Resenha | Big Rock - Lauren Blakely

Livro: Big Rock
Série: Big Rock #1
Gênero: Erótico, Chick-Lit
Autora: Lauren Blakely
Editora: Faro Editorial
Páginas: 224
Ano: 2017

Resenha:
Spencer Holiday é um playboy conquistador que sabe como agradar uma mulher. E ele nem precisa se esforçar muito porque ele é muito bem dotado em todos os sentidos. Ele sabe que os homens não entendem as mulheres, mas ele é uma exceção a essa regra, tanto que seu aplicativo o Namorado Antenado é um sucesso desde que foi lançado. E mesmo seus pais sendo ricos, ele fez sua própria fortuna com a venda dos direitos do aplicativo. Agora ele está no ramo de alimentos e bebidas e há três anos ele inaugurou em sociedade com sua melhor amiga Charlotte o The Lucky Spot, um bar onde ele une o útil ao agradavel, afinal qual o melhor lugar para se pegar mulheres e observar do que elas realmente gostam?

Mas seus dias de mulherengo terão umas férias forçadas. Seus pais são donos da Katherine’s, a  joalheria que virou sinônimo de classe desde que foi inaugurada há trinta anos em Manhattan. Mas agora eles decidiram que está na hora de vender a joalheria e o negócio está quase fechado com o Sr. Offerman, um senhor muito conservador que preza a família acima de tudo. Por isso seu pai pede que Spencer dê uma sossegada e pelo menos enquanto o negócio não está assinado, que Spencer evite de aparecer nos tabloides sensacionalistas cada dia com uma mulher diferente. Spencer ama seu pai e não custa nada fazer o que ele está pedindo. Na verdade custa sim, mas ele vai se esforçar bastante para que o Sr. Offerman não desista da compra.

Nem que para isso ele tenha que fingir um noivado com Charlotte. Logo que conhece o o Sr. Offerman um mal entendido faz com que todos acreditem que Spencer está em um relacionamento com Charlotte. E Spencer vendo que isso deixa o o Sr. Offerman tão feliz e seu pai igualmente, confirma o noivado, certo de que Charlotte vai embarcar nessa porque eles sempre foram melhores amigos e um está ali para ajudar o outro. Mas convencer Charlotte a participar da farsa não é nada fácil e ela só aceita para ver se seu ex deixa ela em paz. O que ele não contava era que assim que Charlotte aceitou fingir ser sua noiva, ele começasse a olhar para ela com outros olhos. E querer fazer muito mais do que apenas olhá-la.

"— Bom... Tem mais uma coisa, sim, Spencer
— Diga logo. O que é?
— O óbvio, ora. Não nos apaixonarmos. Dãã — ela responde, com desprezo absoluto pela ideia.
— Ah, é disso que está falando — comento, também com total desdém. — Como se uma coisa dessas fosse possível!
— Isso jamais vai acontecer. Jamais.
— Não existe a menos possibilidade. Absolutamente nenhuma."

Fazia um tempo que eu não lia nenhum livro erótico, confesso que estava um pouco saturada do gênero porque estava cansada de ler as mesmas histórias onde só mudavam os nomes dos protagonistas, porque de resto é tudo basicamente a mesma coisa. E "histórias" para ser generosa porque na grande maioria dos livros do gênero temos 90% de cenas de sexo e 10% de história. Mas resolvi ler Big Rock porque é um livro que eu vi muita gente elogiando e também por ele ter o diferencial de ser narrado por um homem, o que é bem raro em livros do gênero. Até temos a narração dividida em alguns livros, mas a impressão que dá é que é uma narrativa masculina do ponto de vista de uma mulher. Já Big Rock é como se a gente estivesse dentro da mente de um homem mesmo.

E outra coisa que me chamou a atenção para o livro foi ele ter a classificação de chic-lit, que é um gênero que gosto bastante. E depois de ler o livro acredito que ele se aproxima mais do chick-lit do que do erótico propriamente dito. As cenas de sexo só acontecem mais da metade do livro em diante, já as risadas começam no prólogo. Quando leio livros que são narrados somente por mulheres, eu sempre fico imaginando no que o protagonista masculino esteja pensando e como uma grande parte deles são bem babacas, imagino as besteiras que devem estar dentro da cabeça deles. E isso foi uma coisa que amei nesse livro, poder ler essas besteiras, porque o Spencer é um exemplo perfeito de um desses babacas a que eu me referi.

Ele se acha a ultima bolacha do pacote, a cereja do bolo que toda mulher deveria provar. Egocêntrico e convencido até o ultimo fio de cabelo. Mas a autora soube contar a história de um jeito que não tem como não se divertir com as babaquices dele. Em vez de ficar ultrajada com as besteiras que ele acredita, a gente acaba dando muita risada dos seus pensamentos e atitudes. Acredito que se tivesse lido esse livro na visão da Charlotte, teria odiado o Spencer, mas como foi na visão dele, acabei me divertindo tanto com ele que acabei gostando e até torcendo para ele ter seu final feliz. A história não é nada original, é tudo bem clichê na verdade, mas como disse, é tão engraçada que acaba se tornando um livro gostoso para passar o tempo.

Como só conhecemos os outros personagens pelo ponto de vista de Spencer, não dá para acreditar muito se eles são realmente como ele os descreve, mas gostei de Charlotte e vi uma mulher forte que luta pelo que quer. Outra coisa que gostei foi que Spencer é bem tapado e tudo tem que ser dito bem explicadinho para ele entender, por isso não teve aquelas confusões que sempre me aborrecem nos livros, das pessoas não dizerem o que sentem. Era muito engraçado ele pedir para a Charlotte dizer as coisas com todas as letras, porque ele não estava entendo. Outros personagens que se destacaram foram Nick e Harper, que já vi serão os protagonistas do próximo livro da série. Quanto a edição, tem a qualidade que sempre falo aqui da Faro Editorial. E a capa, mesmo sendo com um homem semidespido, o que eu não gosto, combina bem com o conteúdo do livro. 

Nota: