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24 agosto 2021

Resenha | O Timbre - Neal Shusterman

Livro: 
O Timbre
Série: Scythe #3
Gênero: Ficção-Científica
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Páginas: 560
Ano: 2020

Contêm spoilers dos livros anteriores. 

Resenha:
O mundo é perfeito. A capacidade computacional se tornou infinita e a nuvem evoluiu para a Nimbo-Cúmulo, que controla tudo e todos ao seu redor e por isso não existem mais desigualdades, nem doenças e a imortalidade é uma escolha. Mas a superpopulação se tornou um problema e para resolver essa situação foi criado um grupo de pessoas que teriam a dificil missão de coletar vidas aleatoriamente, a Ceifa, que é a única coisa no mundo que a Nimbo-Cúmulo não pode intervir. Quem morre pelas mãos de um ceifador não pode ser revivificado. A Nimbo-Cúmulo é responsável pela vida e a Ceifa tem o domínio sobre a morte. E uma não pode interferir nos negócios da outra. E quando o homem tem algo tão importante em suas mãos é claro que a coisa vai sair do eixo.

Alguns ceifadores começam a se corromper, sentindo prazer em seu trabalho e fazendo ele com o máximo de violência possível. Um deles é o Ceifador Goddard, que em um golpe de mestre mata todos que poderiam fazer alguma frente contra ele ao afundar Perdura e agora é o Alto Punhal de MidMérica do Norte e sua primeira decisão é abolir a cota de coletas dos ceifadores, assim eles podem matar quantas pessoas tiverem vontade. E para ajudar no momento em que Perdura afundou, a Nimbo-Cúmulo declarou todos os humanos infratores e não responde mais ninguém. A única exceção é Greyson Tolliver, que está refugiado entre os tonistas que acreditam que o ruído que todos ouviram antes da Nimbo-Cúmulo se calar é o sinal que eles esperavam por todo esse tempo, a Grande Ressonância.

E como Greyson é o único que a Nimbo-Cúmulo ainda responde, as pessoas começam a acreditar que provavelmente ele é o enviado para salvar o planeta, um novo messias: o Timbre. Sem a orientação da Nimbo-Cúmulo as pessoas estão desesperadas e se apegam a um fio de qualquer coisa e os tonistas começam a aumentar chamando a atenção de Goddard e seus seguidores. E não é só com os tonistas que Goddard tem que se preocupar porque Citra e Rowan são resgatados com vida depois de três anos presos no fundo do mar e eles são os únicos que sabem a verdade. E ainda tem o Ceifador Faraday que enquanto todo mundo acredita que ele está morto, na verdade estava a procura de respostas para acabar com a corrupção da Ceifa em um ponto cego da Nimbo-Cúmulo, incentivado pela mesma na verdade.

"— Somos seres imperfeitos — Munira disse. — Como poderíamos nos encaixar em um mundo perfeito?"

Eu relutei bastante em começar essa série porque o gênero não é um que está entre os meus favoritos. Mas depois de tantos elogios eu me rendi e encontrei uma história espetacular em O Ceifador, que continuou primorosa em A Nuvem e terminou... bem falemos mais sobre isso. Neal Shusterman tem se mostrado um autor genial e são poucos que conseguem escrever algo tão fora da casinha dentro de um tema tão batido, Inteligência Artificial, principalmente pelo cinema, e surpreender pela qualidade e imprevisibilidade. Eu confesso que comecei a ler esse terceiro livro sem ter nenhuma ideia de como as coisas iam terminar e diferente das resenhas que li, eu gostei bastante de como tudo terminou.

Mas não vou dizer que tudo foram flores. Acredito que boa parte dos leitores da trilogia se apegaram aos personagens Citra e Rowan e a demora deles em aparecer nesse terceiro livro e quando apareceram foi basicamente para fazer figuração, pode ter decepcionado a muitos. Aconteceu comigo. Até sabemos que eles foram encontrados com vida, mas cadê deles aparecem na história e fazer o que todo mundo estava esperando deles. O Rowan é meu personagem favorito da trilogia e foi com dor no coração que vi um personagem tão promissor sendo tão mal aproveitado. Outro que eu esperava muito também e ficou só na promessa foi o Ceifador Faraday e apesar dele e da Citra até terem um papel importante na história, poderia ser qualquer um no lugar deles que não teria feito diferença.

E acredito que até por isso, pelo meu casal favorito ter sido ignorado, até mesmo o Greyson que eu tinha gostado bastante no livro anterior acabou sendo apenas passável nesse. E a Nimbo-Cúmulo que foi o grande destaque do segundo livro foi um dos poucos personagens que continuaram no mesmo nível. E por vezes me vi admirada por seu papel na história toda. Ela foi construindo tudo aos poucos, movendo as peças aqui e ali e quando a gente percebe temos um xeque-mate. Outro personagem que gostei bastante foi um que apareceu nesse livro, Jerico Soberanis, de gênero fluido, que confesso precisei pesquisar para saber o que era e isso que é legal em não ficar somente nos personagem padrões, conhecimento. 

E enquanto vi as pessoas reclamando sobre o final do livro, eu achei a solução do autor pertinente. Eu não consigo pensar em nada diferente para resolver os problemas que o autor apresentou durante a história. O que me incomodou mesmo foi a primeira metade do livro. Foram quase trezentas páginas de lentidão com um ou outro acontecimento sendo jogado aqui e ali, mas que se fosse pensar mesmo ele poderia te contado aquilo tudo em menos de cem páginas. E esse foi o motivo de eu ter dado uma nota 4 para o livro. E ainda porque não levei meu gosto pessoal em consideração, sim estou falando do Rowan, se não a nota teria sido menor. Quanto a edição o título ficou bom traduzido, mas se tivessem deixado o original teria mais significado para a história. E a edição física apesar do material ser de boa qualidade, é bem aquém dos dois primeiros livros da trilogia. 

Nota:



 



03 setembro 2020

Resenha | A Nuvem - Neal Shusterman

Livro: A Nuvem
Série: Scythe #2
#1 - O Ceifador
Gênero: Ficção Científica
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Páginas: 496
Ano: 2018

Contêm spoiler do livro anterior nos três primeiros parágrafos.

Resenha:

Foi no ano de 2042 que a humanidade se tornou uma sociedade utópica. O ano em que a capacidade computacional se tornou infinita e a nuvem evoluiu para a Nimbo-Cúmulo, que controla tudo e todos ao seu redor e por isso não existem mais desigualdades, nem doenças e a imortalidade é uma escolha. Mas criou-se um novo problema, a superpopulação. Para manter o equilíbrio formou-se um grupo de pessoas que teriam a dificil missão de coletar vidas aleatoriamente, a Ceifa, que é a unica coisa no mundo que a Nimbo-Cúmulo não pode intervir. Quem morre pelas mãos de um ceifador não pode ser revivificado. A Nimbo-Cúmulo é responsável pela vida e a Ceifa tem o domínio sobre a morte. E uma não pode interferir nos negócios da outra. 

Mas enquanto a Nimbo-Cúmulo é perfeita e não pode violar suas próprias regras, grande parte dos ceifadores começam a se corromper e a se utilizar da posição de ceifador para seu bel-prazer. O Ceifador Goddard, era um deles e mesmo ele tendo sido morto por seu aprendiz Rowan Damisch, sua doutrina ainda tem muitos seguidores. Por isso Rowan tomou apara si a tarefa de eliminar esses ceifadores. Com o nome de Ceifador Lúcifer, Rowan vem tirando o sossego da Ceifa e nesses dez meses que se passaram desde que ele e Citra Terranova lutaram e Citra se tornou a Ceifadora Anastássia, Rowan já coletou treze ceifadores. E enquanto Rowan é caçado pela Ceifa por seus atos, Citra tenta fazer seu trabalho de maneira justa.

O que também começa a irritar alguns ceifadores pois, ela dá um aviso prévio de um mês para seus coletados e ainda deixa eles escolherem a forma como desejam partir. E de repente ela e a Ceifadora Curie também estão correndo risco de vida e a unica que sabe disso é a Nimbo-Cúmulo que não pode fazer nada para impedir. É ai que entra na história Greyson Tolliver, um garoto que foi criado pela Nimbo-Cúmulo. Mesmo sabendo que é errado tomar qualquer ação em favor de um ceifador, ele salva a vida delas e acaba se tornando um infrator. Para a Nimbo-Cúmulo é impossível quebrar suas regras, mas nada impede que ela encontre brechas para atingir seu objetivo. Ainda mais quando quebrar essas regras significa salvar a humanidade, que é só o que ela tem feito esse tempo todo. 

"Conclui que existem apenas dois atos perfeitos. São os atos mais importantes que conheço, mas me proíbo de realizá-los e os deixo a cargo da humanidade.
São o ato de criar a vida... e o ato de tirá-la."

Como o terceiro e ultimo livro dessa trilogia está prestes a ser lançado, o físico porque o e book já saiu, eu resolvi ler logo o segundo para já ir me preparando. Eu amei o primeiro livro e confesso vi tanta gente elegendo A Nuvem como Melhor livro do ano, Melhor continuação do ano, Melhor personagem, que minha expectativas estava lá nas alturas para essa leitura. E gostei muito da história, até favoritei o livro. Mas sabe quando você está esperando algo a mais e não acontece? Então, foi com esse sentimento que terminei o livro. Se eu for comparar ele com livros como Godsgrave: O Espetáculo SangrentoO Rei PerversoCrooked Kingdom - Vingança e Redenção, continuações que li esse ano, não achei nada demais em A Nuvem. 

O começo do livro achei ainda mais parado do que de O Ceifador. São umas boas duzentas paginas sem muitos acontecimentos que nos façam ficar grudados na história. Eu esperava mais, ainda mais se for levar em conta tudo o que aconteceu no final do primeiro livro. Já esperava umas bombas logo no começo. Mas dai em diante foi uma reviravolta atrás da outra. Tanto que li as ultimas duzentas páginas de uma vez porque não conseguia largar. E que final foi aquele. Meus pensamentos e teorias sobre o que ia acontecer não chegaram nem perto daquilo. E agora estou com o coração na mão para ver como tudo vai se resolver no ultimo livro da história.

E essa é uma das coisas que amei nessa história. Você não consegue prever o que autor vai fazer. Como disse na resenha do primeiro livro, por mais que uma ou outra ação dos autores te surpreenda em algum momento, ainda assim não é nada muito fora da casinha, ou seja do esperado dentro daquele roteiro seguido pelo gênero. Mas aqui não, eu duvido que alguém tenha esperado o que aconteceu no final do livro. Ou até mesmo antes. Porque já no meio temos uma baita surpresa, e depois outra, e mais outra e lendo um capitulo não dá para saber o que esperar no próximo. E por falar em capitulo, enquanto no primeiro eles eram intercalados com relatos dos diários de coleta de alguns ceifadores, em sua maioria da ceifadora Curie, nesse temos a própria Nimbo-Cúmulo contando sua história.


E gente que "personagem" interessante. Quando eu pensava em inteligencia artificial já me vinha a mente a Skynet de O Exterminador do Futuro ou a Red Queen de Resident Evil e já pensava que ia dar ruim para a humanidade. Mas ao conhecer a Nimbo-Cúmulo vi o outro lado da moeda. Pelo menos nesses dois primeiros livros, tudo o que ela fez foi pensando no bem da humanidade. E mesmo vendo que coisas ruins vão acontecer, ela não consegue quebrar suas próprias regras. É interessante de acompanhar um IA com mais integridade e caráter do que o ser humano. Por enquanto melhor personagem da história sem duvida e coçando a cabeça aqui para ver como ela vai resolver as coisas no terceiro livro.

E falando em personagens, Rowan e Citra continuam arrasando. Mesmo com novos personagens entrando na história os dois ainda continuam sendo o centro de tudo e suas ações continuam definindo o que vem a seguir. E não tem como não desejar um romance entre eles mesmo que nesse segundo livro teve ainda menos interações entre os dois. Agora um personagem que entrou nesse segundo livro e já se tornou queridinho foi o Greyson. Ele é uma das crianças que foram praticamente criadas pela Nimbo-Cúmulo porque seus pais só queriam ter filhos e não criá-los. Então pensem que todos os valores dela passaram para ele. E quando ele se vê entre fazer o certo ou ficar dentro da lei, imaginem o dilema.

E temos outros personagens já conhecidos tendo um certo destaque nesse segundo livro, como a Ceifadora Curie e Tyger, antigo amigo de Rowan. E fui surpreendida também pelo vilão da história. Pensei em mil possibilidades de quem estava por trás do que estava acontecendo, mas nunca imaginei que era quem era. E já prevejo momentos difíceis para a humanidade no próximo livro nas mãos dessa pessoa. Mas enfim, vou parar por aqui para não soltar nenhum spoiler para quem vai ler o livro. Quanto a edição, eu amei essa capa tanto quanto a primeira. E fico aqui na espera para o lançamento do terceiro na edição física. E também para a trilogia finalizar da mesma maneira genial que o autor escreveu até aqui.

Nota:






19 maio 2020

Resenha | O Ceifador - Neal Shusterman


Livro: O Ceifador
Série: Scythe #1
Gênero: Ficção científica
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Páginas: 448
Ano: 2017

Resenha:
O ano foi 2042. O marco. O momento em que a humanidade alcançou seu ápice, a perfeição. O ano em que a capacidade computacional se tornou infinita e a nuvem evoluiu para a Nimbo-Cúmulo, que agora detêm todo o conhecimento que está acessível para quem quiser acessá-lo. Mas em um mundo onde tudo é perfeito, não existe mais a necessidade do conhecimento pois nada pode ser melhorado e muitas coisas só continuam sendo feitas para passar o tempo. Tempo esse que aliás existe de sobra já que agora todos são imortais. Não existem mais doenças, desigualdade, e a velhice é uma escolha. Se por um acaso acontecer de alguém morrer acidentalmente, é só ir até o centro de revivificação mais próximo. Mais essa imortalidade acabou gerando um grande problema: superpopulação.

Então para manter o equilíbrio formou-se um grupo de pessoas que teriam a dificil missão de coletar vidas aleatoriamente, a Ceifa, que é a unica coisa no mundo que a Nimbo-Cúmulo não pode intervir. Quem morre pelas mãos de um ceifador não pode ser revivificado. Os ceifadores são vistos com medo por alguns e até como deuses por outros. Mas uma coisa é certa, ninguém se opõe a nenhum deles. Por isso que o ceifador Michael Faraday fica admirado quando encontra, não um, mas dois adolescentes, em ocasiões distintas, que não apenas não demonstram medo, mas sim, tem até mesmo a coragem de questionar suas decisões. Por isso que ele convida Citra Terranova e Rowan Damisch para serem aprendizes e lutar por uma vaga de ceifador.

A principio nenhum dos dois quer aceitar, mas o vencedor vai garantir imunidade para toda sua família. Citra e Rowan tem sorte porque Faraday é um dos melhores ceifadores em exercício. Ele é integro e tem compaixão pelos seus escolhidos. Mas mesmo que não seja proibido ter dois aprendizes, isso não é comum e no primeiro Conclave que Citra e Rowan comparecem, ao fazerem o primeiro teste Citra é reprovada e Rowan se auto sabota em solidariedade a ela, gerando um desconforto nos outros ceifadores que propõem uma disputa mais real entre eles: que o primeiro ato do vencedor seja coletar quem perder. E ao tentar reverter a situação com uma atitude extrema, Faraday só consegue transferir seus aprendizes para outros ceifadores, e a sentença continua.


Faz muito tempo, ou até nunca aconteceu, que eu terminei um livro, principalmente um primeiro livro de uma trilogia, com um sorriso de satisfação no rosto. E ainda mais pelo motivo do sorriso: a genialidade do autor. Dentro de livros do mesmo gênero, quem está acostumado a ler vários há de perceber que por mais diferente que seja a ideia inicial, dificilmente as coisas fogem do esperado. Até pode acontecer do leitor ser surpreendido com uma ou outra decisão do autor que muda completamente o rumo da história e a gente termina o livro de boca aberta. Mas ainda assim quando você para e pensa no caminho até aquele final, aquilo já era o esperado.

Por isso preciso tirar o meu chapéu para o autor porque em momento algum senti que ele estava seguindo qualquer tipo de roteiro preposto pelo gênero. Comecei a história pensando uma coisa, no meio dela já tinha mudado de ideia e no final, sinceramente não esperava nada daquilo. E olha que que já estava meio que preparada para ler algo extraordinário, porque de cada 10 resenhas que li do livro, 11 elogiaram. Mas nada tinha me preparado para o que eu ia encontrar nessa história. E ainda tem o detalhe de que eu já tinha lido dois outros livros do autor (Fragmentados e Desintegrados), que mesmo sendo considerados fracos por muitos, eu gostei bastante.

Tudo no livro é genial. A ideia, o desenvolvimento, os personagens, o crescimento e o papel de cada um deles na história e o final de tirar o folego, tudo isso fazem até o momento O Ceifador ser o melhor livro lido do ano. Mas já estou pensando no segundo livro, A Nuvem, que segundo todas as resenhas que li consegue ser ainda melhor que o primeiro. Sei que não existe história perfeita, mas sinceramente eu não estou conseguindo pensar no momento em nenhum ponto negativo para falar sobre o livro. Como romântica que sou até poderia citar a falta de um romance, porém como diz o ditado para bom entendedor, ele existe e as ações dos personagens são baseadas nele. E se fosse algo meio ponto a mais do que foi, teria estragado a história.

Assim como o que aconteceu na série Fragmentados, o autor brincou um pouco com a vida e com até onde vai a crueldade do ser humano e passando pelo momento em que estamos passando com vidas sendo ceifadas e alguns seres humanos enxergando isso apenas como números, até dá para entender o que o autor quis passar com sua história. Tudo é regido por uma inteligencia artificial que é perfeita, somente uma coisa fica a cargo das mãos humanas e é claro que o homem consegue estragar até isso. Infelizmente a gente sabe que não importa onde, sempre vai ter alguém que vai se corromper, que vai pensar em tirar proveito da situação e na unica coisa que fica a cargo do homem e a Nimbo-Cúmulo não pode intervir, o homem se corrompe.

Outra coisa que amei no livro e preciso citar é que temos explicações para tudo o que está acontecendo e o que levou até aquilo. Como disse a Tamires em sua resenha, o livro é uma utopia, em vez de uma distopia como muitos o tem classificado. E aqui tenho que fazer um adendo agradecendo a Tamires por sua indicação, não somente desse livro, mas de vários que ela me fez ler quase que obrigada. Tamires vou ler tudo o que me indicar agora viu hehe. Temos um mundo perfeito e que poderia ser considerado um sonho a ser seguido. E o autor vai explicando aos poucos como a humanidade chegou naquele patamar. Tenho um nervoso de livros que somos jogados na história como se a gente pudesse ler a mente do autor e saber todas as explicações que ele deixou de dar.

E quanto aos personagens, eu até nem quero falar muito sobre eles porque espero que você que esteja lendo essa resenha vá ler o livro e quero que você se apaixone por eles assim como aconteceu comigo e não influenciado por minhas palavras. Mas só adianto que a Citra e o Rowan me lembrou muito dos personagens June e Day da trilogia Legend. Amo todos eles de igual forma. Também tenho que citar a ceifadora Curie e o ceifador Faraday que roubam a cena em vários momentos e a Nimbo-Cúmulo que promete muito. A edição está muito bem feita e com uma capa que fala sobre a história. E termino essa resenha que já está enorme indicando o livro, mesmo para quem não está habituado a ler o gênero. Leia, acredito que pelo menos um pouquinho você vai gostar.

Nota: 










11 abril 2017

Resenha | Desintegrados - Neal Shusterman


Livro: Desintegrados
Série: Fragmentados #2
#1 Fragmentados
Gênero: Distopia
Autor: Neal Shusterman
Editora: Novo Conceito
Páginas: 416
Ano: 2017

Contém spoiler do livro anterior.


Resenha:
Em Fragmentados tomamos conhecimento da Lei Da Vida, lei criada para acabar com a guerra entre os exércitos da Pró-Vida e do Pró-Escolha. A lei diz que  a vida humana não pode ser tocada desde o momento da concepção até que a criança chegue à idade de 13 anos. Mas após essa idade, até os 18 anos, os pais podem "abortar" seus filhos desde que a vida não tenha propriamente um fim. Esse processo é conhecido como Fragmentação. A criança não morre, ela vive em outras pessoas através das partes "doadas". 

Então acompanhamos três adolescentes que serão os próximos a serem fragmentados. Connor, 16 anos, que é considerado um encrenqueiro por seus pais, Risa, 15 anos, uma pianista tutelada do estado, que por não ser um destaque, não tem mais lugar nas Casas Estatais e Lev, um dizimo, décimo filho que nasce sabendo que será entregue para a Fragmentação. Eles acabam juntos por uma coincidência do destino e no final do livro eles fazem parte de uma revolta em um dos Campos de Colheita e com isso conseguem mostrar para as pessoas a verdade por trás da Fragmentação. Tudo se tornou um grande negócio, já que as famílias mais ricas podem pagar pelo órgão que precisam ou nem precisam, mas é mais bonito ou mais funcional que o dela.

Mas isso já faz um ano e as pessoas acham que Connor morreu durante o ataque. E agora ele é uma lenda, o Desertor de Akron é um exemplo a ser seguido pelos fragmentários. E é em Connor que Starkey pensa no momento em que os Juvis chegam para levar Starkey para o campo de colheita. E é seguindo o exemplo de Connor que ele consegue fugir, depois de matar seus captores ele se torna um desertor. Mal sabia ele que sua vida seria ainda mais difícil, pois, além de ter que fugir dos Juvis, ele também tem que fugir dos Piratas de órgãos, que vendem os desertores no mercado negro. Mas ele consegue chegar em um esconderijo da Resistência Antidivisional e acaba criando uma certa fama nos esconderijos que passa. Até chegar ao Cemitério onde acaba descobrindo que Connor está vivo e não é nada daquilo que Starkey pensava.

Miracolina sempre soube que quando completasse 13 anos seria entregue a Deus. Ela nasceu com o propósito de salvar a vida de seu irmão que tinha leucemia, e como agradecimento seus pais prometeram entregar Miracolina como um dizimo. E ela está em paz com isso, porque ela sabe que ser dizimada não é a mesma coisa que ser fragmentada. Mas quando ela está sendo levada para o Campo de Colheita, ela é resgatada por Lev, um ex dizimo que agora se propõe a salvar os adolescentes como ele, que acreditam estar fazendo a coisa certa por terem sido levados a acreditar nisso.

Ele é vários e ninguém ao mesmo tempo e quando perguntam seu nome ele diz que é Cam. Ele ainda não sabe, mas foi feito por inteiro com as melhores partes de fragmentados. Ele é um super homem ou um Frankenstein do futuro? Ele não sabe. Mas quando vê uma foto de uma garota em uma cadeira de rodas, ele fica muito incomodado com aquilo e promete a si mesmo que um dia vai encontrá-la. E enquanto seus caminhos não se cruzam, Riza e Connor seguem cuidando do Cemitério, mas Connor não consegue parar de se questionar do porque do governo ainda não ter atacado o Cemitério. E ele vai ter que enfrentar não apenas o governo, mas um dos acolhidos vai tentar tomar seu lugar. E o juvi que ele atacou quando fugiu, agora é um pirata de órgãos e encontrar Connor, é seu objetivo de vida.

Fragmentados foi um dos melhores livros que li em 2015, por isso quando a editora anunciou que esse ano traria a continuação, eu já fiquei muito animada. Mas infelizmente acabei me decepcionando um pouco com esse segundo livro. Não sei se foram as expectativas muito altas, mas o certo é que demorei quase uma semana para ler as 416 páginas do livro, e ainda fiquei dando preferencia para os outros que li junto. O começo do livro é muito parado e até mais da metade do livro a leitura não fluiu, parecia que eu lia, lia, e não saia do lugar. Mas depois da metade mais ou menos, quando os novos personagens já foram inseridos na história, dai a coisa deslanchou e li o restante todo de uma vez.

A exemplo do livro anterior, os capítulos são divididos por personagens, então cada capitulo acompanhamos o que está acontecendo com cada um deles. Eu até gostei dos novos personagens que entraram na história, mas ainda preferia que tivesse ficado somente os três do livro anterior. Acho que esse foi um dos problemas que tive com o livro. Mais da metade do livro foi para apresentar os novos personagens e encaixar eles na história e aos três protagonistas de Fragmentados. E não vou nem falar que eles são muito parecidos com os três que já existiam. E eu queria era saber como a história daria continuidade depois dos acontecimentos do primeiro livro. Se tinha mudado alguma coisa com o que eles fizeram. Infelizmente mudou sim, para pior. Eles baixaram a faixa de idade da fragmentação para 17 anos e os órgãos ficaram mais escassos, o que criou um mercado negro de órgãos.

Dos três protagonistas anteriores, Risa agora é minha favorita. Continuo amando Lev, mas Risa superou ele nesse livro. Connor continua o mesmo, querendo salvar o mundo, mesmo que o preço seja muito alto. Miracolina, não gostei, nem desgostei. Já Starkey eu queria torcer o pescoço dele. E Cam me agradou bastante também. E mesmo tendo me decepcionado um pouco com o livro, ainda é uma leitura que eu indico. Com certeza vou querer ler o próximo e saber como vai terminar essa história, que apesar de ficção, tem um quê de realidade nela. Quem ai não assistiu Turistas? O ser humano faz cada coisa que a gente até duvida, quem garante que se conseguirem essa tecnologia as coisas não vão chegar nesse ponto? Pela história em si, eu indico os livros. Quanto a edição está tão caprichada quanto a do livro anterior e gostei ainda mais dessa capa do que da primeira.

Nota:




08 agosto 2015

Resenha | Fragmentados - Neal Shusterman


Livro: Fragmentados
Série: Sim
Autor: Neal Shusterman
Editora: Novo Conceito
Gênero: Distopia, Aventura
Páginas: 368
Ano: 2015
Resenha: 
A Lei da Vida
A Segunda Guerra Civil, também conhecida como "Guerra de Heartland", foi um conflito longo e sangrento motivado por uma única questão.
Para acabar com a guerra, uma série de emendas constitucionais conhecida como " A Lei da Vida" foi criada.
Ela satisfez tanto o exercito Pró-Vida como o Pró-Escolha.
A Lei da Vida declara que a vida humana não pode ser tocada desde o momento da concepção até que a criança chegue à idade de 13 anos.
No entanto, entre os 13 anos e os 18 anos, a mãe ou o pai pode escolher "abortar" retroativamente uma criança...
...com a condição de que a vida da criança não tenha, "tecnicamente", um fim.
O processo pelo qual uma criança é ao mesmo tempo eliminada e mantida viva é chamado de "fragmentação".
Agora, a fragmentação é uma pratica comum e aceita pela sociedade.
Connor Lassiter vai fugir. Ele tem dezesseis anos e descobriu à três semanas que seus pais assinaram a ordem para ele ser fragmentado. E como se não bastasse, ainda marcaram uma viagem para um dia depois do procedimento. Ele combina com sua melhor amiga de fugirem juntos, mas quando ele passa na casa dela, ela mudou de ideia. Ele não pode voltar, por isso ele pensa em pegar uma carona em algum caminhão e até consegue isso, mas ele esquece do celular e seu pai e a Juvis (policia juvenil), conseguem encontrá-lo. Mas ele não vai ser levado de volta e sai correndo no meio do transito provocando um acidente.


Risa Ward vive sob a tutela do estado. Ela toca piano muito bem, mas não é excelente. Em sua ultima apresentação, ela cometeu cinco erros. E esses erros estão custando caro. Como ela não é um destaque, agora que ela tem 15 anos, ela não tem mais lugar nas Casas Estatais e a única coisa que sobra para ela é a fragmentação. Ela está sendo levada para uma instituição para ser fragmentada quando o ônibus em que ela está, sofre um acidente ao desviar de dois garotos que estão correndo no meio da estrada. E ela tem a chance de fugir. Ela não pensa duas vezes e corre para fora do ônibus.


Lev Calder sempre soube que seria fragmentado. Ele é um dízimo. Seus pais tiveram 10 filhos e ele como é o mais novo, será entregue para a fragmentação. Em sua festa de 13 anos está todo mundo que Lev conhece e ele tira todas as garotas para dançar. Ele estava muito feliz até que na hora do brinde seu irmão mais velho diz que não vai compactuar com aquilo e vai embora da festa. Depois disso, ele fica um pouco triste mas, ele sabe qual é o seu papel desde muito cedo. E no dia seguinte ele está indo para o Campo de Colheita, onde acontece às fragmentações, quando um maluco surge no meio da estrada, abre a porta do carro e pega ele como refém. Depois que os dois fazem um ônibus bater em um tronco, ele consegue se libertar, mas quando está voltando para o carro, seu pastor grita para que ele fuja. É a ultima coisa que ele ouve antes de levar o tiro de tranquilizante.


Quando acorda, Lev está amarrado a uma arvore no meio do bosque e o garoto que o sequestrou conversa com uma garota como se nada tivesse acontecido. Eles se apresentam como Connor e Risa e dizem que agora eles estão juntos, fugindo da fragmentação. O que eles não entendem é que Lev não quer fugir. Mas por enquanto, ele vai fingir que está do lado deles até ter uma chance de escapar. E como se não bastasse, eles acabam se metendo em outra confusão e acabam com um bebê trazido pela cegonha. Será que eles conseguirão sobreviver até os dezoito anos fugindo de um Sistema que os "fragmentaria". E Lev conseguirá escapar para cumprir sua missão?


Desde que vi o teaser de fragmentados, que fiquei doida para ler esse livro. Eu adoro uma distopia e essa tinha tudo para dar certo. E deu. Desde Jogos Vorazes que eu não lia uma distopia tão bem escrita. O autor ousou ao levantar a questão sobre até onde vai uma vida, até quando estamos vivos realmente. Os adolescentes são fragmentados com a promessa de que viverão suas vidas em várias outras pessoas, Mas isso é viver? Se seus pensamentos e lembranças, até mesmos sua vontade está em outra pessoa, isso significa que você continua vivo? E sua alma, como fica no processo? Essa é a questão que assombra os fragmentários durante a história. Uma história com um ritmo eletrizante, e com um capitulo dedicado a uma das fragmentações, que me deixou muito perturbada. Ponto para o autor.

Dos personagens, me apaixonei por todos. Não só os três protagonistas, mas também os que foram surgindo durante a fuga. Connor é um líder nato, apesar de ser considerado um encrenqueiro e talvez até por isso foi mandado para a fragmentação. Risa é o contraponto de Connor, é ela quem consegue fazer com que ele pense as suas atitudes. E é claro que ficamos torcendo por um romance entre os dois. Mas Lev foi o meu preferido. Eu não sabia o que esperar dele. A todo momento ele me surpreendia. Quando eu pensava que ela ia agir de um jeito, ele fazia o contrário. E o final foi de arrasar corações. A história é narrada em sua maioria pelos três, mas temos varias visões diferentes da história, de pessoas que ajudaram eles, de policias, e até da multidão. E não posso deixar de citar o capricho da Novo Conceito com a capa que está perfeita e com a edição do livro. Sem falar nos marcadores que cada vez que eu olho me dá um arrepio. Recomendadíssimo!

Nota:


Quem não assistiu ainda, aproveite. Você vai querer ler o livro ontem.

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