Editora: Faro Editorial
Páginas: 356
Ano: 2021
Resenha:
Era dia 15 de julho de 2001 e seu primeiro caso como detetive no Departamento de Homicídios. Walt Jenkins não esperava encontrar uma cena tão chocante. Menos ainda encontrar tantas evidências da assassina, que ficou até fácil montar o caso, e a condenação era só uma questão de tempo. A vítima, um escritor famoso, estava tendo um caso com Victoria Ford e suas digitais, seu DNA, e até sua urina foi encontrada na cena do crime. Fora a corda em volta do pescoço da vítima que correspondeu a uma corda encontrada no carro dela. Mas Walt viu seu caso virar fumaça quando dois meses depois dois aviões atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center e Victoria estava em uma delas no escritório do seu advogado de defesa.
Vinte anos depois a história de Victoria vai cruzar o caminho de Avery Manson, apresentadora de um programa de TV cujo foco é os casos reais não resolvidos. Por meio de uma nova e promissora tecnologia de DNA, os restos mortais de Victoria foram identificados entre as cinzas dos escombros das Torres Gêmeas e Avery acredita ser essa a próxima grande atração que vai manter seu programa na liderança da audiência e vai render um novo contrato vantajoso com a emissora. Desde que assumiu o programa Avery vem lutando para mostrar sua competência e mesmo com os números lá no alto as críticas ainda são constantes, ainda mais por ela ter assumido o lugar de um dos homens mais amados dos Estados Unidos.
E quando Avery vai atrás da história do DNA das Torres Gêmeas identificado depois de tantos anos ela nem poderia imaginar que a história era ainda mais complexa. Que Victoria estava prestes a ser condenada por homicídio, mas que jurava inocência. E que pouco antes de morrer ela ligou para sua irmã Emma Kind implorando por ajuda para provar sua inocência. E Emma ainda tem a ligação gravada na secretária eletrônica. Avery vê ali a oportunidade para alcançar de vez o topo e concorda em ajudar Emma a descobrir a verdade. O problema é que nessa investigação Avery vai acabar se aproximando de Walt, o detetive que investigou o caso na época e hoje está aposentado por ter sido ferido em uma missão do FBI. O mesmo FBI que Avery quer distância para não correr o risco de perder tudo que conquistou se seus segredos vierem a tona.
É tão gostoso de acompanhar personagens que vão crescendo ao longo da história, mas e quando isso acontece com o autor? Com Charlie foi assim. Se você ainda não conhece a escrita dele e pegar A Garota do Lago para ler, seu primeiro livro publicado, você vai gostar bastante, mas vai encontrar algumas falhas, principalmente se você for alguém já acostumado a ler livros do gênero. Então você vai lendo os outros livros e quando chegar aqui no sexto você vai ficar até com um quentinho no coração de ver o quanto o autor evoluiu do primeiro livro até esse. E ainda vai ficar imaginando onde ele ainda vai conseguir chegar. Então o livro que era seu favorito até então acaba se tornando o segundo e o atual vira o melhor.
Eu já esperava gostar do livro, mas não esperava gostar tanto. O autor conseguiu me surpreender e terminei o livro feita de trouxa. E tem coisa melhor do que ler um livro do gênero e ficar com cara de boba no final? Não vou dizer que ele me enganou em tudo, porque de quatro grandes revelações eu consegui adivinhar duas, mas as outras duas foi de arrasar e eu nunca que imaginava o final do livro. Sem falar que as duas que descobri, os detalhes eu não tinha imaginado. E pela primeira vez eu vi um livro sendo indicado para os fãs da Agatha e como fã posso dizer que sem dúvida, o Charlie fez jus a Rainha do Crime.
Porque ele conseguiu criar uma trama tão bem elaborada, com várias vertentes e mistérios que a gente não sabia para onde olhar. Geralmente romances investigativos você acompanha um detetive e segue às pistas as vezes de mais de um crime, mas com todos relacionados. Aqui não, o Charlie criou vários mistérios e a gente fica tentando entender todos eles e tentando descobrir se eles têm ligação ou não e quebra a cara no final porque não tem como adivinhar tudo aquilo não hehe. E não ficam pontas soltas no livro. Todas as peças se encaixam no final e você fica com aquela cara de porque não pensei nisso antes.
Nesse livro temos personagens que espero vieram para ficar, como Avery e Walt. E se tem uma coisa que Charlie sabe escrever são mulheres cativantes. Em todos seus livros tem alguma que a gente fica querendo ver em todos os livros futuros dele. Eu queria a Rory em todos os livros, agora já quero a Avery também hehe. E nesse temos uma participação mais do que especial da Dr. Lívia Curti do livro Deixada para Traz que é outra personagem que vai livro e vem livro e a gente não esquece. Acho que ele podia criar um mistério com todas elas trabalhando juntas, já imagino o livrão que seria hehe.
E quanto ao palco de fundo do livro não poderia ter momento mais propício com o Onze de Setembro completando vinte anos de sua tragédia. São tantas histórias não contadas, tantas pessoas e famílias que choram até hoje e tantas outras que são gratas porque seus familiares conseguiram sobreviver. E acredito que o autor conseguiu fazer uma bela homenagem as vítimas. Quanto a edição não tenho nem o que comentar porque está incrível. Quem tem algum exemplar da Faro em casa sabe bem do que estou falando. E termino essa resenha indicando o livro para todos que amam um bom livro policial. E se a resenha não bastou para te convencer, pegue seu telefone e ligue para (11)5199-9055, tenho certeza de que a Victoria vai fazer isso por mim.
Nota:
