Livro: A Verdadeira Morte
Série: Não
Gênero: Antologia, Drama
Autor: Rennan Andrade
Editora: Amazon
Páginas: 123
Ano: 2016
Sinopse: A força, a coragem, a indiferença, o sangue frio, o amor... Nada disso pode enfrentar o poder da morte. Ela chega quando quer, quase sempre sem ser convidada, e a cicatriz que ela deixa desde de a primeira vez em que perdemos alguém é justamente para nos lembrarmos o quanto dói passar por algo assim, e também para nos fazer lembrar que nada dura para sempre, e que sempre chegará o momento em que alguém estará velho ou cansado demais para pisar seus pés na terra. Esse momento, porém, sempre pode ser adiantado por qualquer uma das pessoas ao seu redor, comprometendo a sua vida e de todos que te amam.
Só que o que acontece quando a morte começa a ser um estado além do oposto de vida? Quando você começa a andar por ai, ainda respirando, mas tão perto da morte que você é capaz de senti-la? Será que ela é apenas aquilo que estamos acostumados a saber dela? Eis a dica.
Resenha:
"Alguém pode pensar em algo mais delicado de se tratar do que a morte? Eu não. É uma coisa que mexe com as pessoas de diferentes formas, e pode acontecer com a gente mesmo que ainda estejamos vivos, através das coisas ruins que sofremos em nosso dia a dia, através das nossas angústias, de nossas crises existenciais. No caso, a palavra "morte" do tema vai além do físico; é quando passamos por momentos tão difíceis que parecemos estar mortos ou prestes a morrer." Rennan Andrade
A Verdadeira Morte é um livro com vários contos, sendo que dois deles já foram resenhados aqui no blog: Imperfeição e Grito (de Guerra). Agora o livro está completo e vou dizer o que eu achei dele. O projeto fala sobre vários tipos de morte, a física, a emocional, a psicológica, e fala principalmente sobre o que é preciso para estar vivo, como o amor, a amizade, a felicidade, a esperança, a confiança e muitas outras coisas. Quem aqui nunca pensou na morte e em não querer passar por ela? Mas infelizmente como diz o ditado, é a única certeza da vida, de que todos vão morrer um dia. E é nesse momento que todos se tornam iguais, na morte não existe, classe social, cor, raça, somos todos iguais.
São doze contos no total, por isso não dá para se estender em cada um deles. Mas vou falar o que cada um deles aborda. O primeiro é Nostalgia e é uma espécie de introdução para o que virá. Em Armadura de Ferro estamos as vésperas do natal e temos um garoto relembrando do amigo que morreu durante a ceia do natal do ano anterior. No quarto conto A parte mais fria da amizade, o terceiro é Grito (de Guerra), temos dois amigos no telhado do apartamento de um deles conversando sobre a perda de um ente querido de um deles. Já em Milagres temos um garoto de dezoito anos que está indo conhecer seu pai em um hospital. Depois de tanto tempo ele pediu para ver o filho agora que está morrendo. Não se mova conta a história de Camilla, que está em sua festa de dezesseis anos, a idade que ela sempre quis ter mas não está sentindo nada do que ela pensou que fosse sentir.
O Sétimo conto é Imperfeição, que já resenhei aqui. A ultima homenagem mostra as dores e lembranças de uma garota que acabou de enterrar sua mãe. Em Orgulho e Paciência temos uma garota analisando sua amizade com outra garota que é tão diferente dela. Já Gasolina mostra o que uma mãe é capaz de fazer por uma filha. Em A Caminhada temos um garoto tendo que tomar várias decisões em sua vida agora que está acabando o último ano da escola. E por fim em Renascer temos uma forma diferente de ver a vida por um jovem que está praticamente iniciando ela, mas que já renasceu muitas vezes.
O livro tem algumas coisas em comum em todos os contos. Todos os protagonistas estão na faixa dos quinze aos vinte cinco anos, e todos eles tem em comum a morte e ainda antes da morte, a vida. Apesar do nome do livro e de na maioria dos contos ela estar presente, o que vemos aqui é sobre a vida. O autor usa os contos como forma de reflexão do nosso bem mais precioso. O que realmente vale, o que nos é mais importante. Porque deixamos ela passar como se não fosse nada. A cada novo conto, o autor nos faz pensar e nos questionarmos a forma como estamos vivendo e sempre lembrando que ela é algo tão frágil.
Como disse nas resenha de Imperfeição e Grito (de guerra), é visível como o autor evoluiu na escrita. Cada conto está melhor do que o outro. Por coincidência os meus favoritos foram os que eu já tinha resenhado aqui no blog anteriormente, mas os outros não ficam atrás. É um livro que eu recomendo para todos, afinal é um assunto que interessa a todos, mesmo para você que assim como eu não é tão fã de contos. O livro envolve e a leitura flui rapidamente, mas a mensagem que os contos nos trás, permanece.
Nota:
