07 fevereiro 2019

Resenha | Nas Montanhas do Marrocos - Luisa Bérard

Livro: Nas Montanhas do Marrocos
Série: Não
Gênero: Romance de Época
Autora: Luisa Bérard
Editora: Novo Conceito
Páginas: 564
Ano: 2018

Resenha:
Katherine Hartington é a filha mais nova do conde de Northwick e da condessa Lydia Hartington e para desgosto da mãe, ela não seguiu o exemplo das irmãs mais velhas, que assim como a mãe só pensam em vestidos, aulas de danças e encontrar e fisgar um cavalheiro rico para realizar um ótimo casamento. Katherine quer ser como sua tia Margareth, sexta duquesa de Melbourne, que após a morte do seu marido, optou por não se casar novamente e administra todos os negócios da família, atitude que sua irmã Lydia se opõe, mas que não pode fazer nada para mudar a situação. Nem impedir que Katherine visite a tia três vezes por semana para aprender sobre como gerir um negócio. Mas mesmo Margareth apoiando Katherine nesse quesito, ela não abre mão de que a sobrinha faça um bom casamento.

E enfim, depois de tantas aulas e preparações, chega o dia em que Katherine será apresentada a sociedade londrina. Sua família parte para Londres onde após ser apresentada a Rainha Victoria, Katherine começa a participar de um evento atrás do outro, onde consegue alguns admiradores e até um pedido de casamento, que ela recusa sem pensar duas vezes. E entre um evento e outro Katherine ainda consegue fazer um curso de enfermagem escondido da família. Mas então uma súbita doença coloca a vida de Margareth em risco, fazendo assim com que Katherine desista da temporada e volte para o condado de Derbyshire com a tia onde além de cuidar da saúde dela, ainda fica a frente dos negócios do ducado sob a supervisão da mesma. E essa doença faz com que Margareth apresente planos que ela sempre teve, fazer de Katherine sua herdeira.

Os meses vão passando e Katherine recebe um convite para acompanhar um casal de amigos em uma viagem para a Grécia. Como não quer deixar a tia sozinha, ela recusa. Mas acaba voltando atrás quando Ethan Bedford, o marquês de Huntley, que ela conheceu em Londres, aparece pedindo sua mão em casamento. Katherine precisa pensar no que realmente deseja para sua vida e vê na viagem uma ótima oportunidade para isso. Mas as coisas não acontecem como previsto. No meio da viagem o navio é atacado por piratas e Katherine é levada por eles e posteriormente é vendida como escrava no Marrocos. E por ironia do destino ela é dada como presente para o príncipe Fahid Ahmed el-mansur Saadi, que já admirava Katherine desde quando a viu em Londres. E enquanto tenta encontrar uma maneira de voltar para casa, Katherine se vê cada dia mais encantada pelo príncipe marroquino.


Estou achando bem dificil escrever essa resenha, assim como foi dificil dar a nota para ele. Como vocês podem ver o livro é enorme, quase 600 páginas, algo bem incomum em romances de época. E até a metade do livro mais ou menos, eu estava odiando a história, só encontrei coisas negativas para falar sobre a história. Mas então da página 300 em diante a história melhorou e muito, a protagonista amadureceu e comecei a gostar bastante  e acabei devorando o restante do livro. Mas a duvida quanto a nota e a resenha é porque conheço muita gente que teria abandonado o livro bem antes dele melhorar. Afinal ler trezentas páginas e só passar raiva é algo que eu particularmente faço porque não consigo abandonar uma leitura, mas sei que não é todo mundo que tem esse problema.

A narrativa da autora é super detalhista, tanto que chega a cansar em vários momentos. Sabe quando você lê 50 páginas e não aconteceu nada? Lê mais trinta e só se passou um dia na história? Pois é, esse foi um dos motivos que me fizeram não gostar da primeira metade do livro. Ainda mais porque o livro é pesado e se a leitura vale a pena isso não incomoda, mas quando a narrativa é cansativa nos dois sentidos, a leitura se torna muito chata. Em segundo lugar me incomodei e me irritei muito com a protagonista. Eu leio muitos romances de época e em quase todos eles temos mulheres que estão a frente do seu tempo e que quebram as regras estabelecidas pela sociedade. Mas a Katherine, meu Deus que mulher insuportável. 

Ela não quebra as regras por querer lutar por seus direitos, ela as quebra por ser teimosa e bem sem noção. Por várias vezes ela coloca em risco sua segurança apenas para não ter que baixar a cabeça e ficar com a ultima palavra. Só para citar duas situações, mas foram muitas mais, uma foi ela querer discutir com os piratas que invadiram o navio em que ela estava e outra foi ela cavalgar sem se importar nem com a segurança dela, nem com a do animal. Fiquei com muita raiva dela por causa disso e não foi uma vez só não que ela fez o animal ir além dos seus limites. E o mais engraçado é que ela sempre foi contrária ao casamento por não querer perder a sua liberdade e foi só colocar os olhos em Fahid que ela abriu mão de tudo na vontade de ser uma segunda esposa, muito contraditório.

Mas como disse antes, chega em um ponto do livro que as coisas mudam e ela amadurece e deixa de ser aquela garota mimada pela tia. Dai em diante comecei a gostar da história e até torci por ela e por Fahid. Agora falando do relacionamento deles. A principio achei que fosse se tratar de um caso de Síndrome de Estocolmo, mas não foi o caso já que não é Fahid quem compra ela e apesar de estar em um país onde ela não entendia a língua e não tinha como pedir ajuda, em nenhum momento ela perdeu sua liberdade e privilégios. Tanto que mesmo sendo considerada "escrava", ela tinha sua escrava particular, e todos se referiam a ela como milady. E também eles só tiveram relações sexuais quando Katherine pediu para que isso acontecesse.

E voltando para as "reclamações" sobre o livro, achei que a autora fosse mostrar mais sobre a cultura marroquina. Pelo tamanho do livro achei a abordagem dela bem superficial e como já li algumas coisas sobre o assunto, achei também que houve algumas discrepâncias com algumas coisas que já li e assisti. Mas como não sei de fonte segura sobre o assunto, não vou dizer quem está correto. E vi algumas divergências não só sobre a cultura da região, mas também sobre as regras da sociedade em si. Mas como disse antes, no fim de tudo achei o livro bom. Então leia por sua conta e risco, pode ser que você goste bem mais do que eu. E para finalizar vou falar sobre a capa que achei muito bonita e a edição da Novo Conceito ficou excelente. O livro já foi lançado anteriormente de forma independente pela autora e relançado agora pela NC.

Nota:



16 comentários:

  1. Oi Sil!
    Eu cheguei a vê algumas dicas de leituras ou unboxing que falavam desse lançamento da NC. Mas confesso que apesar do tema interessante, nao me chama muito atenção.

    Abraços
    David
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com

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  2. Oi Sil
    Eu achei interessante por se passar no Marrocos e abordar um tema tão importante sobre escravidão sexual. Eu não leria mesmo nem foram pelas ressalvas negativas porque cada um tem seu gosto, mas pelas 600 páginas. Não aguento livros tão detalhados assim e comercialmente falando ficam encalhados nas prateleiras porque não é todo mundo que gosta de livros dessa grossura e tão detalhado que acaba ficando cansativo.
    Beijo

    karinapinheiro.com.br

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  3. Oi Sil,

    Poxa que pena que o livro no inicio não é tão bom.
    Confesso que odeio livros com narrativa cansativa e como você disse, eu particularmente não sei se aguentaria ler 300 páginas para ver uma melhora depois.
    Uma pena.
    Bjs e uma boa semana!
    Diário dos Livros
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  4. Oi, Sil!
    Essa capa é linda, mas nem passa ser um romance de época.
    Infelizmente o livro não chamou minha atenção...
    Beijos
    Balaio de Babados

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  5. Acho a capa desse livro tão linda. Uma pena o começo da história ter sido tão ruim para a sua experiência de leitura..

    www.vivendosentimentos.com.br

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  6. Oi Sil! Encarar 300 páginas para a história ficar boa é um desafio. Você foi guerreira. Uma pena a leitura não ter sido mais empolgante. Realmente com essa questão, muita gente vai desistir da leitura. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  7. Oi Sil,
    Olha que nem diria que era romance de época, achei que fosse algum romance dramático.
    Uma pena esse lance das páginas, mais o cenário pecar em detalhes, apesar que ela deu em outros pontos. Não sei se leria, porque detalhes de coisas não muito atrativas cansa minha leitura.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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  8. Oi Sil, estou com o livro aqui na estante e realmente é grande. Pensei tb que teria mais sobre a cultura de Marrocos, uma pena não ter sido assim. Fico feliz em saber que melhora, assim eu me empolgo mais pra ler rsrsrsrs

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  9. Oi, Sil

    Assim como você, não consigo abandonar leituras, por isso é um sofrimento quando a gente lê, lê e lê, mas nada acontece. Pelo menos a segunda metade foi satisfatória, então foi um meio a meio. Mas acho que não encararia a leitura, pelo menos não nesse momento.


    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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  10. Poxa, uma pena você não ter gostado :(

    nicenessbeauty.com

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  11. Oi Sil.
    Eu adoro leituras detalhistas. mas para outros tipos de livro, como fantasias e dramas que pedem mais do enredo. Eu não conhecia esse livro, mas com certeza não vou deixar entrar na lista. Eu amo romances de época, mas do jeito que estou cometeria um crime de ódio e não passaria das 300 páginas.
    Beijos.
    Fantástica Ficção

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  12. Oi, Sil!
    Eu nunca me interessei muito por esse livro e quando li que só depois da metade que ele começa a ficar mais interessante, eu já desisti hahaha Gosto de detalhes, mas quando fica exagerado, eu já vou me desanimando. Esse com certeza não vai entrar pra minha lista.
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

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  13. Oi, Sil!

    600 páginas é mesmo muita coisa. É preciso uma história bem envolvente pro leitor não cansar. E se a história fica boa só na metade, então... Capaz que eu seria uma das que largaria logo no começo, apesar de também odiar abandonar leituras. Uma pena ter demorado tanto pra pegar no ritmo a história, fora que eu também nunca vi um romance de época tão longo assim. Torcer pra num próximo livro a autora desenvolver melhor!

    xx Carol
    https://caverna-literaria.blogspot.com/

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  14. Oiii Sil

    Caramba, nunca jamais imaginei que esse livro fosse ter 600 páginas, é um calhamaço Sil! Como assim a autora não inseriiu mais da cultura marroquina, uma cultura super mistica, antiga e rica que a maioria de nós tem curiosidade em saber mais?Perdeu mil pontos comigo nesse quesito. Além disso fiquei receosa em saber o quanto tudo demora a se desenrolar, poxa, complicado ler e sentir que nada acontece, essa sensação cansativa ultimamente me faz abandonar livros, acho que esse não será pra mim porque já to pressentindo problemas com essa narrativa. Anyway, a capa ficou linda, isso amei.

    Beijokas

    www.derepentenoultimolivro.com

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  15. Oi Sil,
    Sabe que seria o tipo de livro que eu compraria de olhos fechados, né?
    Eu gosto de calhamaços e esse toque de época me agradaria demais. Uma pena que a escrita da autora tenha muitos detalhes, porque isso me empaca na leitura.
    Ai Ai Ai. Que pena... E a Novo Conceito fez um belo trabalho na capa também.
    beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/
    P.S.: Eu sei que Outlander não é para todo mundo, tem MUITO drama e cenas fortes mesmo. Mas fico feliz que você pelo menos tenha tentado ver *-*

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  16. Olá Sil,

    Esse é um livro que está na minha lista de desejados, gosto demais do gênero, não é fácil ler essa quantidade de páginas e nada acontecer, mas só sabemos se o livro é bom mesmo depois que terminar, apesar que alguns já vemos de cara....kkk, mas enfim, apesar das suas ressalvas eu leria....bjs.


    https://devoradordeletras.blogspot.com/

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