Livro: O Mau Exemplo de Cameron Post
Série: Não
Gênero: Jovem Adulto
Autora: Emily M. Danforth
Editora: HarperCollins Brasil
Páginas: 448
Ano: 2018
Resenha:
Cameron Post não tinha ideia de como ia contar certas coisas para seus pais, por isso a primeira coisa que ela pensa quando descobre que eles faleceram em um acidente de carro, é que não vai precisar ter "A conversa" com eles. Mas logo depois ela sente muita culpa porque com certeza seus pais morreram porque ela estava fazendo coisas muito erradas. No dia que seus pais faleceram ela havia acabado de furtar dois chicletes do supermercado e o pior, ela tinha beijado sua melhor amiga Irene Klauson depois de um desafio. Mas o que começou como um desafio despertou coisas em Cam que ela nunca tinha nem pensado. Culpada pelo o que aconteceu, sua reação é se afastar de Irene, que acaba indo estudar em outra escola e elas praticamente perdem o contato.
Depois disso a vida de Cam muda radicalmente já que sua tia Ruth e sua avô Post vem morar com ela. Sua avó é de boa, mas Ruth é ultraconservadora e decide que Cam vai mudar de igreja e começar a frequentar a Portões da Glória, onde Cam vai participar de um grupo de adolescentes e Cam até ganha uma bíblia voltada para sua idade, onde é claro ela corre pesquisar o assunto homossexualidade e fica ainda mais culpada pelo que aconteceu com Irene. Dois anos depois, no verão antes de Cam começar o ensino médio, ela participa da competição de natação e sua adversária direta é Lindsey Lloyd com quem ela aprende sobre parada gay e outras coisas. Não é tão intenso como foi com Irene, mas a deixa tão culpada quanto, cada vez que ouve o pastor Crawford condenando a "homo-sexo-alidade".
O verão termina, Lindsey vai embora e começa o ensino médio e com ele vem Coley Taylor. Coley veio de uma cidadezinha que não tinha ensino médio e logo que chega chama a atenção de Cam. Mas Coley mal fala com Cam até o dia em que ela e sua mãe começam a frequentar a Portões da Glória. Junto com o namorado perfeito de Coley. Só que isso não impede Cam de se aproximar de Coley e se apaixonar por ela. Mas Cam sabe que é algo só da parte dela, até o dia em que Coley toma a iniciativa e as coisas vão um pouco além do que Cam esperava. Porém Coley se arrepende do que aconteceu e conta tudo para o pastor Crawford, que então junto com sua tia Ruth decidem que está na hora de consertar Cam e ela vai parar em um centro de conversão, Promessa de Deus, que é uma espécie de escola cristã e centro de cura para adolescentes que estão se deixando levar pelo pecado, como é o caso de Cam.
Sempre que termino um livro vou até o skoob para anotar como lido e dar minha nota para ele. Mas esse foi bem dificil de dar a nota. Mudei ela umas três vezes até me decidir. Eu gostei muito da história, mas aquele final, não me conformo. Se a autora resolver escrever uma continuação, aumento minha nota, mas se for ficar daquele jeito, aberto como ficou, só posso dar uma nota 3/5. Eu não gosto de finais abertos, mas tolero quando é coerente com o que o autor escreveu até então. Mas da forma como a autora terminou esse livro, ficou não só dúvidas sobre o que aconteceu depois, mas ficou aquela sensação de que a leitura foi a toa, que toda a luta da Cameron foi em vão.
O livro não é um romance romântico, então não espere que a personagem vai se apaixonar, sofrer alguns percalços por ter se apaixonado por alguém do mesmo sexo e tudo terminar bem ou em tragédia para nos acabarmos de chorar no final. O livro não aborda exatamente esse tipo de coisa. Acho que a intenção da autora, que aliás o livro é baseado em suas próprias experiencias, foi mostrar como era ser homossexual naquela época, a culpa que a sociedade colocava contra quem tinha coragem e assumia que não gostava e nem sentia nada pelo sexo oposto. Se você acha que hoje em dia é dificil é porque nasceu depois dos anos 90, onde AIDS e homossexualidade eram quase sinônimos. E é nessa época que é ambientado o livro, que abrange o período entre 1989 até 1993.
Eu tenho 36, caminhando para 37, e lembro bem como eram as coisas. Era raro alguém se assumir por livre e espontânea vontade. Quando acontecia, era da forma como foi com a Cam, ainda não era usada a palavra homofobia, mas acho que as coisas eram ainda piores, principalmente para a pessoa que além de não ser aceita, também não se aceitava pela enorme culpa que vinha junto com o pacote. Além das doenças e do uso de drogas que eram associados a quem tinha coragem e se assumia. Não vou negar que as coisas não aconteciam assim, mas acho que em sua grande parte foi devido ao despreparo e a falta de informações que todos tinham porque como você ia perguntar para alguém sobre algo que você tinha que manter escondido?
A história é narrada em primeira pessoa pela Cam e é impossível não se afeiçoar a personagem. Ela é divertida, sincera, ingênua e infelizmente vive ao lado de pessoas completamente despreparadas para cuidar da situação. E é impossível não sofrer com seu sentimento de culpa. Dá vontade de entrar no livro e falar para ela que seus pais terem morrido não é culpa dela, que nada do que ela tivesse feito influenciaria no que aconteceu. E também dá vontade de dar uns tapas na tia Ruth, já que ela é uma hipócrita de marca maior já que acha que Cam ser homossexual é pecado, mas ela mesma dormir com o namorado antes do casamento está de boa. Vamos ler e obedecer só algumas partes da bíblia.
E falando em bíblia, aquele centro de recuperação é uma piada já que Cam tem mais acesso as drogas quando estava lá dentro do que do lado de fora. E como assim vamos curar uma garota gay deixando ela dormir no mesmo quarto que outra garota gay. É claro que isso ai dar super certo mesmo. E ainda nesse assunto, sou evangélica desde que nasci e desconheço esse Deus apresentado no livro. O Deus que eu amo, me ama de forma incondicional, não se eu fizer só as coisas que os outros acham "certas" e acima de tudo ele me deu o livre arbítrio, a escolha é minha. Por isso nem vou entrar nessa questão. Amor e respeito acima de tudo. Mas enfim, a resenha já está enorme e só antes de terminar quero falar dessa capa que achei linda e que combina perfeitamente com a história. Dito isso fica por sua conta e risco a leitura, se você não se incomoda com finais abertos como eu, vá fundo.
Nota:
“Mesmo que nunca tivessem me dito especificamente para não beijar uma garota, ninguém precisava fazer isso. Beijos eram coisas entre meninos e meninas: na nossa turma, na TV, nos filmes, no mundo - era assim que funcionava: meninos e meninas.”
Sempre que termino um livro vou até o skoob para anotar como lido e dar minha nota para ele. Mas esse foi bem dificil de dar a nota. Mudei ela umas três vezes até me decidir. Eu gostei muito da história, mas aquele final, não me conformo. Se a autora resolver escrever uma continuação, aumento minha nota, mas se for ficar daquele jeito, aberto como ficou, só posso dar uma nota 3/5. Eu não gosto de finais abertos, mas tolero quando é coerente com o que o autor escreveu até então. Mas da forma como a autora terminou esse livro, ficou não só dúvidas sobre o que aconteceu depois, mas ficou aquela sensação de que a leitura foi a toa, que toda a luta da Cameron foi em vão.
O livro não é um romance romântico, então não espere que a personagem vai se apaixonar, sofrer alguns percalços por ter se apaixonado por alguém do mesmo sexo e tudo terminar bem ou em tragédia para nos acabarmos de chorar no final. O livro não aborda exatamente esse tipo de coisa. Acho que a intenção da autora, que aliás o livro é baseado em suas próprias experiencias, foi mostrar como era ser homossexual naquela época, a culpa que a sociedade colocava contra quem tinha coragem e assumia que não gostava e nem sentia nada pelo sexo oposto. Se você acha que hoje em dia é dificil é porque nasceu depois dos anos 90, onde AIDS e homossexualidade eram quase sinônimos. E é nessa época que é ambientado o livro, que abrange o período entre 1989 até 1993.
Eu tenho 36, caminhando para 37, e lembro bem como eram as coisas. Era raro alguém se assumir por livre e espontânea vontade. Quando acontecia, era da forma como foi com a Cam, ainda não era usada a palavra homofobia, mas acho que as coisas eram ainda piores, principalmente para a pessoa que além de não ser aceita, também não se aceitava pela enorme culpa que vinha junto com o pacote. Além das doenças e do uso de drogas que eram associados a quem tinha coragem e se assumia. Não vou negar que as coisas não aconteciam assim, mas acho que em sua grande parte foi devido ao despreparo e a falta de informações que todos tinham porque como você ia perguntar para alguém sobre algo que você tinha que manter escondido?
A história é narrada em primeira pessoa pela Cam e é impossível não se afeiçoar a personagem. Ela é divertida, sincera, ingênua e infelizmente vive ao lado de pessoas completamente despreparadas para cuidar da situação. E é impossível não sofrer com seu sentimento de culpa. Dá vontade de entrar no livro e falar para ela que seus pais terem morrido não é culpa dela, que nada do que ela tivesse feito influenciaria no que aconteceu. E também dá vontade de dar uns tapas na tia Ruth, já que ela é uma hipócrita de marca maior já que acha que Cam ser homossexual é pecado, mas ela mesma dormir com o namorado antes do casamento está de boa. Vamos ler e obedecer só algumas partes da bíblia.
E falando em bíblia, aquele centro de recuperação é uma piada já que Cam tem mais acesso as drogas quando estava lá dentro do que do lado de fora. E como assim vamos curar uma garota gay deixando ela dormir no mesmo quarto que outra garota gay. É claro que isso ai dar super certo mesmo. E ainda nesse assunto, sou evangélica desde que nasci e desconheço esse Deus apresentado no livro. O Deus que eu amo, me ama de forma incondicional, não se eu fizer só as coisas que os outros acham "certas" e acima de tudo ele me deu o livre arbítrio, a escolha é minha. Por isso nem vou entrar nessa questão. Amor e respeito acima de tudo. Mas enfim, a resenha já está enorme e só antes de terminar quero falar dessa capa que achei linda e que combina perfeitamente com a história. Dito isso fica por sua conta e risco a leitura, se você não se incomoda com finais abertos como eu, vá fundo.
Nota:
Oi Sil, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirEu gosto de finais abertos apenas quando significam que a vida continua, dessa forma existe um desfecho e bem real. Mas da forma como disse parece que não foi o caso, uma pena. Questão de religião é complicado mesmo, pois existem pessoas que se valem dela para perseguir outras, vide o histórico da Igreja Católica na idade Média. Como sempre adorei sua resenha bem sincera. Saudades de vir aqui!!! Estou me recuperando, voltando aos pouquinhos, tive que diminuir o ritmo.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com/
Olá, Silvana! Como vai?
ResponderExcluirVou começar afirmando o que você já afirmou: odeio livros com finais em aberto. Ok, mais uma confissão igual a sua: até tolero quando dá pra tolerar. Só por essa questão, eu já não arriscaria a leitura - o que é muito ruim de se dizer, mas é a verdade.
Outra coisa que me incomodou: a personagem fica passando de "caso em caso" assim mesmo? Fiquei confusa. Ok, o tema é discutir a homossexualidade nos anos 90 - que concordo com você, era uma época bem complicada para se discutir o assunto, principalmente para quem vivia/viveu isso. Mas, tipo, não sei se eu gostaria de ler o livro onde a personagem fica nesse "vai e vem". Me pareceu mais um diário transformado em história.
Mas enfim, sua resenha foi bem completa e gostei de lê-la, principalmente por recomendar o livro mesmo dando 3 estrelas. Me sinto desconfortável quando leio resenhas que falam mal do livro e não recomenda pra ninguém. Tipo: como podem saber que mais ninguém irá gostar só porque aquele leitor não gostou?
Ufa! Falei muito.
Super beijo,
Sâm
Blog Escrituras da Alma
Oi Sil.
ResponderExcluirAcho que não sou fã de finais abertos.
Não sei... depende da narrativa, mas se esse nem é um romance romântico. Acho que não vou me apegar e passarei raiva no final hahahha
Sou sincera hahahah
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/?m=1
Olá...
ResponderExcluirAinda não conhecia essa obra, mas, pelo que pude perceber em sua resenha vejo que é uma obra com muitos assuntos polêmicos e acredito que tem muito para mostrar para os seus leitores. Gosto muito de ler jovens adultos, portanto, talvez futuramente eu leia <3
Bjo
http://coisasdediane.blogspot.com.br/
Oi Sil,
ResponderExcluirConfesso que a obra em si não me chamou tanta atenção, apesar do temas abordados serem interessantes, sinto que não iria gostar se lesse nesse momento. Mas foi bom conhecer um pouco mais da história.
Bjs e um bom fim de semana!
Diário dos Livros
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Oi Sil
ResponderExcluirApesar de ser o tipo de história que eu leria, este livro não me chama muito atenção sabe. Mas gostei de saber a sua opinião sobre ele.
Beijinhos
https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com/
Oi Silvana, essa capa está mesmo linda. Eu até gosto de finais abertos, mas tem que ter uma coerência, claro... Quando a história termina assim, do nada, é chato demais. Um beijo!
ResponderExcluirOi Sil, também acho essa capa linda, mas assim como você detesto finais abertos, o que diminui um pouquinho a vontade enorme que tenho de ler esse livro.
ResponderExcluirpetalasdeliberdade.blogspot.com
Oi, Sil! Tudo bom?
ResponderExcluirEu gosto de finais abertos contanto que eles façam sentido na trama. Não sei como foi o caso aqui, mas pelo que tu comentou pode ter sido um escorregão :/ o que é uma pena, porque a premissa é bem impactante e merecia um final mais digno.
A capa é realmente linda e a trama é interessante. Se for ler, vou tentar chegar na história com as expectativas baixas, ai quem sabe não role decepção.
Beijos,
Denise Flaibam.
www.queriaestarlendo.com.br
Oiii Sil
ResponderExcluirRealmente finais abertos só dá pra tolerar quando fazem sentido, o autor dá aquela liberdade para que o leitor possa "imaginar por si mesmo" o resto ou no caso de séries... é complicado quando a gente lê e o final é tão aberto que dá a impressão que foi à toa, isso acho desfavorável demais.
A premissa é boa, e eu gosto da época em que está ambientado, foi um período bastante conturbado, de novas escolhas e ao mesmo tempo um medo da sociedade com relação ao desconhecido.
Fiquei com o pé atrás com relação à esse Deus apresentado no livro. Sabe Sil, eu também sou bem religiosa, não fanática, mas creio muito na Biblia, então me entristece de certa forma quando vejo em certos livros os autores tentando apresentar um Deus sádico, vingativo. Realmente esse não é o Deus que a gente conhece e ama.
Beijokas
www.derepentneoultimolivro.com
Oi Sil!
ResponderExcluirNão conhecia o livro ainda, mas sua resenha me deixou curiosa, mesmo com o final aberto. Será que não vai ter continuação?
Beijos,
Sora | Meu Jardim de Livros
Aiii autores que deixam finais abertos são tipo amo ou odeio. As vezes o final nos faz pensar nas possibilidades, mas as vezes só queríamos que tudo tivesse resolvido e o final ficasse um fim mesmo kkk.
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Oi, Sil :)
ResponderExcluirNao conheço o livro, mas fiquei com vontade de ler! Adorei a resenha!
Bjs,
Le Café Rouge
Oi, Sil!
ResponderExcluirQue coincidência! Esses dias eu estava procurando livros com a temática LGBT e a grande maioria dos livros mais populares era com casais masculinos. Gostei muito de saber desse livro, apesar do final aberto. Acho que vou esperar pra ver se vai ter continuação. hahaha
Beijo
Canastra Literária
Oi Sil! Eu não li o livro, mas a Bianca no blog gostou bastante. No entanto, assim como vc, não curto muito finais abertos, ás vezes o autores até conseguem ser condizentes não especificando tudo, mas na maioria das vezes eu acho que deixa a resolução dos fatos bem fraca. E entendo sua dificuldade em dar a nota rs
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi Sil! Eu fico frustrada quando encontro finais abertos, me sinto enganada pelo autor. Se este livro tiver continuação eu leio, se não for, eu dispenso. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Oi, Sil
ResponderExcluirEu provavelmente não leria esse livro, acho que o tema nao me chama atencao e ainda por cima tem os pontos que você citou, o que me faz querer passar longe do livro.
Beijos
www.suddenlythings.com
Oi, Sil!
ResponderExcluirEu simplesmente ODEIO finais que ficam abertos. Me sinto enganada de ter lido 300 páginas e o autor não ter conseguido me dar um final pros personagens hahahaha Só por esse motivo, eu já não leria. A trama também não me chamou muito a atenção, então acho que vou passar esse.
Beijinhos,
Galáxia dos Desejos