Resenha | No Escuro - Elizabeth Haynes

Livro: No Escuro
Série: Não
Autora: Elizabeth Haynes
Gênero: Suspense e Mistério
Editora: Intrínseca
Páginas: 333
Ano: 2013

Resenha:
2003
Catherine Baley é uma jovem que sabe aproveitar a vida, ela se diverte bastante com suas amigas e não quer saber de compromisso com ninguém. Até o dia que ela conhece Lee. Ele é um exemplar perfeito de homem, ela não cansa de admirá-lo e quando ele convida ela para sair, é claro que ela aceita sem pensar duas vezes. E ele é de uma delicadeza que logo no primeiro encontro ela percebe que está apaixonada. Mas depois ela descobre algumas coisas a respeito dele, como ele chegar em sua casa todo machucado e não querer falar com ela sobre o assunto e nem qual é seu verdadeiro trabalho. Porém suas amigas acham que ela encontrou o homem perfeito e ela acaba se convencendo disso. Mas ele começa a ter algumas atitudes que ela não gosta, como pedir que ela deixe de trabalhar e achar que toda mulher gosta de sexo violento. E quando ela tenta terminar com ele, é que ela descobre que ele está longe de ser o cara perfeito.

2007
Anos depois, vemos uma Catherine completamente oposta daquela que conhecíamos. Essa Catherine sofre de Toc e tem ataques de pânico constantemente. Antes de sair de casa, ela tem que conferir seis vezes todas as janelas e portas da casa, e se alguma coisa fora do comum acontecer, ela tem que conferir tudo de novo, só que doze vezes dessa vez. E ainda assim ela não se sente segura. Quando volta do seu trabalho, ela faz um itinerário diferente todo dia para não ser seguida por ninguém e quando chega em casa, ela faz a mesma rotina de quando saiu. Ela só faz compras e cozinha, nos dias pares, nos impares ela pode fazer ginastica, desde que esteja nublado e ela só come as coisas que fez no dia anterior. E ela tem a hora certa de tomar chá, como se fosse acontecer algo ruim se ela passar da hora. Então ela começa a entrar em pânico quando percebe que seu chá acabou e não é um dia par.

É assim que ela conhece Stuart Richardson, seu novo vizinho. O medo de ficar sem o chá é maior do que o medo de ir até o apartamento do vizinho. Stuart é psicólogo clínico e logo percebe que Cathy sofre de Toc e indica um amigo. Mas Stuart não sabe que Cathy já fez muito progresso nos últimos meses. Hoje ela consegue trabalhar e sair de casa sozinha. Mas os ataques de panico estão piorando, por isso ela aceita ajuda de Stuart. E o engraçado é que quando ela está com ele, ela consegue se sentir segura. Ainda que ela tenha que continuar com sua rotina de verificação, basta somente uma verificação nas portas. Stuart passa uma segurança que a muito tempo ela não sentia. E isso faz com que ela comece a acreditar que ela vai conseguir superar tudo o que aconteceu. Isso até ela receber aquele telefonema.

Faz muito tempo que tenho esse livro aqui em casa, paguei 3,60 nele, quase de graça hehe. E como vi várias pessoas lendo ele para o #IDY2016, resolvi ler também. O livro é narrado intercalando um capítulo no presente e um no passado de Cathy. Eles são bem curtos e isso deu ainda mais agilidade a leitura, que já é rápida por se tratar de um livro de suspense. Eu já tinha lido livros angustiantes antes, mas esse ganhou disparado. Eu que já li dois livros que falam sobre Toc, fiquei horrorizada com o que a doença faz com Cathy. Gente que pavor viver assim. Tem dias que ela perde 5, 6 horas verificando as portas e janelas e o pior é que quanto mais nervosa ela fica, mais ela tem que repetir as mesmas coisas. Que triste viver assim. E isso não é nem o pior, o que levou ela a desenvolver a doença é ainda mais perturbador. Fiquei de cara com as cenas e com o ponto que chega um ser humano. Como pode uma pessoa fazer aquilo com outra?

Mas o que fiquei de cara foi com as "amigas" da Cathy. Como assim você conhece a pessoa a vida toda e não acredita no que ela diz, mesmo vendo os machucados, você prefere acreditar nas palavras de uma pessoa que você acabou de conhecer do que na sua amiga. E teve uma das amigas que meu Deus, vou parar para não soltar spoiler. Não sei o que era pior, a agressão física ou a psicológica, acho que se fosse eu, tinha ficado louca. Nesse livro pude ver como meu pensamento era errado em relação a mulheres que apanham dos companheiros. Eu achava que elas não se livravam deles porque não queriam e aqui a autora mostrou o outro lado da história. Elas tentam sim sair da situação, mas ou as pessoas não acreditam ou o terror é tanto que as forças se acabam. Só não dei nota máxima porque não gostei da forma como a autora escreveu o final da história. Foi tanta tensão o livro todo que achei o final fraco e corrido. Mas não deixo de indicar o livro.

Nota:

Imagem retirada do blog It Geek Girls