Livro: Aonde quer que eu vá
Série: Não
Gênero: Romance
Autora: Beatriz Cortes
Editora: Novo Século
Páginas: 318
Ano: 2016
Resenha:
As olimpíadas no Brasil estão chegando, por isso achei muito legal quando vi que o cenário desse livro eram as olimpíadas. Ester é uma ginasta de vinte anos que está prestes a participar de sua primeira olimpíada. Ela vai representar o Brasil na Trave. E como falta apenas um mês para as olimpíadas de Sydney, sua treinadora está cada vez mais exigente. Até a alimentação da equipe ela está controlando. Ester está tão esgotada, que nem conseguir dormir direito ela consegue mais. Sua vida se resume a treinar, comer e tentar dormir. Mas quando começa a realizar as provas, é como se Ester estivesse no céu. Todo cansaço e o estresse desaparecem, e é como se ela tivesse nascido para fazer aquilo.
Ela tem duas grandes amigas na equipe, Isabela que vai disputar as barras assimétricas e Gabriela que vai disputar o solo. Mas durante um dos treinos Gabriela tenta executar um dos saltos mais difíceis e acaba caindo e quebrando a perna. E Ester é escolhida para representar o país no lugar dela. A responsabilidade é enorme, ela vai disputar medalha em duas categorias. E além de não ter a companhia da Gabi, ela ainda descobre que seus pais não vão poder acompanhá-la a Sydney. Depois de uma longa viagem, elas chegam ao local e contrariando todas as expectativas, Ester aceita participar de uma festa que está tendo para as delegações se conhecerem, escondido da treinadora é claro.
Até o momento, Ester nunca namorou sério, seu sonho sempre esteve em primeiro lugar, e também ela nunca encontrou ninguém que balançasse seu coração. Mas isso muda na festa. Ela conhece um garoto, também brasileiro, que mexe muito com ela. Só que logo no outro dia, ele precisa voltar ao Brasil e eles se desencontram. Mas ela tem que manter o foco, o objetivo dela estar ali é o ouro. Só que de repente, o que era para ser um sonho realizado, acaba virando um pesadelo. Já de volta ao Brasil, ela vai ter que passar por um longo processo e um reencontro inesperado pode ser a força que faltava para Ester se recuperar.
"Uma pressão sobrenatural perfurou meu peito e eu cai, caída aos prantos com as duas mãos no ouvido, gritei. Era só o que eu conseguia fazer. Eu tinha forças somente para isso. Lágrimas e os gritos da minha alma se misturavam. Não era mais eu. O vazio do meu peito havia resolvido por mim."
Esse é o segundo livro que leio da autora. No primeiro ela me encantou com um romance fofo e uma escrita carregada de sentimentos, mas nesse ela me desmontou. Fazia tempo que não chorava assim lendo um livro. A autora me surpreendeu com o tanto que sua escrita melhorou de um livro para o outro. O primeiro foi bom, mas esse foi perfeito. Ela soube mesclar uma ótima história envolvendo um acontecimento que está prestes a se realizar aqui no Brasil, as olimpíadas, com um romance daqueles que toda pessoa sonha para si. Gostei muito da parte sobre as olimpíadas, de ver o outro lado, no caso o lado dos atletas, que treinam dia e noite, vivem para aquilo praticamente, para ter seu sonho realizado ou não em alguns segundos. Nós como expectadores e torcedores devemos apoiar, independente do resultado.
E tem também a parte da superação, dos recomeços. Quantas vezes conseguimos nos erguer depois de levar uma rasteira do destino? Esse assunto foi muito bem levantado e debatido pela autora. Ela também falou sobre fé e esperança. Mas o mais comovente pelo menos para mim, foi o romance. E que romance, para romântico nenhum colocar defeito. Ester e Bruno são encantadores, assim como os outros personagens da história. E o romance é tão real, tão palpável que fiquei até em dúvida se era ficção ou não. E me acabei em lágrimas. Do nada, de um capitulo para o outro você perde o chão e depois de tudo, você vê uma luz no fim do túnel. Só me resta dar os parabéns para a autora, por ter me dado a oportunidade de ler uma história tão linda e a Novo Século, por ter feito uma edição que abrilhantou ainda mais essa história maravilhosa.
Nota:
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