Livro: Crianças da guerra
Série: Não
Gênero: Drama
Autora: Viola Ardone
Editora: Faro Editorial
Páginas: 240
Ano: 2021
Mas a vida de Amerigo e muitas outras crianças do sul da Itália está prestes a mudar. Ele descobre que existe um trem que leva as crianças para uma vida temporária no norte onde a situação está bem melhor. As crianças irão morar com famílias adotivas até que a situação em suas casas melhorem e eles possam voltar, seguros e saudáveis. Amerigo tem muito medo, mas fica animado quando descobre que terá sapatos novos, já que ele tem uma certa fixação por sapatos. Mas no trem o medo corre solto entre as crianças que acreditam que na verdade estão sendo levadas para morrer na Rússia.
Quando o trem chega a seu destino Amerigo ainda tem mais uma provação: todas as crianças são levadas por algumas família e ele é a única criança que sobra no trem. Ele já está certo de que vai ser mandado de volta quando uma mulher se apresenta como Derna e diz que será sua mãe temporária. No começo Amerigo reluta em aceitar sua nova casa, mas aos poucos ele vê que aquela estadia é uma oportunidade. Faz novos amigos, se destaca na escola que sempre odiou e aprende a tocar violino. Sem falar na mesa farta. Mas uma hora ele terá que voltar para sua vida antiga e Amerigo sente muita saudades de sua mãe, mas será que ele vai se adaptar novamente àquela vida de miséria?
Livros com protagonistas crianças sempre rendem histórias fofas e emocionantes. E quando se passam nos períodos das Grandes Guerras então, já pode esperar uma história linda e triste contada do ponto de vista de um inocente. E nesse livro não foi diferente. Eu confesso que nunca tinha ouvido falar desse trem da felicidade italiano até o livro chegar aqui em casa. E fui procurar saber mais sobre o assunto e não achei muita coisa não. Como diz na sinopse, “O período pós-guerra é uma mina de histórias não contadas.” As vezes a gente tem a impressão de que a guerra acaba quando termina, mas na verdade até as pessoas se recuperarem dela lá se vão anos de sofrimento e angustia.
Para quem não sabe o trem da felicidade como ficou conhecido, era nada mais do que grupos de ajuda humanitárias que conseguiam famílias com situações financeiras estáveis para cuidar por um tempo, ou para sempre dependendo da situação, de crianças cujas famílias estavam vivendo na extrema pobreza. E como o Norte da Itália conseguiu se recuperar primeiro que a parte do Sul, era para lá que as crianças eram levadas. E as mães e famílias que abriam mão de seus filhos demonstravam nesse gesto o quanto os amavam, mesmo que no momento parecesse exatamente o contrário, principalmente para as crianças que eram levadas.
E aqui apesar de ser uma ficção, deu para sentir através de Amerigo a angustia da separação, o medo do desconhecido, a saudade de tudo aquilo que ele conhecia até então. Ir viver em um lugar diferente, com pessoas desconhecidas para um adulto já é algo difícil, imagine para uma criança na faixa de seis, sete anos. E eu tiro meu chapéu para Antonietta que abriu mão de seu filho pela sobrevivência dele, mas nunca deixou de amá-lo com todas as suas forças e vemos isso mais para frente na história quando temos uma passagem de tempo de quarenta e oito anos. E ela fez isso depois de já ter perdido seu primeiro filho para uma enfermidade.
E me emocionei muito com o livro. Mas ao mesmo tempo me diverti com a inocência de Amerigo e sua sede de aprender. Ele é uma criança admirável que infelizmente foi moldado pela guerra e quando o vemos adulto não reconhecemos por um tempo, aquela criança sensacional que ele era. E aqui entra o porque de eu não ter dado nota máxima para o livro, mesmo tendo achado ele maravilhoso. Temos uma interrupção abrupta na história com uma grande passagem de tempo no livro e, eu particularmente queria ter visto mais dele criança. E por isso acabei tirando um ponto da nota. Mas é algo particular que cada leitor vai sentir de uma maneira.
Mas enfim, eu indico muito o livro para quem gosta de histórias que se passam na guerra ou no pós guerra. Mesmo sendo uma ficção, o livro é baseado em histórias reais e eu sempre defendo que devemos aprender com os erros dos nosso antepassados para não fazermos o mesmo ou pior que eles, por isso acredito que devemos sempre ler sobre esse assunto. Quanto a edição, não me canso de elogiar a Faro. O livro está muito bem feito, a diagramação excelente, e essa capa que já nos mostra o que esperar da história.
Nota:
Oi Sil! No blog quem leu foi a Nat e ela gostou bastante, principalmente do protagonista. me parece uma história em sensível bonita, vou colocar na listinha!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
oLÁ...
ResponderExcluirEu adoro livros que se passam na guerra, já li vários e já estava de olho nesse da Faro, tanto que ele já estava na minha lista de desejados.
Geralmente me emociono muito com livros com crianças narrando de forma inocente o horror da guerra, então, já vou preparar os lencinhos pra esse livro.
Beijos
http://coisasdediane.blogspot.com/
Oi, Sil. Como vai? Particularmente obras que retratam a guerra me agradam profundamente. Este aí certamente me agradará. Muito boa sua rese nha. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi Sil, como você está?
ResponderExcluirEu não estou num bom momento para filmes de guerra, só se tiver um amorzinho para eu shippar, rs. A pandemia me deixa muito pra baixo e ver uma criança sofrendo tanto, não é uma que me ajudaria no momento.
Mas sim, amo essas edições da Faro!!!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Essa edição está realmente linda. Eu gosto de ler sobre a guerra, e parece que sempre acabo lendo mais as tramas das crianças que embarcam no trem da felicidade (que só descobri o nome dele hoje). Mesmo com sua ressalva, eu ainda gostaria de ler esse livro um dia, para saber mais sobre Amerigo.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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Livros que trazem a guerra como fundo sempre me deixam mais sensível, tendo crianças então, a certa vou me emocionar. Não conhecia esse, mas pelos elementos destacados, parece uma boa leitura.
ResponderExcluirBjs
Imersão Literária
Oi Sil! Lembrei na hora de O trem dos órfãos, se você não leu, confira. Gostei da premissa deste livro e vou anotar para ler. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Uma história, por si só, quando tem criança protagonista, já é emocionante. Imagino essa que apresenta um senário assim, tão "difícil". Gosto dessa inocência que as crianças mostram..
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Oi Sil, tudo bem?
ResponderExcluirTenho um fraco por livros que tem com plano de fundo a Segunda Guerra e se são narrados por crianças, já sei que vou ter que deixar os lencinhos à postos. Não conhecia o livro e nem a autora, mas vou colocar na minha lista.
Beijos;***
Ariane Gisele Reis | Blog My Dear Library.
Oi Sil, tudo bem?
ResponderExcluirNão imaginava que o livro pudesse ser fofo, mas que bom que é! Histórias envolvendo crianças e guerra são sempre muito pesadas, e é bom encontrar uma sementinha de esperança em algum lugar delas.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi
ResponderExcluirNão conhecia essa história, achei interessante, ainda mais pelo contexto de envolver crianças, histórias assim quebram meu coração, parece ser uma bela história, boa dica.
http://momentocrivelli.blogspot.com/
Oi Sil, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirLá no blog estamos postando livros sobre guerra nesse momento e durante a minha pesquisa e a das meninas, o que percebemos é a quantidade de histórias que aconteceram que não sabíamos. E descobrir sobre esses fatos, que foram na verdade tragédias, deixa a guerra viva, não sei se você tem a mesma percepção. Esse trem da felicidade é um exemplo, nunca ouvi falar. Estou achando que meu estudo de história na escola foi muito deficitário. Fiquei até emocionada por conhecer a generosidade dessas pessoas depois de tanto horror. Só queria que a ajuda se estendesse aos pais também, para que as crianças não precisassem ser separadas e retiradas de seus lares. Dica mais do que anotada. Adorei sua resenha!!!
beijinhos.
cila.
https://cantinhoparaleitura.blogspot.com/