobre experiências típicas do início da adolescência. E não é porque a gente já passou dessa idade que os contos não vão ser significativos. E em como todos os livros de contos tem aqueles que a gente ama e tem outros que nem tanto assim. Apesar de que gostei de todos, só que teve alguns que mexeram mais comigo. Nessa resenha vou falar sobre eles.

Logo no primeiro conto, da Camila Fremder, intitulado A Ultima Suspeita, já fui levada ao passado e me identifiquei muito com a protagonista. Dentre o grupo de amigas Karina é a única que ainda não menstruou e ela está praticamente obcecada por isso. Ah se nessa época a gente soubesse o tormento que ia ser a vida inteira, ia querer nunca menstruar isso sim hehe. E para tentar tirar isso da cabeça Karina começa a investigar o vizinho que tem algumas atitudes bem estranhas. Achei o conto muito bem desenvolvido e terminou de um jeito engraçado com uma virada de jogo. 

O segundo conto, Eu estou aqui, também gostei bastante. Eu já conhecia a escrita da Clara Alves, dos dez autores do livro ela era a única que eu já conhecia. Aqui vamos ver o dilema de Bianca que está com um bloqueio de escrita por conta de uma separação familiar. Achei o conto carregado de sentimentos e confesso terminei ele em lágrimas de tão lindo que foi o final. 

Outro conto que gostei muito foi A revolta dos salgados, da Iris Figueiredo. De todos foi o mais interessante por não ter uma narrativa comum. Vamos ler a história de Rachel através de comunicados da escola, cartão de biblioteca, cartazes escritos pelos alunos, conversas pelo WhatsApp, etc. E foi outro conto que foi impossível não se identificar porque temos uma disputa entre alguns alunos para ser representante de classe e a proposta da Rachel é reabrir a biblioteca que foi recentemente fechada. Para quem passou todos seus intervalos dentro de uma biblioteca, me senti militando junto com ela hehe.

Outro conto que gostei muito foi Segunda chance, da Luly Trigo. Bethânia está prestes a viajar para um intercâmbio tão sonhado e vê sua felicidade se desfazer ao descobrir que seus pais estão se separando. E ainda temos a descoberta de um sentimento que vai além da amizade. Fiquei impressionada com o tanto de coisa que a autora abordou em tão poucas páginas. É tudo tão intenso que pareceu muito mais que um conto.

Agora o conto mais divertido sem dúvida é A maior artista de Maranguape, da Socorro Acioli, que vai contar a história de Rosélia Regina, ou melhor Rayllane, que saiu de Maranguape para Fortaleza tentar o estrelato através da carreira de atriz. Mas a única coisa que conseguiu foi dançar em um trem que passeia com crianças fantasiada de Ben 10. As cenas são muito engraçadas e é impossível não rir. 

E meu favorito de todos foi o ultimo conto, do Vitor Martins. Eu terminei o conto e já quis correr ler outras obras dele de tanto que gostei. Agulhas e bolinhas foi o conto que mais me emocionou. Nele vamos conhecer Murilo que acabou de perder o avô, a quem ele chamava de pai, e vai fazer aulas de bordado que era uma das paixões do avô. Entre o medo do que os outros vão achar por ser uma coisa de menina, vemos Murilo derrubando suas inseguranças ao encontrar um amigo onde menos espera. 

Uma coisa que gostei bastante é que em todos os contos temos representatividade, temos protagonistas indígena, cadeirante, daltônico, negra, LGBTQIA+, e tudo da forma natural como deveria ser. E a capa que traz o nome de cada autor com uma referencia ao seu conto que também achei bem legal. E ainda no final do livro temos uma conversa entre os autores dos contos. Enfim, é um livro que super recomendo. Se você está ou não nessa faixa etária do livro, com certeza vai encontrar situações que você vai se identificar e relembrar, através de histórias muito bem escritas por nossos autores que não deixam nada a desejar.

Nota:




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