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05 março 2019

Resenha | Quando Ela Desaparecer - Victor Bonini


Livro: Quando Ela Desaparecer
Série: Detetive Conrado Bardelli #3
Gênero: Suspense
Autor: Victor Bonini
Editora: Faro Editorial
Páginas: 272
Ano: 2019

Sinopse:
Uma garota de dezesseis anos desaparece durante uma excursão escolar. Mas não se trata de qualquer garota. Dois anos atrás, ela esteve à beira da morte, e quando foi encontrada, ninguém acreditou que sobreviveria.
Agora, há dois meses desaparecida, não restam dúvidas de que esteja morta. Rastros de sangue e um colar arrancado são as únicas pistas. Pressionados, os policiais estão desesperados por respostas, mas ninguém na longa lista de suspeitos parece ter forte motivação para cometer um crime.
Até que o caso vira de cabeça para baixo e segredos muito bem enterrados emergem para revelar o lado cruel de um lugar aparentemente tranquilo. No meio de tantos possíveis culpados, os inocentes é que estão mais aflitos… porque alguns deles começaram a morrer.

Resenha:
Francisca Silveira do Carmo, ou Kika como é conhecida por todos, é uma adolescente que chama a atenção por sua aparência. Ela é muito bonita e até já foi eleita Miss Guarulhos Juvenil. Mas a mesma beleza que pode lhe abrir vários caminhos, causa inveja em muita gente e por isso ela quase não tem amigas. A garota mais próxima dela é Elaine Campos, que não é bem uma amiga, mas que assim como Kika é excluída dos grupos, no caso por ter uma inteligência acima da média, e por causa disso ela entende o que Kika passa. Entende, mas não concorda com as atitudes que Kika toma, principalmente com sua arrogância e seu comportamento agressivo com as pessoas ao seu redor. Ela sabe que esse tipo de comportamento gera consequências.

E isso acontece durante uma excursão do colégio particular onde elas estudam. Na hora de voltar, ao fazer a contagem dos alunos, os professores percebem que falta um, a Kika. Eles chamam a policia, um grupo de buscas é organizado, mas a unica coisa que eles encontram é o colar de Kika jogado no mato, como se tivesse sido arrancado a força dela. Quem assume o caso de Kika é o doutor Lauro Jahib, mas por mais que ele investigue, nenhuma pista do desaparecimento é encontrada. É como se Kika tivesse sumido no ar. Suspeitos é o que não falta, mas os motivos que cada um deles teria para cometer o crime não são consistentes, e não se sustentariam no caso de serem acusados formalmente.


Mas então é levantada a hipótese do desaparecimento atual estar ligado com algo que aconteceu dois anos atrás. O raio caiu duas vezes no mesmo lugar. Da primeira vez Kika foi encontrada quase morta e completamente desfigurada, mas ela sobreviveu e com a ajuda de doações ela fez várias cirurgias e teve sua vida de volta. Será que as duas tragédias estão ligadas? É então que o doutor Lauro prende um suspeito, mas enquanto o suspeito está detido, uma pessoa é assassinada deixando as investigações ainda mais complicadas e a policia completamente perdida. A mídia começa a exigir respostas, afinal já são dois meses do desaparecimento e já não se sabe se dessa vez Kika será encontrada com vida.

"— A realidade copia sim a arte — justifica ele. — No fim, muito se resume à jornada do herói: o conflito, a partida do protagonista, as dificuldades, as reviravoltas, o clímax e o desfecho com a volta do herói. O que eu fiz foi, digamos, colocar as cenas em ordem. o roteiro tinha sido mal editado de propósito. Só aí eu vi uma história convincente."

Esse é o terceiro livro que leio do autor Victor Bonini e mais uma vez ele conseguiu me surpreender. Com uma narrativa completamente diferente do que estou acostumada a ler, uma espécie de livro reportagem, o autor trás Conrado Bardelli, o detetive anteriormente presente nos livros Colega de Quarto e O Casamento, para desvendar mais um mistério que tira o sono do leitor. Mas nesse livro a atuação do Bardelli não é tão presente quanto nos outros livros citados, ele não faz parte da investigação, mas ele vem para esclarecer os pontos que ficaram em abertos, mesmo após o crime ter sido aparentemente solucionado.


Como citei acima, a narrativa é diferente do que eu estou acostumada a ler. A história é apresentada como um livro reportagem, por isso ele não segue uma linha cronológica de tempo. Quem conta a história é Sarah, uma garota que esteve presente durante os acontecimentos e hoje sete anos depois, ela é uma jornalista que decide esclarecer o que realmente aconteceu na época. Então temos depoimentos, trechos de jornais, postagens em redes sociais, e vamos acompanhando de forma alternada o antes e o depois do sequestro, e um mais depois ainda quando entra em cena o detetive Bardelli. 

E tudo isso muito bem separado por páginas de cor normal, de cores cinzas e pretas, uma coisa que gostei bastante porque em nenhum momento me senti perdida e já pelas cores era possível saber o tempo em que aquilo estava acontecendo. E aqui deixo novamente meus elogios para a Faro Editorial que mais uma vez fez um trabalho excelente de diagramação e trouxe um livro que além de ter uma história maravilhosa, dá gosto de ter em mãos pela qualidade da edição. E ainda temos fotos dos lugares, pichações nos muros, citações de jornais, tudo para dar aquele clima de reportagem mesmo. Sem falar que o autor usa de lugares e órgãos reais que dá impressão de que tudo o que está acontecendo é real.


O livro começa soltando os fatos, mas só um pouquinho de cada vez. Primeiro inteirando o leitor do que está acontecendo, depois atiçando a nossa curiosidade. E as perguntas começam a serem feitas na nossa cabeça. O que aconteceu no passado com Kika? O que está acontecendo agora? Quem é o culpado? Tem mais de um? E as páginas vão passando e nada da gente descobrir a verdade. E quando finalmente ela vem, eu fiquei sem acreditar que era aquilo mesmo. Eu criei um monte de teorias, mas a verdade nem me ocorreu. Foi um final surpreendente. Não vou falar dos personagens para não soltar spoilers, mas tenha uma coisa em mente, ninguém é o que parece ser. E por fim finalizo essa resenha indicando o livro com certeza para quem é fã de um ótimo suspense. E uma dica, leia o livro quando estiver com tempo, porque você não vai conseguir parar de ler sem saber o final.

Nota:







18 fevereiro 2019

Resenha | O Casamento - Victor Bonini


Livro: O Casamento
Série: Detetive Conrado Bardelli #2
Gênero: Suspense
Autor: Victor Bonini
Editora: Faro Editorial
Páginas: 368
Ano: 2017

Resenha:
Conrado Bardelli, também conhecido como Lyra, é advogado, mas o que ele gosta mesmo de fazer é trabalhar como detetive particular. Seu caso mais recente envolve chantagem. Seu cliente é Ricardo Gurgel, um alto executivo que venceu na vida por méritos próprios. Gurgel tem uma amante e alguém sabe disso e está chantageando ele para que o caso não se torne publico. Gurgel cedeu a chantagem nas primeiras vezes e já pagou diversas quantias para o chantagista. Mas na ultima vez que entregou a grana, ele tentou surpreender a pessoa que foi retirar o dinheiro no local e acabou no hospital. E então o chantagista para se vingar, pediu uma quantia absurda a ser entregue em um casamento para o qual a família de Gurgel foi convidada.


E por coincidência Bardelli é amigo do pai da noiva, e também vai estar na festa. O casamento de Diana e Plínio vai acontecer em um hotel-fazenda, onde os convidados poderão passar o feriado prolongado. Quando Diana e Plínio se conheceram e começaram a namorar, ninguém achou que o namoro fosse ir adiante, afinal os dois são completamente diferente um do outro. Mas não adiantou a torcida contrária, eles noivaram e marcaram o casamento a contragosto das duas famílias, que disfarçam, mas não engolem o casamento. E ao chegar ao local do casamento, Bardelli percebe que tem alguma coisa errada no lugar, o clima não é o que deveria se esperar de uma cerimonia tão importante. As pessoas parecem estranhas e tudo parece estar fora do lugar.

Poucas pessoas sabem que Bardelli é um detetive, e acabam contando "coisas" para ele, ainda mais embaladas pelas bebidas que rolam soltas. Mas fora um bilhete ameaçador que foi entregue no quarto da mãe da noiva, Bardelli não consegue descobrir nada de concreto a respeito do chantagista. Então Gurgel recebe instruções para a entrega do dinheiro e junto um aviso para ele não tentar nada como da última vez. Mas Bardelli resolve ficar de vigia e a pessoa não aparece para pegar o dinheiro. E chega o grande dia, e enquanto todos esperam dentro do salão, um crime brutal acontece na antessala. Dona Hortência, tia de Gurgel e a juíza de paz que iria realizar o casamento, é assassinada. Agora Bardelli que tinha um caso de chantagem para investigar, vai ter que encontrar um assassino.

"Estranho imaginar que, mesmo que de formas diferentes, aquilo se sustentava. Estavam no fim de um espetáculo. Só não era um casamento, e sim um homicídio. E aquela era a hora da arrumação. E em vez de tirarem as decorações da festa, tiravam sangue das paredes e um corpo do hotel. Um feriado mágico? Não. Marcante? Com certeza."

Esse é o segundo livro que leio do autor e assim como no primeiro, Colega de Quarto, fui muito surpreendida com o livro. Colega de Quarto é um ótimo suspense, daqueles que te prende do começo ao fim e por mais teorias que você pense, não consegue desvendar a verdade, e passei longe de descobrir quem era o culpado. Em O Casamento, o autor conseguiu ser ainda melhor. Houve uma evolução gigantesca em sua escrita, que já era muito boa e, mesmo O Casamento sendo um livro bem grande para os padrões do gênero, é uma leitura muito rápida, porque a gente não consegue largar enquanto não vê o mistério todo solucionado. E aqui também aconteceu igual ao primeiro livro, pensei em mil coisas e em vários culpados, mas não cheguei nem perto de acertar o que realmente tinha acontecido.


Como salientei em Colega de Quarto, o estilo do autor me lembra muito o da Agatha Christie, de quem sou muito fã. Desde que li todos os livros dela que encontrei aqui no Brasil, fiquei meio órfã desse estilo, crime/investigação/elucidação do caso, e por isso fico feliz ao ver que o autor escreve seus livros de uma maneira que lembra muito o da Rainha do Crime. E só agora ao pegar O Casamento para ler, é que fiquei sabendo que o autor é um grande fã da AC também, inclusive que ele é administrador do grupo Agatha Christie Brasil, do qual faço parte desde que entrei no Facebook. Comecei a ler o livro e o cenário, o desenrolar dos fatos, a investigação, as pistas que vão sendo deixadas ali na nossa cara e que só percebemos no final do livro quando enfim descobrimos o culpado, e por fim as revelações de como tudo aconteceu, logo me deram aquela sensação nostálgica de estar lendo um livro da AC novamente.

E depois analisando a capa, até isso me trouxe a memória os livros dela, que sempre tiveram capas simples, mas com os principais elementos da história. Só que de simples essa capa não tem nada. Ela é perfeita. E mais uma vez quero elogiar a Faro Editorial que vem fazendo um trabalho incrível em suas edições. Desde a capa, a combinação de cores e elementos presentes, a contra guarda, a folha de rosto, entrada de capítulo, a diagramação, tudo é de um capricho só, pensado para fazer a história funcionar. Eu como amante de um bom livro, fico lisonjeada quando pego um livro assim para ler, porque sinto que quando o livro estava sendo idealizado, tudo o que foi feito foi pensando na pessoa que ia ler ele. Diferente de alguns que claramente são feitos não para agradar o leitor, mas para vender.


Mas voltando a história, quero falar do protagonista dela, o advogado e detetive Conrado Bardelli, ou somente Lyra. E se tem alguma coisa negativa para falar do livro é essa, cada hora o homem é chamado por um desses três nomes, as vezes até no mesmo parágrafo. Acho que o autor deveria escolher um deles e seguir em frente, porque isso confunde o leitor, porque passa a impressão de ser três pessoas diferentes. Mas isso é só para falar algo de negativo do livro, porque de resto eu amei tudo. Até o Bardelli que não tinha me conquistado no livro Colega de Quarto, porque sim, ele está presente nas duas histórias, acabei gostando bastante aqui. Consegui ver além do detetive, vi um homem que acerta, mas que também erra, que enfim, é humano. Foi interessante acompanhar suas deduções e descobrir a verdade junto com ele.

Quanto aos outros personagens, não vou falar nada, porque morro de medo de soltar spoilers, porque se falar alguma coisa de suas personalidades, posso estar soltando alguma coisa sem querer, o interessante é o leitor ir descobrindo a verdadeira face de cada um conforme vai lendo. Outra coisa que gostei bastante foi que a história acontece no Brasil, porque mesmo autores brasileiros tem mania de transportar sua histórias para outros países. E para finalizar, é claro que indico o livro para quem é fã do gênero. Como disse antes, você não vai querer parar de ler enquanto não chegar no fim dessa história. E para quem é fã da Agatha, venham matar um pouco a saudade do seu estilo. E ainda com uma adição bem legal, é o estilo da Agatha, mas com toda a tecnologia que temos hoje em dia. Fico aqui pensando no Poirot com acesso a internet...

Nota: 









10 novembro 2016

Resenha | Colega de Quarto - Victor Bonini

Livro: Colega de quarto
Série: Detetive Conrado Bardelli #1
Gênero: Policial, Suspense
Autor: Victor Bonini
Editora: Faro Editorial
Páginas: 280
Ano: 2015

Resenha:
Conrado Bardelli não aguenta mais cuidar de divórcios. Parece que é só para isso que as pessoas procuram os advogados hoje em dia. Mas graças a Deus seu novo cliente não quer se divorciar, nem falar com o advogado na verdade, ele quer ver o detetive particular. E as duas da madrugada. Conrado estranha, mas resolve ouvir o garoto com pinta de playboy que diz se chamar Eric Schatz. E a primeira coisa que ele fala é que estão querendo fazer ele de louco, que até já procurou um psicólogo mas não adiantou nada e começa a contar sua história. Eric conta que é do Rio de Janeiro, mas que está morando sozinho em São Paulo estudando direito. Só que de uns tempos para cá, ele tem a impressão de que não está mais morando sozinho no apartamento. Além dos barulhos, Eric vem reparando em alguns sinais que mostram que tem mais alguém morando no apartamento além dele.

Um dia foi uma escova de dentes nova que apareceu na pia. Outras vezes é a televisão que ele tem certeza de ter deixado desligada quando saiu e ao chegar em casa ela está ligada. Frequentemente ele acorda a noite com o barulho da descarga ou com o microondas ligado. E hoje ele viu um par de chinelos que não são seus sob o sofá. Mas a gota d'água foi quando ao levar o lixo para fora, ele viu a silhueta de um homem entrar em seu apartamento pela porta da frente. Seu colega de quarto invisível não é tão invisível assim. Por isso ele decide procurar ajuda, ele precisa saber o que está acontecendo, se alguém está querendo deixar ele louco ou ele já está louco mesmo. E quando Conrado pergunta se ele chegou a procurar a polícia, Eric que já estava uma pilha de nervos acaba se descontrolado e vai embora correndo do escritório.


Conrado vai para casa e está prestes a dormir quando recebe um telefonema de Eric, que parece estar ainda mais desesperado e Conrado tem a impressão de que ele está chorando. Mas Eric encerra a ligação sem dizer o que  aconteceu depois que ele voltou ao apartamento. E é por causa dessa ligação que a polícia procura Conrado na manhã seguinte, já que o telefonema para Conrado foi a última coisa que Eric fez antes de despencar quinze andares abaixo e ter seu corpo destroçado pela queda. Aparentemente foi um suicídio, mas quando Conrado conta ao delegado tudo o que sabe, a coisa muda de figura. Será que Eric estava realmente perturbado a ponto de tirar sua vida, ou ele foi induzido ao suicídio? Ou então realmente ele tinha um colega de quarto que o matou?

Depois de ler várias resenhas positivas desse livro, assim que tive a oportunidade, eu adquiri ele. O mistério presente na história chama a atenção e prende o leitor até as ultimas páginas. Uma coisa que me fez gostar bastante do livro e do autor foi a forma como a história foi narrada, lembrou muito o estilo da Agatha Christie, que amo desde que comecei a ler. A história é dividida em três partes, Primeiro temos a apresentação do caso, segundo, a investigação e por fim as explicações e a revelação do mistério, bem ao estilo da Agatha. Inclusive o final, onde eu imaginei de tudo, menos o que era realmente que tinha acontecido. Durante a leitura levantei vários questionamentos, mas chegou no final e não era nada do que eu tinha imaginado e nem passou pela minha cabeça o culpado de tudo.


Num primeiro momento imaginei que a história ia puxar mais para o sobrenatural e que tinha um fantasma no apartamento. Mas depois vão aparecendo outras pistas e já comecei a imaginar que ele tinha sido assassinado. E fiquei nessa o livro todo, imaginando mil teorias e mudava de ideia a todo instante e até a revelação final eu ainda não tinha certeza se era suicídio ou assassinato. O autor soube me enganar direitinho. Quanto aos personagens, Conrado é o protagonista do livro, mas não consegui gostar muito dele não. Sabe quando você termina a história e fica sem saber a que veio o personagem? Uma hora ele parecia ser muito inteligente, outras parecia ser um tapado e confesso, não fiquei convencida da forma como ele elucidou o crime. Mas pode ser implicância da minha parte por ficar imaginando o Poirot ali. E também isso não interfere na ótima história criada pelo autor. A edição está muito caprichada e merece elogios. Enfim, recomendo para os amantes de um bom suspense, porque é o que não falta nessa história.

Nota:





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