Resenha | A Irmã da Lua - Lucinda Riley

Livro: A Irmã da Lua
Série: As Sete Irmãs #5

#1 - As Sete Irmãs
#2 - A Irmã da Tempestade
#3 - A irmã da Sombra

#4 - A Irmã da Perola
Gênero: Romance 
Autora: Lucinda Riley
Editora: Arqueiro
Páginas: 592
Ano: 2018

Resenha:

Taígeta D’Aplièse é uma das seis filhas adotivas de Pa Salt, um milionário que acaba de falecer, e todas receberam nomes em homenagem a Constelação das Plêiades. Tiggy sempre foi a mais sensível e instintiva das irmãs, chegando até mesmo a prever alguns acontecimentos. Por isso que apesar de saber que o pai está morto, Tiggy ainda tem uma dúvida martelando lá no fundo, porque ela ainda sente a mesma ligação com o pai de quando ele estava vivo. Pa Salt deixou para cada filha uma chance de procurar suas famílias biológicas, se assim for da vontade delas. Cada irmã recebeu uma carta e um objeto que remete às suas origens e uma esfera armilar onde estão as coordenadas de onde cada uma delas foi adotada. Tiggy acredita que tudo está predestinado, e que se for para ela descobrir suas origens vai acontecer de uma forma ou outra e decide não fazer nada. 

Desde seus quatro anos Tiggy soube que queria trabalhar com animais e assim que se formou em zoologia ela começou a trabalhar no departamento de pesquisas do zoológico de Servion, mas logo percebeu que não queria estudar os animais dentro de um laboratório e largou tudo para trabalhar e viver em um santuário na Escócia. E quando esse mesmo santuário é desativado, ela recebe uma proposta para continuar trabalhando com os mesmo animais na Propriedade Kinnaird, um lugar ainda mais isolado nas Terras Altas. E assim que conhece o lugar Tiggy se apaixona e aceita o trabalho sem pensar duas vezes. E é assim que mesmo não indo atrás de suas raízes, Tiggy encontra um velho cigano, Chilly, que altera totalmente seu destino.

Na carta que Pa Salt deixou ele foi bem específico sobre como foi a adoção de Tiggy, por isso ela fica surpresa quando Chilly cita coisas que só Pa Salt parecia saber. Chilly diz que assim como ele, Tiggy possui o dom dos seus ancestrais e que orientado por sua bisavó Micaela, esperou a vida toda por ela e vai guiá-la até sua história na Espanha, nas montanhas sagradas de Sacromonte, à sombra da magnífica Alhambra, onde Tiggy e toda sua família gitana, os ciganos espanhóis, nasceram. Micaela foi quem trouxe ao mundo Lucía, a avó de Tiggy, também conhecida como La Candela, por causa do seu talento extraordinário para dançar flamenco. E ao tomar conhecimento de sua história Tiggy vai descobrir um talento que ela sabia existir, mas não tinha nem ideia de como usar.

"— Quando está no seu destino, a vida pode ser fácil. — Os olhos de Marcella me estudaram. — Talvez a parte mais dificil da viagem tenha sido decidir fazê-la."

Desde que li A Casa das Orquídeas em 2012, eu me apaixonei pela autora. Com uma escrita madura e um estilo único de contar duas histórias, uma no passado e uma no presente, que se entrelaçam em algum momento, é impossível fãs de um bom romance não se encantar com ela. E ainda assim me surpreendi com a qualidade da série As Sete Irmãs, que no meu ponto de vista é uma das melhores do gênero da atualidade. A Irmã da Lua é o quinto livro da série, onde temos cada livro a história de uma das irmãs que foram adotadas por um milionário excêntrico e que ao morrer deixou uma maneira de cada uma das filhas irem atrás de suas origens. 

Uma coisa que me encanta na escrita da Lucinda é que ela escreve histórias e personagens feministas sem querer "mostrar" que está fazendo isso. Diferente de alguns autores que temos hoje em dia que fazem questão de dizer que "escrevo sobre feminismo", ou "minhas histórias tem representatividade" (coisa que raramente é verdade), somente para vender seus livros. A Lucinda faz isso naturalmente. Em todos seus livros temos protagonistas empoderadas ou que o fazem durante a história. E mesmo quando elas se mostram mais frágeis, que é claro ainda somos somente humanas, ainda assim vemos ali mulheres fortes e que são exemplos para outras mulheres.

Nesse livro vamos conhecer algumas dessas mulheres. Na história atual temos Tiggy, Zara, e Beryl, e no passado Maria, Lucía e Angelina, mulheres que de uma maneira ou outra me encantaram e que me fizeram torcer por elas. Sofri junto, amei, ri e chorei por tudo o que elas viveram e conquistaram. E não sei de qual história gostei mais. Elas se alternam no livro e sempre param no ponto "mais interessante" e voltam para a outra e eu ficava querendo folhear as páginas para saber logo que o que ia acontecer com elas hehe. Estava com medo de me decepcionar um pouco com a história da Tiggy, porque vi em algumas resenhas comentários de como a história dela foi sem graça em comparação com a das outras irmãs. Mas nem deveria ter me preocupado porque a Lucinda foi Lucinda nesse livro e mais uma vez terminei o livro favoritando ele.

Assim como nos livros anteriores, temos uma viagem por vários lugares do mundo. Enquanto acompanhamos Tiggy vamos conhecer um pouco da Escócia e da Espanha e quando nos aprofundamos na história de Lucía vamos fazer um verdadeiro tour pelo mundo. Começamos na Espanha, de lá para Portugal, Argentina e Estados Unidos. Tudo isso regado de muita cultura  e misticismo cigano. Mesmo Lucía não sendo uma personagem feita para ser "gostável", ela é ambiciosa ao extremo, mimada, egoísta e irritante por diversas vezes, não tem como não ficar fascinada por sua trajetória. Ela é praticamente o oposto de Tiggy, que herdou a bondade da avó Maria. E com certeza Lucía foi meu personagem favorito da história.

Mas ao mesmo tempo não tem como não se apaixonar por Tiggy. De todas seis irmãs não tínhamos muitas informações sobre ela, e nem sobre Electra a protagonista do próximo livro, por isso não me sentia muito próxima a ela como aconteceu com as outras irmãs, mas fui conquistada ao longo do caminho. E nesse livro temos a participação mais do que especial de Ally, protagonista do livro A Irmã da Tempestade. O sexto livro já foi lançado e logo que der vou ler ele. E mesmo não tendo uma sétima irmã até o momento, acredito que teremos um sétimo livro e ela vai aparecer sim. Assim como fico cada vez mais convencida que Pa Salt ainda está vivo. Enfim, é um livro mais do que recomendado para quem ama um bom romance. Quanto a capa segue o mesmo padrão das outras da série e ao meu ver estão muito bonitas. 

Nota: