Livro: Os Miseráveis
Série: Não
Gênero: Drama
Autor: Victor Hugo
Editora: Martin Claret
Páginas: 1512
Ano: 2014
Sinopse:
Esta obra é uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana. Narra a emocionante história de Jean Valjean — o homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão. Os miseráveis é um livro inquietantemente religioso e político.
Resenha:
Para quem ainda não sabe esse ano estou participando do IDY, um desafio literário bem bacana que resolvi participar para me incentivar a ler alguns livros que estão parados na minha estante. E justamente meu primeiro pensamento foi que se tivesse um clássico eu ia ler Os Miseráveis. Mas como ele tem 1512 páginas resolvi começar já em janeiro para dar conta de ler até em fevereiro, que é o mês onde o desafio é um livro clássico. Mas acabei me enrolando e ainda bem que existe feriado de carnaval hehe.
E antes de mais nada quero deixar registrado o meu arrependimento ao ter comprado essa edição específica do livro. Gente que sufoco para ler. Eu pesei o livro e ele pesa quase dois quilos e meio. Agora imaginem segurar esse peso durante uma hora de leitura. Achei a edição tão maravilhosa, porque ela é, que nem pensei na hora de ler. Acho que essa edição é mais para colecionador mesmo, porque para leitor tem que ser uma edição dividida. Se pensar que um livro tem em média 300 páginas, seriam cinco livros em um.
E ele é até divido em cinco partes mesmo. Não sei sobre as outras edições, mas eu acabei comprando uma que pode ter feito com que eu não apreciasse a história como deveria. Antes de começar a história em si temos um apanhado sobre o autor e eu que ainda não conhecia nada sobre ele, mesmo já tendo lido O corcunda de Notre-Dame, fiquei surpresa em saber que ele contagiou grandes nomes da literatura nacional como José de Alencar, Castro Alves e Machado de Assis.
E além do peso do livro outra coisa que me incomodou bastante foi a linguagem. Eu vi algumas pessoas que já leram outras versões da história dizendo que nessa edição a linguagem está bem mais fácil. Se essa é a mais fácil fiquei pensando como seria a dificil então. E outra coisa que quase me fez desistir da leitura foram os "detalhes". O autor tem as mesmas características do Stephen King, um autor que eu nunca gostei de ler por causa do tanto que ele enrola para chegar ao ponto.
As primeiras cem paginas do livro são bem maçantes. Tem um capitulo inteiro onde ele descreve a casa de um dos personagens, o bispo de Digne. Outra hora descreve o funcionamento dos esgotos na cidade (18 páginas). E assim segue o livro todo. Detalhes e mais detalhes de coisas irrelevantes para a história. O próprio autor diz isso em algumas passagens. Depois de ficar um monte de páginas falando sobre um assunto, ele encerra dizendo que aquilo não é relevante para a história. Porque escreveu então?
A história em si mesmo, fica até em segundo plano para o tanto de coisas que o autor aborda no livro. Inclusive para os amantes de História temos uma descrição detalhada da Batalha de Waterloo. O que não é o meu caso. E até as criticas sociais e politicas eu achei entediante pelo tanto de páginas e mais páginas descrevendo coisas que não tinham nenhuma relevância. Acredito que ele quis usar de uma história de ficção para fazer suas criticas, mas o excesso de descrição acabou tornando o livro chato e monótono.
Quando o autor focava na história o livro me prendia, eu lia páginas e páginas sem nem perceber. Mas quando eu pensava que a coisa ia engrenar lá ia ele de novo divagar por outros assuntos. E minha mente também ia, mas para qualquer coisa que não fosse o que eu estava lendo. É uma pena porque a história é fascinante, principalmente os personagens, mas com todos esses "detalhes" ela se torna chata. Mas acho que isso se deve a minha escolha de edição, porque vi algumas com 250 páginas que provavelmente tem só o essencial.
E para tirar essa má impressão que o livro deixou resolvi assistir o filme e assisti a versão que tem na Netflix. E foi outra dificuldade porque o filme é um musical, o que eu não gosto. Mas no filme temos só a história em si, o que deveria ter acontecido no livro e acabei gostando mais do filme do que do livro. E sem falar nos atores que estão maravilhosos. Quanto ao machismo presente nas palavras do autor eu vou até relevar porque esse tipo de coisa era "normal" na época em que o livro foi escrito.
Emfim, é um livro que apesar de não ter gostado tanto assim eu recomendo, porque afinal é um clássico que apesar da época em que foi escrito poderia ser uma história atual, porque a miséria é a mesma, se não pior. E temos nele uma história maravilhosa que seria um livro perfeito se não fossem as divagações do autor e o excesso de descrição em quase todas as cenas.
Nota: