Autora: Zakiya Dalila Harris
Editora: Intrínseca
Páginas: 384
Ano: 2021
Sua vida amorosa se resume a um encontro semanal com um homem que ela conheceu através de um anúncio em um jornal. Já são doze anos de um não-relacionamento. Os dois sabem bem o que querem da vida e combinaram de ter esses encontros onde cada um sai satisfeito sem ter nenhum compromisso e com a opção de poder terminar no momento em que um deles decidir isso. E é exatamente isso que Susan faz, mas não porque não está mais satisfeita com seus encontros com Richard, e sim porque não confia mais nele depois que começou a ter todos os sinais, e uma gravidez foi confirmada.
Então a vida de Susan que sempre foi minuciosamente planejada sai fora do controle, com uma gravidez indesejada aos quarenta e cinco anos. E para desestabilizar ainda mais seu emocional, Susan recebe a notícia de que sua mãe faleceu e seu irmão que nunca fez nada na vida vai ficar com a casa pelo tempo que desejar. Certa de que Edward manipulou o testamento de alguma forma e necessitada do dinheiro da venda da casa por causa da gravidez inesperada, Susan vai fazer de tudo para reverter essa situação. É quando ela conhece Rob, amigo de Edward que está hospedado na casa da sua mãe e encontra nele um aliado improvável e quem sabe finalmente se render ao amor.
Quando esse livro chegou aqui pelo Clube Intrínsecos, eu confesso que não fiquei muito animada não. Como tenho me dado muito mal com os últimos chick-lits que li, achei que com esse ia acontecer a mesma coisa. Mas decidi ler ele quando vi que a protagonista tinha 45 anos e um dos meus problemas com os livros do gênero tem sido as protagonistas muito novas ou agindo como crianças, o que me dá nos nervos. E além de tudo a protagonista é uma anti-heroína, o que faz com que o leitor recrimine suas atitudes em um primeiro momento, já que elas são completamente o oposto do que estamos acostumados a ver as pessoas fazerem.
Mas ao mesmo tempo essas atitudes peculiares são tão fora da casinha que não tem como não rir com elas. Como o livro é narrado em primeira pessoa pela Susan, dá para ver bem a forma como ela pensa e mesmo fazendo e agindo de uma forma que os outros considerem um absurdo, dá para ver que para ela aquilo é o certo. Eu ria muito com ela tentando aumentar as metas dos companheiros de trabalho cortando por exemplo as idas ao cafezinho ou um na mesa do outro, já que essas interações eram desnecessárias e no modo de ver dela, constrangedoras. Na visão dela não dá para entender que as pessoas gostam de conversar por exemplo.
E quando ela fica responsável pela filha de dois anos da vizinha e age com a garota como se ela fosse um adulto? É hilário. Mas o mais absurdo de tudo é quando ela finalmente decide aceitar a ajuda de Richard com a criação da criança e os dois sentam para negociar como vai ser essa partilha. Ai que a gente entende como eles conseguiram ter um relacionamento por tanto anos, Richard é igualzinho a Susan, se não for até pior porque além de tudo ele não é tão maduro quanto Susan. Por isso que entendi ela ter se envolvido com Rob apesar de tudo. Ele é exatamente o que ela precisa para sair de sua bolha e se entregar para a vida.
"Mas hoje em dia há finais de contos de fadas de todos os tipos e tamanhos. Não tem problema se a princesa acabar com o príncipe, não tem problema se ela acabar com o criado, e também não tem problema se ela acabar sozinha. Não tem problema se ela acabar com outra princesa, ou com seis gatos, ou se decidir que quer ser um príncipe."
E para minha surpresa me encontrei na protagonista. Li algumas resenhas falando sobre a chatice dela e sou exatamente assim hehe. Entendi ela completamente porque temos vários pontos em comum. Não tudo claro, porque apesar de ser uma pessoa que não gosta muito de sair, nem que invadam meu espaço pessoal, contato físico é um problema, mas super me identifiquei com a questão do trabalho que também tenho um emprego pela estabilidade, mesmo sabendo que poderia ter mais e também nunca quis ter filhos ou um marido por exemplo. Além de tentar controlar as coisas a minha volta e ignorar as que não consigo hehe.
E num primeiro momento você até pode achar egoísta Susan querer contestar o testamento da mãe deixando a casa para usufruto do irmão, mas assim que tem acesso ao relacionamento dos dois durante a vida toda, acaba torcendo para que Edward não consiga ficar com a casa porque o cara sem noção. Quem precisa de um inimigo com um irmão desses? A impressão é que o objetivo de vida dele era fazer a irmã sofrer. Quanto mais você conhece, pior ele fica. Até pode ter sido um pouco aumentada as coisas porque o livro é na visão da Susan e só sabemos o que ela acredita dele, mas se for uma metade do que ela conta, ele já era terrível mesmo.
Mas enfim, é um livro que me tirou da zona de conforto e fico grata por te sido enviado pelo Clube porque se não fosse assim eu não teria me aventurado nele. E antes de terminar eu tenho que falar dessa edição que é uma das cores mais bonitas que tenho do Clube. A edição todo está muito linda. Mas em contrapartida a tradução do título do livro deixa bastante a desejar. O original é The Cactus, que além de ser uma das paixões da protagonista, representa bastante a personalidade dela. E também não é que a Susan não queira saber do amor e sim que ela não sabe lidar com o sentimento.
Esse mês resolvi assinar o Intrínsecos e já recebi minha primeira caixinha. E gostei tanto que já comprei outras caixas atrasadas de livros que me interessaram. Também chegou o livro da Sarah que eu tinha comprado na pré-venda e tem alguns de parceria e um que ganhei em um top comentarista.
Só um aviso, se você comprou a caixa da Intrínsecos de novembro e não quer saber o conteúdo, não siga em frente na postagem.
De parceria com a Faro recebi O pequeno Príncipe que tem resenha aqui e Nunca Saia Sozinho que tem resenha aqui. Onde Mora o Coração era para ter chegado aqui em casa em agosto, mas acabou extraviado. Mas enfim chegou e tem resenha dele aqui.
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