Livro: Um Amor e Nada Mais
Série: Clube dos Sobreviventes #7
Gênero: Romance de Época
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano: 2021
Resenha:
Há pouco mais de oito anos George Crabbe, o duque de Stanbrook, decidiu transformar Penderris Hall, sua propriedade no campo na Cornualha em uma espécie de centro de recuperação para oficiais militares que tivessem sido feridos nas Guerras Napoleônicas e que necessitassem de cuidados mais demorados e intensivos do que suas famílias pudessem dar. E ele próprio escolheu a dedo os pacientes, que foram cerca de vinte ao todo, afinal ele sabe como é passar por uma tragédia, pois perdeu o filho e a esposa para a guerra. Grande parte dos pacientes se recuperaram e voltaram para suas famílias ou seus regimentos em algumas semanas ou meses. Mas teve seis deles que ficaram por três anos.
E depois de tanto tempo juntos é claro que um vínculo foi criado entre eles e os sete que hoje se amam como família, se autodenominam o Clube dos Sobreviventes. E eles se reúnem uma vez por ano na propriedade onde se recuperaram. Apesar de que ultimamente eles vem se encontrado quase sempre, porque parece que o cupido está a solta entre os membros do clube que com exceção de George, estão todos casados. O mais recente foi o casamento de Imogen, a única mulher no clube e também sua única parente de sangue. E George que tem quarenta oito anos e é viúvo há doze e nunca tinha pensado em se casar novamente, se vê cogitando essa possibilidade.
E quanto mais ele pensa no assunto somente uma pessoa lhe vem a mente, Dora Debbins, que ele não vê há um ano desde que se conheceram. Dora hoje com trinta e nove anos vive sozinha por opção, mas quando ela estava prestes a ter sua temporada seus planos mudaram e Dora com apenas dezessete anos acabou virando mãe da irmã Agnes de cinco. E quando a irmã e o pai se casaram, Dora percebeu que sua oportunidade havia passado e foi viver sozinha. Mas quando George lhe pede em casamento Dora percebe que ainda quer ser a esposa de alguém, ainda mais de um homem tão encantador quanto o duque. E tudo lhe parece como um conto de fadas, mas será que eles realmente acontecem na vida real?
Desde que comecei a ler a série é claro que o livro do George era o que eu mais queria ler, e lógico que tinha que ser o último. E infelizmente fui criando expectativas ao longo da série e acho que elas foram parte da culpa por eu não ter amado o livro como deveria. Achei muito bom sim, mas por tudo o que o George fez por todos os membros do clube, acho que ele merecia algo mais romântico e mais caloroso por assim dizer. Mas a Mary preferiu pesar a mão no drama e apesar de todos os traumas enfrentados pelos membros do clube, esse sétimo livro conseguiu ser o mais pesado da série. Eu já até esperava um passado difícil do George, mas foi pior do que imaginei.
Assim como nos outros livros da série temos uma história bem parada, sem muitos acontecimentos por boa parte do livro, mas nos outros tinha um romance convincente para a gente torcer. Nesse além de acontecer quase nada até perto do final, ainda teve um romance bem meia boca. Acho que fiquei acostumada a ler casamentos por conveniência em romance de época que em uma semana os protagonistas já estavam apaixonados. E até entendo a idade deles, 48 e 39 na época já eram praticamente idosos, mas faltou alguma dinâmica ai entre os dois. Mas mesmo com essa ressalva eu não podia dar menos do que nota máxima para o livro que finalizou a série com chave de ouro.
Nesse livro lembrei daquele meme onde Deus coloca um pouquinho de cada coisa quando vai criar a pessoa e no fim acaba virando o potinho todo de uma vez. Acredito que a Mary fez isso com o George. Ela foi dosando o sofrimento dos sobreviventes e quando chegou no George virou o resto do pote porque coitado. Por tudo o que vemos dele nos outros livros não dá para imaginar o tudo o que esse homem sofreu nessa vida. E engraçado que ele era uma espécie de psicólogo para todos os outros e ele mesmo não tinha coragem de se abrir com ninguém. Pelo menos nesse ponto ele e Dora se deram muito bem. Se faltou romance, pelo menos amizade e alguém ali para confortar um ao outro eles tinham.
E me apaixonei ainda mais pelo George nesse livro. Eu já tinha uma queda por ele, mas ao ver tudo o que esse homem passou e a forma como ele continuou um homem educado, gentil e altruísta é para morrer de amores. Já a Dora eu confesso que esperava mais. Ela tem praticamente a minha idade e eu esperava algumas atitudes mais maduras dela, ainda mais que ela foi a mãe da irmã e venceu na vida sozinha em uma época que as mulheres não eram nada sem um homem. Mas tem uma hora que ela é tão ingênua que você pensa "mulher não aprendeu nada na vida?"
Mas enfim, finalizo a série como uma das melhores do gênero que já li na minha vida. A Mary tem o dom de escrever algo mais maduro e retratar a época como realmente era sem florear muito. Ela não precisa de mocinhos "libertinos" nem de mocinhas "a frente de seu tempo" para conquistar o leitor. E fazia tempo que não lia uma finalização de série tão bem feita como aconteceu aqui. A gente acompanha vários casais por um longo tempo e chega no final é claro que a gente quer ver como eles terminaram e dai vem o autor e simplesmente "esquece" disso. Mas aqui não. Temos um epilogo com todos os personagens e confesso chorei muito ao ler ele. Quanto as capas, eu gostei muito por ser diferente dos mesmos modelos que temos sempre nas capas do gênero. E termino indicando a série para todos os amantes de um ótimo romance de época.
Nota: