29 maio 2020

Resenha | Sol e Tormenta - Leigh Bardugo


Livro: Sol e Tormenta
Série: Trilogia Grisha # 2
#1 - Sombra e Ossos
Gênero: Fantasia
Autora: Leigh Bardugo
Editora: Gutenberg
Páginas: 365
Ano: 2014

Contêm spoilers do livro anterior.

Resenha:
Alina Starkov acreditava ser mais uma das muitas crianças normais que cresceu sem os pais, até o dia que atravessou a Dobra junto a seu melhor amigo Maly e salvou a vida dele ao liberar um poder até então desconhecido. Ela é uma Grisha, pessoas que nascem com um dom, e seu poder é único. Alina é uma Conjuradora do Sol e se torna a esperança de todos os habitantes de Ravka. O país é cortado ao meio por uma Dobra das Sombras, uma faixa espessa coberta pela escuridão onde habitam terríveis criaturas. E o poder de Alina pode ser o que faltava para acabar com a Dobra. Mas Alina descobriu que o Darkling, o líder dos Grishas, tinha intenção de usar o poder dela não para acabar com a Dobra e sim para aumentá-la e controlar todos ao seu redor.

Então para Alina só restou uma alternativa, fugir para o mais longe possível do Darkling e seus comandados. Já faz algumas semanas que ela e Maly vem conseguindo se manter incógnitos. Mas para isso Alina não pode usar seus poderes, o que tem deixado ela cada vez mais fraca. O contrário do que acontece com o Darkling, que quando emfim encontra Alina, está ainda mais forte e mais poderoso. Além de algumas cicatrizes, o Darkling saiu da Dobra com um novo tipo de poder, que Alina não sabe como enfrentar. Capturada novamente, quando Alina acorda ela descobre que está a bordo do navio do famoso corsário ravkano Sturmhond.

E o Darkling quer que Maly rastreie o açoite do mar, o dragão do gelo, um segundo amplificador de Morozova, para Alina usar junto ao colar do cervo. Numa reviravolta Alina consegue fugir do Darkling e agora com dois amplificadores. Mas existe um terceiro amplificador, e Alina quer encontrá-lo, pois só assim ela conseguira derrotar o Darkling de vez. Agora mais do que nunca já que Alina vai liderar o Segundo Exército depois que o Darkling se revelou um traidor. Alina se une ao Príncipe Nikolai para tentar libertar Ravka de vez da Dobra e do Darling e seus nichevo’ya. O problema é que metade das pessoas a veem como Santa e a outra metade como uma traidora e ganhar a confiança deles não será nada fácil, ainda mais que ela anda tendo algumas alucinações com o Darkling.

“Eu sabia que ele era um mentiroso experiente. Ele podia fingir qualquer emoção, jogar com qualquer falha humana. Mas eu não podia negar o que havia sentido em Novyi Zem, nem a verdade que o Darkling tinha me mostrado: minha própria tristeza, minha própria longevidade, refletida para mim em seus olhos cinza sem vida.”

Para quem não sabe eu fiz uma releitura da Trilogia Grisha e no primeiro livro acabei gostando mais da releitura do que na primeira vez que li ele. E nesse segundo livro a minha opinião e a nota foram a mesma da outra vez. Gostei muito do livro, mas teve algumas coisas que me incomodaram bastante, principalmente um certo personagem que podia ganhar o premio de babaca do ano. A história criada pela autora é incrível, a mitologia presente, eu particularmente não lembro de outros livros que tenham mitologia russa neles. Mas a autora comete o mesmo erro de muitos autores do gênero. Em vez de focar na história em si, passam-se páginas e páginas enrolando em um romance que podia passar sem.

Como disse na resenha do livro anterior, Alina não se compara à algumas protagonistas do gênero como a Aelin, Amani, Mia e Kestrel (citei as mais recentes do gênero que eu li), mas pelo menos ela não é aquela personagem chata que narra a história e torna ela enfadonha. Ela tem defeitos sim, mas sua coragem e senso de justiça compensam eles. Mas não posso deixar de mencionar o quanto de decisões erradas essa garota toma. Tem coisas que está ali na cara dela e somente ela que não enxerga. Mas ainda acredito nela e espero que no terceiro livro ela seja a heroína que todos esperam. Agora o que me irrita mesmo é o amor todo que ela diz sentir pelo Maly. Isso até a página dois porque é só algum outro cara dar um pouquinho de atenção e ela já esquece que ama ele.

Como me irritei com esse bromance todo que a autora resolveu colocar no livro. E esse foi o motivo de eu não ter dado nota máxima para ele. Em vez de explorar o universo todo que ela tinha em mãos ficou lá no drama da relação da Alina e do Maly. Eu confesso que tentei gostar dele pelo tanto que a Denise (Queria Estar Lendo) defende o personagem. Mas não deu. Eu não consigo ver amor entre eles. Maly diz amar uma Alina que não existe. Ele quer ela mas sem a parte da Conjuradora, ele não entendeu que a Alina é uma Grisha, que isso faz parte dela, que não tem como fingir que ela é a única esperança de todos. Dai fica lá fazendo ceninha de ciúmes e outras coisas que me fizeram querer entrar no livro e dar uma surra nele.

E ainda mais que temos o Nikolai ali pertinho para comparar. Nikolai que apareceu nesse segundo livro e já é meu personagem favorito da trilogia. Ele é charmoso, tem um encanto natural que ganha todo mundo ao seu redor. E é inteligente. Tudo o que ele faz é estratégico, pensando no bem do seu país. O oposto do Maly. E temos o Darkling que pouco apareceu, mas quando o fez foi para abalar as estruturas. E diferente do final do primeiro livro que teve uma espécie de calmaria para os personagens, nesse segundo temos um final de arrancar os cabelos e preciso partir para o terceiro agora. E olha que já li ele e sei como termina essa história hehe. Quanto a capa, achei meio repetitiva, mas gosto da edição como um todo.

Nota:










28 maio 2020

Divulgação | Lídia Rayanne

Hoje resolvi trazer uma dica imperdível de uma série que li recentemente e gostei muito. Não tenho parceria com a autora, mas resolvi divulgar os livros aqui porque sempre vejo pessoas comentando sobre autores nacionais e como os livros são todos a mesma coisa e a série PERIPÉCIAS DE UMA ESTUDANTE DE MODA tem um grande diferencial por isso resolvi repassar a dica. Além de ser um Chick-Lit bem fofo, os livros são ambientados no Nordeste brasileiro, em maior parte na cidade de Fortaleza, Ceará, e cada capa mostra um cenário diferente. Além de tudo vamos acompanhar a protagonista Susana durante os cinco semestres da faculdade de moda.




Recém-saída do Ensino Médio, Susana Brito de Magalhães recebe uma grande notícia: ela acaba de ganhar uma bolsa para estudar numa renomada faculdade de Moda. Só tem um problema: ela não é nada antenada em tendências, sequer sabe o que "ser fashion" significa, muito menos entente metade dos termos técnicos que seus professores usam em sala de aula.
Mas Susana precisa descobrir logo como aquela carreira funciona para mudar o rumo de sua vida financeira, que anda de mal a pior. E em meio a listas de materiais intermináveis, costuras, desenhos, novas amizades e uma paixão inesperada, a garota descobre que aquele curso pode ser muito mais do que imagina.
Da mesma autora de "Romance em San Marino", "Peripécias de uma estudante de moda - 1º Semestre" inicia uma série que acompanha os passos de uma jovem em busca da autodescoberta e do seu propósito no mundo, com doçura e humor na medida certa.



Sobre a Autora


Fortalezense e formada em Design de Moda, Lídia Rayanne sempre foi tão apaixonada por livros que um dia decidiu escrever um. Nerd e romântica incurável, é colunista no site Tracinhas, onde compartilha seus surtos literários e contos publicados em antologias junto de suas amigas. É autora da duologia Romance em San Marino, publicada pela Skull Editora, e da série Peripécias de uma Estudante de Moda.
Como designer, trabalha desde 2011 com moda feminina, criação de estampas, ilustração digital e criação de logos, sempre priorizando suprir as expectativas de cada cliente com um atendimento personalizado e criação de artes exclusivas.

A autora também tem outros livros publicados e com certeza vou querer conferir.



Onde Comprar


Site da autora - Amazon




Espero que tenham gostado da dica! 









26 maio 2020

Resenha | A Dama Mais Apaixonada - Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway


Livro: A Dama Mais Apaixonada
Série: A Dama Mais... #2
#1 - A Dama Mais Desejada
Gênero: Romance de Época
Autora: Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway
Editora: Arqueiro
Páginas: 288 
Ano: 2019

Resenha:
Taran Ferguson é um escocês exocêntrico, por isso ninguém pode dizer que é estranho ele sequestrar algumas damas para que seus sobrinhos finalmente se decidam pelo casamento, afinal ele já fez coisa bem pior que isso, como correr pela vila com o "traseiro" de fora para ganhar uma aposta. E agora ele até que tem uma certa razão já que depois da morte de sua esposa, que não gerou nenhum herdeiro, suas terras e todas as pessoas que ele protege vão ficar desamparadas quando ele se for. Seus únicos parente próximos são seus dois sobrinhos, os condes Rocheforte e Oakley, que até o momento continuam solteiros.

Acreditando que eles ainda não se casaram porque não conseguem conquistar uma dama, Taran resolve dar uma ajuda, reúne alguns homens e vai até o castelo do vizinho onde está tendo um baile com as pessoas mais importantes da região. Ele só não contava que além das damas que ele pretendia trazer para apresentar aos sobrinhos, as irmãs Fiona e Marillia Chisholm e Cecily Maycott, fosse vir junto por engano uma das moradoras locais, Catriona Burns, que não tem onde cair morta, e o duque de Bretton, que estava dormindo dentro da carruagem na hora do sequestro, o que não é estranho já que a carruagem era do próprio duque.

Assim que percebe a confusão armada pelo tio, Oakley tenta resolver a situação de alguma forma, enquanto Rocheforte só faz rir. Mas não vai ter jeito, eles vão precisar passar algum tempo na companhia uns dos outros já que uma nevasca resolveu cair e interditou as estradas. E quase que a ideia de Taran sai pela culatra porque em vez de seus sobrinhos se arranjarem, quem acaba chamando a atenção das damas presentes é o duque de Bretton, principalmente a atenção de Marillia, justo a preferida de Taran para seu futuro herdeiro o Conde de Rocheforte. Mas o cupido vai dar uma ajudinha e o amor vai passear entre as damas e os cavalheiros presentes.

Esse é o segundo livro da duologia A Dama Mais. E a exemplo do seu antecessor, nele temos uma história contada por três autoras onde cada uma delas conta a história de um casal e elas escrevem juntas a introdução e o epílogo da história. Achei A Dama Mais Desejada bem fraco pelo time de autoras que o escreveram, mas indiquei ele para quem gosta de um romance de época leve, porque como são basicamente três histórias em um livro só, o desenvolvimento de cada uma delas deixa um pouco a desejar. E como já disse, são autoras renomadas e a expectativa entra em ação, mesmo que a gente tente deixá-las de lado.

Mas esse segundo livro eu consegui apreciar mais do que o primeiro. Acho que por eu já ter a experiencia com o primeiro livro acabei relevando algumas coisas que me incomodaram nele e coloquei meu foco em outras coisas nesse, como por exemplo no romance, que apesar de ser instalove nos três casais, tem uma certa coerência e como romântica de plantão que sou, acabei gostando bastante e até torcendo pelos casais, mesmo já sabendo que iam ficar juntos é claro. Sendo assim consegui ver o toque das autoras que já conhecia de vários outros livros de romances de época.

A história além de ser muito romântica, também é bastante divertida e me peguei rindo em grande parte da história. Também imaginem a situação inusitada que eles viveram. Meu personagem favorito foi o Taran, o responsável pela confusão toda. E amei o final que as autoras deram para ele. Já a que menos gostei foi a Marillia, e nem foi por ela ser uma oferecida, porque cada um faz o que quer da sua vida, e sim por ela humilhar a irmã toda vez que surgia uma oportunidade. A personagem feminina que mais gostei foi Catriona, que teve sua história contada pela Julia.

Dessa vez não teve uma história entre as três que eu gostei mais. Gostei de todas de igual forma. Julia contou a história de Catriona, Eloisa a da Fiona e Connie a história da Cecily. Marillia passeou pelas três histórias, assim como Taran. E isso foi uma das coisas que gostei bastante no livro. Mesmo os dois personagens citados sendo escritos por três pessoas diferentes, eu não consegui ver nenhuma diferença neles quando mudava a narradora. os outros personagens também passeiam um pela história do outro, já que é um livro só, mas esses dois citados foram desenvolvidos igualmente pelas três autoras.

Não vou contar com quem cada uma das personagens fez par para deixar um pouco de suspense para quem vai ler. Mas amei os pares formados porque eles não poderiam ser mais diferentes e ao mesmo tempo tão perfeitos juntos. A principio eu teria feito outras combinações com base nas informações que temos no começo da história. Mas enfim, não vou ficar me repetindo. Eu indico novamente para que é fã do gênero. E antes de terminar tenho que falar dessa capa que amei demais. Eu vi muita gente falando mal delas, dessa e do outro livro da duologia, mas achei elas tão românticas e tão delicadas que acho que acabaram se tornando minhas capas favoritas dos livros que tem a Julia como autora.

Nota: 











25 maio 2020

#31 | Eu Quero! e #103 | A Estante Aumentou!

Assim como fiz no mês passado decidi juntar as duas colunas. Vou mostrar o que chegou aqui em casa de algumas compras e parceria e também os livros que entraram para a lista de desejados esse mês.

Esses dois comprei com vales presentes que eu ganhei respondendo pesquisas. O da Anne eu amei o primeiro e não vejo a hora de ter todos na minha estante. Escolhi essa edição da Autêntica porque foi a que achei mais bonita. Quanto ao livro O Jogo do Coringa eu precisava dele porque amei Warcross hehe.


E esse recebi de parceria com a Faro. Desde que começou a pandemia eles não estão enviando mais os livros regularmente para os parceiros, esse foi uma exceção. Me interessei por ele assim que vi a sinopse e espero gostar da leitura. Já comecei amando a edição que está incrível.



Algumas editoras diminuíram o ritmo, mas tem outras que estão a todo vapor com os lançamentos. Esses são os lançamentos do mês que mais chamaram a minha atenção.

A intrigante e sangrenta continuação do best-seller do New York Times, O Príncipe Cruel. Vencedor do Goodread Choice Awards 2019.
Para sobreviver no reino das fadas, Jude Duarte precisou aprender muitas lições. A mais importante delas veio de seu padrasto: o poder é bem mais fácil de adquirir do que de manter. Ela achou que, depois de enganar Cardan para que ele jurasse obedecê-la por um ano e um dia, sua vida se tornaria mais fácil. Mas ter qualquer influência sobre o grande rei de Elfhame parece uma tarefa impossível, principalmente quando ele faz de tudo em seu poder para humilhá-la e prejudicá-la, mesmo que seu fascínio pela garota humana permaneça intacto.
Agora, com as ondas ameaçando engolir a terra e um alerta de traição iminente, Jude precisa lutar para salvar a própria vida e a daqueles que ama, além de lutar contra seus sentimentos conflituosos por Cardan no meio-tempo. Em um mundo imortal, um ano e um dia não são nada

Eu amei O Príncipe Cruel e preciso da continuação. Mas quem foi cruel com os leitores foi a editora que demorou horrores para publicar o livro aqui. E vai saber quanto tempo até publicar o terceiro.

Annabel Winslow está em uma grande enrascada. Ela acabou de chegar a Londres para participar de sua primeira temporada e já chamou a atenção do conde de Newbury, que está atrás de uma mulher que lhe garanta um herdeiro.
Com seus quadris largos, Annabel parece especialmente fértil, o que faz dela a candidata ideal. O problema é que o conde tem no mínimo 75 anos e ainda por cima é um grosseirão inveterado.
Certamente ela não tem nenhuma vontade de se casar com ele, mas sente que não tem escolha. Seu pai morreu há pouco tempo e deixou a família inteira, incluindo os sete irmãos e a mãe de Annabel, praticamente na miséria.
Então, durante uma festa, ela conhece Sebastian Grey, o charmoso sobrinho do conde. E de repente se vê cortejada não apenas pelo velho assanhado, mas também pelo irresistível e misterioso jovem.
Agora ela precisa decidir entre se casar com um homem que acha repugnante, e com isso garantir o futuro de sua família, e seguir o próprio coração, dando a si mesma a chance de um final feliz.

Eu não gostei do primeiro livro dessa trilogia. Mas amei as capas e a esperança é a ultima que morre e sempre vou ficar naquela de que vai ser agora que a Julia vai voltar a ser como foi com os Bridgertons.

Guinevere chegou a Camelot para casar-se com um desconhecido: o carismático Rei Arthur. Foi Merlin, o velho feiticeiro, que enviou a princesa para desposar e proteger o monarca dos perigos que assombram as fronteiras da cidade e daqueles que esperam pela queda da idílica Camelot.
No entanto, há um detalhe essencial nesta trama. O nome e a identidade verdadeira de Guinevere são um segredo. Houve uma troca, e ela é apenas uma jovem que desistiu de tudo para proteger o reino.
Para manter o rei a salvo, Guinevere precisará transitar entre uma ultrapassada e uma nova corte. Entre aqueles avessos às mudanças e aqueles que anseiam por uma maneira melhor de se viver. Ela também sabe que, no coração das florestas e na profundeza dos lagos, a magia aguarda pelo momento de reclamar aquelas terras lendárias.
Combates mortais, cavaleiros misteriosos e romances proibidos não são nada comparados ao maior perigo de todos: a garota de longos cabelos negros que cavalga pela escuridão da floresta em direção a Arthur. Afinal, quando toda a sua existência é uma mentira, como sequer confiar em si mesma?

Eu sempre gostei de histórias que tenham a ver com o Rei Arthur e Camelot. Por isso sempre que vejo algum livro do tipo já quero ler. E ainda com uma capa dessas.

E vocês estão recebendo muita coisa? E quais são seus desejados do mês?










23 maio 2020

Resenha | Warcross - Marie Lu


Livro: Warcross
Série: Warcross #1
Gênero: Ficção científica
Autora: Marie Lu
Editora: Fantástica Rocco
Páginas: 320
Ano: 2018

Resenha:
Quando tinha onze anos Emika Chen sentiu a dor de perder o pai. Mas essa dor logo foi substituída pela raiva ao descobrir que seu pai devia uma fortuna por ter frequentado durante anos clandestinamente fóruns de apostas online e por causa disso ele não pode se tratar. Emika foi mandada para um orfanato onde era espancada diariamente, mas ela não sentia mais nada e pouco se importava se estava viva ou não. Até o dia em que foi salva por Hideo Tanaka. Ela ouviu em um rádio relógio a história do garoto que aos treze anos revolucionou a tecnologia ao criar o NeuroLink, um óculos capaz de enganar o cérebro e projetar uma realidade virtual como se fosse tudo real.

E para demonstrar como os óculos eram incríveis, Hideo criou um jogo chamado Warcross que logo virou uma febre. O jogo é uma espécie de capturar a bandeira, onde uma equipe tenta roubar o artefato da outra. Mas o jogo cresceu tanto que hoje em dia Hideo é um jovem bilionário aos vinte e um anos e sua empresa a Henka Games, é a responsável por movimentar a economia do mundo todo. Inspirada por Hideo, Emika aprendeu a programar sozinha e se tornou uma hacker. Mas esse talento fez com que Emika fosse pega e proibida de chegar perto de um computador, o que torna dificil conseguir um emprego de forma legal. Por isso Emika usa seus "dons" como caçadora de recompensa, localizando e capturando criminosos por dinheiro.

O problema é que as coisas estão meio difíceis no momento e ela precisa de uma grana alta urgente para não ser despejada. E Emika vê a oportunidade perfeita durante a transmissão da Cerimônia de abertura do campeonato mundial de Warcross. A unica coisa que ela precisava fazer era roubar um item do jogo e vendê-lo para conseguir quitar todas as suas dívidas. O que Emika não imaginava era que ao colocar o item no seu inventário, ela seria exposta para o mundo todo. Certa de que vai ser presa e processada por Hideo, Emika acaba surpreendida com uma proposta de emprego. Hideo explica a Emika que ela não foi a primeira que conseguiu entrar no jogo e pede que Emika finja ser um dos jogadores do campeonato enquanto descobre a pessoa que conseguiu entrar antes dela.

"Nós não estamos todos conectados há anos, completamente viciados nesse mundo que vai além da realidade? E estamos tão dispostos a abrir mão dele?"

Eu me apaixonei pela autora na Trilogia Legend por isso as expectativas estavam bem altas para a leitura desse livro. Escolhi ele para ser o livro de maio do #DesafioMulheresDaLiteratura que era um livro de Si-Fi ou um Space Opera. E felizmente as minhas expectativas foram alcançadas e superadas. Sentei para ler e quando vi já estava chegando na página 100 de tão boa que é a história, nem vi as páginas passarem. E olha que é de um gênero que eu não gosto de ler. Mas assim como a Marie fez em Legend, eu me vi presa em uma história que se for olhar já temos outras parecidas no mercado, mas ela consegue ser melhor sem colocar nada diferente, só o seu toque pessoal já faz toda a diferença.

É dificil ler Warcross sem comparar com Jogador Nº 1 que amei. Mas enquanto Jogador Nº1 é para leitores mas experientes, Warcross pode ser lido por todos os públicos. Mesmo sendo um livro de ficção cientifica que tecnicamente seria algo mais complicado de ler, é como se a gente lidasse com os termos no nosso dia a dia de tão "fácil" que a Marie consegue deixar o andamento da história. E por um momento até pensei que ia ficar perdida por não ter experiencias com jogos e achei que as partes onde eles disputam o campeonato fossem ser entediantes para um leigo. Mas não é. Pelo contrário a Marie consegue descrever as cenas como se aquilo tudo estivesse acontecendo na nossa frente. É adrenalina pura.

Sem falar que tem todo um mistério que envolve a história que eu não consegui descobrir nada até ter a bomba jogada no meu colo. E agora só quero chorar porque ainda não tenho o segundo livro que fecha a história aqui na minha estante para ler. Mas já comprei e estou esperando chegar hehe. E assim como já aconteceu em Legend, temos um romance de tirar o folego, mas daquela maneira da Marie, tudo de uma maneira bem sutil e que não tira o foco da história. E que história. Fiquei tão empolgada que acho que até vou reler Jovens de Elite porque não sei onde estava com a cabeça quando li ele e não gostei tanto assim. Eu preciso de mais livros dessa mulher.

Quanto aos protagonistas, Emika ganha o leitor de cara. Ela me lembrou um pouco outra personagem que amo, Lisbeth Salander, tanto na aparência como na inteligencia. E como torci por ela. Hideo também me conquistou, já que vemos ele pelos olhos de Emika que desde sempre teve uma atração por ele. E tem os jogadores da equipe que também me ganharam, cada um com suas qualidades e defeitos. Não vou falar muito mais sobre o livro porque não quero correr o risco de soltar algum spoiler. Mas quero indicar para todos, mesmo os que não gostam do gênero. E para finalizar quero dizer que gostei bastante dessa capa, ainda bem que seguiram o mesmo padrão da americana.

Nota:









21 maio 2020

Resenha | Uma Sombra Na Escuridão - Robert Bryndza


Livro: Uma Sombra Na Escuridão
Série: Detetive Erika Foster #2
#1 - A Garota No Gelo
#3 - Sob Águas Escuras
#5 - Sangue Frio
Gênero: Suspense
Autor: Robert Bryndza
Editora: Gutenberg
Páginas: 336 
Ano: 2017

Resenha:
Existem duas Detetive Inspetora Chefe Erika Foster, a de antes e a de depois da morte de Mark, seu falecido marido. A Erika de antes era uma mulher extrovertida, amorosa, alegre, e uma estrela em ascensão dentro da polícia. A de agora, dois anos depois da morte de Mark, é uma mulher amargurada pela culpa, fria e que praticamente não tem vida fora do trabalho. E sua carreira vai de mal a pior. Mas Erika está tentando mudar isso fazendo alguns amigos, como a Detetive Inspetora Moss, o Detetive Inspetor Peterson e o Patologista Forense Isaac Strong, com quem trabalhou em seu ultimo caso. E é na casa de Isaac que Erika estava quando recebe a convocação para trabalhar em uma cena de homicídio.

A vítima é o Dr. Gregory Munro, que foi encontrado morto pela própria mãe que foi até a casa dele alimentar o gato, pois acreditava que o filho estava viajando. Gregory foi encontrado nu em sua cama com os pulsos amarrados na cabeceira e com um saco de suicídio envolvendo sua cabeça, o que a princípio leva a acreditar que ele morreu asfixiado. E Erika nota uma coisa muito estranha: o quarto dele está muito bem arrumado para um homem recém separado, como se a faxineira tivesse passado pelo quarto depois da morte dele. Isso e as revistas de pornô gay antigas encontradas dentro da gaveta da mesinha de cabeceira, porque até onde se sabe ele era hetero.

A principio a teoria é de crime de cunho homofóbico. E como um dos envolvidos no caso é um suspeito em uma investigação de pedofilia, Erika é convidada a se retirar do caso por seu chefe o Superintendente Marsh. Mas então acontece um segundo assassinato idêntico ao primeiro. Dessa vez a vitima é o famoso e polêmico apresentador Jack Hart. E ele não é homossexual, por isso cai por terra a teoria de crime de homofobia. A hipótese agora é de que eles estão lidando com um serial killer. Mas a unica coisa em comum entre as vítimas é eles serem homens solteiros bem sucedidos. Mas então eles descobrem uma coisa no segundo assassinato que muda completamente o rumo das investigações. E mais uma vez Erika tem sua capacidade questionada e ainda tem que lidar com o assassino que está ameaçando sua vida.

— E se não acontecer?
— Não acontecer o quê?
— Se não pegá-lo?
Erika se virou para ele. Os olhos dela estavam arregalados e não piscavam.
— A única coisa que vai me impedir de pegá-lo é a morte. A dele ou a minha."

Esse é o quarto livro que eu leio dessa série, mas ele é o segundo na ordem cronológica. Eu li tudo fora de ordem e recomendo que não façam o mesmo. Essa é daquelas séries que a vida da detetive é praticamente metade da história, por isso se for lido fora de ordem o leitor vai ficar perdido como eu fiquei. E falando na detetive. Tem autores que gostam de matar seus personagens, mas esse aqui gosta é de fazer a sua protagonista sofrer. Coitada da Erika. Metade do tempo ela está sendo humilhada no seu trabalho, que diga se de passagem ela é a mais competente de lá, e a outra metade do tempo ela está sendo agredida pelo assassino da vez.

Como ela bate de frente com seus chefes, mesmo eles sabendo da competência dela, eles sempre estão dando um jeitinho de puxar o tapete dela. E acho isso um absurdo porque eles deveriam colocar a captura dos assassinos acima de tudo. Se ela é a melhor que eles tem, deixa ela trabalhar poxa. Você não gostar de uma pessoa é uma coisa, agora você querer diminuir o valor dela é outra. E até porque ela não desrespeita nem questiona a autoridade de ninguém, o que ela faz é reclamar da falta de dinheiro e recursos por exemplo. A Erika não é uma pessoa fácil mesmo não, mas dai por qualquer motivo tirar ela do caso e ainda colocar alguém que claramente já errou e muito antes em seu lugar só por ser homem?

E mesmo achando um absurdo o que o autor faz com a personagem, eu tenho que reconhecer que ele usa a Erika para mostrar o machismo dentro da policia. Em todos os lugares na verdade, mas acredito que existem algumas profissões que isso é ainda pior e essa é uma delas. O tempo todo eles frisam que ela é mulher. A Erika sofre com o machismo de todos os lados. E nesse segundo livro em específico, o autor ainda usou de um outro personagem, que não vou falar quem para não soltar spoilers, para mostrar o quanto o machismo está enrustido em cada um de nós. E ele vem de todos os lados, de homens, mulheres, superiores, comandados...

Agora falando sobre o crime. Logo no começo do livro já dá para adivinhar quem é o assassino porque temos capítulos alternados entre a Erika e uma outra pessoa que obviamente é o dito cujo. Mas o autor vai soltando aos poucos o nome da pessoa, depois a motivação. E que motivos essa pessoa tinha. Se for olhar pelo lado da pessoa dá até para concordar que as vítimas mereceram o que tiveram porque o que esses caras tem de culpa no cartório não tá escrito. Mas mesmo a gente já sabendo quem é o assassino, não tira a graça da história. Até porque resta saber se a pessoa será pega ou não. E também se a Erika vai estar viva até o final do livro hehe.

E se tiver alguma coisa de negativo para falar sobre o livro, é que achei o enredo desse segundo bem parecido com o do primeiro. Tem alguns pontos que os dois livros seguem a mesma ordem. Eles descobrem o crime, a Erika discorda dos seus chefes, eles tiram ela do caso, e no fim quem resolve tudo é ela. E ainda tem o assassino ameaçando ela. Essa foi a sequencia de fatos nos dois livros. Mas ainda assim dei nota máxima para ele porque isso não foi algo que me incomodasse tanto assim. Quanto a capa, só eu que tenho medo delas? hehe. Termino a resenha indicando o livro para quem curte um bom livro de suspense policial.

Nota:








20 maio 2020

Resenha | Uma Duquesa Qualquer - Tessa Dare


Livro: Uma Duquesa Qualquer
Série: Spindle Cove #4
#1 - Uma Noite Para Se Entregar
#1.5 - O Presente Inesperado
#2 - Uma Semana Para Se Perder
#3 - A Dama da Meia-Noite
#3.5 - A Bela e o Ferreiro
#5 - Como Se Livrar De Um Escândalo

Gênero: Romance de Época
Autora: Tessa Dare
Editora: Gutenberg
Páginas: 272 
Ano: 2017

Resenha:
Cansada de esperar o filho se decidir por alguma das damas da sociedade temporada após temporada e Griffin continua solteiro, a Duquesa de Halford decide tomar uma atitude drástica. Ela dopa o filho e quando ele acorda eles estão chegando ao lugar que ela tem certeza de que ele não vai ter como fugir do casamento, porque as damas que frequentam o local todas sem exceção ficariam honradas, se não desesperadas para se casar com um duque, Spindle Cove, conhecida como a cidade das solteironas. A duquesa sabe que com 34 anos Griff já passou da idade de gerar um herdeiro e não vai sair de Spindle Cove sem uma nora.

Primeiro Griff fica indignado, mas depois ele vê ali a oportunidade de se livrar em definitivo da insistência da mãe pelo casamento, já que ele pretende nunca se casar. Eles entram na taverna que no momento está repleta de moças e a duquesa diz ao filho que escolha qualquer uma que ela vai transformar a garota em sua substituta. Griff olha ao redor e dá de cara com a atendente da taverna e diz que ela é sua escolhida. A duquesa quer contestar sua decisão já que ela se referia as damas no local, mas Griff faz isso soar como um desafio e a duquesa acaba aceitando. O que nenhum dos dois imaginava é que a moça escolhida é Pauline Simms, que pode ser uma adversária tão boa quanto os dois naquele jogo.

Pauline acaba de arrumar uma confusão para defender sua irmã mais nova que é especial e no momento seu humor não está nada bom, já que para completar ela está coberta de açúcar refinado. E aceita entrar no jogo do duque e da duquesa para se divertir um pouco. Mas quando Griff diz que vai pagar e muito bem para que Pauline se esforce para ser um desastre, Pauline aceita ir com eles para Londres e fingir que vai aprender a ser uma duquesa em uma semana. Com esse dinheiro Pauline vai poder realizar seu sonho de ter uma biblioteca e ainda cuidar muito bem da irmã. Mas o que nem Pauline nem Griff esperavam era que eles iam sair dessa brincadeira apaixonados.

"— Você gosta de mim.
— Gosto. Na verdade, eu gosto de você muito mais do que deveria. E gosto exatamente porque você é toda errada."

Definitivamente essa série da Tessa é a melhor série de romances de época que já li até agora. Todos os livros são maravilhosos e a gente fica querendo dar mais do que a nota máxima permitida no skoob. Eu leio um livro e acho que ele é o melhor da série, depois leio outro e ele se torna meu favorito. Agora que só falta uma novela para eu ler, fiquei em dúvida entre esse, Uma Duquesa Qualquer e Como Se Livrar de Um Escândalo como meu favorito. Confesso que quando vi que a Diana teria apenas uma novela da história dela e a Pauline ia ter um livro "inteiro" achei meio injusto, mas queimei a língua porque amei esse livro da primeira página até a ultima.

Mas quem me ganhou primeiro nesse livro foi a Duquesa mãe. Eu amei que ela não se recusou a "treinar" Pauline por causa de sua posição social. Geralmente quando temos duquesas mais velhas nas histórias, elas são muito preconceituosas pela forma como foram criadas. Mas ela trata Pauline com respeito o livro todo e ainda me fez rir muito com seus planos para enganar o filho. Quem também chama a atenção na história são os empregados da casa, que também me fizeram dar boas risadas com as situações. Eu achei que ia sentir falta da ambientação pelo livro não se passar exatamente em Spindle Cove, mas os personagens secundários compensaram essa falta.

Agora voltando para Pauline e Griff. Os dois já são conhecidos de quem acompanha a série. Pauline trabalha na taverna local e está sempre dando seus pitacos nos outros livros e Griff eu confesso, odiei ele quando o conheci. A situação em que ele aparece no livro Uma Semana Para Se Perder é bem inusitada e ele faz o papel do diabo na história. Por isso me surpreendi ao me deparar com um homem completamente diferente nesse livro. Mas temos que levar em conta que já se passou um ano e teve uma acontecimento na vida dele que fez ele se transformar em outra pessoa. E esse acontecimento é um mistério por boa parte do livro. Nem preciso dizer que me apaixonei por ele, por toda sua lealdade e pelo seu coração enorme.

Já Pauline é a personagem que vive o conto de fadas. Temos aqui uma clara inspiração em Cinderela, inclusive tem uma cena no final que como amante do conto, me fez suspirar. Mas apesar do conto de fadas ela é muito pé no chão e sabe bem o que está fazendo e onde está pisando. Adorei a forma como ela fazia com que as pessoas ao seu redor quisessem se tornar pessoas melhores. E o carinho dela com a irmã também é notável. Ela não tem papas na língua e os diálogos entre os dois são ótimos. A química entre eles é incrível. O livro todo tem a cara da Tessa, romântico e bem humorado. Quanto a capa é minha favorita da série e esse vestido branco tem tudo a ver com a protagonista. Enfim, mais uma vez indico não só o livro, mas toda a série para quem gosta do gênero.

Nota:











19 maio 2020

Resenha | O Ceifador - Neal Shusterman


Livro: O Ceifador
Série: Scythe #1
Gênero: Ficção científica
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Páginas: 448
Ano: 2017

Resenha:
O ano foi 2042. O marco. O momento em que a humanidade alcançou seu ápice, a perfeição. O ano em que a capacidade computacional se tornou infinita e a nuvem evoluiu para a Nimbo-Cúmulo, que agora detêm todo o conhecimento que está acessível para quem quiser acessá-lo. Mas em um mundo onde tudo é perfeito, não existe mais a necessidade do conhecimento pois nada pode ser melhorado e muitas coisas só continuam sendo feitas para passar o tempo. Tempo esse que aliás existe de sobra já que agora todos são imortais. Não existem mais doenças, desigualdade, e a velhice é uma escolha. Se por um acaso acontecer de alguém morrer acidentalmente, é só ir até o centro de revivificação mais próximo. Mais essa imortalidade acabou gerando um grande problema: superpopulação.

Então para manter o equilíbrio formou-se um grupo de pessoas que teriam a dificil missão de coletar vidas aleatoriamente, a Ceifa, que é a unica coisa no mundo que a Nimbo-Cúmulo não pode intervir. Quem morre pelas mãos de um ceifador não pode ser revivificado. Os ceifadores são vistos com medo por alguns e até como deuses por outros. Mas uma coisa é certa, ninguém se opõe a nenhum deles. Por isso que o ceifador Michael Faraday fica admirado quando encontra, não um, mas dois adolescentes, em ocasiões distintas, que não apenas não demonstram medo, mas sim, tem até mesmo a coragem de questionar suas decisões. Por isso que ele convida Citra Terranova e Rowan Damisch para serem aprendizes e lutar por uma vaga de ceifador.

A principio nenhum dos dois quer aceitar, mas o vencedor vai garantir imunidade para toda sua família. Citra e Rowan tem sorte porque Faraday é um dos melhores ceifadores em exercício. Ele é integro e tem compaixão pelos seus escolhidos. Mas mesmo que não seja proibido ter dois aprendizes, isso não é comum e no primeiro Conclave que Citra e Rowan comparecem, ao fazerem o primeiro teste Citra é reprovada e Rowan se auto sabota em solidariedade a ela, gerando um desconforto nos outros ceifadores que propõem uma disputa mais real entre eles: que o primeiro ato do vencedor seja coletar quem perder. E ao tentar reverter a situação com uma atitude extrema, Faraday só consegue transferir seus aprendizes para outros ceifadores, e a sentença continua.


Faz muito tempo, ou até nunca aconteceu, que eu terminei um livro, principalmente um primeiro livro de uma trilogia, com um sorriso de satisfação no rosto. E ainda mais pelo motivo do sorriso: a genialidade do autor. Dentro de livros do mesmo gênero, quem está acostumado a ler vários há de perceber que por mais diferente que seja a ideia inicial, dificilmente as coisas fogem do esperado. Até pode acontecer do leitor ser surpreendido com uma ou outra decisão do autor que muda completamente o rumo da história e a gente termina o livro de boca aberta. Mas ainda assim quando você para e pensa no caminho até aquele final, aquilo já era o esperado.

Por isso preciso tirar o meu chapéu para o autor porque em momento algum senti que ele estava seguindo qualquer tipo de roteiro preposto pelo gênero. Comecei a história pensando uma coisa, no meio dela já tinha mudado de ideia e no final, sinceramente não esperava nada daquilo. E olha que que já estava meio que preparada para ler algo extraordinário, porque de cada 10 resenhas que li do livro, 11 elogiaram. Mas nada tinha me preparado para o que eu ia encontrar nessa história. E ainda tem o detalhe de que eu já tinha lido dois outros livros do autor (Fragmentados e Desintegrados), que mesmo sendo considerados fracos por muitos, eu gostei bastante.

Tudo no livro é genial. A ideia, o desenvolvimento, os personagens, o crescimento e o papel de cada um deles na história e o final de tirar o folego, tudo isso fazem até o momento O Ceifador ser o melhor livro lido do ano. Mas já estou pensando no segundo livro, A Nuvem, que segundo todas as resenhas que li consegue ser ainda melhor que o primeiro. Sei que não existe história perfeita, mas sinceramente eu não estou conseguindo pensar no momento em nenhum ponto negativo para falar sobre o livro. Como romântica que sou até poderia citar a falta de um romance, porém como diz o ditado para bom entendedor, ele existe e as ações dos personagens são baseadas nele. E se fosse algo meio ponto a mais do que foi, teria estragado a história.

Assim como o que aconteceu na série Fragmentados, o autor brincou um pouco com a vida e com até onde vai a crueldade do ser humano e passando pelo momento em que estamos passando com vidas sendo ceifadas e alguns seres humanos enxergando isso apenas como números, até dá para entender o que o autor quis passar com sua história. Tudo é regido por uma inteligencia artificial que é perfeita, somente uma coisa fica a cargo das mãos humanas e é claro que o homem consegue estragar até isso. Infelizmente a gente sabe que não importa onde, sempre vai ter alguém que vai se corromper, que vai pensar em tirar proveito da situação e na unica coisa que fica a cargo do homem e a Nimbo-Cúmulo não pode intervir, o homem se corrompe.

Outra coisa que amei no livro e preciso citar é que temos explicações para tudo o que está acontecendo e o que levou até aquilo. Como disse a Tamires em sua resenha, o livro é uma utopia, em vez de uma distopia como muitos o tem classificado. E aqui tenho que fazer um adendo agradecendo a Tamires por sua indicação, não somente desse livro, mas de vários que ela me fez ler quase que obrigada. Tamires vou ler tudo o que me indicar agora viu hehe. Temos um mundo perfeito e que poderia ser considerado um sonho a ser seguido. E o autor vai explicando aos poucos como a humanidade chegou naquele patamar. Tenho um nervoso de livros que somos jogados na história como se a gente pudesse ler a mente do autor e saber todas as explicações que ele deixou de dar.

E quanto aos personagens, eu até nem quero falar muito sobre eles porque espero que você que esteja lendo essa resenha vá ler o livro e quero que você se apaixone por eles assim como aconteceu comigo e não influenciado por minhas palavras. Mas só adianto que a Citra e o Rowan me lembrou muito dos personagens June e Day da trilogia Legend. Amo todos eles de igual forma. Também tenho que citar a ceifadora Curie e o ceifador Faraday que roubam a cena em vários momentos e a Nimbo-Cúmulo que promete muito. A edição está muito bem feita e com uma capa que fala sobre a história. E termino essa resenha que já está enorme indicando o livro, mesmo para quem não está habituado a ler o gênero. Leia, acredito que pelo menos um pouquinho você vai gostar.

Nota: 










17 maio 2020

Top 5 | Situações em livros que não suporto mais

Tem clichês que a gente até gosta de ler nas histórias, mas tem uns que tem tantos, mas tantos livros com a mesma coisa que fica até insuportável e ai quando a gente lê aquilo já perde a vontade de ler. Sem falar que a maioria são coisas que é impossível de acontecer na vida real e só engana os leitores.


Protagonistas CEO
Gente será que não exite outro tipo de homem mais. É uma overdose de homens jovens, lindos, milionários e pasmem solteiros. Essas quatro coisas nunca andam juntas na vida real. E o pior é que eles sempre se apaixonam pelas mulheres descritas como sem graça, ou no caso que não tem noção de que é linda até então, outra coisa que me irrita.

Protagonistas masculinos que são verdadeiras maquinas de sexo
Vamos combinar que os protagonistas são maquinas porque é humanamente impossível transar o tanto que esses caras transam sem ter um descanso. Segundo pesquisas, até os 30 anos a média é 3 relações sexuais por semana enquanto os com mais de 30 é basicamente 1. Tá certo que isso varia de casal para casal, mas transar 5 vezes por noite e mais umas 3 durante o dia. E isso a semana toda ou até meses. Onde isso? Já fico cansada só de pensar. E ainda dentro desse tópico, porque todos eles tem que ter o membro sexual acima da média? Será que pênis de tamanho normal não satisfaz as mulheres? E tem uns que tem o dobro da média e se fosse na vida real em vez de prazer a mulher ia só sentir dor isso sim.

Virgens que se transformam em ninfomaníacas
Nesse tópico tem tantos clichês absurdos que fico até nervosa só de pensar. Para começo de conversa nenhuma mulher tem dor na primeira vez e quando tem é algo de segundos. E consegue ter até uns 3 orgasmos na primeira transa. É para rir. Tem gente que fica anos sem saber o que é isso e com a virgem acontece logo de cara. E tem umas situações tão absurdas que a mulher tem orgasmo só se esfregando no cara. Sem falar que nenhuma delas menstrua nem tem TPM.  E ai passado o incomodo da perda da virgindade, que até então era uma coisa sagrada para a protagonista, ela quer transar toda hora. Sem falar que geralmente o cara que elas transam já "pegou" umas duzentas mulheres e a virgem que nunca fez isso na vida é a que dá o melhor sexo da vida do cara. Onde fica o ditado que a pratica é que leva a perfeição?


Traição "justificada"
Traição é traição não importa a situação. Mas eu estou cansada de ver traições que são aceitas porque acontecem com o amor da vida da pessoa. Para começo de conversa, se seu amor é outro o que você está fazendo com o atual? Passando o tempo enquanto a outra pessoa não se decide ou é medo de ficar sozinha?

Se curar por amor
Esse aqui eu não suporto porque incentiva pessoas a continuarem em relacionamento abusivos porque uma hora ou outra a pessoa vai mudar por amor a ela. E isso só acontece na ficção mesmo. Ninguém muda ninguém. Se nem a cadeia, nem dor na carteira faz alguém mudar sua atitude, imagine se a pessoa vai mudar porque tem alguém que ama muito ela. Pare viu. Não vem com essa de que no fundo ele é uma boa pessoa, ele só age assim porque está machucado ou está "quebrado" por algo que aconteceu no passado. Você nunca passou por algo parecido no passado? Eu passei, fui traída de uma forma horrível e nem por isso saí por ai descontando minha dor nos outros. Nada justifica maus tratos e violência. Estamos cansadas de ver mulheres morrendo todos os dias porque simplesmente não querem mais continuar um relacionamento e o fulano não quer aceitar o não. Isso só as que a mídia divulga porque a gente sabe que são muitos mais casos. Então por favor autoras, porque são livros escritos por mulheres em sua grande maioria, escrevam livros onde a garota é ofendida e termina com o cara, onde ela ouve criticas a sua aparência e atitudes e coloca um fim no relacionamento. E principalmente onde a mulher apanhou uma vez e foi o que bastou para denunciar o canalha.

Pronto desabafei hehe.
Tem muitos clichês que poderiam estar aqui, como triângulo amoroso por exemplo. Mas optei pelos que mais me incomodam. E vocês se incomodam com algumas dessas situações? Deixe os clichês que mais te incomodam nos comentários.














16 maio 2020

Resenha | Seduzida Até Domingo - Catherine Bybee


Livro: Seduzida Até Domingo
Série: Noivas da Semana #6
#1 - Casada Até Quarta
#2 - Esposa Até Segunda
#3 - Noiva Até Sexta
#4 - Solteira Até Sábado
#5 -Conquistada até Terça
Gênero: Romance
Autora: Catherine Bybee
Editora: Verus
Páginas: 289
Ano: 2017

Resenha:
Quando Meg Rosenthal se formou na faculdade, ela nem imaginava que iria administrar uma agência de casamentos. Muito menos que estaria circulando entre a nata da sociedade. A única pessoa famosa que Meg conhecia era Michael Wolfe, irmão de sua melhor amiga Judy e ela nem imaginava que ele era gay, só descobriu isso quando começou a trabalhar na Alliance. A agência criada por Samantha Harrison visa juntar casais que por algum motivo ou outro precisam da estabilidade e da segurança de um bom casamento, pessoas que sabem que o amor não faz parte do negócio. No começo foi bem dificil para Meg, já que ela cresceu com poucos recursos e estar entre pessoas ricas e famosas deixavam ela deslocada. Mas aos poucos ela foi mostrando seu valor e hoje ela tem a total confiança da Samantha e toma quase todas as decisões na agencia. 

O último cliente de Meg foi Paul Wentworth, candidato republicano a governador, que procurou a Alliance para aumentar suas chances com os eleitores, que preferem governantes casados, e é através dele que ela fica sabendo do Villa Sapore di Amore, um resort que fica em uma ilha particular. Meg vê no resort a oportunidade tanto de encontrar novos clientes, como de ter uma opção perfeita para os clientes que querem ter ótimas férias com privacidade. Mas Valentino Masini, o dono do lugar não aceita qualquer um, por isso Meg tem a ideia de usar Michael como passe de entrada na ilha. Michael é aceito, mas Meg não, e ela tem que recorrer a Eliza, primeira dama do estado, para conseguir ser aceita como uma hospede no resort. Essa rejeição faz com que Meg chegue na ilha disposta a encontrar alguma falha nos serviços prestados pelo Sr. Masini.

E a ultima coisa que Meg esperava encontrar era um italiano lindo de morrer que deixa suas pernas bambas assim que coloca os olhos nele. Mas romance é a última coisa que Meg está procurando no momento. E Valentino também fica atraído por Meg e acredita que tem uma chance quando descobre que ela e Michael não dormem no mesmo quarto. Mas então a privacidade que Valentino tanto preza ter em sua ilha é ameaçada. Alguém começa a enviar para ele fotos de Meg e Michael tiradas dentro do resort. Valentino decide não falar nada para o casal enquanto tenta descobrir quem está tirando as fotos. Mas Michael, certo de que está seguro dentro do resort, toma uma atitude que pode acabar com seu segredo. E enquanto tentam descobrir o responsável pelas fotos, Meg e Valentino se veem cada vez mais envolvidos um com o outro. 

Esse é o sexto livro da série Noivas da Semana e agora só resta um para eu terminar essa serie que me ganhou pelas capas, já disse aqui que tenho um fraco por capas com vestidos e se for vestidos de noivas então..., mas acabei gostando bastante do conteúdo também, pois em seis livros lidos até agora a autora não se repetiu, em todos eles temos uma história romântica e em cada um a autora traz um toque diferente. Como já disse nas resenhas dos outros livros da série, não são histórias marcantes nem que vai fazer você terminar a leitura e ficar refletindo sobre o que leu. São simplesmente livros escritos para entretenimento. Temos que ler sim livros que façam a diferença, que nos faça pensar, mas também temos que ler pelo simples prazer de ler e esse livro é para isso. 

Mesmo as histórias da série sendo independentes, eu recomendo que os livros sejam lidos na ordem de publicação. A história segue na sequência, mesmo cada livro tendo seus protagonistas, os personagens dos outros livros circulam em todas as histórias. A Meg mesmo já conhecemos no livro anterior e a Gabi que será a protagonista do próximo livro já temos uma parte da sua história nesse. Isso é uma coisa que gosto muito nessa série, sempre estamos matando a saudade dos outros personagens, porque em todas as histórias um ou outro é fundamental para a finalização da história. Nesse sexto livro a autora mesclou o romance com bastante ação. O mistério não é tão misterioso assim já que logo de cara sabemos o culpado. Mas como disse antes é um livro gostoso e rápido de ler.

Só não dei nota máxima porque não consegui gostar inteiramente dos protagonistas. Diferente dos livros anteriores onde os protagonistas me ganhavam logo de cara, a Meg e o Valentino são bons personagens, mas apenas isso. Não consegui engolir que em um momento a Meg era super inteligente e segura de si e em outros era exatamente o contrário. O Valentino também foi apresentado como "O italiano ", mas não me apaixonei por ele. Achei ele possessivo e mandão demais para meu gosto. Mas em contrapartida gostei bastante de que a autora também deu destaque para o Michael, que no livro Solteira até Sábado a história dele ficou em aberto. Quanto a capa eu gostei muito do vestido, mas achei que as cores ficaram muito fortes e o vestido ficou meio que borrado. Mas a capa está tão linda quanto as outras. E para finalizar recomendo para quem gosta do estilo, o livro é ideal para ser lido depois de uma leitura mais pesada.

Nota:











14 maio 2020

Resenha | Darkdawn - As Cinzas da República - Jay Kristoff


Livro: Darkdawn - As Cinzas da República
Série: Crônicas da Quasinoite #3
#1 - Nevernight: A Sombra do Corvo
#2 - Godsgrave: O Espetáculo Sangrento
Gênero: Fantasia
Autor: Jay Kristoff
Editora: Plataforma21
Páginas: 704
Ano: 2020

Contêm spoilers dos livros anteriores. 

Resenha:
Mia Corvere cresceu sedenta por vingança. Aos dez anos ela assistiu o pai ser enforcado por traição e sua mãe e seu irmão ainda bebê, serem levados para a prisão e jurou matar os responsáveis pela destruição da sua família. Mia só não ficou sozinha no mundo porque ela tem um dom, ela é uma sombria e tem um passageiro em suas sombras que se alimenta do seu medo, o Sr. Simpático. Com um único objetivo em mente, Mia passou a adolescência treinando para conseguir se tornar uma serva da Igreja Vermelha, um bando de assassinos com permissão para matar em nome de Niah, a deusa da noite. E ela conseguiu chegar à Igreja e se tornar uma Lâmina. Mas Mia descobriu que seu maior inimigo é um protegido da Igreja e eles nunca deixarão ela cumprir sua promessa.

Então Mia come o pão que o diabo amassou se tornando uma escrava gladiatti para conseguir lutar no Torneio de Glodsgave e se sagrar campeã para ter a chance de matar seus inimigos de uma vez só. E ela pensa que conseguiu, mas um deles, o cônsul Scaeva sobrevive e ela ainda descobre que o filho do cônsul é na verdade seu irmão Jonnen, que ela pensava estar morto. E mais, ele é um sombrio como ela. Mas Jonnen ainda era um bebê quando foi levado pelo pai e não aceita o que Mia lhe conta. Para ele Mia é a mulher que matou seu pai na sua frente, e a história se repete. E alem de ter que lidar com Jonnen, Mia ainda tem que descobrir o que aconteceu com Ash e Mercurio que não aparecem no local combinado.

Mercurio foi capturado pela Igreja Vermelha e Mia vai fazer de tudo para libertar seu antigo mentor e o mais próximo de um pai que ela já teve, mesmo sabendo que a Igreja vai usá-lo como isca. E Ash só conseguiu escapar da Igreja porque recebeu ajuda do que ninguém menos do que Tric, o ex-amante de Mia que ela assassinou e que agora é um espectro, um sem-lume. Enquanto é caçada pela Igreja e pelos soldados luminatii de Scaeva, além de tentar ganhar a confiança do irmão e ainda lidar com a presença da atual e do ex-amante, Mia ainda vai ter que enfrentar outro desafio para o qual está destinada. A veratreva se aproxima e as sombras em Mia estão cada vez mais agitadas. O ultimo capitulo da história de Mia se apresenta e sua morte está cada vez mais próxima.

"Os muitos eram um. E serão um de novo; um sob os três, para erguer as quatro, libertar o primeiro, cegar o segundo e o terceiro."

O  ultimo livro de uma história é sempre dificil de ler e mais dificil ainda de resenhar. Confesso que li ele com um pé atrás porque como disse na resenha do segundo livro, li a resenha da Luiza e ela se decepcionou com esse terceiro. Mas ainda bem que minha opinião foi um pouco diferente da dela. Ainda achei que o livro deixou a desejar, mas gostei de grande parte do que encontrei nele. Mas pensei muito antes de dar minha nota final, e acabei fechando com um 4/5 e vou explicar o porque dela nos próximos parágrafos. Mas já deixo claro que não foi uma leitura fácil e em um certo momento precisei parar, ler outro livro e só então voltar para terminar esse.

Desde o começo da história de Mia já sabemos que ela está morta. O cronista vai contar a história de um mito, de uma heroína para alguns, de uma assassina para outros, mas ele deixa claro que ela está morta. Então nem esperem uma história com aqueles finais felizes que estamos acostumados a ver em romances de época por exemplo. Mas a esperança é a ultima que morre e fui até o final com aquele fiozinho aceso de que ia dar tudo certo no final, porque quem disse que ela não poderia ter morrido de velhice? Não vou contar como foi é claro. Mas vou falar, dos últimos livros de fantasia que tenho lido, esse foi o que o autor mais pesou a mão na hora de matar os personagens. Achei que não ia sobrar ninguém no final.


E já vou começar falando do porque não dei nota máxima para o livro. Lá no primeiro livro quando conhecemos Mia vemos que ela é movida pela vingança e foi esse o tom abordado pelo autor nos dois primeiros livros da série. Mas como até comentei nos outros livros, Mia é uma sombria e ficamos no escuro sobre o que isso significa nos dois primeiros livros. Então com uma revelação nas ultimas páginas do segundo livro, temos um terceiro completamente diferente dos outros dois. O autor resolveu mudar o foco da história nesse ultimo livro e a impressão que eu tive foi que ele não sabia o que escrever e onde a história ia chegar quando começou a contar a história da Mia.

E isso me incomodou muito porque parece que os dois primeiros livros foram escritos em vão. Tudo o que ela passou até então foi reduzido a nada porque a história verdadeira era outra e não passava nem perto do que ela viveu até então. Me senti enganada. Se ele tivesse contado a história de uma outra maneira, dando a entender que aquilo ali seria uma espécie de amadurecimento para ela enfrentar o que estava a sua esperava, a minha visão teria sido outra. Mas ele simplesmente omitiu a "verdadeira" história escondendo ela atrás de uma vingança, que perdeu completamente o sentido nesse terceiro livro.

Outra coisa que me fez não dar nota máxima foi o tanto que o autor enrolou para chegar em algum lugar. Praticamente metade do livro Mia e seus companheiros ficam dando voltas e não acontece nada. Foi nesse ponto que citei ali acima que parei de ler e fui ler outro livro para só então voltar e terminar a história, porque se tivesse continuado a minha nota teria sido bem menor. E por fim a terceira coisa que me degradou nesse terceiro livro foi que do nada o autor me inventa um triangulo amoroso com Mia, Ash e Tric, sendo que a sua atual amante matou o seu ex. Tanta coisa acontecendo e temos que ler páginas e páginas de discussões bobas entre Ash e Tric, com Ash a todo instante jogando na cara de Tric que é ela que está com a Mia. Revelando uma insegurança que até então não existia na garota que planejou acabar com a Igreja Vermelha.


Eu gosto de romance, sou romântica e mesmo em livros que não tem muito a ver, eu gosto de ver ele ali presente. Mas confesso que não consegui ver amor entre Mia e Ash, assim como não tinha visto com o Tric também no primeiro livro. No meu ver era só sexo. E muito sexo na verdade porque achei bem desnecessárias o autor ficar escrevendo aqueles montes de cenas de sexo quando tinha muito mais coisa interessantes para ele estar escrevendo. Mas vou parar as criticas negativas por aqui se não vocês vão achar que não gostei do livro e pelo contrário, gostei muito. Não foi o final que eu queria, mas tenho que reconhecer que foi um final que funcionou e que fechou bem As Crônicas da Quasinoite.

Aliás a quasinoite e toda cenário criado pelo autor, a mitologia dos deuses que regem a história foi uma das coisas que mais gostei. Pena que ficou em segundo plano no foco do autor e parece que ele só lembrou deles nesse terceiro livro. Poderia ter aproveitado melhor os deuses como personagens da história em si. Mas personagens maravilhosos foi o que não faltou nessa história, ainda que Mia seja o grande destaque dela. Mia é simplesmente sensacional, ainda gosto mais da Aelin, mas ela com certeza garantiu um lugarzinho no meu coração. E isso porque ela é uma anti-heroína, Mia é o oposto de tudo o que uma heroína deveria ser, mas ainda assim ela ganha a simpatia do leitor e faz com que a gente torça que nem loucos para ela conseguir sua vingança e seu final feliz.

Uma coisa que gostei muito nos livros, foi que no começo do segundo e do terceiro temos uma apresentação dos personagens e assim a gente não fica perdido na história como acontece com várias séries que os autores demoram horrores para escrever. E outra coisa que amei foi a revelação de quem é nosso narrador misterioso, que é o grande diferencial dos livros, já que temos notas de rodapé com ele dando seus pitacos sobre o que está acontecendo. Confesso que nem me passou pela cabeça a identidade do dito cujo. E para finalizar que essa resenha já está enorme, só deixo minha insatisfação com as páginas brancas, porque de resto os livros estão lindos. Indico a trilogia para quem gosta do gênero.

Nota:









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