30 agosto 2020

Resenha | Paixão ao Entardecer - Lisa Kleypas

Livro: 
Paixão ao Entardecer
Série: Os Hathaways #5
Gênero: Romance de Época
Autora: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano: 2015

Resenha:
A família Hathaway é conhecida por todos por conta de sua excentricidade. Mas se formos levar em conta que eles não nasceram nobres e Leo Hathaway só herdou o título de Lorde Ramsay por causa de uma série de infortúnios, até dá para explicar porque eles são tão diferentes. Até o momento quatro dos cinco irmãos estão casados, e todos os casamentos foram por amor, sem se importar com a opinião da sociedade. Tanto que Amélia e Win se casaram com ciganos, Poppy com um hoteleiro e Leo com a dama de companhia das irmãs. E durante os jantares em família, ele falam sobre todos os assuntos, inclusive sobre politica e as mulheres e as crianças além de participarem da conversa, ainda tem suas opiniões levadas em conta.

E ainda assim a caçula Beatrix consegue se destacar entre eles por ser a mais diferente de todas. Beatrix não foi feita para ficar presa dentro de quatro paredes, ela é um espirito livre e tem uma paixão incontrolável por animais. Ela até fez um certo sucesso nos salões londrinos, pois além de bonita é muito gentil, mas nenhum cavalheiro fez mais do tirá-la para dançar, e nenhum deles balançou o coração de Beatrix. Isso até oito meses atrás quando ela resolveu responder aquela bendita carta do capitão Christopher Phelan, pretendente de sua amiga Prudence. Christopher está na frente de batalha e derrama todas as suas incertezas em uma carta que envia a Prudence, que não faz questão de esconder o quanto a carta lhe é entendiante.

Porém Beatrix se solidariza com Christopher e decide responder a carta como se fosse Prudence, porque que se respondesse como ela mesmo o provável é que Christopher nem chegasse a ler, já que uma vez Beatrix ouviu ele dizer que ela era mais adequada aos estábulos do que aos salões. Mas ao começar a troca de cartas entre eles Beatrix percebe que Christopher não é mais aquele rapaz arrogante que ela conheceu e, quando percebe está apaixonada por ele. Enquanto que para Christopher as cartas são o único alivio que ele tem em meio ao inferno da guerra. Por isso quando ele volta da guerra seu único pensamento é se casar com a mulher que escreveu aquelas cartas e vai ter uma surpresa ao descobrir que elas não foram enviadas por Prudence.

“— É óbvio que Beatrix está fascinada pelo capitão Phelan.
— Ela sempre se sente atraída por criaturas feridas.”

E chegamos ao fim de mais uma série aqui no blog. E  é com tristeza que me despeço dessa família que me conquistou desde o primeiro livro. Quando li os dois primeiros livros da série, acabei me irritando um pouco com os protagonistas e achei que a série fosse ser mediana, mesmo com os Hathaways sendo uma das melhores famílias que já vi nos romances de época. Mas do terceiro livro em diante a Lisa se superou e acabei a série com um sorriso no rosto. É claro que fico triste por não ter mais nenhum livro da série para eu ler, mas ao mesmo tempo fico feliz pela Lisa ter conseguido finalizar a série com chave de ouro.

Desde o primeiro livro a Beatrix chama a atenção por seu afeto um tanto quanto incontrolável pelos animais. E quando digo animais não me refiro a gatos e cachorros e sim a ouriços, furão, cabra e até um elefante. Então já imaginem que as cenas de humor da série ficaram por conta dessa bicharada. Porque sempre tinha um deles aparecendo onde não eram chamados. Então estava esperando bastante do livro dela e não me decepcionei. Beatrix é sim a pessoa maravilhosa que vimos nos outros livros e ainda descobrimos que ela é muito mais do que aparentava, se mostrando a mais inteligente dos irmãos.

E claro que para se apaixonar pela Beatrix teria que ser um homem especial, o que Christopher é de sobra. O homem arrogante que foi para a guerra voltou transformado em alguém que tem medo de sua própria sombra. E o que mais gostei no personagem foi que aqui não temos aquela velha história de tratar a mocinha mal porque tem um passado traumático. A autora soube trabalhar muito bem os fantasmas de Christopher, mostrando que não existe aquilo de cura milagrosa por amor que tanto vemos nos livros. Existe uma doença, TEPT, e não é se apaixonar por alguém que vai curá-la. Até porque apaixonado ele já estava. E esse é outro ponto alto do livro, não temos instalove.

E mais uma vez tenho que elogiar a família Hathaway. Sempre vemos nos romances de época falando que a mocinha é a frente do seu tempo, mas nessa série no caso a família é a frente do seu tempo. E não tem como não se apaixonar por eles. Destaque nesse ultimo livro para Rye, filho de Cam e Amélia, protagonistas do primeiro livro. E aqui reforço que as histórias serão muito mais aproveitadas se forem lidas na ordem cronológica. Mas enfim, termino a resenha desse ultimo livro satisfeita por ter lido mais essa série da Lisa. O livro que mais gostei foi Tentação ao Por do Sol, mas quanto a capa não consigo me decidir por nenhuma já que essa série arrasa nas cores e nas capas.

Nota:










28 agosto 2020

Top 5 | Autores famosos que eu não curto

Tem autores que são quase unanimidade entre os leitores. Tudo o que lançam, viram sucesso antes mesmo do lançamento. Mas gosto é gosto e cada um tem o seu. Hoje vou listar aqui cinco autores que quase todo mundo ama, mas eu já li e não consegui gostar.

Vamos começar com uma autora nacional que é febre entre os leitores de livros eróticos a Nana Pauvolih. Ela tem um fã clube que a defende com unhas e dentes e coitado de quem fala algo contra. Eu li 2 livros dela e infelizmente não gostei.

 

Agora temos uma autora que praticamente escreve até dormindo pelo tanto de livros que ela tem publicado. Até surgiu um boato que nem todos foram escritos por ela. Mas não é sobre isso a postagem. Sei que a autora tem milhares de fãs, ela escreve vários gêneros diferentes, então dá para agradar vários públicos. Mas eu já li vários livros dela e simplesmente não achei nada demais. Estou falando da Nora Roberts.

 

Esse até acredito que não seja unanimidade, conheço bastante gente que não gosta. Mas ainda assim é um dos autores mais vendidos e infelizmente eu já li quatro livros do John Green e não consegui gostar de nenhum deles.

 

Esse também é um dos autores mais falados no momento. Várias de suas obras já foram adaptadas e todos seus livros são sucesso de vendas. Eu até tentei mas não consegui gostar dos livros do Neil Gaiman.

 

E por ultimo o mais famoso de todos, conhecido como o mestre do terror. Eu já li quase 30 livros do autor e não sou fã dele. Acho que ele enrola muito para chegar ao ponto e seus livros poderiam ter metade das páginas se ele fosse direto na questão. Mas não posso negar que Stephen King é um sucesso e vai continuar sendo.

 

E vocês também tem uma listinha de autores que todo mundo ama menos você?






26 agosto 2020

Resenha | O Labirinto dos Espíritos - Carlos Ruiz Zafón


Livro: O Labirinto dos Espíritos
Série: O Cemitério dos Livros Esquecidos #4
Gênero: Suspense
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma
Páginas: 680 
Ano: 2017

Contêm spoilers dos livros anteriores.

Resenha:
Daniel Sempere tinha dez anos quando começou a esquecer o rosto da mãe e agora anos depois casado e com um filho, o mesmo pesadelo que o assombrava quando criança volta a lhe tirar o sono. Mas dessa vez não é o medo de esquecer sua mãe e sim de não poder fazer justiça por sua morte. Daniel descobriu que Isabella não morreu de cólera como todos acreditam e sim é quase certo de que foi envenenada por Mauricio Valls atual ministro da educação, que na época da morte dela era diretor da prisão de Montjuic e foi o responsável por torturar seu grande amigo Fermín e o autor David Martín entre outros.

E seu desespero é por não poder tirar essa história a limpo já que Valls está desaparecido. E quem está investigando o desaparecimento de Valls é Alicia Gris, que trabalha para uma agencia que presta serviços para a policia. Alicia é uma jovem muito perspicaz que consegue ver além do que os outros enxergam, por isso ela é a escolha óbvia para o caso. Logo em seu primeiro dia de investigação Alicia descobre que Valls estava recebendo cartas com ameaças que a policia acreditava estarem vindo de Sebastián Salgado, um antigo morador de Montjuic e encontra uma ligação entre Salgado e uma livraria em Barcelona, a Sempere & Filhos, que por sinal também estava sendo investigada por Valls.

E Alicia também encontra escondido no escritório de Valls um livro de histórias infantis, O Labirinto dos Espíritos de Victor Mataix, que ela descobre ser de uma série de livros raros. E por coincidência na ultima carta que Valls recebeu é citado um encontro em um labirinto. E quanto mais Alicia investiga, mais as pistas parecem levar ela em direção a livraria dos Sempere e ao passado dos moradores locais. E ao partir para Barcelona o que Alicia não imaginava era que fosse encontrar o homem que salvou sua vida ainda criança e que traz em seu passado em vez das respostas que Alicia precisava, mais mistérios e esqueletos que muita gente quer manter escondidos.

“Uma história não tem princípio nem fim, só portas de entrada.”

Como disse lá na resenha de A Sombra do Vento, eu li a trilogia O Cemitério dos Livros Esquecidos em 2012 e anos depois o autor resolveu lançar mais um livro que deixou os leitores da série nas nuvens, já que todos que leram assim como eu concordam que essa série é uma das melhores já escritas. E para deixar os fãs ainda mais contentes nesse quarto livro temos muitos dos mistérios que ficaram no ar nos outros livros sendo revelados. Mas para minha frustração, ao ler a sinopse, vi que o protagonista do livro não seria ninguém conhecido da série e sim uma nova personagem Alicia Gris.

Por isso já comecei a ler com um pé atrás querendo saber o que essa garota tinha a ver com a história que tanto amava. Mas para minha surpresa foi só Alicia aparecer na história que já me apaixonei por ela como tinha acontecido antes com todos os outros personagens dessa série. Zafón tem um dom para escrever personagens "imperfeitos" que faz com que o leitor se apegue a eles de uma maneira que eles se tornam perfeitos a nossa visão. E com Alicia, a garota que passou por uma experiencia traumática durante a guerra e agora anos depois ainda sofre fisicamente as consequências disso, não foi diferente.

E não foi só Alicia que o autor trouxe para a história. Junto com ela vieram personagens notáveis como o policial Vargas que faz dupla com Alicia na investigação, Fernandito, um antigo "namorado" dela e Leandro, chefe de Alicia. E ainda temos Hendaya, um discípulo de um personagem conhecido de A Sombra do Vento, o odiado Fumero. Todos eles juntos e mais os antigos personagens que já eram queridos pelos leitores nos outros livros, tornaram esse o livro com mais suspense e ação entre os quatro. E ainda assim não se perde o toque do autor que parece escrever com a alma e a cada página virada temos uma explosão de prazer por ler algo tão genial.

São quase setecentas páginas que acabam por virar milhares, porque ao mergulhar nas páginas do livro somos arrebatados para uma Barcelona antiga cheia dos mistérios criados pelo autor e é quase impossível largar o livro e voltar ao mundo real. O autor tem um dom de escrever algo mágico com um toque sombrio que fascina e por vezes ao fechar o livro senti como se tivesse sido arrancado uma parte de mim. Até por isso prorroguei a leitura o máximo que pude. Levei quase uma semana para ler o livro, o que é um recorde no meu caso, mas é que queria que aquela sensação perdurasse por muito mais tempo. Ainda mais sabendo que o autor nos deixou e não teremos mais livros seus para apreciar.

E uma curiosidade sobre a série é que em todos os livros temos um livro dentro do livro e um autor em evidencia cuja obra dá título ao livro. Com esse não foi diferente, mas no caso temos mais de um autor. Só não vou citar quais porque um deles é spoiler. Mas posso dizer que temos uma grande passagem de tempo nesse livro e a história que começa lá em 1950, até antes porque temos vislumbres do passado de alguns personagens, termina em 1992. Por isso temos toda uma geração dos Sempere, família escolhida pelo autor para ser o centro da série.

E como não amar essa família? Nos apaixonamos por um Daniel criança no primeiro livro com seu pai admirável, depois trocam-se os papéis e então temos o pai de Daniel jovem e nos encantamos com seu avô. E agora temos Daniel já um homem feito muito diferente daquele garoto sonhador que conhecemos, um Daniel consumido por desejos de vingança e seu filho Julián, batizado em homenagem ao autor favorito de Daniel. E ainda tem o agregado, Fermín meu personagem favorito da série. E temos as mulheres que sem elas esses homens não seriam ninguém, Bea, Isabella e por fim Alicia.

E não posso deixar de falar mais uma vez que apesar de ser anunciado que os livros podem ser lidos de forma independentes, isso não é totalmente verdade. Esse quarto livro principalmente que temos a junção dos outros três e respostas que ficaram em aberto e mistérios que o autor tinha deixado para o leitor resolver, nesse vemos o que realmente aconteceu. Por isso recomendo que leia os outros antes desse, sem a leitura dos anteriores, esse livro não será totalmente apreciado em sua totalidade. Dá para ler fora de ordem sim, mas tem detalhes que só farão diferença para quem leu os outros.

E mesmo achando o livro maravilhoso e ele se tornando favorito, não posso deixar de falar que senti saudade de um dos meus personagens mais queridos, David. Ele é citado o tempo todo, a trama gira em torno dele mas não temos sua presença física, então a verdade sobre ele continua sendo um mistério e resta ao leitor acreditar na versão que escolher. Principalmente se um certo personagem existiu somente na cabeça de David ou não. Mas se pensar bem prefiro assim porque a história dele é incrível por causa disso. Mas enfim, vou terminar por aqui que essa resenha está enorme. E só me resta indicar o livro e a série. Leiam, se você ainda não conhece a escrita desse autor genial não sabe o que está perdendo.

Nota:










25 agosto 2020

Resenha | Nêmesis - Agatha Christie

Livro: 
Nêmesis
Série: Box 4 #3
Gênero: Policial
Autora: Agatha Christie
Editora: HarperCollins Brasil
Páginas: 266
Ano: 2015

Resenha:
Na opinião de Miss Marple envelhecer é uma coisa muito desagradável. Não se pode fazer mais nada sozinha, nem ficar com seus próprios pensamentos sem ter uma dama de companhia perguntando se ela está bem. Mas o pior é ver seu precioso jardim definhando porque ninguém cuida dele como ela sempre fez. O problema é que por culpa do reumatismo ela não consegue mais fazer uma das coisas que mais amava na vida. Agora tem que se contentar com um dos seus outros prazeres, ler o jornal, que também já não é mais a mesma coisa desde que mudaram tudo de lugar. O obituário mesmo que antes tinha um lugar de destaque, agora fica na última página.

E a memória de Miss Marple nem de longe é a mesma, outro problema de envelhecer. Ela tem que se esforçar cada vez mais para ligar os nomes as pessoas. Como é o caso agora de Jason Rafiel, nome que ela encontra entre os falecidos. Ela tem certeza de conhecê-lo mas não lembra de modo algum de onde possa ser. Mas Miss Marple não se deixa derrotar e pensa nisso o dia todo até lembrar que Rafiel foi o milionário arrogante que ela conheceu durante uma viagem ao Caribe meses atrás. Rafiel foi seu aliado na solução de um crime que ela mais uma vez se viu metida no meio durante a viagem, mesmo prometendo a seu sobrinho Raymond e sua esposa Joan que isso não ia acontecer.

E para surpresa de Miss Marple uma semana depois de ter lido a notícia do falecimento de Rafiel no jornal, ela recebe uma carta dos advogados do falecido. Miss Marple vai receber uma alta quantia da herança desde que solucione um crime. Ela tem um ano para resolver o mistério. O problema é que Rafiel não deu nenhum detalhe sobre o crime. Miss Marple não sabe onde aconteceu, como aconteceu e nem mesmo quem é a vítima. Rafiel só fornece um código: Nêmesis. E Miss Marple nem cogitaria em aceitar a missão se fosse somente pela herança, porque ela também já está velha e pode nem ter tempo de desfrutá-la, mas a curiosidade fala mais alto e ela decide aceitar o desafio.

"Que a justiça corra como as águas
E o bem como um caudaloso rio."

Não é segredo que a Agatha é minha autora favorita de toda vida. E o Hercule Poirot é meu detetive favorito de todos os tempos. Mas a Miss Jane Marple não fica muito atrás não. A senhorinha que ama fazer um tricô e que sem perceber se mete no meio de muitos mistérios e resolve eles apenas comparando as personalidades dos criminosos, com pessoas que ela conheceu na aldeia de St. Mary Mead. O que me encanta nela é que ninguém dá nada por ela e quando percebem ela já resolveu o mistério apenas conversando com as pessoas ao seu redor. E isso de conversar é meio que uma característica da Agatha. Seus detetives não são de ficar correndo atrás de pistas, eles trabalham com a mente.

Os livros da Agatha não tem uma ordem para serem lidos, mas algumas histórias tem personagens que já foram vistos em outras como é o caso desse. Rafiel e Miss Marple se conhecem no livro Mistério No Caribe, mas as histórias são independentes e não é necessário ler uma para entender a outra e nem vai pegar nenhum spoiler também. Li algumas resenhas dizendo o contrário, que tinha que ser lido para entender o porque do Rafiel ter dado esse tipo de missão para a Miss Marple. Mas isso é uma inverdade já que até mesmo a Miss Marple não entendeu o que ele fez. Porém fica a critério de quem for ler.

Esse cenário de Nêmesis é um dos mais interessantes dos livros da autora já que, como desvendar algo que você não tem nem ideia do que seja. Por isso a principio a impressão é que a história não vai chegar a lugar nenhum, mas é ai que entra a genialidade da Agatha e começamos a enxergar o quebra cabeça tomando forma. Se você é daqueles leitores que ama uma adrenalina e um plot twist a cada fim de capitulo, já vou avisando que esse livro não é para você. Nenhum da Agatha aliás. Ela é daquelas autoras que vai soltando uma pista aqui e outra ali bem devagarzinho. Mas isso não significa que a história seja chata ou que não te prenda a atenção, pelo contrário a vontade é de ler logo o final para descobrir o culpado.

Como todos os livros da Agatha que vocês verão resenha por aqui, essa é uma releitura do livro e como é prazeroso ler e enxergar os detalhes que não prestei a atenção na primeira leitura do livro. Está tudo ali na cara da gente e só conseguimos ver em uma segunda leitura ou se você é daquelas pessoas que realmente presta atenção em tudo, e ainda assim só vai conseguir perceber que estava li quando finalmente tudo for esclarecido pelo detetive da vez. Mas enfim, é mais um livro da Agatha que indico com certeza. É uma pena que a edição deixou a desejar. Esse box em capa dura foi publicado pela Nova Fronteira antes da Harper Collins assumir os títulos e assim como aconteceu nos outros livros, a revisão deixou muito a desejar. Mas a capa é linda.

Nota:










23 agosto 2020

#8 | Da Netflix - Agosto Lilás

 Olá confinados! Como estão todos vocês? Espero que bem e saudáveis. 

Dou um doce pra quem me disser o porque o Agosto é lilás!

Agosto é o mês da campanha de combate à violência contra a mulher. Temos ouvido, infelizmente com frequência, abusos cometidos contra as mulheres. Tais como:

- Falta de respeito 

- Desmoralização

- Desmerecimento

- Humilhação

- Opressão

- Privação

- Tortura psicológica

- Agressão

- Assassinato

A lista é grande. Deixo claro que ninguém merece passar por qualquer um desses abusos, tanto homem quanto mulher. Porém, a muitos anos as mulheres vem vivendo a repressão e desmerecimento, pelo simples fato de ser mulher. Uma observação, não só homens cometem algum tipo de violência contra a mulher. Quando fazemos comentários expondo nossa opinião ofensiva na internet, isso também é violência, a falta de empatia e acusação.São hábitos que nós mulheres devemos mudar. Bora agir com mais sororidade?

A sororidade é importante, para que as mulheres se sintam seguras e apoiadas pelas outras. Quando as mulheres se sentem protegidas em seu grupo de apoio. Elas ficam fortalecidas para enfrentar os desafios desconhecidos. 

O cinema vem abordando o tema em diversos filmes. Alguns sutilmente, pra trazer um incomodo, e outros bem diretos para nos mostrar que não devemos aceitar nenhuma violência. 


Series 

As Telefonistas (2017)*


A serie trata diversos assuntos. Emprego, Vida familiar, Amizade, Relacionamento abusivo, Compaixão, Altruísmo. É possível ver o quanto é importante estar com pessoas que estão dispostas a te ajudar, sem julgamento. Um exemplo de sororidade. 


Coisa linda (2019)*


Sabe aquelas amizades verdadeiras, que te levanta e impulsiona para conquistar os sonhos? Nessa serie, vemos as lutas de mulheres distintas, mas, com dramas tão similares. Onde juntas são mais fortes.

Dirty John (2018)*


Ah! o sonho de toda (a maioria) mulher é conhecer alguém que seja o príncipe encantado. (Disney olha o que você fez com as mulheres!) Nessa historia, baseada em fatos reais. Uma mulher que acredita estar vivendo um sonho e vira um dos piores pesadelos. Pesado! Mas vale o alerta. 


Você (2018)*


Tão surreal que pode ser real. O domínio que o outro quer ter sobre a outra pessoa começa sutilmente. Quando vê, a situação fica pior que seria possível imaginar. MEDO


The Handmaids tale (2017)


Uma sociedade utópica. Mulheres são diminuídas, tratadas como propriedade do estado e divididas em grupos. Algumas são escravas sexuais, separadas para procriar. são torturadas e vivem sob o julgo da religião e politica. Não muito diferente dos tempos atuais.


Filmes

Malévola (2014)*

Malévola conhece um homem humano, e se permite viver um amor, crendo que era reciproco. O que na verdade, ele só estava interessado em lhe roubar. Sem pensar que a poderia magoar. Alguma semelhança com a vida real?


A filha do general (1999)*

A filha do general é encontrada morta, amarrada e nua. E nessa investigação, tantas coisas são reveladas que estão debaixo de nosso nariz. 


Millenium - Os homens que não amavam as mulheres (2011)*


Lisbeth esconde entre as tatuagens, maquiagem e roupas, uma historia de abuso, humilhação e vingança. 


Nunca (2002)*

Esposa, dedicada e do lar, casada com um milionário. Porém, vive um relacionamento totalmente abusivo. E quando ela resolver virar o jogo, estremece todo o sistema. AMO


Tomates verdes fritos (1991)

Quem tem um amigo tem um tesouro! Esse filme aborda temas incríveis! Racismo, morte, amor e violência domestica. Essa historia é uma lição. Um tesouro esse filme


A cor purpura (1985)

Celie foi violentada sexualmente pelo próprio pai, gerando duas crianças. Foi separada de seus filhos e a tristeza e solidão vai tomando conta de sua vida. Pesado e necessário .


Nasce uma estrela (2018)

Sutilmente os sinais aparecem. Mas, o amor e o desejo de ajudar a pessoa a melhorar é ainda maior. Aqui vemos um casal que se ama. Porém, coisas pequenas fazem que tudo vire ruína. 


A vida secreta das abelhas (2008)

Cansada do descaso e maus tratos do pai e após a violência sofrida por sua empregada. Lilly foge junto com ela. Ao chegar em uma casa somente de mulheres negras. É acolhida, amada e protegida por elas. A importância de se estar em um núcleo de mulheres que se apoiam. Aqui temos um lindo exemplo. 


O homem invisível (2020)


Casada com um milionário e reprimida, abusada, oprimida. Cecilia foge. Mas nem sempre fugir é uma boa solução. É preciso resolver o problema pessoalmente. 


O quarto de Jack (2015)


Ma é sequestrada, torturada psicologicamente, vive em carcere privado e abusada sexualmente durante anos. E nessa situação ela se torna mãe de Jack. Filme contado com a leveza da criança e intenso. 

***

Durante essa pandemia, os números de casos de violência domestica e de feminicídio aumentaram. Triste saber disso. Portanto, isso também significa que as mulheres estão denunciando, o que é muito bom.  Ligue 180 e registre sua denúncia. Atende 24 horas. 

***

Espero que tenham gostado da lista de filmes e series. Já assistiu algum desses ou tem algum para nos indicar? Deixe nos comentários. 



(*) Está no catálogo da Netflix






22 agosto 2020

Resenha | Anne de Avonlea - L. M. Montgomery

Livro: Anne de Avonlea
Série: Anne de Green Gables #2
Gênero: Clássico/Jovem adulto
Autora: L. M. Montgomery
Editora: Autêntica
Páginas: 288
Ano: 2020

Resenha:
Após terminar seus estudos na Queen's Academy, Anne Shirley agora com dezesseis anos, pretendia fazer o curso superior. Mas as circunstancias obrigaram-na a voltar para Green Gables para ajudar sua mãe adotiva Marilla. Então Gilbert Blythe por "amizade" decidiu lecionar em White Sands e deixar a vaga na escola de Avonlea para Anne. E desde que voltou Anne tem sonhado em como vai fazer a diferença na vida dos seus alunos e um dia algum deles será famoso e quando ela já for velhinha vai ter seu papel reconhecido e será agradecida publicamente pelo papel que desempenhou com suas lições.

Mas no momento seus devaneios são interrompidos porque seu novo vizinho o senhor Harrison está furioso porque Dolly, a vaca Jersey de Anne, acaba de invadir a plantação de aveia dele. E mesmo sabendo pela senhora Rachel Lyndi, que sabe de tudo o que acontece em Avonlea nos mínimos detalhes, que o senhor Harrison é um excêntrico, Anne dá sua palavra de honra que isso não vai mais acontecer. Mas Anne deveria ter pensado duas vezes antes de se comprometer pela vaca, e quando percebe está metida em mais uma confusão. Tudo isso enquanto tenta criar a Sociedade para Melhorias em Avonlea, que não é um tarefa fácil graças a aversão dos moradores por qualquer tipo de mudança.


E mudança é o que Anne e Marilla vão ter ao ficarem responsáveis pela criação dos gêmeos Davy e Dora, filhos de um primo distante de Marilla que acabaram de ficar órfãos. Dora é uma criança quieta e bem comportada, mas Davy é o oposto, uma verdadeira peste, o que faz com que Marilla queira bater nele o tempo todo. Porém Anne acredita que se deve educar as crianças sem castigos e surras, inclusive ela usa esse novo método em sua sala de aula. E sua experiencia como professora está sendo gratificante, principalmente por conta de um novo aluno, Paul Irving, que ela sabe ser sua alma irmã. E Paul é somente uma das pessoas que vieram para acrescentar nessa nova fase da vida de Anne.

"— Os versos e a rimas são somente a aparência exterior do poema, e não o poema realmente, assim como seus babados e suas rendas não são você, Jane. O poema verdadeiro é a alma que está dentro dele... e aquela cena maravilhosa é a alma de um poema não escrito. Não é todo dia que podemos ver uma alma... mesmo que seja a de um poema."

 Eu assisti a primeira temporada de Anne e amei a história. Por isso quando recebi o primeiro livro da série da editora, passei ele na frente dos outros e li sem demoras. E consegui gostar ainda mais do livro do que da série de tv. E estava até meio receosa de ler esse segundo e ele não ser tão maravilhoso quanto foi o primeiro. Mas nem devia ter me preocupado. Assim que comecei a ler já me vi novamente envolvida pela história e me peguei rindo com essa personagem que já mora em meu coração. Anne está mais velha, mas a essência dela continua a mesma, por isso não tem como não se apaixonar ainda mais por ela.

E o engraçado é que o livro é um clássico, escrito a mais de 100 anos e a gente nem percebe isso de tão boa que é a história. Não me entendam mal com minha colocação. É que eu particularmente tenho uma grande dificuldade em ler clássicos, por isso esse meu espanto. Não sei se isso se deve a tradução, quem leu em outra versão me diga ai nos comentários, o certo é que a impressão que tenho é de que estou lendo um livro contemporâneo. E a edição ajuda bastante. E já que estou falando de algo antigo, gostaria de ressaltar a forma como as coisas mudaram, porque Anne mesmo tendo dezesseis anos no começo desse segundo livro, é tão ingenua que acho que nem os bebés de hoje em dia são tão inocentes quanto ela.


Mas voltando ao livro, eu sou apaixonada por essas edições da Autêntica. Como Anne fez um grande sucesso na Netflix e é de domínio publico, várias editoras publicaram seus livros por aqui. Mas escolhi essa edição porque achei a mais bonita de todas. Cada um tem um gosto e o seu pode ser diferente do meu, por isso escolha a edição que mais lhe agrada e vá ler essa história que é uma das mais bonitas e significativas que já encontrei. E pasmem: feminista. Desde o primeiro livro vemos que Anne pensa bem diferente da sua época e procura fazer o que acha certo e passar seus valores para seus alunos. E como me diverti com ela em suas aulas. Na verdade o tempo todo. Eu ri muito com diversas cenas, tanto da Anne como de Davy, que apesar de ser um aprontão, é tão fofo que a gente perdoa ele porque ele sempre tem uma justificativa plausível para suas "artes".

Anne continua igualmente encantadora, mesmo não sendo mais aquela criança que fala mais que a boca, ela ainda é uma sonhadora que procura ver o lado bom de tudo. Mas não falem de seus cabelos ruivos, que isso ainda é um ponto fraco dela. E como torci para que ela e o Gilbert desencantassem logo, mas como disse antes, ela é muito inocente e acredito que só no próximo livro que esse amor entre os dois irá se desenvolver. E tem muitos personagens queridos nesse livro. Amei os novos personagens, me emocionei com a história de alguns deles e adorei rever personagens antigos que ainda continuam iguaizinhos. Não vou falar mais nada porque o livro é curto e quero que vocês tenham a mesma experiencia que eu tive, mas indico o livro com certeza, estou cada vez mais apaixonada pela série.

Nota:







20 agosto 2020

Resenha | Manhã de Núpcias - Lisa Kleypas

Livro: Manhã de Núpcias
Série: Os Hathaways #4
Gênero: Romance de Época
Autora: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano: 2014

Resenha:
Nem em sonhos a família Hathaway poderia imaginar que um dia faria parte da nobreza. Mas depois de uma serie de acontecimentos improváveis, Leo acabou herdando o título de Lorde Ramsay e a família excêntrica se viu tendo que mudar completamente o comportamento para conseguir bons casamentos para as mulheres da família. Para as mulheres, já que Leo jurou nunca se casar depois de ver a noiva morrer em seus braços de escarlatina um ano antes dele herdar o título. Ele tem certeza de que não consegue passar por tudo aquilo de novo, por isso decide que nunca mais vai se apaixonar e desde então tem vivido como um verdadeiro libertino, "honrando" o título de seus antepassados.

Com Amélia e Win, as duas irmãs mais velhas, Leo nem teve muito com o que se preocupar pois, enquanto Leo vivia seu luto as duas se apaixonaram e se casaram com homens nada convencionais, dois ciganos. Mas Poppy e Beatrix precisaram de alguém que lhes ensinassem a se comportar como damas bem nascidas durante as temporadas londrinas e a srta. Catherine Marks foi a escolhida. Mas enquanto a família toda morre de amores pela dama de companhia, toda vez que Leo e Catherine se encontram é um verdadeiro duelo verbal, já que Catherine faz questão de dizer o que pensa de seu comportamento.

E a tensão existente entre eles só poderia resultar em uma coisa: um beijo roubado que Leo não consegue esquecer. E para piorar a situação ele descobre que para não perder a propriedade que sua família aprendeu a amar, terá que se casar e gerar um herdeiro dentro de um ano. E enquanto suas irmãs fazem uma lista de prováveis candidatas a esposa Leo só consegue pensar em uma pessoa, Catherine. O problema é que Catherine tem um passado repleto de segredos. E ser a irmã bastarda de Harry Rutledge, esposo de Poppy é o menor deles. E quando esse passado encontra Catherine, ela vai ter que escolher entre fugir novamente ou se entregar ao que sente por Leo.

"Deixe-me zelar por seus sonhos. E saiba que amanhã de manhã, e em todas as manhãs depois disso, você acordará perto de alguém que a ama.”

Esse é o quarto livro da série Os Hathaways. E devo ressaltar que apesar dos livros terem histórias independentes, como já estamos acostumados em romances de época cujas séries contam as histórias de membros de uma mesma família, nessa em especifico é necessário que os livros sejam lidos na ordem. Porque apesar de termos um casal em evidencia, as histórias de todos eles estão sendo contada em todos os livros. Leo e Cat mesmo, desde o segundo livro que eles não se bicam e no terceiro ficou evidente que isso ia evoluir para algo mais. Porque o ódio entre eles cresceu na mesma medida que o desejo de um pelo outro.

Quando conheci Leo lá no primeiro livro achei ele um grande babaca, igual aconteceu com o Kev, mas diferente do Kev que continuou um imbecil em sua própria história, Leo foi mudando ao longo dos livros e já no anterior eu estava gostando dele. Nesse então me apaixonei. Depois que superou tudo o que aconteceu com ele ao perder a mulher que amava e sobreviver a uma terrível doença, Leo se esforçou para continuar sendo desagradável e intragável, mas ele não foi muito bom nisso não. De longe percebe-se que ele se importa muito mais do que gostaria e que seu ponto fraco sem sombra de dúvida é sua família que ele ama acima de tudo.

E quando ele resolve estender esse amor a outras pessoas, no caso Catherine, ele se mostrou aquele cavalheiro perfeito que amamos nos romances de época. E Catherine que nos livros anteriores passava a imagem de uma pessoa arrogante e carrancuda, acabou por se mostrar uma garota incrível, doce e também me apaixonei por ela. E os dois juntos são aquele casal gato e rato que todo mundo ama acompanhar as discussões. E com a mesma intensidade que se odeiam, eles se desejam. Eu disse no livro anterior que o livro era o mais hot da Lisa que tinha visto até então, mas esse não ficou atrás não.

E terminei a leitura satisfeita. Porque apesar de ter gostado dos dois primeiros livros da série, o terceiro e o quarto, esse no caso, são imensamente melhores se forem comparados. E sem duvida é devido a personalidade dos protagonistas. Agora só resta um livro para eu terminar a série e estou com altas expectativas porque em meio a uma família excêntrica, Beatrix, a protagonista dos próximo livro consegue se destacar. Desde o primeiro livro ela vem chamando a atenção por seu amor aos animais, inclusive seu furão o Dodger é um personagem recorrente e praticamente um cupido na família hehe. Quanto a capa, essa série tem tantas capas lindas que não consigo me decidir por nenhuma.

Nota:









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