Resenha | Onde está Daisy Mason? - Cara Hunter

Livro: Onde está Daisy Mason?

Série: Detetive Adam Fawley #1

Gênero: Crime Thriller

Autora: Cara Hunter

Editora: Trama
Páginas: 336
Ano: 2021

Resenha:

Na Trama Box de janeiro, a quarta caixa do clube, veio o livro Em um porão escuro e descobri ser ele o segundo da série Detetive Adam Fawley. Como sou dessas que odeia ler séries fora de ordem, mesmo que seja série como essa onde os casos tem começo, meio e fim dentro de um livro, ainda assim a gente acaba perdendo partes da vida do protagonista, que geralmente são metade da história e as vezes até para se entender melhor os casos e seus desenvolvimentos é preciso estar inteirado da vida e personalidade do detetive. Por isso eu precisei comprar e ler esse livro antes de ler o livro do mês da Trama Box. O que acho uma sacanagem da parte da editora, porque existem muitos leitores como eu que vão precisar comprar esse livro para poder ler o próximo.

Mas voltando para o foco da postagem, que é a resenha desse livro. Daisy Mason é uma garotinha de oito anos de idade que desapareceu durante uma festa a fantasia no quintal da sua casa. Daisy estava  fantasiada de margarida, porque segundo a mãe ela adorava a flor, que é o significado do seu nome. Durante a festa estavam presentes amigos da escola e do bairro de Daisy e seus respectivos pais, mas ninguém percebeu nada de estranho e muito menos viu o momento em que Daisy sumiu. Sharon, a mãe de Daisy que parece estar obcecada em manter as aparências, já que limpou quase tudo do pós-festa após saber que a filha desapareceu, lembra de ter visto Daisy antes dos fogos de artificio que foram soltos as dez horas.

Já o pai, Barry, se lamenta o tempo todo por sua garotinha desaparecida e se mostra frio e na defensiva ao ser interrogado, e acha que se lembra de ter visto Daisy por volta das onze horas. E de Leo, o detetive Adam Fawley não consegue quase nada, pois o garoto parece ser bem retraído para seus dez anos. Adam sabe que precisa focar na família, pois de cada dez casos, nove o culpado é alguém muito próximo, mas nesse caso ele precisa enfrentar a resistência de Sharon, que nem a presença do policial que faz o elo de ligação entre os investigadores e a família ela quer. Muito menos que a policia mexa no quarto de Daisy, como se eles fossem os criminosos. Mas ainda assim Adam entra no quarto de Daisy e acaba ficando desconfiado com o que encontra. Porque além de não parecer um quarto de uma criança com tudo milimetricamente no lugar, ainda tem o detalhe de que basicamente tudo é no tema margarida.

Conforme a investigação vai avançando as chances de Daisy vão diminuindo. Ainda mais que a policia encontra em uma lixeira próxima a casa, a calça legging que Daisy estava usando, rasgada em um dos joelhos e manchada de sangue, e uma das vizinhas afirma ter visto um homem levando no colo, uma criança vestida de flor. Mas então ao analisarem as fotos da festa eles percebem que a garota vestida de margarida não pode ser Daisy. Será que o sangue é dessa outra garota? E onde está Daisy que provavelmente nem participou da própria festa? E como isso aconteceu e seus pais nem perceberam? E Adam nem sabe mais se ele é a pessoa mais indicada para estar a frente desse caso já que perdeu seu filho e a ferida ainda dói e muito. 

Até perto do final desse livro eu estava amando ele e até cheguei a comentar sobre ele com minhas amigas, do livrão que eu estava lendo. Eu estava agoniada para saber o que realmente tinha acontecido com a Daisy. Mas então foi chegando perto do fim, à autora foi se enrolando e estragou tudo em um final chato e previsível. E olha que nem estou falando do epilogo, que foi o motivo da reclamação de quase todo mundo que se decepcionou com o livro. Quando vi o rumo que as coisas estavam tomando pensei comigo, ela não vai fazer isso e terminar o livro assim, mas ela fez. Eu fiquei 'como assim a policia aceitou uma coisa dessas?' Até eu que estava vendo de fora vi claramente que nada daquilo se encaixava, e a polícia não?

Mas dai veio o epilogo e pensei 'agora ela vai consertar as coisas'. E o que ela fez? Quis jogar um final chocante na cara dos leitores e só estragou ainda mais a situação. Eu sempre comento aqui quando releio os livros da Agatha Christie de como é interessante você reler um livro policial já sabendo o final e ir "enxergando" todas as pistas que o autor vai deixando ali e a gente não percebe. Em como as peças estavam todas ali, a gente só tinha que encaixar tudo para montar o quebra-cabeça. Mas aqui faltou coerência, se eu for reler o livro agora, nunca que vou chegar naquilo lá. Ficaram inúmeras pontas soltas e isso sem falar de tantas situações abordadas pela autora durante a leitura e que estava ali para nada, nem para distrair o leitor elas serviram. E quem era aquela pessoa no final? Precisei reler algumas partes para lembrar, porque é alguém tão irrelevante que fiquei com cara de tonta. 

E preciso falar do meu receio inicial com o detetive. Eu nem precisava ter me preocupado e comprado esse livro porque o detetive criado pela autora é quase um figurante na história. Ele não resolve nada, não descobre nada e muito menos tem algum carisma para que os leitores queiram acompanhar sua série. Já estou com expectativas zero para o próximo livro. Mas de bom sobre o livro quero ressaltar os capítulos curtos, aliás, ele não tem capítulos, são partes da história separadas por três pontos. Isso dá uma agilidade incrível durante a leitura. Também gostei bastante que temos a história contada por tweets, transcrições de entrevistas, notícias em jornais, etc... Quanto a edição, ela é bem parecida com os livros que tenho aqui do Trama Box, mas meu exemplar veio com uma falha de impressão e um bom tanto de páginas são de uma cor diferente das outras. E infelizmente esse é um livro que não indico.

Nota: