Livro: Sol e Tormenta
Série: Trilogia Grisha # 2
#1 - Sombra e Ossos
Gênero: Fantasia
Autora: Leigh Bardugo
Editora: Gutenberg
Páginas: 365
Ano: 2014
Contêm spoilers do livro anterior.
Resenha:
Alina Starkov acreditava ser mais uma das muitas crianças normais que cresceu sem os pais, até o dia que atravessou a Dobra junto a seu melhor amigo Maly e salvou a vida dele ao liberar um poder até então desconhecido. Ela é uma Grisha, pessoas que nascem com um dom, e seu poder é único. Alina é uma Conjuradora do Sol e se torna a esperança de todos os habitantes de Ravka. O país é cortado ao meio por uma Dobra das Sombras, uma faixa espessa coberta pela escuridão onde habitam terríveis criaturas. E o poder de Alina pode ser o que faltava para acabar com a Dobra. Mas Alina descobriu que o Darkling, o líder dos Grishas, tinha intenção de usar o poder dela não para acabar com a Dobra e sim para aumentá-la e controlar todos ao seu redor.
Então para Alina só restou uma alternativa, fugir para o mais longe possível do Darkling e seus comandados. Já faz algumas semanas que ela e Maly vem conseguindo se manter incógnitos. Mas para isso Alina não pode usar seus poderes, o que tem deixado ela cada vez mais fraca. O contrário do que acontece com o Darkling, que quando emfim encontra Alina, está ainda mais forte e mais poderoso. Além de algumas cicatrizes, o Darkling saiu da Dobra com um novo tipo de poder, que Alina não sabe como enfrentar. Capturada novamente, quando Alina acorda ela descobre que está a bordo do navio do famoso corsário ravkano Sturmhond.
E o Darkling quer que Maly rastreie o açoite do mar, o dragão do gelo, um segundo amplificador de Morozova, para Alina usar junto ao colar do cervo. Numa reviravolta Alina consegue fugir do Darkling e agora com dois amplificadores. Mas existe um terceiro amplificador, e Alina quer encontrá-lo, pois só assim ela conseguira derrotar o Darkling de vez. Agora mais do que nunca já que Alina vai liderar o Segundo Exército depois que o Darkling se revelou um traidor. Alina se une ao Príncipe Nikolai para tentar libertar Ravka de vez da Dobra e do Darling e seus nichevo’ya. O problema é que metade das pessoas a veem como Santa e a outra metade como uma traidora e ganhar a confiança deles não será nada fácil, ainda mais que ela anda tendo algumas alucinações com o Darkling.
“Eu sabia que ele era um mentiroso experiente. Ele podia fingir qualquer emoção, jogar com qualquer falha humana. Mas eu não podia negar o que havia sentido em Novyi Zem, nem a verdade que o Darkling tinha me mostrado: minha própria tristeza, minha própria longevidade, refletida para mim em seus olhos cinza sem vida.”
Para quem não sabe eu fiz uma releitura da Trilogia Grisha e no primeiro livro acabei gostando mais da releitura do que na primeira vez que li ele. E nesse segundo livro a minha opinião e a nota foram a mesma da outra vez. Gostei muito do livro, mas teve algumas coisas que me incomodaram bastante, principalmente um certo personagem que podia ganhar o premio de babaca do ano. A história criada pela autora é incrível, a mitologia presente, eu particularmente não lembro de outros livros que tenham mitologia russa neles. Mas a autora comete o mesmo erro de muitos autores do gênero. Em vez de focar na história em si, passam-se páginas e páginas enrolando em um romance que podia passar sem.
Como disse na resenha do livro anterior, Alina não se compara à algumas protagonistas do gênero como a Aelin, Amani, Mia e Kestrel (citei as mais recentes do gênero que eu li), mas pelo menos ela não é aquela personagem chata que narra a história e torna ela enfadonha. Ela tem defeitos sim, mas sua coragem e senso de justiça compensam eles. Mas não posso deixar de mencionar o quanto de decisões erradas essa garota toma. Tem coisas que está ali na cara dela e somente ela que não enxerga. Mas ainda acredito nela e espero que no terceiro livro ela seja a heroína que todos esperam. Agora o que me irrita mesmo é o amor todo que ela diz sentir pelo Maly. Isso até a página dois porque é só algum outro cara dar um pouquinho de atenção e ela já esquece que ama ele.
Como me irritei com esse bromance todo que a autora resolveu colocar no livro. E esse foi o motivo de eu não ter dado nota máxima para ele. Em vez de explorar o universo todo que ela tinha em mãos ficou lá no drama da relação da Alina e do Maly. Eu confesso que tentei gostar dele pelo tanto que a Denise (Queria Estar Lendo) defende o personagem. Mas não deu. Eu não consigo ver amor entre eles. Maly diz amar uma Alina que não existe. Ele quer ela mas sem a parte da Conjuradora, ele não entendeu que a Alina é uma Grisha, que isso faz parte dela, que não tem como fingir que ela é a única esperança de todos. Dai fica lá fazendo ceninha de ciúmes e outras coisas que me fizeram querer entrar no livro e dar uma surra nele.
E ainda mais que temos o Nikolai ali pertinho para comparar. Nikolai que apareceu nesse segundo livro e já é meu personagem favorito da trilogia. Ele é charmoso, tem um encanto natural que ganha todo mundo ao seu redor. E é inteligente. Tudo o que ele faz é estratégico, pensando no bem do seu país. O oposto do Maly. E temos o Darkling que pouco apareceu, mas quando o fez foi para abalar as estruturas. E diferente do final do primeiro livro que teve uma espécie de calmaria para os personagens, nesse segundo temos um final de arrancar os cabelos e preciso partir para o terceiro agora. E olha que já li ele e sei como termina essa história hehe. Quanto a capa, achei meio repetitiva, mas gosto da edição como um todo.
Nota: