Série: Não
Gênero: Romance Histórico
Autora: Mariana Ribeiro
Editora: Amazon
Páginas: 542
Ano: 2018
Resenha:
Maria Luísa vem de uma das famílias mais importantes da aristocracia brasileira do século XIX. Ela sabe que seu papel como mulher é fazer um bom casamento, de preferência com alguém que venha solidificar a posição de seu pai, o Marquês de Resende, na sociedade. Mas Maria Luísa tem outro sonho em mente, que é ajudar aos mais necessitados e por isso ela convence seu pai a adiar seu casamento por um tempo e consegue entrar na Escola de Treinamento Nightingale e Lar para Enfermeiras do Hospital Saint Thomas. Já formada ela vai trabalhar como voluntária na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, onde seu pai é um dos provedores. Seis meses depois Maria Luísa está feliz com tudo o que já fez no hospital, mesmo com todas as dificuldades que ela enfrentou por causa da desconfiança que as freiras tem com ela, e é quando o destino resolve aprontar das suas. Um militar é trazido para o hospital e ela sabe que está perdida assim que olha para ele.
O Tenente Martim Afonso Almeida chegou bem ferido ao hospital e Maria Luísa é encarregada de cuidar para que ele se recupere. E a proximidade entre os dois acaba resultando em amor. Um amor impossível, pois, além de não ser da aristocracia, Martim é um abolicionista. O que não impede os dois de fazerem planos para o futuro. Mas quando o Paraguai invade o sul do Brasil, Martim já recuperado é convocado para lutar na guerra e Maria Luíza decide contar sobre eles para sua família. Seu pai fica possesso e diz que nunca vai aceitar que sua única herdeira se case com um zé ninguém. Mas Maria Luísa pode ser tão teimosa quanto o pai e consegue convencer ele, se não a aceitar o casamento, permitir que ela viaje até o sul para cuidar dos feridos da guerra, onde um ano depois de separados, ela e Martim voltam a se encontrar. E quando enfim se reencontram, Maria Luíza precisa voltar urgente para casa, pois recebe uma carta avisando que sua mãe está muito doente.
Ao chegar em casa ela é recebida por seu pai e por William Chamberlain, o Duque de Westminster que está ali para lhe fazer a corte. Maria Luiza é ríspida com ele e deixa claro que está apaixonada e vai se casar com outro. Mas o que ela mais temia acontece. Maria Luiza recebe a notícia de que Martim foi mortalmente ferido e sente uma parte dela morrer com ele. Os meses se passam e a ferida em seu peito ainda não cicatrizou, mas a vida segue em frente e quando percebe seu pai já aceitou o pedido de casamento do duque em troca da ajuda dele para a modernização que a fazenda precisa. Maria Luísa se casa contra sua vontade, mas antes da sua noite de núpcias descobre que Martim está vivo e que ela foi enganada. Agora ela vai ter que tomar uma decisão, se vai cumprir seu dever com sua família ou se segue seu coração. E essa decisão vai levar a descoberta de alguns segredos familiares e uma viagem inesperada que vai mudar totalmente o rumo da sua vida.
Antes de mais nada eu tenho que dizer que essa capa me enganou muito. Ao olhar para ela pensei que ia ler mais um romance de época levinho com cenas românticas e engraçadas, mas encontrei um livro que me tirou o folego. Não sei se alguém ai é fã dos livros do Sidney Sheldon, eu sou, e enquanto lia A Herdeira só conseguia pensar nos livros dele. Para quem não conhece o autor, seus livros sempre tem mulheres fortes que enfrentam adversidades e se sobressaem, apesar da intransigência e da vilania da sociedade patriarcal. E as atitudes dos personagens não são sempre as mais corretas, não existe aquela separação clara de mocinho e bandido, todos tem seu lado bom e mau, e mesmo assim o leitor acaba torcendo para que tudo dê certo para eles. E foi exatamente isso que encontrei em A Herdeira.
Maria Luíza é uma mulher a frente do seu tempo. Apesar de viver em uma época em que mulheres só obedeciam, primeiro a seus pais e depois a seus maridos, ela se esforça, consegue estudar e enfrenta a tudo e a todos pelo o que ela acha que é certo. A história do livro acontece entre os anos de 1864 e 1889, e vamos acompanhar desde a Guerra do Paraguai até o fim da Monarquia com Dom Pedro II sendo expulso do Brasil. E também temos uma passagem pelas minas de diamantes na Africa, e por todos esses anos Maria Luíza luta contra o preconceito e contra o racismo e pela libertação dos escravos. E por algumas vezes ela faz coisas que eu torci o nariz diante de suas atitudes, mas não deixei de admirá-la por ter coragem de fazer o que era necessário.
Uma dessas atitudes que me desagradou, envolve traição, mas eu não posso falar muito para não soltar spoilers. Eu faria diferente, mas quem sou eu para julgar os sentimentos de alguém? E além das criticas sociais que a história aborda, um dos pontos que a autora levantou foi sobre o amor. Será que ele supera tudo? Só amor basta para a pessoa ser feliz? Mesmo hoje em dia em que muitas dessas barreiras sociais e econômicas não são tão levadas em consideração como antigamente, já é dificil para uma pessoa de uma classe social mais elevada dar certo com uma de uma classe mais baixa, imagine naquela época então onde o preconceito não era disfarçado como hoje em dia e sim bem explicito. Mesmo assim Maria Luíza decide enfrentar a todos, mas será que valeu a pena?
Quanto ao triangulo amoroso, confesso que torci o livro todo para que ela ficasse com o duque. Primeiro porque eu particularmente não acredito em amor a primeira vista, atração sim, acredito que amor é algo a ser construído e cultivado ao longo do tempo. Sabe o exemplo da plantinha que tem que ser reguada e cuidada para não morrer? É assim que eu vejo. E não foi isso que vi da parte do Martim. Em todas as oportunidades que ele teve para mostrar que amava Maria Luíza, ele não o fez. Quando precisou, ele não lutou por ela, nem a defendeu em momento algum. Diferente do duque que em todas as oportunidades mostrou o quanto amava Maria Luíza, mesmo ela tendo feito tudo o que fez com ele.
Por isso eu não gostei do final. Mas tenho que tirar meu chapéu para a autora, porque ela me surpreendeu e muito. Eu nunca que iria imaginar algo do tipo. Fiquei até de boca aberta com a ultima frase do livro. Mas tenho que reconhecer que um final como eu queria, não faria jus a tudo o que Maria Luíza representou ao longo da história. E outra coisa que tenho que parabenizar a autora foi sobre ela ter escrito sobre algo que ela dominava. Já li bastante romances históricos que quando a gente vai pesquisar tem bastante discrepância com a realidade, mas aqui eu me surpreendi porque ela soube casar os fatos históricos, em que está nítido que ela pesquisou muito para escrever, com a história fictícia de Maria Luíza. E para não estender ainda mais essa resenha que já está enorme, termino indicando o livro para quem gosta de um romance bem escrito. E com certeza vou querer ler outros livros dela.
"Tinha esperança de que o amor que eles sentiam um pelo outro triunfaria no final..."
Antes de mais nada eu tenho que dizer que essa capa me enganou muito. Ao olhar para ela pensei que ia ler mais um romance de época levinho com cenas românticas e engraçadas, mas encontrei um livro que me tirou o folego. Não sei se alguém ai é fã dos livros do Sidney Sheldon, eu sou, e enquanto lia A Herdeira só conseguia pensar nos livros dele. Para quem não conhece o autor, seus livros sempre tem mulheres fortes que enfrentam adversidades e se sobressaem, apesar da intransigência e da vilania da sociedade patriarcal. E as atitudes dos personagens não são sempre as mais corretas, não existe aquela separação clara de mocinho e bandido, todos tem seu lado bom e mau, e mesmo assim o leitor acaba torcendo para que tudo dê certo para eles. E foi exatamente isso que encontrei em A Herdeira.
Maria Luíza é uma mulher a frente do seu tempo. Apesar de viver em uma época em que mulheres só obedeciam, primeiro a seus pais e depois a seus maridos, ela se esforça, consegue estudar e enfrenta a tudo e a todos pelo o que ela acha que é certo. A história do livro acontece entre os anos de 1864 e 1889, e vamos acompanhar desde a Guerra do Paraguai até o fim da Monarquia com Dom Pedro II sendo expulso do Brasil. E também temos uma passagem pelas minas de diamantes na Africa, e por todos esses anos Maria Luíza luta contra o preconceito e contra o racismo e pela libertação dos escravos. E por algumas vezes ela faz coisas que eu torci o nariz diante de suas atitudes, mas não deixei de admirá-la por ter coragem de fazer o que era necessário.
Uma dessas atitudes que me desagradou, envolve traição, mas eu não posso falar muito para não soltar spoilers. Eu faria diferente, mas quem sou eu para julgar os sentimentos de alguém? E além das criticas sociais que a história aborda, um dos pontos que a autora levantou foi sobre o amor. Será que ele supera tudo? Só amor basta para a pessoa ser feliz? Mesmo hoje em dia em que muitas dessas barreiras sociais e econômicas não são tão levadas em consideração como antigamente, já é dificil para uma pessoa de uma classe social mais elevada dar certo com uma de uma classe mais baixa, imagine naquela época então onde o preconceito não era disfarçado como hoje em dia e sim bem explicito. Mesmo assim Maria Luíza decide enfrentar a todos, mas será que valeu a pena?
Quanto ao triangulo amoroso, confesso que torci o livro todo para que ela ficasse com o duque. Primeiro porque eu particularmente não acredito em amor a primeira vista, atração sim, acredito que amor é algo a ser construído e cultivado ao longo do tempo. Sabe o exemplo da plantinha que tem que ser reguada e cuidada para não morrer? É assim que eu vejo. E não foi isso que vi da parte do Martim. Em todas as oportunidades que ele teve para mostrar que amava Maria Luíza, ele não o fez. Quando precisou, ele não lutou por ela, nem a defendeu em momento algum. Diferente do duque que em todas as oportunidades mostrou o quanto amava Maria Luíza, mesmo ela tendo feito tudo o que fez com ele.
Por isso eu não gostei do final. Mas tenho que tirar meu chapéu para a autora, porque ela me surpreendeu e muito. Eu nunca que iria imaginar algo do tipo. Fiquei até de boca aberta com a ultima frase do livro. Mas tenho que reconhecer que um final como eu queria, não faria jus a tudo o que Maria Luíza representou ao longo da história. E outra coisa que tenho que parabenizar a autora foi sobre ela ter escrito sobre algo que ela dominava. Já li bastante romances históricos que quando a gente vai pesquisar tem bastante discrepância com a realidade, mas aqui eu me surpreendi porque ela soube casar os fatos históricos, em que está nítido que ela pesquisou muito para escrever, com a história fictícia de Maria Luíza. E para não estender ainda mais essa resenha que já está enorme, termino indicando o livro para quem gosta de um romance bem escrito. E com certeza vou querer ler outros livros dela.
Nota:
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia a autora e nem o livro, não sou muito de ler livros de época, mas amei sua resenha e me interessei pelo livro, é muito bom ver histórias , mesmo que fictícias, com mulheres fortes
Beijos
https://focadasnoslivros.blogspot.com/
Oi, Milady!
ResponderExcluirFico imensamente feliz pela sua resenha que foi tão bem escrita e com detalhes a respeito do que agradou durante a leitura e do que não agradou tanto assim. Acho que o final realmente foi controverso e já esperava que resultasse isso. As opiniões ficariam divididas sobre o desfecho da história, mas fico satisfeita em saber que gostou mesmo assim do livro como um todo.
Que honra ser comparada ao meu autor favorito! Amo os livros de Sidney Sheldon eu me inspirei nele sim, de alguma forma rs.
Mais uma vez agradeço sua sinceridade e por ter feito uma resenha pertinente.
Bjos.
Mariana Ribeiro.
Oi, Sil! Tudo bom?
ResponderExcluirQuando vi teu post sobre o livro fiquei curiosa, agora com a resenha tô mais ainda!
O fato de a história se passar no Brasil me anima muito porque parece respeitar bastante nossa história, sem mudar fatos mas sim usar isso pra construir a trama. A coisa do instalove infelizmente nhé, mas pelo menos é só um detalhe que dá pra gente ignorar né? ASHUHUASHUSAHUSAUH
Vou procurar pra ler sim!
Beijos,
Denise Flaibam.
www.queriaestarlendo.com.br
Oi Sil,
ResponderExcluirEu estou gostando muito da personalidade da Maria Luiza e notando o quanto de pesquisa tem em cada página. A gente fica encantado mesmo em ver que um autor se empenha e se preocupa com o que quer transmitir. E fora o fato de se passar no Brasil, mostrando que é possível ter histórias nacionais tão boas quanto as de fora. Vou ter que me segura pra não ir olhar essa última frase!
até mais,
Nana e Leticia - Canto Cultzíneo
Oi Sil, tudo bem? Estava esperando sua resenha completa pra saber se me interessaria pela obra e os conflitos parecem bem interessantes, fiquei com vontade de ler!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi, Sil
ResponderExcluirAcho que só li um livro que se passava no Brasil e fosse um romance de época, é sempre bom a gente conhecer a nossa história e ver os autores desenvolverem isso. Eu estou louca para ler, ainda mais com essa capa lindona!
Beijo
http://www.capitulotreze.com.br/
Olá Sil! Tudo bem?
ResponderExcluirEu adorei a sua resenha! Nossa, já estou querendo procurar o livro para conhecer a escrita da autora e essa história que parece realmente ótima! Eu também seria super enganada pela capa.. e por isso fiquei mais interessada ainda!
Beeijo
https://lecaferouge.blogspot.com/?m=0
Eita, Sil!
ResponderExcluirE eu jurando que era romance de época... Pelo menos a leitura não foi toda ruim.
Amo/odeio quando os autores me fazem de trouxa no final da história haahahha
Beijos
Balaio de Babados
Oi, Sil
ResponderExcluirEu quero ler esse livro e tua comparação ali com o Sidney me deixou bem surpresa. Eu não sou dessas que acha que o amor é tudo e tal, mas acho que por amor somos capazes de tudo, sabe? Pro lado bom e pro lado ruim também.
Eu sou suspeita para falar sobre amor à primeira vista porque eu acredito e já vivi isso. A primeira vez que bati o olho no meu ex-namorado eu senti uma coisa, um quentinho no coração, e eu soube que a gente ia ficar juntos e de fato ficamos durante sete anos. Mas aí é questão de crença mesmo, por isso não tenho problemas quanto a isto.
Agora, traição... torci o nariz.
No mais, gostei bastante do contexto histórico e da autora passar credibilidade na abordagem.
Agora a vontade de ler aumentou!!!
Ahhh, e sobre Sabrina, pode assistir tranquilamente, Sil. Não é pesada, chega a ser tragicômica. Não tem semelhança com Sobrenatural não, dá até pra rir! Hahaha
Beijos
- Tami
https://www.meuepilogo.com
Uma história que parece ser muito envolvente. Uma pena pela coisinha no final, mas o bom é que não estragou o prazer que a história trouxe na leitura.
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Hey Sil! Tudo bem?
ResponderExcluirNão conhecia o livro, e confesso que não sou fã desse gênero, mas achei a capa tão linda!
Obrigada por comentar lá no blog.
Volte sempre!
~ miiistoquente
Oi Sil,
ResponderExcluirEu vi a divulgação desse livro e uau, parece ser muito bom. Não só um romance clichê, mais algo que vai além disso. Eu acho que falta isso em muitas histórias que ando lendo, por isso vou colocar na lista para ler. Espero gostar e me surpreender assim como você.
Bjs e uma ótima noite! Feliz Halloween!
Diário dos Livros
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Oi, Sil!
ResponderExcluirEu gostei muito de saber que a capa engana. Se eu fosse por ela, talvez nem passaria perto do livro. Mas quando você disse que a personagem feminina é forte e que a gente torce para que dê certo, já me conquistou! Foi pra lista!
Beijinhos,
Galáxia dos Desejos
Oi Sil, tudo bem?
ResponderExcluirJá tinha lido resenhas positivas e interessantes sobre o livro, mas agora que minha curiosidade se atiçou, pela comparação com Sidney Sheldon. Amo os livros dele!
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi Sil.
ResponderExcluirEu li os capítulos de degustação e gostei, por isso comprei o livro para logo que puder ler a história completa. Eu não curto triângulos amorosos(salvo alguns onde a autora trabalha bem os motivos) e também não curto traição, por isso só mesmo lendo para ver o que vou sentir com a história como um todo. Ótima resenha.
Bjus
www.docesletras.com.br
Oi Sil!
ResponderExcluir"E as atitudes dos personagens não são sempre as mais corretas, não existe aquela separação clara de mocinho e bandido" siiiim, os livros do Sidney são exatamente assim! Vou ter que ler A herdeira então, se segue essa tradição ♥
Já vi que tem bastante enredo nesse livro, fiquei curiosa pra saber com quem ela vai ficar, mas pelo o que vc falou, já imagino! rs
Bjs
http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com