30 setembro 2019

Resenha | Mortos Não Contam Segredos - Karen M. McManus


Livro: Mortos Não Contam Segredos
Série: Não
Gênero: Suspense, Jovem Adulto
Autora: Karen M. McManus
Editora: Galera Record
Páginas: 352
Ano: 2019

Resenha:
Ellery sempre foi obcecada por livros e séries de crimes reais. Sua obsessão vem do desaparecimento de sua tia Sarah, gêmea de sua mãe Sadie, quando elas tinham dezessete anos. Isso foi há vinte e três anos, mas Sadie nunca mais foi a mesma. E sendo gêmea também, Ellery sabe bem o que sua mãe sente, porque ela não consegue nem pensar na dor que seria se ela perdesse Ezra. Por isso ela não culpa sua mãe pelo que está acontecendo. Sadie acaba de ser internada em uma clínica de reabilitação e o juiz exige que os gêmeos fiquem com alguém da família nos quatro meses que Sadie vai passar na clinica, e o único parente deles é a avó Nana que vive em Echo Ridge, lugar onde a tragédia aconteceu.

A pequena cidade de Echo Ridge parece ser perfeita à primeira vista com suas casas de cercas brancas e suas ruas arborizadas, mas a realidade é outra, já que o desaparecimento de Sarah não foi a unica tragedia na cidade. Cinco anos atrás, Lacey Kilduff rainha do baile de boas-vindas foi assassinada. E por coincidência ela tinha a mesma idade e morava na mesma rua que Sarah. O principal suspeito pelo morte de Lacey foi o namorado dela Declan Kelly, mas fora a família dele ter sido vista por todos como os párias da cidade, nada foi provado contra Declan. E só agora que eles estão sendo novamente aceitos pelos moradores de Echo Ridge, porque a mãe de Declan se casou com Peter Nilsson, que é praticamente dono da metade da cidade.

E o pesadelo que aconteceu cinco anos atrás parece estar de volta. Mal recomeçam as aulas e alguém começa a deixar pichações pela cidade avisando que a temporada de caça a Rainha do Baile de Boas-Vindas começou. Primeiro vandalizam o centro cultural onde estava sendo realizado um jantar para arrecadar fundos para Bolsas de Estudo em Memória de Lacey, depois é a vez do cemitério, e por fim os armários das três candidatas a Rainha. E Ellery decide investigar o que está acontecendo porque não se sabe como, o nome dela foi parar entre as três concorrentes, já que ninguém votou nela. E Ellery precisa encontrar o assassino, porque ela pode ser a próxima vítima. Então uma das garotas desaparece e por coincidência, ou não, o último a vê-la é Malcolm, irmão de Declan.


Quando a editora lançou por aqui o livro Um de nós está mentindo da mesma autora, foi um verdadeiro fervo em cima do livro. Foi tanto marketing e tantas resenhas positivas que ficava dificil não querer ler o livro. Mas acabei não lendo ele. E esse foi meu primeiro contato com a autora. E apesar de algumas ressalvas, eu gostei do livro e da escrita dela. Se tem uma coisa que gosto é quando a leitura flui e a gente não vê passar as páginas do livro. E a Karen é assim, tanto que li o livro em um dia. Ela sabe dosar a história e vai soltando as informações aos poucos, com isso prendendo o leitor e fazendo com que a gente queira ler só mais um capítulo e quando percebe já terminou.

A narrativa é dividida entre a visão da Ellery e do Malcolm. A Ellery me irritou um pouco por conta das suas "certezas" em relação ao crime, que mudavam a cada nova pista que surgia, mas o Malcolm foi bem objetivo, além de que mesmo a Ellery estar tecnicamente mais envolvida nos crimes, eu me senti muito mais conectada com o Malcolm, pois achei ele mais humano e mais cheio de sentimentos. A Ellery é aquele tipo de narradora não confiável porque ela se achava a detetive, e mesmo que algo não se encaixasse no que ela achava ser a verdade sobre o ocorrido, ela tentava torcer as coisas para que ela estivesse certa. Já as partes do Malcolm era a realidade mesmo, sem falar que ele está frágil e isso já desperta empatia com o leitor.

A história apesar de ser um suspense, é bem juvenil, até infantil em certas partes. Por isso acho que ela é mais indicada para um publico mais jovem. Para quem gosta, a história lembra bastante a série Riverdale. O meu problema com o livro foi que achei tudo meio superficial. A autora não focou em nada. Temos os dramas adolescentes, temos a famosa rivalidade entre os grupinhos na escola, temos as mensagens que vão apavorando os alunos, os crimes acontecendo, os adultos sendo babacas como sempre e fingindo que está tudo bem, mas é só isso, ela não se aprofundou em nada. Por isso eu disse que gostei, mas não está entre os melhores que li na minha vida.

Ele vale sim a leitura, mas esquecendo que ele é um suspense e sim lembrando que ele é um jovem adulto. O mistério envolvido até que é interessante, eu confesso não descobri o assassino, mas acho que isso se deve em parte como disse, a narrativa da Ellery, que fica levando o leitor para os caminhos errados o tempo todo. E também achei que a autora colocou mistérios demais e depois não sabia o que fazer com todas as pontas soltas e fechar tudo bonitinho. Mas enfim, acho que se eu tivesse lido esse livro quando era mais jovem teria amado ele, por isso eu indico sim para o publico alvo do livro. Se eu que estou fora dessa faixa etária gostei, imagino que quem está dentro vai apreciar bastante a leitura.

Nota:








29 setembro 2019

#95 | A Estante Aumentou!

Esse mês chegou bastante coisa aqui em casa porque além dos livros de parceria eu tinha alguns vales-presente para gastar e aproveitei hehe.

Livros físicos que chegaram


Primeiro vou mostrar os que chegaram de parceria. Do Grupo Editoral Record eu recebi dois lançamentos de suspense. A Corrente já tem resenha aqui.


E também do GER chegou a VIB com esse livro emocionante que tem resenha aqui.


Da Faro Editorial eu escolhi dois livros da Lauren esse mês e logo tem resenha deles. Já estou lendo Mister O e estou gostando bastante.


E do Grupo Autêntica recebi Penitência que tem resenha aqui e esse livro maravilhoso da Anne que estou encantada até agora. Leia a resenha aqui.


Chegou o terceiro lote dos livros da Agatha da Coleção Folha. Pena que só falta mais um, podiam lançar todos dela, mas fazer o que.


Eu comprei esses livros da DarkSide na Amazon naquelas promoções compre 3 e leve o mais barato de grátis. Como um deles é o livro da Alice e ele ainda está em pré-venda, ainda não chegou. E o que dizer dessa capa almofadada de O que terá acontecido a Baby Jane?


Faltava esses dois para completar minha coleção dos livros dessa série da Tessa e assim que consegui alguns vales-presente, comprei eles. 


Esses dois também comprei com um vale-presente que eu tinha da Saraiva e fiquei besta porque comprei na terça e na quinta chegou. A namorada ideal paguei menos de dez reais e comprei para dar o valor do vale, espero gostar.

Emprestados no Kindle Unlimited/Prime Reading


Eu cancelei meu KU no mês passado, mas ainda deu tempo de ler um conto, Três Corações das autoras Layla Casanova e Anelise Santini. E acabei assinando o Amazon Prime que vem um pacotão de coisas e entre elas o Prime Reading, que por enquanto estou achando bastante satisfatório.

 



Desapegos


E esses foram alguns livros que li recentemente e como não vou reler eles, já passei para frente.










27 setembro 2019

Resenha | O Mapa Que Me Leva Até Você - J.P. Monninger


Livro: O Mapa Que Me Leva Até Você
Série: Não
Gênero: Romance/Drama
Autor: J.P. Monninger
Editora: Verus
Páginas: 322
Ano: 2019

Resenha:
Heather Mulgrew tem toda a sua vida planejada desde sempre. Ela é aquele tipo de pessoa que gosta de planejar tudo nos mínimos detalhes para nada dar errado e sair do seu controle. Com vinte e dois anos ela acaba de se formar na faculdade e já tem um emprego garantido no Bank of America. Mas antes de iniciar sua carreira ela vai fazer uma viagem pela Europa com suas amigas Amy e Constance. E até a viagem não é apenas uma simples diversão, mas é uma experiencia que ela tem que ter para agregar ao seu currículo e como todas as outras coisas em sua vida, a viagem foi muito bem planejada e Heather sabe o roteiro dela de cor.

O que Heather não esperava é que na viagem de trem para Amsterdã, ela fosse conhecer Jack. Apesar de na aparência Jack ser o tipo de homem que Heather escolheria em uma vitrine de homens se isso existisse, na personalidade ele é completamente diferente dela, seu oposto na verdade. Enquanto Heather tem toda sua vida mapeada, Jack não pensa muito na dele e no momento ele segue pela Europa com o diário deixado por seu avô que viajou pela Europa após a Segunda Guerra Mundial. Mas mesmo com todas as diferenças entre os dois, eles acabam se envolvendo e Heather que saiu de um relacionamento muito magoada, vê em Jack uma outra maneira de encarar a vida.

Mas Heather tem um itinerário a cumprir e logo vai deixar Jack para trás. Então o destino parece intervir porque Amy perde todas as suas coisas, inclusive o passaporte, e desiste da viagem. Então Heather decide ser um pouco menos controladora e se divertir mais e acaba com Jack e um amigo dele que está interessado em Constance, visitando os lugares que o avô de Jack cita no diário. Mas o tempo que Heather propôs para a viagem está chegando ao fim e se eles quiserem ficar juntos Jack também vai ter que ceder e se mudar com Heather para Nova York. O problema é que Jack tem um segredo que vai mudar todos os planos dela. 

"Mas então ele se virou para mim e sorriu, e eu sorri de volta. Não dissemos nada. O mundo continuava acontecendo ao nosso redor, eu sabia disso, mas não importava mais. O que importava era o olhar de Jack e seu sorriso tímido e suave que me convidava a entrar e compartilhar o prazer de estar ali, em uma cidade estrangeira, estar apaixonada ou começando a amar e sabendo que tínhamos o mundo a nossa frente se quiséssemos ficar juntos."

Quando recebi esse livro da editora, eu acreditei que ele fosse ser mais um romance leve e fofo, mas dai li que ele era para os fãs do Nicholas Sparks e já vi que a coisa não ia ser bem assim. E infelizmente quem lê livro do Sparks já sabe como seus livros terminam e já deduzi desde o começo da história qual seria o segredo do Jack e acabei acertando. Mas isso não foi o que me fez não apreciar tanto assim o livro, o que me chateou foi que não consegui me conectar com os personagens, principalmente com o Jack, e nem acreditar no amor todo que eles diziam sentir.

Histórias como essa sempre emocionam a gente no final, eu já li quase todos os livros do Sparks e termino os livros em lágrimas. Mas para que isso aconteça, tem que existir uma trajetória onde a gente acabe apaixonado pelo casal e queira ver eles felizes para sempre, o que como eu disse não aconteceu aqui. O meu problema com o livro foi que eu sou muito parecida com a Heather e por isso sei que ela não se apaixonaria assim de uma hora para outra e muito menos abriria mão de suas convicções e seus planejamentos por esse amor, mesmo se eu acreditasse que ele existia.

E além de não acreditar no que foi apresentado, ainda me irritei com o personagem por ele criticar tudo o que Heather fazia e por ela ser como era. Como disse, eu sou assim e me senti como se as criticas fossem para mim. Quando a gente descobre o "segredo" dele, dá para entender o que ele queria dizer com seus comentários, mas supostamente a gente só vai descobrir o que é no final do livro e até lá eu não consegui gostar do Jack e me irritei muito cada vez que ele abria a boca para criticar alguma escolha dela.

Mas, acredito que essa é uma coisa particular minha, por isso recomendo que leia o livro porque sua visão da história pode ser completamente diferente da minha e você caia de amores pelos casal. E como ponto positivo temos a viagem pela Europa porque quem não gosta de viajar sem sair do lugar? E no livro vamos conhecer vários pontos turísticos por onde eles passam. Quanto a capa eu achei ela linda e combina perfeitamente com o clima da história. E a escrita do autor é muito boa e quando a gente percebe já terminou o livro.

Nota:
 







26 setembro 2019

#2 | Da Netflix - As Telefonistas

Oiê queridos e queridas!
Hoje minha indicação será uma serie. E vou te falar que essa serie tem muito "pano pra manga"


 As Telefonistas (Las chicas del cable), é uma serie espanhola. Lembra um pouco as novelas mexicanas, mas sem toda aquela enrolação que já conhecemos.

A historia acontece em Madrid no final dos nos anos 20. É narrada os dilemas de quatros mulheres que se conhecem na moderna empresa de telecomunicações chefiada pela família Cifuentes.
Angêles, Carlota, Marga e Lídia se aproximam e se tornam amigas, amizade essa que vai ganhando cada dia mais força, empatia e admiração.

Em uma época em que a mulher não tinha voz, que eram propriedade de seus maridos e subestimadas. Essas mulheres mostram suas dificuldades diárias.

Amor de adolescência, escolhas, relacionamentos abusivos, poder, aborto, bissexualidade, amizade, traição... temas esses que são tratados e nos faz ver o tanto que já conquistamos e o muito que ainda nos falta conquistar.


É admirável ver essas mulheres lutando por seus espaços e por aquilo que desejam, mesmo que pareça teimosia. Mas sem garra e determinação, não chegamos a lutar algum.

Não posso deixar de falar que a fotografia, maquiagem, figurino são lindos. É até gostoso de admirar.

E a mais bela mensagem que a serie nos deixa, é a amizade. Amizade verdadeira, aquela que não tem julgamentos e sim acolhimento. Essa é unica!




...
Você já assistiu? Compartilha conosco sua opinião. E nos deixe sugestões para os próximos post's.






24 setembro 2019

Resenha | Penitência - Kanae Minato


Livro: Penitência
Série: Não
Gênero: Suspense
Autora: Kanae Minato
Editora: Gutenberg
Páginas: 192
Ano: 2019

Resenha:
Em uma pacata cidadezinha rural no interior do Japão, não existem muitas coisas para se divertir. Por isso as brincadeiras das crianças acontece praticamente dentro da escola onde estudam, mesmo nos fins de semana, nos feriados e até nas férias. É lá que encontramos as amigas Sae, Maki, Akiko e Yuka, todas com dez anos e que são amigas desde que nasceram. Mas recentemente o grupo das garotas aumentou, pois Emily veio com os pais de Tóquio. O pai de Emily é um executivo da Companhia Industrial Adachi, uma fábrica de instrumentos de precisão usados em hospitais e pesquisas, que veio se instalar na cidade por causa do ar puro da mesma. Antes de Emily, as garotas adoravam as Bonecas Francesas, que praticamente cada família da cidade tem uma em sua sala em um lugar de destaque.

Até existia um ranking com as dez mais bonitas, e o Tour da Boneca Francesa, que Emily e as crianças novas, filhas dos trabalhadores da fábrica, fizeram logo que chegaram a cidade. Mas no fim do Tour Emily disse que preferia as Barbies e as Bonecas Francesas perderam a graça. Mas um fato curioso aconteceu, três meses após o Tour várias das bonecas visitadas foram roubadas e por causa do Tour a policia acreditou que foi alguma das crianças que roubou as bonecas, porque somente elas foram levadas das casas. Como basicamente nada acontecia na cidade, o roubo rendeu assunto, até que algo mais grave aconteceu. No dia do feriado de Obon, as garotas estavam brincando na escola quando foram abordadas por um homem pedindo ajuda de uma das garotas, para apertar alguns parafusos dos ventiladores do vestiários da piscina. E Emily acabou sendo a escolhida.

As outras quatro continuaram brincando até que ficou tarde e resolveram voltar para casa e só então se deram conta de que Emily ainda não tinha voltado. Elas foram até o vestiário onde encontraram Emily morta. O assassino nunca foi encontrado porque nenhuma das garotas lembrava de seu rosto. Mas a mãe de Emily, Asako, não acreditou nisso e deu um ultimato para as quatro: ou elas se lembravam do assassino e encontravam ele antes do crime ser prescrito, ou então cada uma delas teria que pagar um penitência. Quinze anos depois o prazo dado pela senhora Asako está prestes a terminar e as meninas que seguiram com sua vida, sabem que terão que prestar contas do que aconteceu no passado.

" Jamais perdoarei vocês, a não ser que encontrem o assassino antes da prescrição. Se não conseguirem fazer isso, então se redimam do que fizeram de um jeito que eu aceite. Se não fizerem nenhuma da duas coisas, digo aqui e agora que vou me vingar de cada uma de vocês."

Esse foi meu primeiro contato com a escrita da autora que é conhecida pelos leitores brasileiros pelo livro Confissões. E posso dizer que gostei muito de tê-la conhecido e quero ler outros livros dela. A primeira coisa que chama a atenção em Penitência é a originalidade, porque em meio a tantos livros do gênero, é bem dificil de encontrar uma ideia diferente das muitas que já tem publicadas, mas a autora conseguiu. E conseguiu isso em poucas páginas, já que o livro não chega nem a duzentas, o que seria considerado pouco para uma história de suspense. Mas fiquei completamente satisfeita com o que eu li e por isso dei nota máxima para a obra.

A história gira em torno do assassinato da pequena Emily e vamos ver a mesma versão do que aconteceu naquele fatídico dia pelas quatro garotas: Sae, Maki, Akiko e Yuka, e por fim pela visão da mãe de Emily, Asako. Mas com isso não entendam que a história se torna repetitiva, até porque cada uma delas tem uma história diferente para contar. E não fica só no assassinato, e sim vamos acompanhar como foi a vida delas depois do ocorrido, principalmente depois da ameaça feita por Asako, o que mudou completamente a vida das quatro amigas que ainda eram crianças quando tudo aconteceu.


E conforme vamos acompanhando a história, fica aquela duvida para o leitor sobre o que está acontecendo. As garotas enfim começam a "pagar" por não terem ajudado em nada na captura do assassino, e é ai que entra a dúvida se o que está acontecendo é tudo coincidência, se elas próprias atraíram aquilo inconscientemente como uma forma de penitência, ou se tudo aquilo faz parte da vingança de Asako como ela mesmo prometeu. Porque o que acontece com elas é tudo tão bizarro que fica dificil de acreditar que aquilo está realmente acontecendo. Teve uma hora que até pensei em um surto coletivo como explicação.

Vamos acompanhar a história de cada uma delas, uma por vez e nem sei dizer qual teve a pior penitência. Sae que ficou com o corpo de Emily enquanto as outras buscavam ajuda, não conseguiu nunca mais se livrar do medo do assassino ainda estar por perto e não conseguiu ter uma vida normal. Maki que aparentemente tinha conseguido esquecer o ocorrido e seguir sua vida em frente, sempre se martirizou por ter mentido, já que ela se lembrava sim do rosto do homem. Akiko foi a mais afetada psicologicamente e nunca mais nem conseguiu voltar para a escola, e Yuka acabou virando uma delinquente porque não teve o apoio da família quando mais precisou.

E conforme vamos lendo o que cada uma passou é impossível não odiar Asako por ter feito isso com as meninas, porque tudo o que aconteceu foi sim responsabilidade dela. E então quando chegamos a parte da história contada por ela, é que vamos entender o motivo daquilo tudo e descobrir a identidade do assassino. E fiquei de cara com a motivação. Enfim, eu adorei o livro e não vi motivos para dar uma nota menor do que a máxima para ele e recomendo para todos que gostam de um bom livro de suspense. Quanto a edição do livro está muito bem feita com uma capa bem bonita e minha única ressalva, mas isso é particularidade minha, é que temos aspas no lugar de travessões nos diálogos. 

Nota:









22 setembro 2019

Resenha | A Filha do Rei do Pantano - Karen Dionne


Livro: A Filha do Rei do Pântano
Série: Não
Gênero: Suspense
Autora: Karen Dionne
Editora: Verus
Páginas: 266
Ano: 2019

Resenha:
Helena Pelletier teve uma infância incrível e um pai maravilhoso. Ela adorava o chão onde Jacob Holbrook pisava. Jacob sempre foi um pai amaroso, divertido, paciente e gentil. Ele ensinou Helena a pescar, caçar, montar armadilhas e sobreviver no pântano, onde eles moravam, e fora dele também. Sua mãe já era mais afastada, nunca brincava com Helena e parecia estar sempre desanimada e sem vontade de fazer nada. Talvez por isso seu pai sempre batia nela. Já Helena só apanhava quando seu pai queria ensinar alguma coisa, e o resto do tempo só recebia elogios e uma nova tatuagem toda vez que fazia uma nova conquista, como quando enfrentou seu primeiro urso. Por isso seu mundo desmoronou quando aos doze anos descobriu que seu pai era um monstro.

Jacob sequestrou sua mãe quando ela tinha quatorze anos e após constantes estupros, ela engravidou e Helena nasceu. Jacob queria uma esposa e como nenhuma mulher ia aceitar levar o tipo de vida que ele levava, vivendo em um pântano, Jacob decidiu sequestrar uma esposa para ele. Dois anos depois que elas foram resgatadas, Jacob foi preso e condenado e isso já faz treze anos. Helena acabou se adaptando a essa nova vida, mas não foi nada fácil, porque onde eles viviam era somente os três e os animais em volta e eles não tinham nem eletricidade, nem água encanada. E Helena foi criada solta e precisou aprender a conviver em sociedade. Já sua mãe nunca mais foi a mesma de antes e há dois anos ela faleceu.

Helena trocou seu sobrenome e constituiu uma família. Hoje ela é casada com Stephen e tem duas filhas, Irís e Marigold. Ela faz geleias e compotas para vender. Mas Helena nunca contou a verdade sobre seu pai para Stephen. Faz quinze anos que ela não o vê, e não é por falta de vontade da parte dela, porque mesmo sabendo de tudo o que ele fez, lá no fundo sempre vai existir uma parte dela que ama o pai. Mas agora todos sabem a verdade porque Jacob matou dois guardas e fugiu da prisão onde estava e assim que descobre sobre a fuga, Helena sabe que só existe uma pessoa capaz de capturar Jacob, a pessoa que ele mesmo treinou, sua filha querida. E com a segurança de suas filhas em risco, é isso que Helena pretende fazer.

Quando vi esse livro sendo anunciado e li a sinopse dele, já quis muito ler. Então quando ele chegou aqui em casa acabou furando fila. E acabei me surpreendendo com ele porque a história não foi muito bem o que eu esperava e também teve alguns pontos que sempre reclamo porque são coisas que me incomodam muito ao ler um livro, mas no fim das contas, acabei gostando bastante dele, mesmo a autora escolhendo seguir um caminho que não era bem o esperado e o anunciado na sinopse. Acho que você ao ler sobre o enredo vai ter a mesma impressão que eu tive, que a história será tipo uma queda de braço entre pai e filha, mas não foi esse o caminho escolhido pela autora para contar sua história.

O foco do livro não é o que vai acontecer a seguir, apesar disso ser o que nos deixa aflitos grande parte do tempo. Afinal em um livro de suspense o que chama a atenção é sim quais serão os próximos passos tanto do assassino como da vítima. Mas aqui quase toda a história é focada no passado, o que não deixa de ser interessante, já que quem não fica curioso para saber como era a vida da personagem principal e sua mãe nas mãos do sequestrador? Ainda mais nossa protagonista tendo passado esse tempo todo sem saber da verdade. Mas a autora escolheu contar a história através das memórias da Helena e não alternar entre passado e presente, como é o costume em livros do gênero que tem esse tipo de enredo.

E aqui entrou uma das coisas que eu disse que me incomoda sempre nos livros. Como a narrativa mostra as lembranças da personagem principal aqui no presente, o livro praticamente não tem diálogos. Mas por incrível que pareça eu não me incomodei com isso porque a autora escreve tão bem que me vi tão absorvida pela história que a falta dos diálogos não fez muita diferença. É claro que eles teriam dado um algo a mais para a história, mas acabei gostando mesmo assim. Porque geralmente quando o livro não tem diálogos, a leitura acaba se tornando cansativa, mas pelo contrário, a leitura é ágil e tão rápida que dá para ler o livro em um dia.

O livro tem poucos personagens. É basicamente Helena como a principal e seus pais como coadjuvantes. E Helena é um personagem que dividiu minha opinião ao longo da história. Ela não é aquela personagem feita para gostar, Helena tem algumas atitudes, tanto quando era criança como agora depois de adulto que faz a gente torcer o nariz, e é preciso ficar o tempo todo lembrando que ela teve uma criação muito diferente da nossa e que ela agia de acordo com o que ela foi ensinada. E o pior era quando ela interagia com a sua mãe. Me dava nos nervos. Tanto a forma como Helena agia como a forma que a mãe não reagia. Mas a situação é complicadíssima e como nunca passei por isso tentei entender as atitudes das duas

Não vou me aprofundar muito mais na história porque o interessante é o leitor ir descobrindo as coisas conforme vai lendo o livro. Mas indico para quem gosta do gênero. Apesar de algumas ressalvas e de ter achado que a autora podia ter aproveitado melhor alguns dos personagens e não focado somente na protagonista, é um livro que a gente acaba devorando e que vale bastante a leitura. E não posso deixar de destacar a edição que está muito bem feita e essa capa que eu achei muito bonita com as letras flutuando na água.

Nota: 







21 setembro 2019

#25 | Eu Quero!

Como no mês passado as editoras anteciparam vários lançamentos por conta da bienal, esse mês está mais pobrinho de lançamentos interessantes. Por isso minha lista de desejados está menor. Graças a Deus hehe.

Quem é ele? Um poderoso Lord ou um humilde servo?
Quando Colin Cavendish, o novo Conde de Drayson, informa a Lucy Beresford que ela e sua mãe precisam abandonar a casa que chamaram de lar nos últimos dois anos, Lucy percebe que está de mãos atadas. Elas não têm dinheiro, ninguém para pedir ajuda, e nenhum lugar para onde ir.
Como o Conde ousou quebrar a promessa que seu pai fizera aos Beresford sem peso na consciência?
Mas a sorte bate à porta da jovem no momento em que ela encontra o Conde ferido e inconsciente no meio da estrada. Quando ele acorda com amnésia, Lucy aproveita a oportunidade para ensiná-lo uma lição de humildade, dizendo que ele é um simples servo. Seu servo, na verdade.
E assim se inicia uma encantadora história de um Conde majestoso e uma jovem impetuosa, presos em uma teia tão emaranhada que levanta a questão: conseguirão eles algum dia se libertar?

Falou em romance de época eu já estou interessada e eu amei essa capa. 

Nova edição do livro que inspirou o clássico do cinema vencedor de cinco estatuetas do Oscar, incluindo a de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado.
Cinco mulheres são brutalmente assassinadas em diferentes localidades dos Estados Unidos. Para chegar ao sanguinário assassino, a jovem agente do FBI, Clarice Starling, interroga o ardiloso psiquiatra Hannibal Lecter, cuja mente psicopata é perigosamente voltada para o crime. Ao seguir as pistas apontadas pelo Dr. Lecter, Clarice envolve-se em uma teia mortífera surpreendente e assustadora.
Adaptado para o cinema com Anthony Hopkins e Jodie Foster nos papéis principais, o filme foi premiado com cinco estatuetas do Oscar.
Ao lado de Dragão vermelho, Hannibal e Hannibal: a origem do mal, ele completa a série de livros protagonizada pelo Dr. Lecter que deu origem à série de televisão Hannibal.

Eu nunca li nem assisti o filme. Quem sabe é com essa edição maravilhosa que vou conhecer a famosa história.

Entre no mundo cintilante do período da Regência e prepare-se para ter seus corações aquecidos por Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway... Durante sua peregrinação anual de Natal à Escócia, para visitar seu tio idoso em seu decrépito castelo, o Conde de Rocheforte e seu primo, Conde de Oakley, recebem presentes únicos: seu tio invadiu a festa de Natal de um lorde inglês - Lorde Bretton - e sequestrou quatro adoráveis mulheres para seus herdeiros escolherem... O castelo fica isolado devido à nevasca e as horas se tornam dias, as intenções mais honrosas revelam tentações tão surpreendentes quanto irresistíveis.


Eu li o primeiro volume dessa série e apesar de não achar tudo isso eu gostei e já quero o segundo também.


E vocês desejam algum desses? Quais seus desejados nesse mês de setembro?









20 setembro 2019

Resenha | Um Estranho Irresistível - Lisa Kleypas


Livro: Um Estranho Irresistível
Série: Os Ravenels #4
#1 - Um Sedutor Sem Coração
#2 - Uma Noiva Para Winterborne
#3 - Um Acordo Pecaminoso
Gênero: Romance de Época
Autora: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Ano: 2019

Resenha:
Quando decidiu estudar medicina, Garret Gibson sabia que não teria uma vida fácil pela frente. Ela precisou escolher entre ser uma médica, ou ser uma dama e ela não pensou duas vezes antes de se mudar para a França e frequentar a melhor escola de medicina do mundo. E fez isso na hora certa porque logo então o Conselho de Medicina da Inglaterra se reuniu proibindo que mulheres venham a exercer a profissão. Por isso ela é a unica mulher na Inglaterra com o titulo de doutora. E ganhar a confiança das pessoas é um trabalho quase tão dificil quanto curá-las, por isso Garret sempre trabalhou nas áreas mais pobres de Londres, até conhecer Winterborne que lhe deu um emprego em sua clinica recém criada para atender seus funcionários.

Mas Garret continua ajudando os mais necessitados. Todas as terças ela vai até Clerkenwell, uma das áreas mais perigosas de Londres, onde atende pessoas que não podem pagar por seus serviços. Ela sabe que precisa ter cuidados redobrados no local, mas vez ou outra Garret encontra problemas, o que ela sempre tirou de letra já que faz aulas de luta com bastão com um renomado professor de esgrima. Mas ultimamente ela tem sentido que está sendo seguida. Ela só não imaginava que seu perseguidor fosse Ethan Ransom, um ex-detetive da Scotland Yard que ela teve o desprazer de conhecer dois anos atrás, quando ele se meteu no meio de uma situação que ela tinha sob controle e deu uma de herói para cima dela e de sua amiga Helen Winterborne.

E novamente Ethan aparece como salvador da pátria ao derrubar dois de três homens, um deles ela mesmo deu conta, que estavam tentando atacá-la. E Ethan ainda tem a cara de pau de apontar os erros que ela cometeu enquanto tentava se defender. Então Ethan diz que ela está aprendendo tudo errado e que ele mesmo vai lhe ensinar a lutar. E mesmo Garret não suportando Ethan, ela aceita, pois já viu a forma como ele se defende. Mas essa aproximação vai acabar mostrando que a hostilidade entre eles na verdade é uma atração que nenhum dos dois consegue resistir. E Garret que nunca pensou em ter um companheiro, já que é praticamente impossível de se achar um homem que aceite sua profissão, percebe que Ethan é tudo o que ela sempre desejou em segredo. O problema é que no momento Ethan está na missão mais perigosa de sua vida e ele não quer colocar Garret em perigo.

“Todos os minutos sem sentido de sua vida, todos os anos de luta amarga, haviam levado àquele momento. As cicatrizes que a alma de Ethan havia usado como armadura se dissolviam ao toque de Garrett”

Antes de mais nada, para quem não leu as resenhas ou os livros anteriores, esse livro faz parte de uma série e deve ser lido na ordem da publicação, porque os personagens não se limitam a um livro específico, mesmo que cada um tenha um casal de protagonistas, todos os demais personagens transitam de um livro para o outro. Garret e Ethan mesmo, estão aparecendo desde o segundo livro e nesse além do casal, temos personagens de todos os livros da série. O que eu amei, porque teve uma grande participação do meu personagem favorito até então, o West, e espero que o próximo livro que terá ele como protagonista, não deixe a desejar assim como aconteceu com o Colin Bridgerton, que roubou a cena em todos os livros e no seu próprio foi uma decepção.

Mas voltando a série, eu li algumas resenhas antes de ler esse livro e todas comentaram como esse livro fugiu da proposta dos três primeiros da série. Concordo, mas em partes. Primeiro que temos sim muito mais ação por conta da profissão do Ethan e a autora usou boa parte da história mostrando as conspirações que ele estava envolvido. Mas não achei que faltou romance, inclusive gostei bastante do clima entre o casal. Garret repetiu várias vezes que não era romântica, mas suas ações mostravam exatamente o contrário. E Ethan também, dos protagonistas apresentados até agora, ele foi um dos mais românticos. Achei sim que suas cenas foram mais voltadas ao ambiente da espionagem, mas quem disse que os romances só acontecem nos bailes e nos passeios pelo jardins?

Dos protagonistas masculinos da série, Devon continua sendo meu favorito até então, mas o protagonismo feminino tem uma nova dona, Garret me ganhou com sua personalidade forte e por tudo o que ela representou. E ainda ao terminar o livro temos uma nota da autora dizendo que Garret foi inspirada em Elizabeth Garrett Anderson, a primeira médica licenciada a atuar no Reino Unido. Além de médica ela ainda foi ativa no movimento do sufrágio feminino e se tornou a primeira mulher prefeita e magistrada na Inglaterra, na cidade de Aldeburgh. Achei muito justa essa homenagem da autora porque Garret é um personagem incrível que me emocionou e até me tirou algumas lágrimas diante da sua força por se manter firme quando ninguém mais acreditou.

Acho que se tiver alguma coisa negativa para falar sobre o livro, foi que achei que o passado de Ethan foi tratado bem superficialmente. Esperava mais do assunto já que a dica foi dada lá no segundo livro e achei que fosse ter uma participação de alguns personagens quando a verdade foi revelada. Mas isso não me fez tirar uma estrela da nota porque achei todo o resto maravilhoso. A história me prendeu, tanto que terminei ele em um dia. E acho que posso afirmar que esse é o meu favorito da série até agora. Quanto a capa, achei ela muito bonita e tem tudo a ver com os outros livros da série (tirando a capa horrorosa do segundo livro é claro). E agora só resta esperar a Arqueiro publicar o quinto livro por aqui, porque estou louca pelo livro do West.

Nota:










18 setembro 2019

Resenha | A Corrente - Adrian McKinty


Livro: A Corrente
Série: Não
Gênero: Suspense
Autor: Adrian McKinty
Editora: Record
Páginas: 378
Ano: 2019

Resenha:
Quando acordou naquela quinta feira, Rachel Klein nunca poderia imaginar que ia entrar dentro de um pesadelo. Ela até esperava que o dia não fosse bom, já que sua oncologista ligou antecipando a consulta depois de seus últimos exames semestrais, mas nunca que ela ia imaginar que sua vida fosse virar de cabeça para baixo com um único telefonema. Os últimos anos não foram fáceis para Rachel. Teve a separação, a cirurgia na mama, depois a radio e a quimioterapia. Mas as coisas foram entrando novamente nos eixos. O câncer entrou em remissão, seu cabelo voltou a crescer, ela ganhou peso e até conseguiu um emprego decente como professora.

Rachel deixou sua filha Kylie de 13 anos no ponto esperando o ônibus escolar e foi para sua consulta. Mas no caminho recebeu um telefonema de um numero desconhecido e quando ela atendeu uma voz retorcida disse que ela se lembrasse de duas coisas: ela não era a primeira nem a ultima e não era pelo dinheiro e sim pela Corrente. Rachel achou que alguém havia ligado errado, mas a voz continuou dizendo que em cinco minutos ela ia receber a ligação mais importante da vida dela. Rachel fica sem entender nada, mas então o telefone toca novamente e dessa vez é uma mulher que diz a Rachel que ela sequestrou Kylie e manda uma foto de Kylie vendada no banco de trás de um carro.

Então a mulher diz a Rachel que vai lhe passar uma série de instruções que devem ser seguidas à risca e que se Rachel não cumprir uma delas ou chamar a policia, tanto Kylie como o filho dela morre. A mulher diz que assim como ela, Rachel está na Corrente agora. As regras são simples: Rachel deve pagar um resgate em dinheiro, e então escolher outra vítima e sequestrar o filho dessa pessoa para que sua filha seja devolvida, assim como a mulher está fazendo com Kylie para ter seu filho de volta. Então Rachel, que até então nem multa levava, vai ter que fazer coisas que nunca imaginou ser capaz de fazer. O que o cérebro por trás da Corrente não esperava é que enfim eles encontraram um oponente à altura, pois Rachel é uma sobrevivente, e vai tentar fazer o que ninguém conseguiu até então: quebrar a Corrente.

"— Quero um pouco de privacidade pra contar a minha história. E pra gente traçar o nosso plano.
— Plano pra que?
— Pro que trouxe a gente até aqui
— E o que foi que trouxe a gente até aqui?
— Quebrar a Corrente, é claro."

Eu fiquei sabendo desse livro quando recebi uma carta da editora dizendo que meu livro tinha sido sequestrado e que para conseguir ele de volta eu tinha que postar uma foto nas redes sociais com a tag #naoquebreacorrente. Eu achei a ideia super original e claro participei da brincadeira. Mas mais original ainda é o enredo do livro, pois nunca tinha visto nada parecido com isso e olha que já li muitos livros do gênero. Sempre que leio a sinopse de livros de suspense, a primeira coisa que penso é, já vi isso naquele livro, ou é muito parecido com a ideia daquele outro. Mas nesse não me veio nada a cabeça. A ideia é muito original e no fim do livro o autor até diz que A Corrente era um conto que ele achou que tinha potencial e cinco anos depois foi transformado em um romance.

E conforme fui lendo a sinopse vi que a editora até que foi gentil com os parceiros porque imagine ter que roubar o livro de outra pessoa para ter o meu devolvido? Porque afinal para quem ama ler, os livros são como filhos hehe. E é isso que as pessoas que participam da Corrente precisam fazer. Quem em sã consciência pensaria em sequestrar uma criança, mantê-la prisioneira e se algo der errado matá-la como se fosse apenas um erro de percurso? Ninguém. Mas e se tiver que escolher entre uma criança desconhecida e o seu filho? É com esse amor que o cérebro por trás da Corrente conta para que as pessoas continuem fazendo o serviço sujo enquanto ele só precisa administrar o dinheiro do resgate e controlar as vitimas com ameças para que nada dê errado.

O livro já começa em um ritmo alucinante e não deixa muito espaço para dúvida sobre o que vamos encontrar na história. A narrativa em terceira pessoa acompanha Rachel na maior parte do tempo, mas também vemos Kylie no cativeiro, assim como seus sequestradores e de uma parte em diante vamos acompanhar o cérebro da Corrente também, mas só descobrimos sua identidade perto do fim. É desesperador saber o que está em andamento e a gente fica ali torcendo para que ninguém morra, porque errado já deu mesmo. E é impossível não se colocar no lugar daquelas pessoas, mesmo vendo tudo o que elas estão fazendo não dá para julgar, porque esse é aquele tipo de situação que você só sabe como reagiria quando está vivendo aquilo, não é algo que dá para imaginar se eu faria ou não.

Ainda mais Rachel que a gente já começa tendo empatia porque ela passou por um câncer que agora está de volta e ainda tem que lidar com o que está acontecendo sozinha. Mas Rachel é determinada e acima de tudo inteligente porque mesmo desesperada, ela vai notando uma coisa aqui e outra ali durante os contatos com a Corrente isso é fundamental na segunda parte do livro. Sim, o livro é dividido em duas partes. Quando a gente acredita que a história terminou e tudo acabou bem da maneira que deu, temos uma segunda parte da história e ai a coisa muda de figura porque a caça vira o caçador e então temos uma história completamente diferente da que encontramos na primeira parte.

Eu poderia ficar aqui horas falando sobre o livro para te convencer a ler ele, mas acho que já disse tudo o que podia sem soltar spoilers. E se eu fosse você não perdia mais tempo e corria lá ler ele. Sem dúvida foi um dos melhores e mais surpreendentes thrilers que li ultimamente. Quanto a edição está muito bem feita. Sei que tem gente que não gosta de capas em soft touch porque geralmente fica com marcas de dedo, mas eu amo aquela sensação aveludada. E para terminar, lembre de uma coisa, é pela Corrente, leia logo esse livro e não quebre a corrente, as consequências serão terríveis. #naoquebreacorrente

Nota: 







16 setembro 2019

Lançamento de Setembro da Faro Editorial

Esse mês a Faro traz um único lançamento e achei a sinopse dele bem intrigante. Quem ai já estamos curiosos?

Considerado um dos grandes romances da Itália, onde vendeu mais de 250 mil exemplares, com direitos negociados para mais de 25 países, e adaptações no teatro e no cinema, a autora Donatella Di Pietrantonio traz uma história sensível e emocionante.
Aos 13 anos, uma garota é levada do lar abastado onde vive para uma casa estranha e com pessoas que dizem ser seus pais e irmãos.
Na pequena cidade italiana todos conhecem sua história: ela é a criança que os pais naturais, pobres e de família numerosa, “deram” a um parente que não podia ter filhos e que este a devolveu quando a menina frequentava o ensino médio, não por maldade, mas porque a vida pode ser mais complexa do que imaginamos e nos força a fazer escolhas dolorosas.
Ela era a devolvida. Sentia-se como uma estrangeira na nova casa e, desde então, a palavra “mãe” travara em sua garganta. Privada até de um adeus por aqueles que sempre acreditou serem seus pais, ela se vê incrédula ao enfrentar o sofrimento de ser abandonada novamente de forma repentina.
“Minha vida anterior me distinguiu, me isolou na nova família. Quando voltei, falava outra língua e não sabia mais a quem pertencia”.
Forçada a crescer para reintegrar-se ao seu núcleo original, ela vive uma sensação de subtração, de gente esvaziada de significado, e nos ensina em meio à dor como encontrar sentido quando tudo parece desmoronar.






15 setembro 2019

Resenha | As três partes de Grace - Robin Benway


Livro: As três partes de Grace
Série: Não
Gênero: Drama, Jovem Adulto
Autora: Robin Benway
Editora: Galera Record
Páginas: 322
Ano: 2019

Resenha:
Grace não vivia cada momento do seu dia pensando no baile de boas-vindas como suas amigas. Mas ela sabia que ia ter um vestido bonito, que seu namorado Max ia pegá-la com um smoking alugado e que seus pais iam tirar um monte de fotos antes deles saírem. Mas nada disso aconteceu. Enquanto todos dançavam no baile, Grace estava no hospital dando a luz a sua Pesseguinha. O apelido carinhoso é porque quando Grace descobriu sobre a gravidez, ela já tinha o tamanho de um pêssego. E tanto Max, como seus amigos, lhe viraram as costas assim que souberam do ocorrido. Mas não foi nem esse o motivo que levou Grace a se decidir pela adoção. Ela simplesmente sabe que não vai ser suficiente para sua filha.

Mas quando Pesseguinha nasceu, ela cometeu o erro de segurar sua bebê no colo e isso acabou com ela. Grace passou dez dias trancada no quarto com uma dor tão intensa rasgando seu peito, que ela achou que ia morrer. E quando finalmente ela se levantou foi para dizer a seus pais que precisava conhecer sua mãe biológica. O que não vai ser nada fácil, porque a adoção de Grace pelos seus pais foi feita através de advogados e a unica coisa que eles sabem sobre sua mãe, é seu nome. Mas eles sabem que Grace tem um irmão mais velho, Joaquin e uma irmã mais nova, Maya, que mora a poucos minutos da casa deles. Então Grace manda uma mensagem para Maya se apresentando e pede que a irmã entre em contato com ela.

Maya sempre soube que era adotada, já que é morena e todos na sua casa são ruivos. E Maya que nunca se sentiu em casa, sente que as coisas ainda estão piorando ultimamente, pois seus pais estão brigando cada vez mais. Seus únicos momentos de escape são os que ela tem com sua namorada Claire. Então quando ela recebe o email de Grace, ela sente que pode ser um sinal de que algo vai melhorar. Enquanto isso Joaquin está em seu décimo oitavo lar adotivo. E ele não sabe o que fazer pois, Mark e Linda com quem ele já está há dois anos, querem adotá-lo em definitivo. Mas depois de tantas decepções, como abrir seu coração para quem quer que seja. Três adolescentes que só tem em comum o fato de terem sido gerados no mesmo útero, vão descobrir o verdadeiro significado da palavra família.

"— É exatamente isso que uma família é, Joaquin — gritou Maya. — Isso significa que não importa para onde você vá nem a distancia, você ainda é parte de mim e de Grace e nós ainda somos parte de você também."

Esse livro foi o segundo VIB do ano. Para quem não sabe o Very Important Book é um projeto do Grupo Editorial Record onde algumas pessoas são selecionadas para receber a prova antecipada de algum de seus futuros lançamentos. E até o presente momento da postagem dessa resenha ainda não se tinha a data de lançamento dele. Mas quando lançar, não percam tempo e adquiram logo o exemplar de vocês, porque esse livro merece ser lido. Eu já sabia que ia me emocionar, porque junto com o livro vem uma cartinha falando um pouco sobre a história e nela foi dito que todos na editora que leram o livro se emocionaram. Mas eu não achei que ia me emocionar tanto.

Antes de mais nada quero falar sobre o título, que no original é Far from the tree, e a tradução deu um enfoque na Grace, sendo que todos os três são igualmente protagonistas do livro. Mas como é com ela que começa a história e é por causa dela que eles acabam se encontrando, eu até que relevei a tradução e acabei gostando. A capa também está divina. Eu amo flor de cerejeira e ela deu o toque sensível que a história pedia. Quanto a revisão, o livro que eu recebi é uma prova antecipada que ainda não foi revisada, mas se não avisassem eu nem teria percebido, porque está como se já tivesse sido revisada.

E agora vamos falar do assunto principal abordado pela autora: a adoção. Principal porque temos vários assuntos discutidos no livro. Esse tema é um assunto muito dificil de ser abordado. Eu fui ler as opiniões sobre o livro antes de começar a ler e vi várias pessoas perguntando a forma como a autora levantou a questão, porque geralmente a pessoa que deu a criança para para a adoção é que é a criticada na história por causa daquela velha história que é melhor para as crianças ficarem com os pais biológicos. Mas será mesmo? Qual o verdadeiro significado da palavra família? Pais adotivos não amam com a mesma intensidade que os biológicos? Hoje em dia vemos muito essa questão família sendo debatida e gostei bastante da forma como a autora abordou isso no livro.

O livro é dividido entre os três irmãos e cada capitulo acompanhamos a história sob o ponto de vista de um deles. Grace é quem conhecemos primeiro e a história já começa com tudo porque ela acabou de dar sua filha e a dúvida de se fez o certo ou não está corroendo ela por dentro. Quem olha para Grace vê a garota perfeita que nunca vai fazer nada de errado. E por todos esperarem essa perfeição dela é que ninguém se conforma quando ela engravida no ensino médio. E seu dilema interno é muito forte porque ela sabe que fez o certo, mas e o vazio que ficou para trás e parece que nunca mais vai ser preenchido?  E é Grace quem vai tomar a iniciativa de procurar por sua mãe, porque só então ela entendeu que as vezes não é por falta de amor que uma mãe doa seu filho.

A segunda pessoa que conhecemos é Maya. Aparentemente Maya é a que tem mais motivos para ser feliz, porque seus pais são ricos e a apoiam em tudo. Mas Maya nunca se sentiu em casa. Ela é a que tem mais raiva dentro de si e expressa isso brigando com todos a sua volta e usando de um humor sarcástico. Maya é completamente diferente fisicamente de todos na sua família e é só o que ela consegue enxergar o tempo todo. O núcleo da Maya é o mais intenso, mas não foi quem mais me emocionou. Mas uma coisa que gostei bastante foi que a Maya é lésbica e ela tem uma namorada e a autora contou isso da forma como todos deveriam fazer. Não houve nenhum "destaque" por isso, a coisa rolou naturalmente.

Agora quem acabou comigo foi Joaquin. Ele é o mais sensível dos três irmãos. Eu não me aguentava de chorar ao ver sua fragilidade e a forma como ele reagia a isso. Eu queria entrar na história e pegar ele no colo e nunca mais largar. Joaquin não foi adotado e passou por inúmeros lares temporários. Nos EUA eles tem um sistema onde as pessoas que acolhem crianças recebem uma ajuda em dinheiro e infelizmente a grande maioria dessas pessoas só estão interessadas no dinheiro mesmo e não se importam com as crianças que já estão passando por um momento dificil e que pode ser ainda pior. E por ter passado por tantos lares Joaquin não consegue mais receber amor de ninguém.

E como chorei lendo essa história porque quando os três se conhecem, fica evidente o quanto eles precisam um do outro. Eu já fui adolescente e sei o quanto essa fase é dificil, imagine ainda passar por ela sem ter seu lugar definido no mundo.A autora foi de uma sensibilidade ao abordar um tema tão dificil e fez isso com maestria. Para quem gosta de livros que emocionam e histórias onde os sentimentos saltam das paginas e vem direto para nosso coração, esse livro vai te agradar com certeza. É uma história tocante e que infelizmente é a realidade de muitos. Mas ao mesmo tempo também é a realidade de tantos outros que estão com seu coração aberto para dar amor a quem precisa. Leitura mais do que recomendada.

Nota: 








13 setembro 2019

Resenha | It: A Coisa - Stephen King


Livro: It: A Coisa
Série: Não
Gênero:
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Páginas: 1.103
Ano: 2014
Sinopse:
Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Em 'It - A Coisa', clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.


Resenha:
Para quem não sabe eu me aventurei a participar da leitura coletiva do livro promovida pela editora. Não vou falar sobre o enredo porque é basicamente isso que está na sinopse. Vou focar mais nas minhas impressões sobre o livro. Essa é minha segunda leitura de It. Eu li ele pela primeira vez em 1994 mais ou menos. O livro era dividido em 2 e com essa capa horrorosa que coloquei aqui para vocês verem. E se me perguntarem o que lembro da história vou dizer que tinha um palhaço num bueiro, que teve uma cena de sexo grupal infantil, que inclusive deixaram de fora da primeira parte do filme, e que tinha uma espécie de monstro que eles enfrentaram quando crianças e novamente depois de adulto.

Como a versão que eu li era dividida em dois livros, não teve o mesmo incomodo que senti com essa edição da Suma. O livro tem 1.103 páginas então imaginem o peso dele. Eu lia 30, 40 páginas e já estava com o braço inteiro doendo. E acredito que isso contribui com uma grande parte da minha insatisfação com o livro. A outra parte se deve ao problema que tenho com todos os livros do autor, ele é muito enrolão, principalmente nas primeiras partes das historias. A Suma dividiu a leitura do livro em cinco partes e vou falar um pouco sobre cada uma delas. Mas antes de mais nada quero falar sobre a Coisa que apesar de no filme e na capa dessa edição ter sido apresentada como um palhaço, ela não é isso. Ela é o medo de cada um, então no meu caso por exemplo seria uma barata enorme hehe.


A primeira parte é basicamente uma enrolação só. Na primeira cena, a da morte do garoto no bueiro (não é spoiler), foram 25 páginas em algo que dava para contar em no máximo 3. E toda primeira parte segue assim, com 162 páginas para apenas contar que as mortes recomeçaram e para Mike contatar os outros. A segunda parte continuou do mesmo jeito. Foram mais de 50 páginas para contar uma cena de bullying. Ele viaja muito. O garoto passa em uma ponte e lá vai 5 páginas para falar sobre a ponte. Mas falando em bullying é o que une os sete amigos do “Clube dos Otários ”. Bill é gago, Richie usa óculos e tem a língua grande, Ben é gordo, Eddie é hipocondríaco, Stan é judeu, Mike é negro e Beverly a única garota da turma é vista como a "vadia" por só ter amigos homens. E a amizade entre eles foi a única coisa que gostei do livro.

Depois da página 300 em diante mais ou menos melhorou o ritmo. Mas a minha alegria durou pouco porque logo em seguida começa a parte 3 e o autor viajou novamente. Com mais da metade do livro lido ainda não sabemos o que aconteceu no passado com eles, já que agora adultos eles esqueceram o que aconteceu. E novamente temos páginas e mais páginas de enrolação. E na quarta parte finalmente a história ficou boa. Mas esperar 700 páginas para a história começar a fazer sentido é muita coisa. E 700 páginas com uma história que podia muito bem ter sido contada em 200, exagerando ainda. Como me irritei até chegar na quinta e ultima parte do livro. 


Mas então a minha irritação virou indignação. A cena que citei ali no começo da resenha, que cortaram do filme, é absolutamente desnecessária. Quem pretende ler o livro pule para o próximo parágrafo porque vou soltar spoilers aqui. Quando eles vencem a Coisa no passado, eles ficam perdido nos esgotos e para conseguirem sair de lá eles precisam se unir e Bev sugere que todos façam sexo com ela. Como assim Sr. King? um grupo de 7 crianças fazendo sexo com cenas descritas em detalhes e o senhor ainda me vem dizer que não acha que foi errado ter escrito isso? Tá certo que ele estava bêbado quando escreveu o livro, mas hoje ele diz que não se arrepende do que escreveu porque eram outros tempos? Eu que já não gostava do autor por causa do tanto que ele enrola, hoje nem quero ler mais nada dele depois disso. E ele ainda me escreve a cena como se a garota, que por sinal sofreu violência domestica até então, tivesse tido a brilhante ideia para que ninguém sugerisse que ela foi estuprada por seis garotos.

Mas enfim, o livro que dizem ser uma obra prima do autor, para mim foi o livro que me fez desistir enfim dele. Quanto ao filme eu assisti a parte 1 e até que gostei bastante, basicamente porque tem muita coisa diferente do livro. E uma coisa que gostei foi eles separarem a parte 1 e 2 com eles criança e depois eles adultos, coisa que no livro vai sendo contado em paralelo. Pegaram só o que interessa e deixaram os devaneios dele e essas cenas horrendas de fora. Espero gostar da parte 2 também. Agora o que me deixa chocada mesmo é ver o tanto de elogios que esse livro recebe. Acho que devo ter algum problema, só pode.


Nota:
 








© Blog Prefácio ♥ 2016 - Todos os direitos reservados ♥ Criado por: Taty Salazar || Tecnologia do Blogger. imagem-logo