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08 fevereiro 2017

Resenha | A Cabana - William P. Young


Livro: A cabana
Série: Não
Gênero: Romance, Religião e Espiritualidade
Autor: William P. Young
Editora: Arqueiro
Páginas: 240
Ano: 2008

Resenha:

O que dizer de um livro que te desidratou. Não uma, mas duas vezes. Eu li esse livro quando lançou lá em 2008, quando o Prefácio nem existia ainda, e li por causa da polêmica que estava em torno dele, e o que me fez amar a história foi exatamente isso. O autor usou uma mulher negra e gorda para representar Deus, um homem do Oriente Médio para representar Jesus e uma mulher asiática para representar o Espírito Santo. E onde todos viram heresias e outras coisas, eu enxerguei a Trindade representada em sua melhor forma, aquela por qual o verdadeiro Deus deveria ser reconhecido: o amor. Curiosamente A Cabana está no top 10 de livros abandonados do skoob e está no meu top 10 de livros que mais me emocionaram.

"Se você odiar essa história, desculpe, ela não foi escrita para você."

A Cabana para quem ainda não conhece. conta a história de Mackenzie Allen Phillips um homem que cresceu longe de sua família, já que aos 13 anos, cansado de ver o pai beber e bater em sua mãe e depois pedir perdão a Deus, acabou se confessando com um líder da igreja e quando seu pai descobriu, deixou ele amarrado por dois dias no carvalho nos fundos da casa, enquanto batia nele com um cinto e citava versículos bíblicos. Quando conseguiu ficar em pé, Mack foi embora. Por isso o assunto pai é um que sempre que mencionado deixa Mack sem nenhuma expressão no rosto. Tanto seu pai terreno como o celestial. que ele acredita ser um ser mal-humorado, distante e altivo. Isso até tudo aquilo acontecer. Depois disso Mack fala de Deus com um conhecimento profundo e quem conversa com ele, nem que seja por alguns instantes, sai de lá como se tivesse tido a melhor conversa de sua vida.

O que mudou tanto Mack, foi a tragédia que aconteceu com sua filha Missy. Em uma viagem de férias. Missy é sequestrada e depois de muitas buscas eles encontram apenas seu vestido encharcado de sangue em uma cabana abandonada. É então que a Grande Tristeza vira a companhia constante de Mack. Até o dia em que Mack encontra um bilhete na caixa de correio, convidando ele para um final de semana na mesma cabana que a roupa de sua filha foi encontrada e assinado "papai". Papai é a forma como Nan, a esposa de Mack, se refere a Deus. Certo de que é uma brincadeira maldosa, afinal como Deus vai lhe mandar um bilhete, Mack decide esquecer o que aconteceu. Mas ele não consegue e acaba indo parar na cabana que está bem diferente de quatro anos atrás, quando ocorreu a tragédia com sua filha. E as surpresas estão só no começo, porque esse fim de semana na cabana, vai mudar sua vida.

"Submissão não tem a ver com autoridade e não é obediência. Tem a ver com relacionamentos de amor e respeito."

Esse livro não é para todo mundo. Se você espera encontrar um livro de suspense, policial ou até mesmo um thriller, como eu mesmo pensei na primeira vez que o li, dado a situação, você está enganado. Apesar do que aconteceu com Missy ser a base e o pontapé inicial do livro, a história não gira em torno do sequestro e nem nada disso. A história vai falar do depois da tragédia e é basicamente um processo de cura no nosso protagonista. Então já indico o livro para quem acredita em Deus, e já adianto, você vai vê-lo de uma outra forma depois que ler esse livro. Basicamente todo mundo pensa em Deus como o cara lá em cima que tem todo o poder e que quem não fazer o que ele quer, vai sofrer. E esse livro vai mostrar Deus de uma forma totalmente diferente, vamos aprender o que significa quando falamos que Deus é amor.

"A religião usa a lei para ganhar força e controlar as pessoas de que precisa para sobreviver. Eu, ao contrario, dou a capacidade de reagir e sua reação é estar livre para amar e servir em todas as situações."

Uma das questões abordadas pelo autor é aquela pergunta que todo mundo faz quando acontece as tragédias: porque Deus deixou isso acontecer? O autor tenta explicar com suas palavras e personagens totalmente fora do estereótipo, essa questão. Nós temos na nossa mente uma imagem pré-concebida de Deus e quem disse que o que acreditamos é o correto? Por isso adorei quando o autor pisou na ferida de muita gente ao representar Deus, primeiro como uma mulher, segundo ela é negra e terceiro, ela é gorda. Assim como Mack que tinha seus preconceitos, se fosse eu ou você no lugar dele, a representação poderia ser outra. E enquanto lê o livro, fatalmente você vai se colocar no lugar dele.

Como disse anteriormente, da primeira vez que li, chorei muito, porque é como se as palavras de papai fosse diretamente ao meu coração, e agora relendo, consegui chorar ainda mais, porque ao ler essas mesmas palavras, foi como se estivesse lendo elas pela primeira vez e já me decidi que é um livro que vou reler sempre. É tão bom, mesmo a gente já sabendo, mas ver ali reafirmado o amor de Deus, o quanto Jesus quer ser nosso amigo, basta darmos espaço a Ele. A história é basicamente um processo de aproximação de Deus, de cura e de perdão. Por isso eu indico o livro para quem gosta de livros assim. A minha edição é a antiga, mas esse mês a Arqueiro lançou uma outra edição com a capa do filme que vem com um adicional bem interessante. E claro que vou conferir o filme, mesmo achando que não vai passar a mesma emoção do livro.

"—Então qual de vocês é Deus?
— Eu — responderam os três em uníssono. Mack olhou de um para o outro e, mesmo sem entender nada, de algum modo acreditou."


Nota:





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